8.10.19

ANA - ALL NIPPON AIRWAYS


A típica e atenciosa hospitalidade japonesa nos ares. Serviços de excepcional qualidade, comissários atenciosos e gentis, além de uma moderna frota, pontualidade e muita segurança em voo. Sem nenhuma surpresa, para uma companhia aérea japonesa, a ANA (All Nippon Airways) é conhecida por serviços, amenidades e comida de primeira qualidade, transportando confortavelmente milhões de passageiros pelo mundo afora. Tudo amparado pela filosofia de seu slogan “Inspiration of Japan” (em português “Inspiração do Japão”). 

A história 
Tudo começou no dia 27 de dezembro de 1952 quando Masuichi Midoro fundou a Nippon Helicopter and Aeroplane Transports Company, o que só foi possível graças à entrada em vigor do Tratado de Paz de San Francisco em abril deste ano, que finalizou oficialmente a Segunda Guerra Mundial e a ocupação americana no Japão e levou o governo do país a aprovar uma nova lei que permitia a fundação de companhias aéreas privadas, administradas pela JDAC (órgão regulador do setor de transporte aéreo no Japão). A nova companhia iniciou suas operações no mês de fevereiro de 1953 com apenas dois helicópteros e 28 funcionários. Em dezembro deste ano teve início o transporte de cargas em uma aeronave De Havilland Dove na disputada rota Tóquio-Osaka, no que foi então o primeiro voo comercial operado por um piloto japonês desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, as operações eram limitadas ao transporte de cargas, com o transporte de passageiros sendo iniciado no ano seguinte também entre Tóquio e Osaka. Nos cinco anos seguintes, a Nippon Helicopter vivenciou um período de grande sucesso, com a expansão de suas malhas aéreas de leste a oeste do país, concentrando suas atividades nas duas maiores cidades japonesas: Tóquio e Osaka. No final de 1956, a Nippon Helicopter e a Far East Airlines concordaram em se fundir dando origem à maior companhia aérea privada do Japão. Essa nova companhia aérea foi nomeada de All Nippon Airways Company, em dezembro de 1957. Pouco depois, em 1958, os uniformes da tripulação foram redesenhados e padronizados, e a ANA (como ficou conhecida a All Nippon Airways) rapidamente provou ser um forte competidor nas rotas domésticas.


A próxima década começou com um novo presidente, Kaheito Okazaki, cujo primeiro ato foi incorporar a Fujita Airways em 1963. Dois anos mais tarde, a ANA ingressou oficialmente na “Era dos Jatos”, adquirindo três aeronaves Boeing 727 para os voos charters entre as cidades de Tóquio e Sapporo. Nesta época, o Japão tinha acabado de inaugurar o famoso trem-bala entre Tóquio, Osaka e outras cidades, oferecendo uma forma alternativa e mais econômica de transporte entre as maiores cidades do país. Além disso, a economia japonesa crescia explosivamente, com o uso cada vez maior do automóvel como meio de transporte o que levou a ANA a identificar que competia não somente com as outras companhias aéreas, mas também com trens e automóveis, e a iniciar um programa de aumento não apenas do tamanho, mas também do número de aeronaves de sua frota. Foi então que a ANA começou a vislumbrar a possibilidade de iniciar operações em rotas internacionais, e formou um departamento com a tarefa específica de preparar a companhia para uma eventual estreia no mercado aéreo internacional.


O início do serviço regular internacional começou no dia 21 de fevereiro de 1971, quando a ANA operou um voo charter para Hong Kong através de um Boeing 727 em sua primeira incursão ao mercado internacional. Pouco depois, em 1973, após 20 anos de operações, atingiu a marca de 50 milhões de passageiros transportados. Ainda este ano, iniciou uma estratégia de diversificação, cujo objetivo era explorar o crescente mercado de turismo no Japão e fundou a ANA Enterprises para administrar hotéis em todo o país e aumentar a lucratividade da empresa. Em 1974, outra subsidiária foi formada: Air Nippon, companhia aérea cujo objetivo era atender destinos regionais com aeronaves menores e com isso ligar várias ilhas e cidades mais remotas à malha aérea da ANA. Nesta época, a companhia aérea já possuía a maior malha aérea doméstica do Japão, e procurava expandi-la ainda mais. Pouco depois, em 1978, a companhia aérea adicionou a sua frota os primeiros Boeing 747-200, utilizados nas rotas Tóquio-Sapporo e Tóquio-Fukuoka.


No início da década de 1980, a ANA já era a sexta maior companhia aérea do mundo, embora fosse pouco conhecida fora do Japão, com suas operações internacionais limitadas a voos charters dentro do continente asiático. Nesta época, o governo japonês preparava a desregulamentação do mercado de transporte aéreo internacional, em parte devido à pressão internacional e devido à necessidade de um maior número de voos. Finalmente a ANA conseguiu a permissão para competir nas rotas internacionais. A companhia área estava muito bem estruturada para isto e iniciou o serviço de cargas em 1985 e o transporte de passageiros no dia 3 de março de 1986, primeiramente com voos para Guam e logo depois para as cidades de Washington e Los Angeles, tornando-se a única companhia aérea a operar voos entre os Estados Unidos e as principais cidades japonesas. Essa expansão aconteceu juntamente com uma grande campanha publicitária e a mudança do logotipo da marca para a já familiar identidade visual com letras azuis na cauda de cada aeronave.


Com o firme propósito de crescer moderadamente no mercado doméstico, a ANA iniciou uma grande expansão de suas rotas internacionais, uma vez que a demanda crescia exponencialmente e os investimentos internacionais aumentavam na mesma proporção. Também para atender a esta grande demanda, a companhia aérea passou a utilizar o sistema computadorizado de reservas e emissões de cartões de embarque. Dentro deste planejamento, aumentou suas rotas gradualmente com a inauguração de voos para Beijing, Dalian, Hong Kong e Sidney 1987; para Seul em 1988; para Londres e Saipan em 1989; Paris em 1990 e Nova York em 1991. Esta expansão, embora meticulosamente planejada, demandava um enorme esforço logístico, o que levou a empresa a abrir seu capital na Bolsa de Valores de Londres e Frankfurt, em 1991, cujo objetivo era gerar fundos para a execução do plano de expansão. Treinamento e recrutamento eram tão enfatizados, que uma pesquisa com universitários na época revelou que a ANA era a empresa mais popular entre jovens recém-formados nas universidades. Nesta época, a ANA era a maior companhia aérea do Japão e a oitava maior do mundo, operando em mais de 30 cidades dentro do Japão e 19 em outros países, com aproximadamente 500 voos diários. Além disso, a tradicional revista Air Transport World nomeou a ANA como “Companhia Aérea do Ano”, pelo alto padrão de seus serviços.


Apesar do enorme sucesso, os anos de 1992 a 1994 foram financeiramente difíceis não somente para a ANA, mas para as companhias aéreas japonesas em geral, com demissões e corte de despesas e investimentos, levando, em 1994, ao anúncio de seu primeiro balanço negativo em 27 anos. Assim, desenvolveu-se um plano de recuperação, que vislumbrava um aumento de 30% nos negócios internacionais, o que levou a companhia aérea a adquirir novos Boeing 777 e Airbus A321 para atender a nova demanda deste projeto. Em setembro de 1994, iniciou voos para a Coréia do Sul, Singapura, China, Hong Kong e Austrália a partir do novo Aeroporto Internacional de Osaka. Em contra partida, o tráfego aéreo doméstico, que correspondia a ¾ do faturamento da ANA, continuava em declínio. Como reação, lançou em 1995 a “Hayawari”, que oferecia passagens aéreas mais baratas do que as tarifas do trem-bala para bilhetes adquiridos com determinada antecedência. Mesmo com as dificuldades, a ANA continuou a expandir suas operações internacionais. Em 1996, dando continuidade a sua história de inovação no setor, a ANA foi uma das primeiras companhias aéreas a introduzir assentos totalmente reclináveis (180 graus) na Primeira Classe. No final desta década, a domínio da ANA no mercado doméstico japonês estava ameaçado pela baixa demanda e competição pesada das novas companhias domésticas, o que levou a empresa a cortar rotas, reduzir o tamanho das aeronaves que operavam esses voos e diminuir em até 25% os salários dos funcionários. Este corte provocou uma greve de duas semanas dos pilotos, que custou a ANA US$ 12.5 milhões.


Em abril de 2002, a ANA celebrou os 50 anos da sua fundação e apresentou a cadeira “Easy Sleeper” e também a nova classe Economy Premium (novo nível de classe de serviço para voos de longa distância). A ANA sempre foi uma cliente fiel da Boeing e, em 2004, quando começou a renovar sua frota, encomendou 50 unidades do Boeing 787 Deamliner, em uma transação de US$ 6 bilhões, a maior encomenda de uma única companhia aérea em toda a história da Boeing. Em 2009, a ANA apresentou o novo design de suas cabines, batizado de “Inspiration of Japan”, que incluía assentos de classe executiva com cama deitada, assentos de suíte de primeira classe quase fechados, um novo sistema de entretenimento de bordo (com conectividade de iPod, compras no assento e pedidos de refeições, além de consoles com tela de toque), além de melhorias no serviço de bordo. Em 2019, a ANA recebeu seu primeiro Boeing 787-10, o maior membro da família Dreamliner. Com a chegada do novo jato de fuselagem larga, tornou-se a primeira companhia aérea na região Ásia-Pacífico a operar com todos os jatos da família 787. Toda essa rica história tornou o nome “ANA - All Nippon Airways”, uma marca que é sinônimo de qualidade e comprometimento no mundo todo. E por isso, em 2019, a ANA foi considerada a terceira melhor companhia aérea do planeta pela Skytrax World Airline Awards, considerado o Oscar da aviação mundial.


Os aviões temáticos 
A ANA tem uma moderna frota de 237 aeronaves. Além disso, é cliente de lançamento e o maior operador do Boeing 787 Dreamliner no mundo (com 36 aeronaves). Isto porque, em 2011, a empresa se tornou a primeira do mundo a receber um Boeing 787-8. A companhia aérea também ficou conhecida e popular pelas pinturas especiais e temáticas de algumas de suas aeronaves. Por exemplo, desde 1998 a ANA já possuiu 8 aeronaves (batizadas de Pokemon Jets), que coloriram os céus do mundo com desenhos do Pikachu e sua animada turma. Um destaque de todos esses jatos residia no fato de proverem aos passageiros uma experiência completa. O interior das aeronaves (entretenimento a bordo, necessaires, carrinhos de alimentos, suportes de bagagem) e o uniforme da tripulação eram customizados com temas do desenho. A companhia aérea também já decorou um Boeing 767-300 para ficar parecido com um urso panda em celebração aos 20 anos de voos para a China.


E não parou por aí. A ANA possui quatro aviões temáticos da série Star Wars com pinturas que remete às formas e cores de personagens carismáticos como C3PO, R2-D2 ou robô BB-8. Os interiores das aeronaves também receberam decoração e itens comemorativos a série, como copos, assentos e até os uniformes dos comissários de bordo alusivos a cada personagem. Além disso, em 2019, ao receber sua primeira aeronave Airbus A380 apresentou uma nova pintura com figuras de tartarugas marinhas na cor azul-clara, uma homenagem a Honolulu (no Havaí), rota em que seria utilizada. Uma segunda aeronave foi pintada com o mesmo tema na cor verde-clara, em homenagem a tartaruga-verde, conhecida como Hawaiian Green Sea Turtle ou apenas Honu. Uma terceira aeronave temática, na cor laranja, passará também a integrar a frota da ANA.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por algumas alterações ao longo dos anos, adquirindo uma grafia mais moderna e atraente, e se tornando um grande exemplo de branding. A identidade visual original, adotada em 1958, quando a companhia aérea adotou oficialmente o nome de All Nippon Airways, era redonda e utilizava as cores branco e vermelho (as mesmas da bandeira do Japão). Somente em 1982, a marca adotou a abreviatura ANA, que apareceu em seu logotipo totalmente remodelado pela primeira vez, com as tradicionais listras azul clara e escura (chamadas de Triton Blue). Esse logotipo ainda apresentava o nome da marca por extenso e também escrito em japonês. Pouco depois, em 1986, a identidade visual foi simplificada, com diminuição e novo posicionamento das listras (agora ao lado direito do nome ANA).


Em 2002, o logotipo passou a utilizar somente a palavra ANA, sem o nome por extenso escrito. Em 2010, a identidade visual ganhou o slogan “Inspiration of Japan”.


A pintura de suas aeronaves também acompanhou a evolução da identidade visual da marca. A pintura original das aeronaves utilizava uma listra de cor azul bem clara na fuselagem branca, com a cauda da mesma cor e o logotipo oval com predominância da cor vermelha. Já a pintura atual tem uma fuselagem branca e cinza, com uma faixa azul pintada sob as janelas. O logotipo da ANA e seu slogan “Inspiration of Japan” são pintados acima das janelas. A cauda é pintada de azul com a palavra ANA de lado.


Os slogans 
Inspiration of Japan. (2010) 
Excellence in Flight. 
We fly 1st. 
Japan’s best to the world. (2000) 
We do More. (1996)


Dados corporativos 
● Origem: Japão 
● Fundação: 27 de dezembro de 1952 
● Fundador: Masuichi Midoro 
● Sede mundial: Tóquio, Japão 
● Proprietário da marca: ANA Holdings Inc. 
● Capital aberto: Não 
● Chairman: Shinichiro Ito 
● CEO: Yuji Hirako 
● Faturamento: US$ 18.5 bilhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Frota: 237 aviões 
● Destinos: 195 
● Passageiros transportados: 50 milhões (estimado) 
● Hub principal: Narita e Haneda International Airport 
● Presença global: 23 países 
● Presença no Brasil: Não 
● Funcionários: 39.000 (ANA Holdings) 
● Segmento: Aviação 
● Principais produtos: Aviação comercial e cargueira 
● Concorrentes diretos: Japan Airlines, Singapore Airlines, Cathay Pacific, Thai Airways, Eva Air, Garuda Indonesia, Air New Zealand, Air India, Qantas Airways, Asiana, Airlines, Air China e China Southern Airlines 
● Slogan: Inspiration of Japan. 
● Website: www.ana.co.jp 

A marca no mundo 
Atualmente a ANA, maior companhia aérea do Japão em relação à passageiros transportados e faturamento, possui uma moderna frota de 237 aviões que voam para aproximadamente 200 destinos em 23 países (85 rotas internacionais e mais de 110 rotas domésticas), realizando 1.210 voos por dia. Transportando mais de 50 milhões de passageiros por ano, a companhia área também atua fortemente no segmento de cargas com a ANA CARGO. A companhia aérea oferece um modelo único de hub duplo que permite aos passageiros viajarem para Tóquio e se conectarem através dos dois aeroportos na região metropolitana da cidade, Narita e Haneda, a vários destinos em todo o Japão, e também oferece conexões no mesmo dia entre várias cidades da América do Norte, Ásia e China. O programa de passageiro frequente, ANA Mileage Club, possui mais de 30 milhões de membros. 

Você sabia? 
A ANA recebe a respeitada classificação de 5 estrelas todos os anos desde 2013 pela Skytrax. É a única companhia aérea japonesa a ganhar essa prestigiada designação por sete anos seguidos. Além disso, a ANA foi reconhecida pela Air Transport World como “Companhia aérea do ano” três vezes nos últimos 10 anos (2007, 2013 e 2018), tornando-se uma das poucas companhias aéreas que conquistaram este prestigiado prêmio por várias vezes. 
Desde fevereiro de 2010, a ANA oferece banheiros exclusivos para mulheres em voos internacionais. O primeiro Boeing 787 que a companhia aérea recebeu possuía bidê nos lavatórios da classe econômica e executiva. 
O anagrama de “Nippon Helicopter” deu origem ao atual código IATA da ANA: NH. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 8/10/2019

Um comentário:

Lucas Valle disse...

Faz sobre Brunello Cucinelli. É um estilista muito renomado!