7.2.11

LIZ CLAIBORNE

Em vez de modelos ou celebridades magérrimas, a marca de moda feminina americana LIZ CLAIBORNE, tem há mais de três décadas como fiéis clientes mulheres reais que buscam roupas e acessórios elegantes e práticas para o dia a dia, tanto para trabalhar como para momentos casuais descontraídos.
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A história
A belga Elisabeth Claiborne Ortenberg se mudou ainda jovem para a cidade de Nova Orleans, estado americano de Louisiana. Depois de estudar artes, venceu um concurso de estilismo promovido pela tradicional revista Harper’s Bazaar e pelo estilista Jacques Heim. Ela concorreu com um modelo de casaco feminino, e como prêmio ganhou uma viagem à Europa, onde passou a desenhar moda em 1947, começando assim sua promissora carreira. Ao voltar para Nova York ela trabalhou com Tina Leser e Omar Kiam. Em 1957, se casou com Arthur Ortenberg, considerado então um promissor gênio das finanças. Em 1960 passou a criar modelos para a Youth Guild Inc. Logo, fazia parte de um grupo de estilistas que adotaram a idéia de acabar com a classificação rígida de roupas para ocasiões específicas, criando o conceito de coordenação de moda, e passava a desenhar guarda-roupas completos, que se modificavam com a inclusão de peças avulsas.
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Somente em 1976, Liz Clairborne abriu sua própria empresa tendo como sócios seu marido, Leonard Boxer e Jerome Chazen, este último um especialista em marketing. Era o nascimento da marca LIZ CLAIBORNE, que se tornou um sucesso instantâneo com seu estilo clássico e elegante, fácil de usar e de coordenar, a preços acessíveis e sempre com um toque da moda atual. A marca tinha como principal público alvo a nova geração de mulheres americanas que conquistavam seu espaço no mercado executivo de trabalho. Desde o início a marca focou suas forças na distribuição de suas roupas através das tradicionais lojas de departamento. Além disso, Liz Claiborne revolucionou o hábito de compra nas lojas de departamento. Foi a primeira a insistir que suas coleções fossem colocadas em locais privilegiados e não no departamento de vestuário. Com isso, as clientes não precisariam ir à seção de camisas e depois na de calças para combinar o vestuário. Estava tudo em um mesmo lugar, facilitando assim a montagem de combinações. Em 1978 as vendas da marca já atingiam US$ 23 milhões.
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Às roupas femininas logo se juntaram coleções masculinas (comercializada sob a marca CLAIBORNE) e uma linha completa de acessórios (introduzida em 1980), que incluía bolsas, sapatos, bijuterias e que não deixou de lado sequer um perfume próprio. Em 1981 a empresa abriu seu capital na Bolsa de Valores, e, em 1986, assistiu suas vendas alcançarem US$ 1.2 bilhões. Nessa época a LIZ CLAIBORNE era a maior produtora de roupas femininas dos Estados Unidos e um símbolo para a mulher americana independente. Depois que a fundadora e seu marido, Art Ortenberg, se aposentaram, em 1989, as vendas da marca começaram a cair lentamente. Mesmo assim, no início dos anos 90, a LIZ CLAIBORNE gerava faturamento anual de US$ 2 bilhões.
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Apesar de reinar absoluta durante mais de duas décadas a marca LIZ CLAIBORNE assistiu ao rápido declínio de suas vendas nos últimos anos. Desde que o diretor-presidente William McComb assumiu o comando, em 2006, a empresa divulgou mais de 11 trimestres consecutivos de prejuízos. Essa espiral de decadência também ocorreu depois que a recessão enfraqueceu todas as fabricantes de roupas. Mas os problemas da marca foram apressados pelos erros do executivo ao tentar rejuvenescer a marca preferida das trabalhadoras americanas da classe média e dar mais atenção as marcas jovens da empresa. A LIZ CLAIBORNE que havia crescido rapidamente oferecendo roupas elegantes para a multidão de mulheres que entraram no mercado de trabalho americano na década de 80, começou a sentir o envelhecimento de seu público, mulheres que nasceram entre 1946 e 1964, e estavam começando a se aposentar, e conseqüentemente a gastar menos com roupas.
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Em uma tentativa de atrair um público mais jovem, o executivo decidiu se concentrar nas marcas contemporâneas da empresa que tinham maior potencial, como Juicy Couture, Kate Spade, Lucky Brand e Mexx. Com isso, deixou um pouco de lado a tradicional LIZ CLAIBORNE. Mas ele cometeu uma série de erros estratégicos, como contratar por um salário exorbitante um estilista famoso, Isaac Mizrahi, ex-designer na varejista Target, e se afastar dos terninhos pelos quais a marca sempre foi conhecida.
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Recentemente, em agosto de 2010, a rede J.C. Penney lançou em todas as suas 1.100 lojas a nova coleção de roupas, acessórios e produtos para a casa da marca LIZ CLAIBORNE. Foi o maior lançamento de uma única marca na história da varejista americana. Mas embora a coleção exclusiva seja considerada uma jogada de mestre da J.C. Penney, pode marcar o capítulo final na história da LIZ CLAIBORNE como marca independente. Antes a mais vendida dentro das lojas de departamentos dos Estados Unidos, a LIZ CLAIBORNE efetivamente transferiu o controle de sua marca mais famosa para a enorme varejista americana como parte do acordo. O acerto, que determina que a empresa irá abandonar a produção e o marketing da marca, transformando-a em uma linha de produtos de massa em troca dos royalties, só foi fechado depois que a tradicional Macy’s cortou os pedidos da marca no ano passado. O acordo também concedeu a J.C. Penney o direito de comprar em cinco anos os direitos da marca LIZ CLAIBORNE nos Estados Unidos.
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A evolução visual
A identidade visual da marca LIZ CLAIBORNE passou por modificações ao longo dos anos.
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Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 1976
● Fundador: Liz Claiborne, Art Ortenberg, Leonard Boxer e Jerome Chazen
● Sede mundial: New York City, New York
● Proprietário da marca: Liz Claiborne Inc.
● Capital aberto: Não (subsidiária)
● CEO: William L. McComb
● Diretor criativo: Isaac Mizrahi
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Lojas: 93
● Presença global: 10 países
● Presença no Brasil: Não
● Funcionários:
11.500
● Segmento:
Moda
● Principais produtos:
Roupas e acessórios
● Slogan: Endless possibilities.
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A marca no mundo
Atualmente as roupas, acessórios (que incluem bolsas, carteiras, sapatos e óculos) e produtos para casa da LIZ CLAIBORNE são comercializados com exclusividade somente na rede de lojas de departamento J.C. Penney nos Estados Unidos e Porto Rico, e através de 93 outlets da marca. Além disso, a coleção mais clássica assinada por Isaac Mizrahi (denominada LIZ CLAIBORNE NEW YORK) é comercializada exclusivamente no QVC, canal de televisão especializado em vendas. Seus produtos também podem ser encontrados em pouco mais de 10 países ao redor do mundo.
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Você sabia?
Liz Claiborne morreu no dia 26 de junho de 2007, depois de dois longos e dolorosos anos tentando vencer a batalha contra um câncer abdominal.
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As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
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Última atualização em 7/2/2011

4 comentários:

Fernanda Arantes disse...

Gosto muito das roupas dessa marca, acho muito elegantes, simples e discretas. Não sabia da compra pela J.C. Penney, fico triste com isso.

Aliás, você está de parabéns! Todos os textos daqui são muito bem escritos e muito informativos!

Anônimo disse...

Foi com grande tristeza que me apercebi do desaparecimento da marca Liz Claiborne. Tentei encontrar nas lojas do Porto e até nos Estados Unidos . Usei sempre essa marca fantástica e a qual gosto tanto. Lamento que uma empresa com vestuário tão moderno, clássico e prático se deixe acabar.
Gostei muito de ler o se artigo, os meus parabéns!
Maria da Luz

Estilo Daniel Maicá disse...

Comprei recentemente um óculos da marca onde o vendedor do Free shopp me disse que a marca deixaria de ser comercializada lá. Gostei muito do produto.

Unknown disse...

Uma grande marca realmente!
Não deveria acabar!
Ainda existem bilhões de pessoas que querem desfilar por ai com a liz claiborne.