8.2.09

AREZZO


O conceito da grife AREZZO, sinônimo de sapatos e sucesso no setor calçadista brasileiro, conta com a valorização do design, materiais de alta qualidade e tecnologia de ponta. Calçados e bolsas com ares modernos, e muitos deles ousados, estão sempre em sintonia com as principais tendências da moda mundial. Suas lojas, com ambientes limpos e aconchegantes, são um convite praticamente irrecusável para qualquer mulher renovar sua coleção de bolsa, sandálias, botas e sapatos. 

A história 
A história da marca começou em 1972, na cidade de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, quando os irmãos Anderson e Jefferson Birman, então dois jovens com apenas 18 e 21 anos respectivamente, com o apoio e incentivo do pai, o Sr. Henrique Lemos Birman, iniciaram uma modesta fabricação praticamente artesanal de calçados, que inicialmente produzia 50 pares de sapatos por semana na garagem da casa da família. O nome da empresa foi escolhido, literalmente, a dedo. Tendo em mãos um mapa da Itália, país que nos anos de 1970 exercia uma grande influência na moda mundial e tinha fama de ser produtor de bons sapatos, os irmãos apontaram ao acaso para um lugar, que era a cidade de Arezzo (se pronúncia em italiano arê-tso), na bela e ensolarada região da Toscana. Inicialmente voltada à produção de sapatos masculinos, a empresa vendia seus produtos às lojas multimarcas.
   

Pouco depois, após pedidos insistentes de lojistas, os irmãos resolveram apostar no segmento de calçados femininos. E lançaram a sandália Anabela, feita de couro e com acabamento em corda, que rapidamente virou mania nacional e um grande sucesso de venda no restante da década. Em 1976, a empresa abriu sua primeira loja própria de sapatos femininos, focada em aspectos como design e estilo. Na década de 1980, a AREZZO consolidou-se como uma fábrica de calçados com capacidade produtiva de dois milhões de pares por ano. Em 1988, a empresa adotou o sistema de franquia, inaugurando sua primeira loja neste modelo na cidade do Recife. Com o sistema de franquia, o número de inaugurações de novas unidades iria aumentar no ano seguinte com lojas abertas em Uberaba, Brasília, Vitória e Rio de Janeiro, entre outras cidades. Pouco depois, em 1991, a AREZZO inaugurou sua primeira loja conceito na badalada Rua Oscar Freire, importante área comercial de marcas nacionais e internacionais na cidade de São Paulo.
   

A abertura do país, no início desta década, e o Plano Real, em 1994, inundaram o mercado nacional de sapatos produzidos no exterior, especialmente os modelos mais baratos chineses. Além disso, os custos industriais de Belo Horizonte tornaram-se proibitivos, e os irmãos começaram a planejar o movimento que os levaria a reinventar sua empresa. Desativaram gradualmente as linhas de produção (que empregavam duas mil pessoas), colocaram de pé o modelo de terceirização industrial no Vale dos Sinos (Rio Grande do Sul) e, como ponto final, eles transferiram o núcleo criativo da empresa para a cidade de Campo Bom (RS), no centro do maior complexo calçadista do Brasil. A partir deste momento, a AREZZO mudou seu foco de fabricante de sapatos para administradora de uma grande rede de varejo de calçados concentrando-se no desenvolvimento de conceitos de marca e moda e nos seus canais de distribuição.
   

Além disso, a AREZZO passou a investir cada vez mais em diversas ações nos pontos de venda, em novos lançamentos (ampliando assim sua variedade de modelos, incluindo scarpins, mules, rasteiras, sandálias, anabelas, plataformas, botas, clogs, mocassins e sapatilhas) e as operações do canal de franquias foram fortalecidas, o que permitiu levar seus produtos a todo o território nacional. A AREZZO também investiu na abertura de lojas em centros estratégicos de consumo. Nos anos seguintes a AREZZO seguiu inovando e oferecendo às suas consumidoras produtos de qualidade, sempre em tendência com a moda mundial. Em 2002 iniciou a expansão internacional de suas operações por meio da exportação de calçados e participação em exposições internacionais.
   

No ano de 2004, como mais um esforço de firmar de vez a AREZZO com marca fashion, a empresa contratou como garota-propaganda a modelo Eletra Rossellini. Outra ação foi o lançamento de uma coleção que buscava expressar a tendência retro, com grande valorização das peças “vintage” (coleções antigas com valor estético e cultural). Um dos trunfos era o giro das mercadorias nas lojas, com o lançamento de quatro novos modelos por dia. Em 2005, a AREZZO recebeu o título de melhor franquia do Brasil, segundo pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
   

Pouco depois, em 2007, após comprar a participação do irmão na empresa, Anderson arquitetou a união com a Schutz (fundada por seu filho Alexandre Birman em 1995), originando assim a Arezzo&Co, e vendeu 25% da nova empresa por R$ 76.3 milhões para a Tarpon, gestora de recursos. A partir daí, a AREZZO passou a ser uma marca no portfólio da nova empresa, que começou a apostar na diversificação de marcas e criou em 2008 uma nova grife de luxo com o nome de Alexandre Birman, cujos saltos desfilam em tapetes vermelhos nos pés de celebridades como Jennifer Lopez, Amanda Seyfried e Jennifer Lawrence. A ideia da criação dessa nova empresa era cobrir todos os segmentos de mercado: a AREZZO, com sapatos que custavam, em média, R$ 160; a Schutz, calçados com um apelo mais fashion a um preço médio de R$ 230; e a Alexandre Birman, uma marca cujo nicho de mercado era o luxo e que ostentava modelos de produção mais artesanal, com preços que variavam de R$ 400 a R$ 800. Os novos passos do grupo também se deram por meio da extensão para as linhas Uomo, com sapatos masculinos, e Bambini, com produtos para crianças.
   

A marca mineira desembarcou na China em 2008 ao inaugurar quatro lojas em Xangai. A AREZZO ingressou no mercado chinês para vender sapatos, não para produzi-los. No país conhecido pelos produtos baratos, a marca apostou em modelos top, para consumidoras de classe média e alta. Nos anos seguintes a empresa introduziu um novo layout em suas lojas, com concepção arrojada privilegiando os espaços nos quais sapatos, bolsas e acessórios eram expostos como obras de arte. O objetivo era valorizar a sofisticação, o requinte e o luxo das peças. Além disso, para aproveitar a força da marca AREZZO, expandiu sua atuação ao lançar uma coleção pra lá de moderna de óculos escuros. A AREZZO também apostou em um novo modelo de negócios, oferecendo uma linha de cosméticos que incluía autobronzeadores, hidratantes e esfoliantes específicos para os cuidados com as pernas e os pés; além do lançamento de uma linha de esmaltes composta por oito cores no ano de 2009. O sucesso dos esmaltes foi tanto que a marca lançou no ano seguinte a AREZZO BEAUTY, uma linha de maquiagens composta por gloss, batons, sombras em pó, kits de sombras e delineador.
  

Nos anos seguintes, a AREZZO iniciou a criação e lançamento de linhas e coleções para atrair as consumidoras mais jovens. Como por exemplo, em 2017 com uma coleção de bolsas e sapatos inspirada na Disney (conheça essa outra história aqui), com direito a decoração repleta de orelhinhas do Mickey e da Minnie. Em 2019, quando através de uma collab com a Pantone (conheça essa outra história aqui) - autoridade em cores mundialmente reconhecida e referência de lifestyle - trouxe ao mercado uma cartela de cores ampla e exclusiva para as novas bolsas e sapatos. Os lançamentos contavam com sete tons inéditos, além do preto, que ainda ganharam códigos próprios, remetendo ao padrão internacional para especificação e controle de cores. Ainda em 2019, com o lançamento da primeira coleção de tênis sustentáveis (batizada de ZZ BIO), com modelos biodegradáveis, sem fibras sintéticas e com corante solúvel em água. Ou em 2020 com o lançamento da AREZZO TOUCH, uma coleção de sapatilhas disponível em seis cores diferentes.
  

Mais recentemente, em 2020, a AREZZO resolveu enfrentar e desafiar a poderosa e dominante Havaianas (conheça essa outra história aqui) em seu segmento de mercado. Para isso, a AREZZO lançou uma linha de sandálias e chinelos de dedo. A coleção, batizada de BriZZa, contou com a participação da atriz Bruna Marquezine como garota-propaganda. A linha BriZZa chegou ao mercado com 84 modelos, cujo ticket médio era de R$ 79,90. Foi a primeira vez que a AREZZO lançou uma linha exclusiva de produtos com leitura fashion e contemporânea. Ainda este ano, a empresa lançou o ZZ MALL, um ecossistema digital de comportamento, moda e beleza que reúne as marcas AREZZO, Schutz, Alexandre Birman, Anacapri, entre outras, para proporcionar uma experiência única de compra, aliada à conveniência e à exclusividade em curadorias e conteúdos.
    

Uma marca fashion 
O sucesso da marca está amparado no tripé conceito, alta qualidade e design contemporâneo, além de um sistema de produção terceirizada que está na esteira de marcas internacionais de sucesso. A AREZZO é a única grande empresa brasileira do setor calçadista que não tem fábricas. Suas coleções, de dezoito a vinte e uma por ano, são produzidas na região calçadista do Vale dos Sinos (RS). A AREZZO distingue-se no mercado brasileiro por ter uma forte identidade de marca em um cenário dominado por commodities e produtos baratos. Somado à rede de lojas exclusivas, esse perfil original permite à AREZZO trabalhar com sapatos de maior valor agregado, como fazem as grandes marcas estrangeiras.
   

Além dessas características, a AREZZO tem investido muito em comunicação, com objetivo de fixar cada vez mais a marca no segmento fashion. Em uma de suas mais famosas campanhas, lançada em 2008, a marca contou com nomes estrelados e associados a um visual completamente moderno: Cláudia Raia, Mariana Ximenes e Patrícia Pillar. O público alvo da grife, sempre à frente das últimas tendências internacionais, é a mulher contemporânea, conhecedora de moda e ciente da importância da imagem no mundo atual. Justamente como as três belas e chiques atrizes que representaram a marca AREZZO. Nos anos seguintes novas musas estrelaram as campanhas da marca, entre as quais as belas Juliana Paes (2009), Cléo Pires (2009), Glória Pires (2011), Sabrina Sato (2011), Débora Falabella (2012), Aline Weber (2012), Luisa Moraes (2013), Fernanda Lima (2014), Leandra Leal (2014), Giovanna Antonelli (2015), Camila Pitanga (2015), Gisele Bündchen (2016), Sasha Meneghel (2019) e mais recentemente a cantora Anitta (2019) e as atrizes Bruna Marquezine (2020) e Maria Fernanda Cândido (2020).
   

E todo esse investimento deu resultado: a AREZZO ocupa a primeira citação de lembrança (top of mind) dos consumidores no setor de calçados femininos brasileiro, além de ser uma das marcas preferidas neste segmento e mais consumidas no país. A eficiente comunicação e o forte posicionamento fizeram com que a AREZZO sempre esteja presente nos editoriais de moda das mais prestigiadas revistas, jornais e websites do país, como referência de fast fashion em calçados, bolsas e acessórios femininos.
  

Uma ação criativa 
Ícone da década de 1970, a sandália Anabela foi o primeiro modelo de sucesso criado pela AREZZO, no ano de 1972. E justamente por essa ligação afetiva, em setembro de 2021 a marca resolveu lançar uma ação de marketing inusitada. Batizada de “Procura-se Anabela”, a ação tinha como principal missão encontrar este modelo (de 1972) tão querido e importante para a história da AREZZO. Para participar bastava entrar em contato com o Disk Anabela, um call center exclusivo para a busca, ou enviar um e-mail para a Central Anabela (procuraseanabela@arezzo.com.br). Os consumidores também podiam ficar por dentro desta busca seguindo o perfil @procuraseanabela no Instagram (conheça essa outra história aqui). Como parte da ação, a marca oferecia recompensa para quem tivesse o primeiro modelo da sandália: 1 ano de sapatos AREZZO como forma de retribuir essa descoberta tão valiosa.
  

O gênio por trás da marca 
O atual CEO da empresa, Alexandre Café Birman, é apontado como responsável por transformar a marca AREZZO em um sucesso como conhecemos hoje. Ele nasceu em 1976, durante a expansão da AREZZO, e rapidamente pegou gosto pelo negócio. Com o pai (Anderson Birman), aprendeu o ofício de sapateiro desde a idealização do calçado, desenho do modelo, corte do couro, montagem e acabamento. Aos 13, já conseguia fazer o processo todo sozinho. Aos 14, fez um intercâmbio em um internato nos Estados Unidos e aos 17, foi para a Itália para fazer um curso técnico de sapateiro. No seu retorno ao Brasil, no início dos anos de 1990, a AREZZO passava pela sua primeira grande transformação: a terceirização da produção e a mudança de foco no varejo, com o modelo de franquias. Birman queria inovar e fazer um calçado diferente na AREZZO. Mas o pai preferia seguir o caminho que parecia funcionar até então. A saída para ele foi criar em 1995, com apenas 18 anos, a Schutz, inicialmente uma marca focada no público masculino e esportivo, cujo slogan era “Peace of mind with comfortable shoes”.
  

Mas em 1999, ele resolveu seguir os passos do pai, focando a Schutz no público feminino. Ele então desenhou uma coleção com dezenas de modelos, incluindo um tênis de salto alto. Mas a alta complexidade dos modelos se tornou um problema. Dos 30 modelos desenhados e vendidos, só dois poderiam ser entregues no prazo. E apenas na cor preta. O jeito então foi simplificar. E, para isso, Birman voltou às origens e desenhou um modelo Anabela simples: fácil de produzir e “bem feminino”. A simplicidade deu certo. O modelo foi um sucesso de vendas. Birman cumpriu sua meta de faturar R$ 1 milhão em 2000. No ano seguinte, veio o salto internacional. A marca canadense Aldo fez um pedido de 30 mil pares, durante uma feira do setor nos Estados Unidos. Com menos de dez anos à frente de seu próprio negócio, Birman comandava uma empresa de R$ 120 milhões, que exportava 60% de sua produção. E, depois de provar que sabia dirigir uma companhia de sucesso, foi convidado por seu pai a unir as empresas, atraindo capital novo. Juntos, pai e filho uniram as operações da AREZZO e da Schutz, resultando na Arezzo&Co. Anderson assumiu a presidência e Birman, já um renomado e premiado estilista de sapatos de estrelas internacionais, ficou com o segundo posto da hierarquia - e o caminho aberto para uma futura sucessão (o que aconteceria em 2013).
  

A evolução visual 
A identidade visual da marca AREZZO passou por algumas remodelações ao longo dos anos. A primeira remodelação em relação ao logotipo original ocorreu no início da década de 1990, quando uma nova tipografia de letra foi adotada. Anos mais tarde, esse logotipo foi modernizado e ganhou uma tipografia de letra mais sofisticada, acompanhando assim o novo posicionamento da marca.
  

Dados corporativos 
● Origem: Brasil 
● Fundação: 1972 
● Fundador: Anderson e Jefferson Birman 
● Sede mundial: Campo Bom, Rio Grande do Sul, Brasil 
● Proprietário da marca: Arezzo&Co 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Alexandre Café Birman 
● Faturamento: R$ 1.065 bilhões (2021) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 451 
● Presença global: 30 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Segmento: Varejo 
● Principais produtos: Calçados, bolsas, cintos e carteiras 
● Concorrentes diretos: Corello, Santa Lolla, Capodarte, Carmen Steffens, Luiza Barcelos, Zeferino, Piccadilly e Via Uno 
● Website: www.arezzo.com.br 

A marca no mundo 
Anualmente a marca AREZZO, que fatura mais de R$ 1 bilhão por ano (dado de 2021) vende mais de 10 milhões de pares de calçados (entre sandálias, botas, sapatilhas, tênis e sapatos), bolsas (mais de 900 mil unidades) e acessórios (cintos e carteiras) através de 451 lojas próprias e franqueadas distribuídas em mais de 180 cidades em todos os estados brasileiros, além de distribuidores em outros 30 países. Os produtos da marca também estão presentes em mais de 3.500 lojas multimarcas no Brasil e no exterior. Os sapatos, cintos e bolsas da AREZZO são produzidos em 90 fábricas, entre parceiras e licenciadas. A AREZZO pertence à empresa Arezzo&Co, proprietária de marcas como Schutz, Alexandre Birman, Anacapri, Alme, Reserva (roupas e acessórios), entre outras. 

Você sabia? 
Atualmente é a maior marca de varejo de calçados femininos fashion da América Latina. 
Em 2018, a marca criou o Museu Arezzo, localizado em sua sede em Campo Bom (RS), com mais de 100 mil modelos de sapatos, bolsas e acessórios catalogados. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Veja, Isto é Dinheiro, Exame, InfoMoney e Época Negócios), jornais (Valor Econômico e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 10/7/2022 

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5 comentários:

Julio Yam disse...

Te desejo sorte neste novo formato adotado para o mundo das marcas. Quarta-feira, estarei aqui para ser um dos primeiros, de muuuuuitos, desbravadores de marcas a freqüentar o portal.

Abraços.

ZANCANARO JOIAS e DESIGN disse...

Muito interessante este blog. Vou linka-lo ao meu blog, ok.
Sucesso neste novo formato de blog do mundo das marcas.

http://dz-designerdejoias.blogspot.com/

Em breve estarei postando novidades no meu blog, também.

Abraço.

LAO disse...

Utilizo seu blog como referência para meus alunos encontrarem as marcas que eles precisam trabalhar em sala de aula. É muito bom e útil!
Te desejo muito bom trabalho e continue persistindo nesse ideal!
Parabéns!
Ligia Inhan

michelle disse...

realmente muito bom o blog. Estava fazendo um trabalho sobre a Arezzo pra faculdade e me ajudou muito!

Charles disse...

Excelente conteúdo, seria melhor ainda se houvesse atualizações com maior frequência. Ainda sim, muito rico em informações :D