21.6.10

VALRHONA


Quem pensa que é na Suíça ou na Bélgica que “o melhor chocolate do mundo” é produzido pode estar totalmente enganado. É em território francês que a tradicional grife VALRHONA (pronuncia-se Valrrôna) fabrica, há mais de 90 anos, um produto consagrado internacionalmente. A fórmula desse sucesso é simples: sem a mistura de ingredientes químicos e a adição de açúcar, uma sofisticada linha de chocolates amargos – batizada de grand crus premium - nasce a partir da torrefação, da moagem e do processamento do mais puro e nobre cacau cultivado no mundo. Por sua atenção aos detalhes e seu capricho em todo processo de produção, degustar os chocolates da marca francesa se tornou sinônimo de luxo, um mimo exclusivo para pessoas que podem apreciar um dos melhores chocolates do mundo.

A história
Tudo começou em 1922 quando o confeiteiro Albéric Guironnet, confesso apaixonado pela profissão e também por chocolate, resolveu fundar uma pequena empresa produtora de chocolates na pequena vila de Tain L’Hermitage, localizada ao sul de Lyon e encravada no deslumbrante Vale do Rhône. O pequeno negócio, batizado inicialmente de La Chocolaterie de Vivarais, ganhou oficialmente o nome VALRHONA somente em 1947, uma clara homenagem ao seu local de origem, o Vale do Rhône. A constante busca pela excelência, o que incluía a produção a partir das melhores espécies de cacau do mundo, somada à criatividade, resultou em um chocolate de sabor, aroma e textura diferenciados, tornando o produto base ideal para a criação de pratos doces e, curiosamente, salgados.


A proposta exclusiva e ousada da fabricante francesa conquistou, desde então, uma legião de renomados chefs e pâtissiers como Jean Paul Hevin, Michel Chaudun, Pierre Marcolini, Pierre Hermé, que atribuíram à marca versatilidade e prestigiado reconhecimento. Mas, o verdadeiro reconhecido mundialmente começou a partir de 1984 com o lançamento do revolucionário Guanaja, um chocolate excepcional feito com 70% de cacau. Neste mesmo ano a marca francesa foi adquirida pela Soparind Bongrain, mais conhecida pela fabricação e comercialização de queijos.


Fabricados para atender, primeiramente, ao universo dos restaurantes e das pâtisseries, os produtos da marca francesa, durante anos e anos, sempre foram de difícil acesso ao consumidor final. Degustar uma destas saborosas iguarias, valorizadas por seus aromas e sabores exuberantes, somente era possível na simpática lojinha de fábrica, localizada em Tain L’Hermitage. Somente a partir de 1986, quando a marca francesa criou uma linha de produtos (tabletes e bombons) direcionados para o consumidor final é que os amantes do melhor chocolate puderam deliciar com mais facilidade essa verdadeira iguaria derivada do cacau.


Nos anos seguintes, para cativar ainda mais os amantes de um bom chocolate, a marca ampliou suas linhas de produtos, reformulou as embalagens dos tabletes, criou sofisticadas caixinhas de presentes e até lançou ovos de Páscoa. Somente a partir do ano 2000, a VALRHONA iniciou a abertura de pontos de vendas (luxuosos quiosques) estrategicamente localizados em renomadas lojas de departamentos, como por exemplo, a Galeries Lafayette ou a Printemps, em aeroportos e em sofisticadas lojas do segmento.


Em 2010, a marca francesa desembarcou no Brasil, primeiro com a instalação de um quiosque no Shopping Iguatemi, e pouco depois com a inauguração de um conceito inédito em sua história: a primeira VALRHONA CHOCOLAT et LOUNGE, uma loja-conceito localizada em um casarão na Alameda Lorena, no coração dos Jardins em São Paulo. A nova loja propunha a harmonização de seus chocolates, expostos como em uma joalheria, com cafés, chás, vinhos e sobremesas exclusivas, trazendo ao público novos conceitos de sabor e novas maneiras de apreciar um bom chocolate como o Abinao, feito com 85% de cacau africano; pedaços de laranja cristalizada cobertos com chocolate amargo 59%; e barrinhas de Manjari, feitas com 64% de cacau de Madagascar com notas de frutas vermelhas. Além disso, é possível saborear a exclusiva linha de 25 tipos de bombons vendidos a granel com sabores delicados e surpreendentes, como musse de pêra, limão, grapefruit e tiramissú, ou recheados com frutas, nozes ou frutas secas. O fechamento da loja em meados de 2012, devido a um desacordo comercial com o parceiro local, não representou a saída da marca do país. Isso porque a empresa fazia a distribuição diretamente para as docerias e restaurantes, que representa 75% do faturamento do negócio no Brasil.


A VALRHONA é uma das raras empresas do mundo que produz chocolate vintage, introduzido pela primeira vez na década de 1980 e feito a partir de grãos de cacau de uma única produção anual e de uma plantação específica. Atualmente a tradicional marca francesa oferece três opções de chocolates vintage: Ampamakia (Madagáscar), Gran Couva (Trinidad e Tobago) e Palmira (Venezuela). Do sul da Bahia, com grãos da variedade Forastero, a VALRHONA produz o Macaé Pur Brésil, com 62% de cacau. Apesar de ser novo no mercado (lançado em 2009) essa delícia já conquistou a Europa, Estados Unidos e Japão e passou pelo crivo de pâtissiers renomados. Além disso, a cada ano, a VALRHONA cria novos chocolates e couvertures (um tipo de chocolate que contém ao menos 32% de manteiga de cacau), que são seus principais produtos destinados para a indústria profissional. Um dos maiores sucessos da marca é a Initiation Grand Crus, uma pequena caixinha de degustação que vem recheada com pequeninas barrinhas de seis tipos de chocolates aromáticos que provocam incríveis sensações.


A escola
Desde 1988 a empresa mantém em sua sede na pequena cidade de Tain L’Hermitage a École du Grand Chocolat Valrhona, uma escola para profissionais, especialmente chefes de cozinha e confeiteiros, centrada no ensino da culinária e doçaria com a utilização de chocolate. Dirigida atualmente pelo renomado chef francês Frédéric Bau, todos os anos a escola acolhe entre 700 a 800 profissionais, que tem seu tempo em sala de aula dividido em jornadas, cursando disciplinas que vão desde a criação de simples cookies até a história do chocolate. Desde 2003, a escola abre suas portas ao público de quinta a sábado. Recentemente a escola inaugurou duas novas unidades, localizadas em Marselha (França) e Tóquio (Japão), esta última em funcionamento desde 2007.


A evolução visual
A identidade visual da marca passou por algumas alterações ao longo dos anos. Em 1992 a marca apresentou seu novo logotipo, que recentemente recebeu uma atualização.


Dados corporativos
● Origem: França
● Fundação: 1922
● Fundador: Albéric Guironnet
● Sede mundial: Tain L’Hermitage, França
● Proprietário da marca: Bongrain S.A.
● Capital aberto: Não
● CEO: Jean Luc Grisot
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Lojas: 30 (incluindo quiosques)
● Presença global: + 60 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 700
● Segmento: Chocolates de luxo
● Principais produtos: Chocolates, bombons e trufas
● Concorrentes diretos: Barry Callebaut, Michel Cluizel, Pralus e Pierre Marcolini
● Slogan: Aux Sources Du Grand Chocolat.
● Website: www.valrhona.com

A marca no mundo
Atualmente a VALRHONA registra em números o processamento anual de sete mil toneladas de chocolates, que abastecem mais de 20 mil clientes (hotéis, confeitarias e restaurantes) em 60 países ao redor do mundo. Além disso, os deliciosos chocolates da marca (com porcentagens de cacau que variam de 33% a 85%) são comercializados através de 30 pontos de venda (quiosques e lojas próprias) e nas mais sofisticadas lojas do segmento. Os chocolates são desenvolvidos com as melhores espécies de cacau do mundo e processados somente na fábrica francesa. Os produtos são feitos com matéria-prima cultivada em fazendas localizadas em 12 países como Venezuela, Madagascar, Trinidad e Tobago, Equador e República Dominicana. Essas fazendas recebem orientações de técnicos da própria VALRHONA, que acompanhem todo o processo de plantio, desenvolvimento, colheita, secagem, seleção, estocagem e transporte até a fábrica na França para o processamento.

Você sabia?
Para o mercado brasileiro, os produtos da marca francesa são importados em navios e aviões refrigerados.


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Isto é Dinheiro, BusinessWeek e Fortune), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas).

Última atualização em 8/5/2013

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