17.8.17

NET-A-PORTER


A NET-A-PORTER é muito mais que uma varejista online de moda. Trata-se de uma comunidade, uma conselheira e uma espécie de melhor amiga. A empresa gaba-se de reunir os melhores estilistas, marcas e a última moda, combinados com um editorial aguçado e uma profunda sensibilidade para as últimas tendências da moda de luxo. É uma espécie de consultor e comprador pessoal ao alcance de um clique. 

A história 
Nascida em Los Angeles e criada na cidade de Paris, a jornalista e editora de moda Natalie Sara Massenet (foto abaixo) literalmente “sacudiu” o segmento da moda de luxo com uma ideia inovadora. A moda sempre foi o mundo de Natalie, cuja mãe Barbara Jones foi modelo da grife Chanel. Inicialmente, ela trabalhou como editora de moda para o jornal Women’s Wear Daily, de Nova York, e depois para o Tatler, em Londres, construindo uma grande rede de contatos, especialmente com estilistas e executivos de grandes grifes de luxo. Ao perceber que o mordaz e impiedoso universo do jornalismo de moda não era para ela, decidiu seguir em frente. Foi então que ela percebeu que existia uma lacuna entre ver um item em uma revista de moda e de fato encontrá-lo nas lojas. Foi então que ela começou a desenvolver um site para vender roupas e acessórios de luxo. Porém havia alguns riscos para o possível arrependimento. O principal deles era que as mulheres simplesmente preferiam comprar em lojas convencionais, onde era possível ver, tocar e experimentar artigos que não eram baratos.


Mesmo assim, ela resolveu apostar em um site especializado em venda de moda feminina de alto luxo. De seu flat no bairro de Chelsea em Londres desenvolveu o projeto e angariou um investimento inicial de £830 mil, proveniente de amigos, familiares e uma investidora chamada Carmen Busquets. Os contatos de Natalie com o universo da moda foram úteis para estabelecer a lista inicial de estilistas que estariam disponíveis no site, como Anya Hindmarch e Tamara Mellon (da grife Jimmy Choo), que foram os primeiros a concordar em participar. E para despertar o interesse de consumidoras que já tinham o hábito de frequentar as melhores lojas e conheciam todo tipo de novidade, Natalie achava que o site precisava oferecer atrativos que fossem além dos produtos, como por exemplo, uma equipe de consultores de moda, que ficasse a postos até aos domingos e embalagens luxuosas (elegantes caixas pretas com laços de seda) para entregar os produtos.


Finalmente no dia 10 de junho de 2000 surgia o site NET-A-PORTER, cujo nome era um trocadilho com a expressão francesa “Prét-à-Porter” (“pronto para vestir” em português), muito popular no mundo da moda. NET-A-PORTER estreou com um formato diferente dos comércios online da época. Era uma espécie de revista em formato de site, com editoriais e matérias, onde os usuários podiam clicar para comprar os produtos de grifes consagradas e estilistas descolados. Um dos impulsos iniciais para que a NET-A-PORTER se tornasse conhecida e popular entre as consumidoras abonadas aconteceu quando a edição americana da revista Vogue declarou que o site era “a mais nova butique de luxo do mundo”. Nos anos seguintes várias outras grifes de luxo, que inicialmente tinham resistência em relação ao modelo de negócio da empresa, passaram a oferecer seus produtos na NET-A-PORTER. Inclusive algumas dessas grifes, como Stella McCartney, Yves Saint Laurent e Alexander Wang, passaram a desenvolver produtos específicos somente para vendas no site.


Em uma década, a NET-A-PORTER se transformou em uma loja que nunca fechava, sem fronteiras geográficas, que conectava e inspirava milhões de consumidores globais preocupados com estilo, oferecendo acesso para as mais renomadas grifes do mercado de luxo. Durante esse período, a empresa investiu muito dinheiro em logística e distribuição, o que possibilitou vender e entregar seus produtos em vários outros países ao redor do mundo. Além disso, ampliou a oferta de produtos com cosméticos e perfumes. Por isso, passou a ser conhecida como “Amazon de Luxo”, em virtude do seu tamanho e influência no setor. Em abril de 2010, o conglomerado suíço Richemont, que detém marcas de luxo como Cartier, Chloé e Montblanc e tinha uma participação na empresa, comprou o restante das ações de Natalie, que continuou trabalhando na NET-A-PORTER. Pouco depois, em 2011, a empresa lançou a versão masculina do site, batizada de Mr Porter.


A NET-A-PORTER continuou crescendo e, em 2013, oferecia produtos de mais de 350 marcas, atraiu mais de dois milhões de visitantes mensais e alcançou um gasto médio de £500 por cliente. Além disso, a empresa lançou sites locais na Alemanha, China e França. Em julho de 2014, o site lançou uma seção de roupas esportivas, batizada de Net-a-Sporter. Tanto sucesso começou a despertar o interesse de outras empresas. Finalmente no mês de março de 2015, o grupo italiano Yoox, que desenvolveu um modelo de negócio online baseado em revenda de itens não vendidos de grandes grifes, como Dolce & Gabbana, Giorgio Armani e Roberto Cavalli com desconto, confirmou a aquisição da londrina NET-A-PORTER por US$ 775 milhões. O negócio criou a maior varejista online de bens de luxo do mundo. Com isso, Natalie Massenet deixou a empresa que havia criado á 15 anos.


Com mais de uma década no mercado, a ideia inicial se desdobrou em outras, para atender aos homens, para vender produtos em ofertas, para ajudar o cliente a decidir a compra junto com qualquer outra pessoa que estiver online, em qualquer lugar do mundo. Tudo isso com a comodidade de receber na porta de casa peças das grifes mais desejadas do planeta. Atualmente a NET-A-PORTER oferece, de modo exclusivo, conteúdo, comércio online, aconselhamento e comunidade. Oferece até uma revista semanal online com os últimos lançamentos do site. Há também comentários de pessoas, feedbacks de clientes, observações e sugestões. Suas clientes são pobres em tempo e ricas em dinheiro. Quando elas não possuem tempo para comprar, querem os melhores produtos entregues de forma eficiente por sua fonte mais confiável. Embora o público-alvo seja o feminino, os homens também têm um papel importante para a varejista online. O “serviço de Papai Noel” da NET-A-PORTER envia emails aos homens que “assinam os cheques”, informando que suas parceiras acabaram de identificar um item desejado.


A evolução visual 
O logotipo da marca passou por pequenas alterações na tipografia de letra ao longo de sua história. Outra mudança ocorreu com a retirada do “.com” de sua identidade visual.


Dados corporativos 
● Origem: Inglaterra 
● Fundação: 10 de junho de 2000 
● Fundador: Natalie Massenet 
● Sede mundial: Londres, Inglaterra 
● Proprietário da marca: Yoox Net-A-Porter Group S.p.A. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Federico Marchetti 
● Presidente: Alison Loehnis 
● Faturamento: US$ 1.2 bilhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 170 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 2.500 
● Segmento: Comércio online 
● Principais produtos: Roupas e acessórios de luxo, joias, cosméticos e perfumes 
● Concorrentes diretos: Asos, Farfetch, Amazon e lojas de departamento de luxo 
● Ícones: As elegantes caixas pretas com laços de seda 
● Slogan: The world’s premier online luxury fashion destination. 
● Website: www.net-a-porter.com 

A marca no mundo 
Atualmente a NET-A-PORTER vende online roupas, acessórios, cosméticos, perfumes e lingeries de aproximadamente 500 grandes marcas de luxo para mais de 170 países ao redor do mundo. A marca oferece uma experiência de compra perfeita, embalagens de luxo, retornos fáceis e uma equipe de atendimento ao cliente multilingue, disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano. A empresa garante entrega rápida no mesmo dia em Londres, Nova York e Hong Kong, além de entrega em 24 horas no Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, França, Austrália e Cingapura. Com uma audiência mensal de 6 milhões de consumidores, a empresa fatura anualmente mais de US$ 1.2 bilhões. A NET-A-PORTER tem como principais concorrentes as grandes redes de lojas de departamento de luxo como Harrods, Bergdorf Goodman, Barneys New York, Galeries Lafayette, entre outras. 

Você sabia? 
Em 2009, Natalie Massenet recebeu o título de Membro da Ordem do Império Britânico (MBE) e, em 2016, foi agraciada com o título de Dame Commander of the Order of the British Empire, ambos em reconhecimento à sua contribuição à moda e à indústria de vendas a varejo do Reino Unido. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Isto é Dinheiro, Época Negócios, Elle e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 17/8/2017

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