8.6.06

FIRESTONE


Em todo o mundo milhões de pneus garantem a segurança de passageiros e motoristas por ruas e estradas em todos os continentes. No exato momento em que a borracha encontra o asfalto uma marca se destaca pela tradição e inovação tecnológica: FIRESTONE, muito mais que um sobrenome famoso, um sinônimo de segurança e desempenho para milhões de pessoas. 

A história 
Tudo começou quando o jovem empreendedor Harvey Samuel Firestone, ex-empregado da Columbus Buggy Works, uma empresa que fabricava carruagens, fundou no dia 3 de agosto de 1900 a Firestone Tire & Ruber Company, com um capital inicial de US$ 20 mil, implantando a primeira fábrica três anos depois na cidade de Akron, estado americano de Ohio. Inicialmente a nova fábrica produzia pneus para carruagens, contando apenas com 12 funcionários. Desde o início, Harvey se preocupou com a constante melhoria da qualidade de seus produtos. Em 1904, a empresa já produzia pneus para automóveis. A gloriosa história da FIRESTONE começou a ganhar proporções gigantescas em 1906, quando Harvey conheceu um jovem chamado Henry Ford, e lhe vendeu 2.000 pares de pneus de borracha mais sólida e durável, uma inovação preenchida a ar, para a construção dos primeiros automóveis em série do mundo, o famoso Modelo T. Desde aquele encontro, que deu mais impulso ao mercado de pneumáticos e à história do automóvel, os dois líderes da indústria americana se tornaram amigos para o resto da vida.


A FIRESTONE manteve um caráter inovador, sendo pioneira na concepção de vários produtos, como por exemplo, os pneus antiderrapantes. No ano de 1911, um automóvel utilizando pneus da FIRESTONE venceu as tradicionais 500 Milhas de Indianápolis. Era a publicidade que a marca precisava para ganhar ainda mais impulso no mercado. Quinze anos após a fundação da primeira fábrica da empresa, o número de veículos nos Estados Unidos saltou de 8 mil para 2.5 milhões, iniciando a nova era do transporte urbano e impulsionando a FIRESTONE para o sucesso. A empresa promoveu o uso dos caminhões pesados nas frotas comerciais e participou de “lobbies” que tentaram pressionar a construção de redes de auto-estradas. Um grande exemplo disso foi a campanha “Ship by truck” (em português “Transporte por caminhão”), o grande grito de guerra lançado por Harvey exigindo das autoridades a criação de uma rede de estradas melhor, e com isso, garantir o futuro da sua atividade empresarial. Depois disso, o passo seguinte foi fornecer um produto que, não só oferecesse durabilidade aos caminhões, mas também permitisse aos mesmos rodarem com maior velocidade. No ano de 1923 a marca chegou oficialmente ao Brasil, montando sua fábrica própria somente em 1939 na cidade de Santo André, região do ABC paulista.


Foi nesta década, em 1926, que a empresa inaugurou seus primeiros estabelecimentos no varejo, conhecidos como FIRESTONE COMPLETE AUTO CARE, tendo como principal objetivo não somente a venda de pneus, mas também prestar serviços relacionados à troca e ajustes dos veículos. A primeira fábrica da empresa fora da América do Norte foi inaugurada em 1928 na cidade inglesa de Brentford. Na década de 1930, a Grande Depressão atingiu violentamente a economia americana e a indústria automobilística, e consequentemente o segmento de pneus. As vendas da empresa entraram em forte declínio. Para expandir seu mercado e conter essa queda, a FIRESTONE desenvolveu o primeiro pneu de baixa pressão para tratores e iniciou uma grande campanha publicitária batizada de “Put the Farm on Rubber”. A campanha deu tão certo, que nos anos seguintes as vendas da empresa aumentaram e aos poucos foram se recuperando. No dia 7 de fevereiro de 1938 Harvey Firestone morreu aos 69 anos, em sua mansão de Miami Beach, na Flórida, mas deixou um enorme legado: uma empresa com várias fábricas espalhadas pelo mundo, muita inovação e uma marca forte e consolidada no mercado.


Durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa, além de pneus, passou a produzir também asas de avião, esteiras para tanques, caminhões antiaéreos e até tanques de oxigênio. No início da década de 1950, a FIRESTONE se tornou a maior produtora de borracha do mundo. Em 1953 as vendas da FIRESTONE alcançavam pela primeira vez a marca de US$ 1 bilhão, muito devido ao aumento da demanda por veículos importados e seus componentes após o fim da guerra. No ano seguinte reafirmou sua posição de maior produtora de borracha do mundo ao comprar as fábricas de borrachas do governo do estado de Ohio. No final desta década a empresa tinha 71 fábricas em 19 países. Em 1965, a FIRESTONE celebrou o seu 65º aniversário com um recorde de US$ 1.45 bilhões em vendas em 23 países, o maior em sua história. Nessa época a empresa produzia e comercializava 3.600 tipos e tamanhos de pneus, bem como 2.000 outros produtos nas áreas de borracha, metais, plásticos, sintéticos, têxteis e produtos químicos. A empresa mais tarde também se tornou um dos principais fornecedores de cinto de segurança do mercado americano.


No início da década de 1970, a FIRESTONE era trigésima sétima maior empresa americana e sua expansão tinha sido acelerada para segmentos que iam desde tecidos até revestimento para calçados. Mas esta década trouxe também grandes problemas para a empresa. Isto porque, no dia 17 de outubro de 1973, os países árabes começaram um embargo de petróleo contra os Estados Unidos em uma tentativa de aumentar os preços, um claro boicote ao apoio do país à Israel. O embargo trouxe uma série de consequências que impactaram, não somente a FIRESTONE, como outros fabricantes de pneus nos próximos anos. Afinal, as pessoas começaram a dirigir menos e não ir tão longe, devido ao preço da gasolina. Em consequência da grave crise, em 1975, apesar de anos de sucesso, a marca anunciou sua retirada oficial do automobilismo. Em 1983 adquiriu 300 lojas de serviços automotivos da rede de departamento J.C. Penney, na mais ambiciosa investida da empresa, visando diversificar suas atividades no ramo de varejo.


A união com a Bridgestone aconteceu em 1988, quando a empresa sediada no Japão adquiriu a FIRESTONE, então a segunda maior produtora de pneus dos Estados Unidos, por US$ 2.6 bilhões. A partir de então os pneus FIRESTONE passaram a serem comercializados somente nas Américas. Em seguida, a Bridgestone anunciou um plano de investimentos da ordem de US$ 1.5 bilhões nas operações da empresa americana e, um ano depois, surgia oficialmente a Bridgestone Americas Holding, que incorporou as operações da Bridgestone e da FIRESTONE nas Américas. Com isso, a FIRESTONE voltou às competições esportivas, lançou novos produtos, campanhas publicitárias e ganhou participação de mercado. Um de seus mais recentes lançamento é o pneu Destination M/T, com apelo MUD Terrain (100% off-road), que chegou para atender o segmento de caminhonetes e jipes. Suas características foram desenvolvidas para proporcionar segurança e superior desempenho em terrenos agressivos com lama e barro, perfeito para quem pratica esportes fora-de-estrada.


A linha do tempo 
1908 
Lançamento dos primeiros pneus antiderrapante. 
1922 
Lançamento do primeiro pneu de baixa pressão da indústria. 
1942 
Iniciou a produção de borracha sintética. 
1951 
Lançamento dos pneus “tubeless”, ou seja sem câmaras de ar. 
Lançamento do FIRESTONE 500, pneu com câmara em náilon para alta velocidade. 
1954 
Lançamento dos primeiros pneus com câmeras para tratores e aviões. 
1964 
Lançamento do primeiro pneu radial na América do Norte. Batizado de “Shape of the Future”, o pneu foi prontamente aceita por fabricantes de automóveis como equipamento original. 
1979 
Lançamento de um pneu com tecnologia que reduzia o consumo do veículo devido às qualidades dos pneus. 
1996 
Introdução da tecnologia UNI-T, que proporcionava mais aderência em terrenos molhados sem sacrificar a vida útil do pneu.


A ligação com o automobilismo 
Os pneus FIRESTONE fizeram sua primeira aparição no automobilismo em 1909, tempo em que os carros ainda eram novidade. Harvey Firestone foi um dos primeiros a perceber o potencial dos carros de corrida como um meio para promover e testar seus produtos. Ele obteve bons resultados usando pneus de borracha em carroças puxadas por cavalos e sabia que corridas automobilísticas ofereceriam muitos benefícios para a sua fábrica de pneus. A FIRESTONE saboreou o momento em que o público curioso foi à Indianápolis para testemunhar um grupo de carros que competiam na primeira corrida das 300 milhas. Durante esta prova, Barney Oldfield foi capaz de chegar a 60 quilômetros por hora com seu carro equipado com pneus FIRESTONE. Durante uma conversa informal após o término da corrida, disse ao grupo de espectadores: “Meu único seguro de vida são os pneus Firestone”. O comentário de Oldfield foi provavelmente o primeiro produto recomendado por um piloto de carro de corrida. Depois de vencer a corrida em 1909, Oldfield passou a fazer parte da equipe FIRESTONE e visitou inúmeros autódromos no país, impressionando os fãs com seus feitos de velocidade. Seu carro foi equipado com pneus FIRESTONE que não “patinavam” e era estampado com sua famosa frase. Na época, Barney Oldfield era nacionalmente famoso e seu apoio aos pneus da marca forneceu uma excelente visibilidade e popularidade que ajudou a vender os pneus.


Dois anos mais tarde, os melhores pilotos do mundo reuniram-se para a sessão de abertura das 500 Milhas de Indianápolis. Ray Harroun, pilotando um “Marmon Wasp” amarelo equipado com pneus FIRESTONE, foi o primeiro a cruzar a linha de chegada depois de uma competição que durou seis horas e 42 minutos. Essa vitória em 1911 deu a Harroun um lugar nos livros de história e formou a base para o sucesso da FIRESTONE no famoso “Brickyard” (apelido da pista de Indianápolis). Os primeiros pneus de competições de corrida não são os que conhecemos hoje em dia. Para provar a durabilidade e qualidade do produto, os primeiros pneus de corrida FIRESTONE eram na verdade os mesmos que eram vendidos para o uso diário na rua e estrada. O público apreciou a forma como se comportaram os pneus da marca nas pistas e queriam comprá-los para seus veículos. O velho ditado “vencer no domingo, vender na segunda-feira” tornou-se uma realidade comercial para a marca americana. A FIRESTONE figurou em muitas categorias de automobilismo, como NASCAR, Formula 1, CART, arrancadas (“drag racing”) e monster trucks, para citar algumas. Equipado com pneus FIRESTONE, pilotos ganharam o recorde admirável de 568 corridas da Winston Cup que começou a partir da primeira corrida em Charlotte, Carolina do Norte em 1949. Até o final da temporada em 2001, o número de corridas vencidas por pilotos em carros equipados com pneus FIRESTONE atingiu a marca de 624 corridas. A marca ficou longe das pistas por um tempo até seu retorno triunfal em 1995, após 20 anos de ausência em corridas da Indy e Champ. A partir deste retorno, os pilotos equipados com pneus FIRESTONE ganharam cinco campeonatos IRL (Indy Racing League) e seis títulos na CART (Championship Auto Racing Teams). Em maio de 2001, o piloto brasileiro Helio Castroneves passou a ocupar um lugar na lista dos 52 vencedores de Indianápolis, equipados com pneus da marca. Nenhuma outra marca de pneus chegou perto desse recorde, mesmo somando todos os triunfos dos concorrentes. Com o reaparecimento da marca nos eventos automobilísticos, fãs do esporte compreendem a grande visão de Harvey Firestone através de declarações que ele fez há muitos anos: “Esta é uma era de velocidade. O homem moderno exige cada vez mais velocidade. Os gênios do mundo automobilístico competem uns com os outros para produzir maravilhosos mecanismos que viajam mais rápido, com uma segurança compatível”. A FIRESTONE tem o orgulho de continuar seu legado de sucesso no automobilismo, que começou em Indianápolis há mais de dez décadas. E hoje é patrocinadora oficial da Fórmula Indy, categoria na qual a marca é a maior vencedora da história na tradicional prova das 500 milhas de Indianápolis com 66 vitórias (até 2015).


O divórcio 
Dois colossos americanos, a FIRESTONE e a FORD, tinham uma relação de fazer inveja a qualquer empresa. Harvey Firestone e Henry Ford eram tão amigos que os pneus de um equiparam os carros do outro por mais de 90 anos. Com outro inventor, Thomas Edison, formavam um trio de amigos amantes da natureza famoso em todos os Estados Unidos ao longo das décadas de 1920 e 1930. E a relação transcendeu a esfera dos negócios: William Clay Ford Jr., atual chairman da montadora americana, é bisneto de Henry Ford e também de Harvey Firestone. Como isto? Em 1947, o pai de Ford Jr. casou-se com Martha Firestone em uma cerimônia que parecia selar para sempre o compromisso entre as duas empresas. Apenas parecia. O divórcio começou em 1991, quando acidentes envolvendo os pneus da FIRESTONE que equipavam os utilitários esportivos Ford Explorer começaram. Durante quase uma década, a Ford e a FIRESTONE colecionaram uma enxurrada de reclamações e ações judiciais. Foram mais de 100 processos contra as duas empresas e muito dinheiro perdido. A imagem das empresas ficou ainda mais arranhada com as 174 mortes provocadas por acidentes com o utilitário Explorer, que obrigaram a Ford operar um enorme recall de 14.4 milhões de pneus defeituosos que equipavam o modelo. Não demorou muito para a montadora divulgar uma nota informando que as falhas não tinham relação alguma com o automóvel em si. No texto, a Ford fazia uma acusação gravíssima, afirmando que a FIRESTONE conhecia o defeito do pneu havia três anos. Com a relação e as imagens totalmente abaladas, coube a William Clay Ford Jr., em 2001, anunciar o rompimento de uma das parcerias mais duradouras no mundo dos negócios.


Propagandas que fizeram história 
A FIRESTONE se tornou extremamente popular nas décadas de 1960 e 1970 com uma campanha que tinha o famoso jingle chamado “Where the Rubber Meets the Road” (em português, “Onde a borracha encontra o asfalto”), especialmente veiculado em transmissões esportivas: 

Wherever wheels are rolling, 
No matter what the load, 
The name that's known is Firestone 
Where the rubber meets the road.


A evolução visual 
A identidade visual da marca foi evoluindo ao longo dos tempos. Após adotar oficialmente a cor vermelha, o logotipo da marca passou por pequenas atualizações em relação à tipografia de letra. Além disso, um retângulo estilizado passou a fazer parte do logotipo. O atual logotipo da marca tem uma tipografia de letra levemente alterada.


O tradicional símbolo do F dentro de um triângulo também passou por remodelações ao longo dos anos.


Os slogans 
Whatever you drive, drive a Firestone. (2012) 
Together. (2012) 
A tradition of innovation. (2006) 
The experience you want. (2006) 
We knows our roads. (2004) 
Nobody covers you better. 
Drive with confidence. 
Tyres. What we do best. 
Where the rubber meets the road. (década de 1960)
Better rubber from start to finish. (1957)
The mark of quality. (1950) 
Freedom to drive. (Europa, 2015) 
Deixe um Firestone te levar. (Brasil, 2013) 
Uma tradição em inovação. (Brasil) 
A vida roda melhor num Firestone. (Brasil)


Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: 3 de agosto de 1900 
● Fundador: Harvey Samuel Firestone 
● Sede mundial: Nashville, Tennessee, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Bridgestone Corporation 
● Capital aberto: Não (subsidiária) 
● CEO: Gary Garfield 
● Faturamento: US$ 2.8 bilhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 20 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 55.000 
● Segmento: Pneumático 
● Principais produtos: Pneus para carros, tratores e caminhões 
● Concorrentes diretos: Goodyear, Michelin, Continental, Dunlop, Toyo, Yokohama, BFGoodrich e Pirelli 
● Slogan: Whatever you drive, drive a Firestone. 
● Website: www.firestone.com.br 

A marca no mundo 
Atualmente a marca FIRESTONE pertence à Bridgestone, maior produtora de pneus do mundo, que comercializa mais de 8 mil tipos de pneus, dos mais variados modelos e tamanhos, para carros de passeio, veículos comerciais leves, caminhões, ônibus, tratores e motocicletas. A marca está presente em importantes mercados mundiais como Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina, Colômbia, México e Chile. A evolução tecnológica da FIRESTONE tem o respaldo de centros técnicos de excelência, instalados em pontos estratégicos: Brasil, Estados Unidos, Itália, Japão e China. A FIRESTONE possui na América mais de 12 mil pontos de vendas que incluem lojas especializadas, revendedores autorizados e lojas próprias. 

Você sabia? 
A FIRESTONE tem forte presença nos Estados Unidos e Canadá com a produção de pneus para máquinas agrícolas. Essa divisão, chamada FIRESTONE FARM TIRES, utiliza o slogan “The leader in the field”
Seguindo sua história de inovação a FIRESTONE forneceu os primeiros pneus slick para as equipes Lotus e March disputarem o GP de Mônaco de F1 no ano de 1971. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Exame e Isto é Dinheiro), jornais (Meio Mensagem e Valor Econômico), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 20/4/2016

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