Um verdadeiro gigante global. Atuação em cinco continentes com presença em 37 países. Faturamento superior a R$ 103 bilhões. Mais de 200 mil empregos gerados. Valor de mercado que supera os US$ 90 bilhões. Segunda maior mineradora do mundo. Esses são dados escritos sobre linhas de ouro, ou melhor, de níquel, ferro, alumínio, cobre, manganês e outras 40 espécies de metais e minerais, da VALE, uma empresa presente no seu dia a dia muito mais do que você possa pensar. Afinal, de telefones celulares a aviões, de estruturas de prédios a moedas, os minérios são ingredientes para diversos itens indispensáveis para o seu dia a dia.
A história
A história da VALE, conhecida até pouco tempo atrás como Companhia Vale do Rio Doce, está intimamente ligada à construção da estrada de ferro Vitória-Minas, durante a qual os engenheiros ingleses envolvidos em seu projeto tomaram conhecimento da existência de uma grande reserva de minério de ferro naquela região. Vários grupos de investidores internacionais adquiriram extensas glebas de terra próximas à cidade de Itabira e, em 1909, se uniram para fundar o Brazilian Hematite Syndicate, um sindicato que visava explorá-las. Em 1910, durante o XI Congresso Geológico e Mineralógico, realizado em Estocolmo, na Suécia, essas reservas foram estimadas em 2 bilhões de toneladas métricas. No ano seguinte o empresário americano Percival Farquhar adquiriu todas as ações do Brazilian Hematite Syndicate e mudou seu nome para Itabira Iron Ore Company. O empresário fez planos para que nova empresa exportasse 10 milhões de toneladas anuais de minério de ferro para os Estados Unidos, utilizando navios pertencentes a seu sindicato que, no retorno, trariam carvão ao Brasil, tornando assim o frete mais econômico. Mas o empresário não obteve sucesso em sua empreitada. Embora pudesse contar com a simpatia do Presidente do Brasil, Epitácio Pessoa, que lhe deu uma concessão conhecida como Contrato de Itabira de 1920, ele encontrou ferozes opositores a seu projeto, dentre eles o presidente do estado de Minas Gerais (então quase autônomo), Artur Bernardes, que depois se elegeria presidente da república.
Décadas de debates acalorados se seguiram, o país praticamente dividido entre os adeptos das duas posições, e o projeto de Farquhar não saía da prancheta. Esse plano foi inviabilizado quando Getúlio Vargas assumiu o poder, à frente da revolução de 1930, e encampou as reservas de ferro que pertenciam a Farquhar, criando com elas, através do decreto-lei nº 4.352, em 1 de junho de 1942, a Companhia Vale do Rio Doce S. A., como uma empresa estatal, para o qual obteve o beneplácito dos Estados Unidos e da Inglaterra num tratado chamado de Acordos de Washington, que possibilitaram a industrialização do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.
Após sua fundação, a VALE conseguiu ir, pouco a pouco, expandindo sua produção de minério de ferro, mas de forma ainda muito lenta. O Brasil tinha grandes reservas do mineral, mas a demanda era reduzida. A empresa vivia praticamente só para fornecer matéria prima para as siderúrgicas nacionais, sendo a maior delas, então, a Companhia Siderúrgica Nacional. No final dos anos 50, a VALE era uma empresa acanhada que extraia de 3 a 4 milhões de toneladas/ano, menos da metade do planejado por Farquhar em 1920. Isso representava um faturamento pequeno, dado o baixo valor econômico do mineral bruto. Em 1961 entrou em cena seu novo presidente, Eliezer Batista, “o engenheiro ferroviário que ligou a VALE ao resto do mundo”. Percebendo a necessidade dos japoneses de expandir seu parque siderúrgico, extremamente danificado durante a Segunda Guerra Mundial, o pai de Eike Batista, criou o conceito de distância econômica, o que permitiu à empresa entregar minério de ferro ao Japão a preços competitivos com o das minas da Austrália, através do Porto de Tubarão. Foram assinados, em 1962, contratos de exportação, válidos por 15 anos, com 11 siderúrgicas japonesas, num total de 5 milhões de toneladas/ano - quase que dobrando a produção da VALE. Com a criação da DOCENAVE, empresa de navegação da VALE, em 1962, e com a inauguração do Porto de Tubarão, em 1966, a empresa ingressou em uma nova fase - de crescimento vertiginoso - com sua produção passando de 10 milhões de toneladas em 1966 para 18 milhões em 1970 e atingindo a incrível marca de 56 milhões de toneladas em 1974, ano em que a então estatal assumiu a liderança mundial na exportação de minério de ferro, a qual nunca mais perdeu.
Em 1979, quando tomou posse como presidente da república, o general João Batista Figueiredo trouxe Eliezer Batista de volta à presidência da empresa. Ele estava, desde o golpe militar de 1964, em uma espécie de “exílio branco” na Europa, por ter sido ministro de João Goulart. Após duras e complexas negociações, ele conseguiu tornar a VALE, (que era minoritária, com uma participação de 49.75%), a sócia majoritária do complexo de Carajás que fora descoberto na década de 1970 pela U.S. Steel. Situado na Serra dos Carajás, era uma grande província mineralógica que continha a maior reserva mundial de minério de ferro de alto teor, além de grandes reservas de manganês, cobre, ouro e minérios raros. Para a realização desse projeto foi criada uma grande infraestrutura, que incluía a Usina hidrelétrica de Tucuruí, uma das maiores do mundo, a Estrada de Ferro Carajás-Itaqui e o Porto de Ponta da Madeira, localizado em Itaqui (Maranhão).
O projeto Grande Carajás entrou em operação em 1985, o que permitiu a VALE bater novo recorde na extração de minério de ferro, em 1989, com 108 milhões de toneladas métricas. A empresa foi privatizada em maio de 1997 durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, por R$ 3.3 bilhões, valor próximo do que atualmente a empresa lucra em um único mês. Nesta época a VALE produzia 114 milhões de toneladas/ano. Logo após a privatização, entretanto, os lucros da empresa aumentaram consideravelmente. No início do novo século a empresa começou uma feroz “corrida as compras”, adquirindo a Socoimex por US$ 5 milhões em 2000, a Feterco por US$ 523 milhões, a MBR por US$ 25 milhões e a Samitri por US$ 710 milhões em 2001; a CAEMI por US$ 426 milhões em 2003; a Rio Verde por US$ 47 milhões; em outubro de 2006 a canadense Inco por US$ 18.9 bilhões, tornando-se a segunda maior empresa de mineração do mundo, atrás somente da anglo-australiana BHP Billiton; e em fevereiro de 2007 adquiriu a mineradora de carvão australiana AMCI Holdings, por US$ 835 milhões. Em 2009 a CVRD mudou oficialmente de nome para VALE S.A. Atualmente, pressionada pela crise econômica europeia e a queda da demanda na China, a mineradora brasileira foca suas ações no Brasil, onde investirá R$ 40 bilhões até 2016.
Fatos importantes
1953
● Primeiro embarque de minério de ferro para o Japão.
● Utiliza pela primeira vez um navio brasileiro, o Siderúrgica Nove, no carregamento de minério para os Estados Unidos.
1960
● Criação da Companhia Siderúrgica Vatu, primeira subsidiária da VALE para o beneficiamento de minérios, fabricação e comercialização de ferro-esponja.
1962
● Assinados contratos de longo prazo com siderúrgicas japonesas e usinas alemãs.
1971
● Em 7 de julho, é fundada a Rio Doce Geologia e Mineração S.A. (Docegeo), subsidiária integral da VALE, com o objetivo de realizar pesquisas e lavra de minério.
1974
● Se torna a maior exportadora de minério de ferro do mundo, detentora de 16% do mercado transoceânico do minério.
1982
● Com o início das operações da Valesul Alumínio S.A., no Rio de Janeiro (RJ), ingressa no segmento de alumínio e contribui para reduzir as importações brasileiras do metal.
1988
● Elimina o uso de carvão vegetal de florestas nativas e alcança autosuficiência do material a partir de florestas plantadas.
2001
● Entra em consórcio para construir e operar duas usinas hidrelétricas em Minas Gerais: Capim Branco I e II.
2004
● Inaugurada em 2 de julho a mina do Sossego, a primeira mina de cobre do Brasil, no Pará. O projeto, realizado em tempo recorde, teve 73% de sua mão de obra local.
2006
● Inaugura em 5 de maio o Trem da Vale, restabelecendo o percurso ferroviário entre Ouro Preto e Mariana (MG).
● Inaugura em 10 de maio a Usina Hidrelétrica Eliezer Batista, em Aimorés, Minas Gerais.
A evolução visual
No final de novembro de 2007 a empresa anunciou uma completa reformulação em sua identidade visual. As mudanças em sua marca centraram o foco no nome pelo qual o grupo era mais conhecido no mercado: VALE. As iniciais CVRD, que faziam parte da logomarca da empresa, cederam lugar à nova marca em todos os produtos ou materiais de divulgação da empresa. O novo logotipo, criado pela empresa americana Lippincott Mercer, tem como destaque a letra V, com relevo em forma de coração em verde e amarelo. Com a mudança da marca, a empresa buscava consolidar sua imagem de empresa brasileira com atuação global, cuja força, simplicidade e sonoridade do nome “Vale”, seria mais facilmente usado em oito idiomas. A internacionalização da VALE, reforçada após a compra da mineradora canadense Inco, teve forte peso no processo de troca da marca.
Os slogans
Não existe futuro sem mineração. Não existe mineração sem pensar no futuro das pessoas.
Vale: uma empresa cada vez mais verde. E amarela. (2009)
Dados corporativos
● Origem: Brasil
● Fundação: 1 de junho de 1942
● Fundador: Governo Getúlio Vargas
● Sede mundial: Rio de Janeiro, Brasil
● Proprietário da marca: Vale S.A.
● Capital aberto: Sim
● Presidente do conselho: Dan Conrado
● CEO: Murilo Ferreira
● Faturamento: R$ 103.1 bilhões (2011)
● Lucro: R$ 37.8 bilhões (2011)
● Valor de mercado: US$ 91.7 bilhões (novembro/2012)
● Valor da marca: R$ 2.656 bilhões (2011)
● Presença global: 37 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 200.000
● Segmento: Mineração, logística e energia
● Principais produtos: Extração, beneficiamento e comércio de minérios, transporte ferroviário e operação portuária
● Concorrentes diretos: BHP Billiton e da Rio Tinto
● Slogan: Não existe futuro sem mineração. Não existe mineração sem pensar no futuro das pessoas.
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca VALE está avaliada em R$ 2.656 bilhões, ocupando a posição de número 8 no ranking das marcas mais valiosas do Brasil.
A marca no mundo
A VALE está presente em 13 estados brasileiros, além de forte presença na América do Sul, Europa, Ásia, Oceania América do Norte e África, empregando aproximadamente 200 mil pessoas (entre profissionais próprios e terceirizados), extraindo minérios em 37 países e respondendo por uma enorme parcela nas exportações brasileiras. A VALE produz e comercializa minério de ferro, pelotas, níquel, concentrado de cobre, carvão, bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês e ferroligas. Do total da venda de minério, a China fica com a maior fatia individual, 31.6%, seguida da Europa e do Brasil, com 19% cada. Sempre com foco no crescimento e diversificação das atividades em mineração, investe em pesquisa mineral e tecnologias voltadas para a melhoria contínua das atividades nos cinco continentes. A empresa possui ainda mais de 10 mil quilômetros de malha ferroviária e 9 terminais portuários próprios. Em 2011 a VALE teve um desempenho financeiro extraordinário, o melhor de todos os tempos. Bateu vários recordes (entre os quais um lucro de R$ 37.8 bilhões), a despeito de um ambiente econômico desafiador. A empresa também informou que os investimentos somaram US$ 18 bilhões, em uma conta que exclui o gasto com aquisições. A VALE gastou ainda US$ 1.4 bilhões com a execução de projetos e pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Você sabia?
● Com a missão de transformar recursos minerais em prosperidade e desenvolvimento sustentável, a VALE é a segunda maior mineradora no mundo, líder na produção de minério de ferro e segunda maior produtora de níquel.
● O Vale Minas Gerais é o maior mineraleiro do mundo. A embarcação faz parte de uma frota de navios Valemax, uma estratégia da empresa para reduzir a distância entre o Brasil e Ásia. Ao final de 2013, serão 35 navios com capacidade de 400 mil toneladas disponíveis para realizar o transporte de minério de ferro - 19 próprios e 16 fretados pela VALE em contratos de longo prazo.
● Em 70 anos a empresa produziu 5 bilhões de toneladas métricas de minério de ferro, montando que daria para construir 375.000 Torres Eiffel.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Isto é Dinheiro, Época Negócios, Newsweek, BusinessWeek e Time), jornais (Valor Econômico), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 23/11/2012
orgulho de ter uma empresa assim tão grandiosa no meu país!
ResponderExcluirTenho muito orgulho de ter a empresa no nosso PAÍS,e me orgulho mais de estar fazendo parte da historia da VALE.
ResponderExcluir