PAN CHOCOLATE

A Chocolate Pan, durante mais de oito décadas, ensinou gerações e gerações de brasileiros a saborearem deliciosos chocolates de uma forma divertida e gostosa, transformando em momentos inesquecíveis a degustação desta iguaria. Afinal, como esquecer os famosos cigarrinhos de chocolate, as moedinhas embrulhadas em papel-alumínio dourado, dos chocolates em forma de lápis ou os irresistíveis pães de mel. 

A história 

Tudo começou em São Caetano do Sul, na região do ABC paulista na década de 1930, quando Aldo Aliberti, um engenheiro químico formado na cidade italiana de Turim, convidou seu cunhado Oswaldo Falchero, um engenheiro eletricista, para construir uma fábrica de chocolates, balas e confeitos. Sua ambiciosa intenção era competir com marcas tradicionais da época como Gardano, Lacta (saiba mais aqui), Dizioli, Rocco, Falchi e Garoto (conheça essa história aqui). O primeiro passo foi a compra de um terreno de 4.000 m², na Rua Maranhão em São Caetano do Sul. Finalmente, no ano de 1935, os dois fundaram a Pan, abreviação para Produtos Alimentícios Nacionais. O que marcou a Chocolate Pan, foi a forma de seu lançamento no mercado: Aliberti e Falchero colocaram um anúncio em um jornal de grande circulação da época, que no dia 12 de dezembro de 1935, um foguete seria lançado para a Lua. Todos ficaram ansiosos por saber onde seria o lançamento e na data prevista uma multidão se reuniu no Campo de Marte a espera do tal foguete. Mas logicamente nada aconteceu. No dia seguinte foi noticiado que o foguete representava os produtos da Pan, que estavam chegando ao mercado.

    

Foi então que no ano de 1936 iniciou-se a fabricação dos primeiros produtos, incluindo chocolates, balas (como as deliciosas balas de goma) e confeitos, com máquinas usadas adquiridas no Rio de Janeiro e em São Paulo, uma caldeira a vapor para cozinhar alguns ingredientes e a ajuda de aproximadamente 30 funcionários. No início foram contratados técnicos especializados e que possuíam experiência no ramo, responsáveis por auxiliaram significativamente sobre matérias-primas e onde comprá-las, bem como no processo de fabricação. As matérias-primas chegavam à fábrica, através de caminhões, trens e navios, como cacau, por exemplo, que vinha da Bahia. Naquela época, as balas eram fabricadas em tachos, o “ponto” era conseguido por confeiteiros, o formato era através de prensas e embrulhadas a mão, uma a uma.

  

Pouco depois, no mês de dezembro de 1937, a empresa lançou no mercado chocolates e bombons em formato de charutos, corações, formas geométricas, peixes e outros animais. Apesar destas novidades, a Pan se tornaria conhecida por outro produto lançado em 1941: os cigarrinhos de chocolate, que anos mais tarde, em 1959, ganhariam a imagem de um garoto negro (na vida real chamado Paulinho Pompéia) e outro branco estampada na embalagem, que representava uma carteira de cigarros. Em uma atitude politicamente correta, a empresa alterou, em 1996, o nome de cigarrinhos para “rolinhos de chocolate” e depois, no início dos anos de 2000, para “Chocolápis”, tudo para não induzir as crianças ao vício do tabagismo.

  

Nos anos seguintes a Pan criaria outros produtos deliciosos que fariam enorme sucesso entre os brasileiros, como por exemplo, pães de mel cobertos com chocolate (lançados em 1945); as deliciosas moedas de chocolate, embaladas uma a uma em papel-alumínio dourado; os granulados para enfeitar doces e bolos; pequenos bombons recheados de conhaque; Pop Pan, pipocas caramelizadas com cobertura de chocolate; uvas-passa cobertas com chocolate; amêndoas cobertas de chocolate; as azedinhas balas Paulistinha, inspiradas na revolução constitucionalista de 1932; Petit, pequenas rodelas de chocolate cobertas com granulados coloridos; os tradicionais bombons Gianduias; e mais recentemente o Nobreak, cereais de milho cobertos de chocolate.

  

Na década de 1970, a Pan iniciou mais um processo de desenvolvimento, automatizando a produção, ampliando sua linha de produtos e fortalecendo seu sistema de distribuição. Com isso, em 1976, a empresa adquiriu e reformou máquinas para embrulhar bombons, tipo bola, possibilitando o aumento da capacidade produtiva para 7.000 quilos por dia. Com isso, a linha de bombons sortidos ganhou inovações como os recheios com banana, laranja cristalizada, figo seco, cocada e uva passa. Além disso, com a reformulação das embalagens de caixas de bombons para presentes, o volume de vendas foi elevado a 3.000 caixas por dia. Com essa estratégia manteve o produto na liderança até 1984. Em 2002, atravessando situação financeira delicada, a empresa pediu concordata e, após a morte de Oswaldo Falchero em 2005, passou a ser dirigida por suas filhas e genros.

   

Em 2007, a empresa inaugurou sua segunda loja de fábrica, localizada no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. Nos anos seguintes, a empresa ingressou em novos segmentos de mercado com o lançamento de uma pequena linha de sorvetes (que não obteve sucesso) e novos doces como paçoca coberta com chocolate e creme e pasta de amendoim. Até então um negócio familiar de chocolates, balas e doces, no mês de outubro de 2016 a empresa foi adquirida pelo Grupo Brasil Participações, que pretendia abrir franquias de cafeterias com a marca Pan e chegar a 300 unidades pelo país. Mas o plano não foi adiante e com a pandemia de COVID-19, a Pan se viu novamente em grandes dificuldades, o que resultou em um pedido de recuperação judicial no início de 2021.

   

O pioneirismo sempre destacou as atividades da Pan, uma empresa que se orgulha de ser autenticamente brasileira, e que fabrica produtos de qualidade, muitos deles pioneiros, como por exemplo, o tradicional chocolate dietético, que ganhou recheios de avelãs e castanhas de caju, além da versão sem lactose. No mercado desde 1935 com guloseimas de chocolates que marcam momentos inesquecíveis com requinte e sofisticação. Mimos que sobrevivem a gerações, proporcionando alegria e doces lembranças. Assim é a Pan!

    

A evolução visual 

A identidade visual da marca passou por algumas remodelações ao longo da história como mostra a imagem abaixo, mas nunca abandonou o formato oval.

  

Dados corporativos 

● Origem: Brasil 

● Fundação: 1935 

● Fundador: Oswaldo Falchero e Aldo Aliberti 

● Sede mundial: São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil 

● Proprietário da marca: Produtos Alimentícios Nacionais S.A. 

● Capital aberto: Não 

● Diretor: Rogério Rainone 

● Faturamento: Não divulgado 

● Lucro: Não divulgado 

● Presença global: Não (presente somente no Brasil) 

● Funcionários: 150 

● Segmento: Alimentos 

● Principais produtos: Chocolates, balas e doces 

● Concorrentes diretos: Garoto, Lacta, Ferrero, Hershey’s, Neugebauer, Montevérgine, Arcor e Fini 

● Ícones: Os antigos cigarrinhos de chocolate 

● Slogan: O doce sabor da infância a gente não esquece. 

● Website: www.chocolatepan.com.br 

A marca no Brasil 

Hoje em dia a tradicional Pan comercializa seus chocolates, balas, confeitos e doces em boa parte do território nacional, estando presente desde os grandes varejistas até as vendinhas da esquina. Seus produtos mais vendidos são o pão de mel, o chocolate granulado, a pipoca Pop Pan e as moedas de chocolate ao leite. 

Você sabia? 

● A Pan, na década de 1930, era ousada na criação de carrocerias para seus veículos de entrega, que possuíam a forma de um foguete. Na época, esses veículos eram da marca Adler, fabricados pela Auto Union de origem alemã e que daria origem a Audi (conheça essa história aqui). 

As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Isto é Dinheiro, Exame, Veja, Embalagem Marca e Época Negócios), jornais (Valor Econômico, Folha, Estadão e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 28/4/2021