O nome CITROËN com seu incomparável logotipo tem sido sinônimo de inovação, design, aventura e prazer por quase um século. Sua história está recheada de inúmeros fatos que deixaram sua marca registrada na indústria automotiva europeia e mundial. Afinal, desde 1919 a CITROËN coloca criatividade e tecnologia em seu DNA.
A história
Quando o engenheiro André Citroën começou a vender carros com o seu sobrenome em 1919, ele já era um especialista em métodos de produção em massa e em tecnologia automotiva. Fundou sua primeira empresa em 1902 depois de completar o serviço militar. Registrou a patente de uma técnica de corte de engrenagens que havia descoberto na Polônia, cuja principal característica era o formato dos dentes em “V”. Em 1907, ele descobriu a indústria automobilística quando concordou em ajudar a Mors, uma problemática fábrica de carros sediada em Paris, mas famosa por bater recordes de velocidade no início do século. Aceitou o desafio de recuperar a empresa e começou a trabalhar duro, reorganizando as oficinas e definindo novos modelos. Em poucos anos, os carros Mors atraíam cada vez mais consumidores, a situação financeira melhorou e a empresa voltou a ter lucros. Em 1912, a Citroën-Hinstin se transformou em uma sociedade anônima das engrenagens. No mesmo ano, em uma viagem aos Estados Unidos, ele visitou as fábricas de Henry Ford e se familiarizou com os princípios de organização do trabalho nas oficinas. Como Henry Ford, ele decidiu produzir um modelo simples de automóvel com forte apelo popular. Ele revolucionou o mercado ao fundar em 1919 a Automobiles André Citroën S.A. e apresentar ao público Type A 10CV, um veículo que atingia velocidade máxima de 65 km/h. O preço de lançamento foi de 7.950 francos, excepcionalmente baixo para a época.
Fabricado já com técnicas de produção em série, o Type A foi lançado com carroceria completa incluindo quatro rodas de metal estampada com pneus, estepe, dois faróis e um motor elétrico de partida. No intervalo de apenas um ano, a CITROËN vendeu 10.000 veículos. Sempre um passo a frente, André apresentou uma série de placas sinalizadoras esmaltadas em 20 de fevereiro de 1921, tudo para ajudar os franceses a se orientarem nas estradas. Pouco depois, em 12 de julho, foi lançado o segundo modelo de seu acervo: o B2, uma versão mais potente e avançada do Type A. Foi neste mesmo ano que a empresa começou a conquistar outros mercados, exportando 3 mil carros, em grande parte para países europeus. Já o 5CV, apresentado no Salão de Paris de 1922 e logo apelidado de “Trèfle” (“trevo”, em português), foi o primeiro automóvel realmente popular produzido em série na Europa. Em 1923 sua primeira subsidiária foi inaugurada na Inglaterra. Ainda neste ano, mais uma ação ousada de marketing: André Citroën começou a fabricar carros de brinquedo (miniaturas dos modelos reais, que venderam mais de 30.000 unidades nos primeiros dez anos). Ainda este ano, a marca apresentou o B10, o primeiro carro com a carroceria inteira de aço, substituindo as combinações de madeira/metal.
Convencida que o mundo cada vez mais necessitaria de automóveis, a empresa inaugurou em 1924 uma rede de subsidiárias em Bruxelas, Amsterdã, Colônia, Milão, Genebra e Copenhagen para escoar aproximadamente 17 mil carros exportados. Em 1925, em mais uma atitude inovadora, a CITROËN publicou seu primeiro manual de reparação com um catálogo de reposição de peças para distribuidores. Ainda nesse ano, a rede de concessionárias dentro do território francês atingia o número de 5 mil unidades. O sucesso era tamanho, que em 1926, quase um terço dos veículos que rodavam nas rodovias francesas era produzido pela empresa. E as novidades não pararam: apresentou o B14, um carro popular com recursos de luxo; e o B15, primeiro carro comercial francês com a cabine fechada. Apenas 10 anos depois de sua fundação, a Automobiles André Citroën S.A. já era a quarta maior fabricante de automóveis no mundo e a líder absoluta na Europa, muito à frente de suas rivais francesas Renault e Peugeot. André Citroën se tornara um homem rico e festejado, frequentando os ambientes mais exclusivos e privado da aristocracia, chefes de estado e celebridades internacionais.
Em 1929, demonstrando novamente seu impulso pioneiro, André Citroën abriu as portas da fábrica ao público, durante o Paris Motor Show. André estava à frente de seu tempo no uso da comunicação moderna e da propaganda. Entre 1919 e 1934, usou diversas formas de comunicação à disposição para divulgar a marca e seus produtos. Alguns exemplos incluem caligrafar o nome da empresa nos céus de Paris com um rastro de fumaça deixado por um pequeno avião, sinais de estrada, a iluminação da Torre Eiffel com a palavra CITROËN, a maior loja da Europa em Paris, além de patrocinar expedições à Ásia e África, com a intenção de demonstrar o potencial de seus carros equipados com sistemas de tração Kegresse para regiões de climas hostis. As expedições foram um sucesso de publicidade. Além disso, André era um especialista em criar fatos e foi pioneiro na arte do vazamento controlado. Deixava “escapulir” pequenas informações sobre seus futuros lançamentos, e os meios de comunicação e o público se encarregavam de transformar aquilo no assunto do momento. Mas as inovações de marketing de André não se limitavam à comunicação. Além de oferecer garantia e seguro, peças de reposição, em suas concessionárias era possível fazer um test drive e até mesmo comprar um carro a prazo - até então, ninguém havia pensado nessas coisas.
A invenção do motor flutuante, que ao ser colocado sobre lâminas de borracha evitava que vibrações fossem transmitidas ao carro, desenvolvido em 1932, conquistou a imaginação de André Citroën, que comprou a licença exclusiva de sua utilização na Europa. No início os carros tornaram-se um sucesso. Mas logo os competidores, que ainda usavam madeira na estrutura de seus veículos, passaram a adotar o novo design. André não teve oportunidade para redesenhar a estrutura de seus veículos e estes passaram a ser vistos como retrógrados. A CITROËN vendeu grandes quantidades apesar do visual retro de seus automóveis, pois o baixo custo e a leveza dos modelos eram seus pontos mais fortes. Isto encorajou André a desenvolver o Traction Avant, um carro tão inovador que não haveria concorrentes à altura em competições automobilísticas. O modelo tinha três características revolucionárias: a estrutura monobloco, suspensão independente nos pneus dianteiros e a direção frontal. O modelo foi lançado em 1934, e revolucionou a indústria automobilística, sendo o primeiro com tração dianteira a ser produzido em grande escala. Fabricado por 23 anos, de maio de 1934 a julho de 1957, seu modelo original atingiu rapidamente a marca de 300 veículos comercializados por dia.
Mesmo o lançamento do Traction Avant não resolveu as sérias dificuldades econômicas da empresa, que não conseguia cumprir com seus compromissos financeiros. Nesta época a CITROËN era a líder em fabricação de veículos na França e na Europa, e a segunda maior do mundo. O governo francês pediu então a Pierre Michelin (sim, o sobrenome é dos pneus), o maior credor, para assumir a empresa e colocá-la novamente em base sólida. No mês de julho de 1935, em virtude de uma grave doença morreu André Citroën. No ano seguinte, a empresa apresentou o 11MI diesel, primeiro automóvel de passageiros do mundo a utilizar um motor diesel. Durante a ocupação alemã da França na Segunda Guerra Mundial, a empresa continuou com seu trabalho, desenvolvendo conceitos que mais tarde chegariam ao mercado, como o modelo DS (carinhosamente apelidado por boca-de-sapo). Esses modelos foram largamente criticados pelos jornalistas contemporâneos como radicais e até mesmo como soluções avant garde para o design de automóvel. Isto iniciou um estranho período de lealdade à CITROËN, normalmente visto apenas em marcas como Porsche e Ferrari, gerando uma espécie de desejo pelos automóveis por parte dos “Citroënistas”, que duraria quase duas décadas.
Durante o período da guerra a produção de veículos caiu drasticamente de 100.000 unidades para aproximadamente 9.000. Com o término do conflito a montadora lançou o novo modelo do 5CV, um automóvel que surpreendeu a Europa e se transformou em sinônimo de carro popular na França. Nesta época, percebendo a necessidade da popularização do automóvel, Pierre Michelin, então proprietário da montadora, ordenou um estudo para desenvolvimento de um automóvel pequeno e com custo baixo de produção, sendo assim acessível a quem não poderia comprar um meio de transporte individual. O resultado foi o lançamento em 1948 do CITROËN 2CV, um veículo destinado a operários e agricultores. Era a popularização do automóvel através de um carro barato, leve e de carroceria simples. Produzido até 1990, o modelo vendeu mais de 5.1 milhões de unidades em suas 30 versões lançadas no decorrer dos anos e rapidamente se tornou um item de colecionador.
O prestígio da montadora era tamanho que, em 1951, o CITROËN 15V se tornou o carro oficial do governo francês. Ainda este ano a montadora começou a produção do 2CV Van, com mais de 1.200.000 unidades comercializadas até março de 1978. Para atender as solicitações dos consumidores, a CITROËN incrementou em 1952 os veículos Traction Avant adicionando extensão traseira, que dobrou o espaço de carga. Em 1954, a CITROËN estreou a suspensão traseira hidropneumática de altura constante que iria modificar a concepção mundial de veículos. Ainda neste ano, lançou seu primeiro caminhão com tração nas quatro rodas, o 46 CDU, equipado com motor de 95cv, seis cilindros e movido à diesel com capacidade de carga de 5.000kg. No dia 6 de outubro de 1955, o Paris Motor Show abriu cena para uma revolução de tecnologia e design. A montadora apresentou o CITROËN DS, um carro que parecia ter vindo da ficção científica. Aparência original, design interior futurista, suspensão hidropneumática e assistência hidráulica. Foram 750 vendas em 45 minutos e 12.000 em um só dia. Aproximadamente 80.000 unidades vendidas até o fim do evento. Pouco depois, em 1957, a marca encerrou a produção do Traction Avant, foram vendidas mais de 750.000 unidades desde seu lançamento.
Em 1960, no Paris Motor Show, a marca apresentou o DS 19 Cabriolet (conversível), com a carroceria feita por Henri Chapron. Uma vasta gama de opções customizadas estava disponível: 76 combinações de cores, 13 cores de carroceria e 11 tons para o acabamento de couro e estofamentos. A década de 1960 também foi marcada pelo estilo e linhas contemporâneas da montadora. A suspensão hidropneumática de carga constante, lançada inicialmente no eixo traseiro do último modelo 15 Six, criou novos padrões de conforto e eficiência. Em 22 de agosto de 1962, esse sistema salvou a vida do general Charles de Gaulle durante um atentado em Petit-Clamart. Os pneus do DS onde estava o presidente foram perfurados por balas, mas o carro permaneceu na estrada sem nenhum outro dano. No final desta década, em 1969, a CITROËN deixou seus concorrentes para trás mais uma vez com o lançamento do DS 21, o primeiro veículo de produção francesa a ter injeção eletrônica. Em 1970 foi lançado pela empresa, um carro como nenhum outro, com a participação da italiana Maserati: o modelo SM com motor V6, 170 cavalos de potência e sistema “Diravi” de direção hidráulica com assistência elétrica. As suas qualidades dinâmicas atraíram uma base de clientes e admiradores na França e na Europa, bem com nos Estados Unidos.
Em meados desta década, a montadora francesa, que sofria grandes perdas financeiras, muito em virtude do fracasso do motor rotativo Comotor, estava debilitada e incapaz de lutar contra a queda do mercado automobilístico que acompanhou o embargo do petróleo em 1973. Este era um sinal ameaçador do que ainda estaria por vir, e, em menos de um ano a montadora estava à beira da falência. O Governo Francês, receoso com demissões em massa, coordenou as negociações que resultaram, em dezembro de 1974, na fusão entre a Automobiles Citroën e a Automobiles Peugeot, formando assim uma única empresa chamada PSA PEUGEOT CITROËN (atualmente chamada PSA Groupe). A fusão bem sucedida foi a salvação para ambas as montadoras. Ainda este ano foi lançado o CITROËN CX, que apresentava os avanços tecnológicos mais recentes da marca, como por exemplo, o conjunto do motor e caixa de câmbio transversal dianteira, suspensão hidropneumática e rodas independentes (mantendo o veículo em altura constante), vidro traseiro côncavo e um painel de instrumentos futurista. Em 1981, James Bond, pilotou um 5CV no filme “007 somente para meus olhos”, proporcionando grande visibilidade para marca francesa no mundo inteiro. No final desta década, em 1987, mais uma inovação: todos os veículos CITROËN passam a vir com garantia anti-corrosão de 5 anos.
Em 1991 a montadora inaugurou fábrica na China, ingressando assim em um enorme mercado consumidor, e pouco depois, lançou o modelo XANTIA, um carro que aliava conforto e modernidade. Nos anos seguintes a empresa lançou inúmeros modelos de sucesso como o BERLINGO; o XSARA, que se beneficiava de uma estética bem sucedida, tornando-se o precursor em seu segmento; o popular compacto C3; a perua XSARA PICASSO, um sedã monovolume que foi introduzido com um maravilhoso comercial denominado “Robot”; o C5, que foi lançado com muita pompa, destacando, principalmente, os recursos tecnológicos e conforto do veículo; e o moderno C8, última geração de vans de alta tecnologia posicionada no topo da linha de veículos de uso múltiplo e aplicação essencialmente familiar. Outra inovação da marca foi a criação em 2010 da divisão de luxo DS (que recentemente passou a ser uma marca independente da CITROËN), que fazia até então uma releitura dos principais modelos da marca francesa com uma pegada mais descolada ou mesmo luxuosa. Com inovações tecnológicas e muito design, em 2015 a CITROËN, apesar da forte concorrência, alcançou seu melhor nível de vendas desde 2012 na Europa, seu principal mercado. Esses resultados decorreram do sucesso dos modelos C4 Cactus (repleto de inovações, que constitui uma alternativa ao segmento de crossovers compactos), Novo C1, C4 Picasso e o Novo Berlingo, líder do seu segmento.
A linha do tempo
1930
● Lançamento da versão comercial do C4. Modular e funcional, tinha assento traseiro removível e porta traseira em duas partes. A versão família do C4 diminuiu 7 cm, ganhou novo carburador, caixa de câmbio, tornando-se o C4-F.
1939
● Lançamento do veículo comercial TUB (Transport Utilitaire série B), uma van com design moderno, tração dianteira e porta de correr lateral. Este modelo e o Type H, produzido entre 1948 e 1981, anteciparam os modernos veículos utilitários leves com tração nas rodas dianteiras, carroceria monobloco de aço, assoalho liso e baixo para facilitar o serviço de carga, porta lateral deslizante, fácil acesso e posição avançada para o motorista.
1949
● Lançamento do TYPE HZ, uma van compacta com limite de carga de 850 kg e velocidade máxima de 88 km/h.
1953
● lançamento do veículo comercial TYPE 55, equipado com motor de 76cv e movido a diesel, com capacidade de carga de 5.000 kg. A montadora também produziu uma versão de ônibus, o 55 UADI, com motor de 6 cilindros movido a diesel e capacidade para 29 assentos.
1961
● Lançamento do AMI 6 para preencher o segmento intermediário entre o popular 2CV e o luxuoso DS, ampliando consideravelmente sua faixa de clientes. Seu principal diferencial era o estilo ousado. O vidro traseiro invertido, além de contribuir para o design, era uma solução para satisfazer a exigência da diretoria da montadora que considerava que todo sedã deveria ter um porta-malas, tarefa difícil em um carro de apenas 3.86m de comprimento. Desta forma Flaumino Bertoni (que projetou o carro pessoalmente) conseguiu atender a diretoria e ainda criar um design inovador, firmado pelos faróis retangulares, capô baixo e portas. Em 1964 seria apresentada a versão perua, que oferecia cintos de segurança opcionais em todos os seus veículos.
1968
● Expande sua linha de veículos de dois cilindros com o lançamento do MÉHARI, um veículo original e versátil, cuja carroceria de plástico prevenia corrosão e resistia a pequenos impactos.
1976
● Lançamento do LN, resultado de uma parceria entre a Peugeot e a CITROËN. O modelo nada mais era que o Peugeot 104 com duas portas, motor herdado do CITROËN 2CV e o tradicional logotipo da marca na grade dianteira. A imprensa e o público não perdoaram a falta de originalidade da CITROËN, que até então surpreendia com modelos revolucionários e atraentes.
1980
● Lançamento do 2CV CHARLSTON, com carroceria pintada em dois tons de cores e faróis arredondados. Originalmente planejado como uma série especial de 8.000 exemplares foi um sucesso tão grande que se tornou um modelo produzido em série em 1981.
1982
● Lançamento do BX com três versões de motorização. O modelo era um automóvel de linhas retas, com cinco portas e a traseira com um leve caimento. Em dezembro de 1993 a produção do BX foi encerrada, com o modelo alcançando a marca de 34 versões introduzidas no decorrer dos anos.
1989
● Lançamento do XM, primeiro carro de produção do mundo a contar com um sistema de suspensão que combina a inteligência da eletrônica com o poder e a flexibilidade do sistema hidráulico.
1991
● Lançamento da linha ZX composta por quatro modelos de automóveis de porte médio, cada qual com características e identidade próprias. Os modelos Reflex, Avantage, Aura e Volcane foram desenvolvidos para quatro diferentes tipos de consumidores, cada um com um motor de quatro cilindros a gasolina, que se adaptavam facilmente a diversos tipos de terreno, em diferentes países. Também foi o primeiro automóvel europeu a ser vendido com um banco traseiro deslizante com encostos de inclinação ajustáveis. No mesmo ano no Salão de Frankfurt foi lançado o ZX Diesel.
1993
● Lançamento do XANTIA, um sedã de cinco portas com design externo que enfatizava a personalidade de elegância e refinamento: capô com três nervuras, grade destacando o famoso “Chevron” (logotipo da CITROËN) e faróis alongados no sentido horizontal. Os pára-choques, volumosos e arredondados, receberam pintura na cor da carroceria que reforçava sua aparência de robustez e forte personalidade. O modelo teve sua produção encerrada em 2001, com vendas superiores a 1.2 milhões de unidades, tornando-se um dos maiores sucessos da montadora francesa.
1994
● Lançamento da JUMPER, uma van de tamanho grande, especialmente desenvolvida para atividades comerciais.
1995
● Lançamento do JUMPY, um furgão compacto para atender ao mercado de veículos comerciais leves. Funcional e versátil tinha capacidade de carga útil de 815 kg.
● Apresentação do SAXO, carro de porte pequeno e urbano, baseado no PEUGEOT 106. O carro não agradou aos consumidores e foi retirado do mercado em 2003.
1996
● Lançamento do BERLINGO, que trazia um design inovador e diversos equipamentos de segurança nada comuns em utilitários comerciais. Robusto e prático tinha tração dianteira e quatro rodas independentes. A nova geração do modelo foi lançada em 2008, consolidando sua liderança incontestável de mercado na Europa (17 países), com mais de 1.800.000 unidades vendidas desde seu lançamento.
1997
● Lançamento do XSARA, um carro de médio porte nas versões de 3 e 5 portas. O modelo foi produzido até 2004.
1999
● Lançamento do XSARA PICASSO, uma minivan compacta. Com linhas dianteiras fluidas, pára-choque dianteiro alongado, capô ligeiramente arredondado e faróis marcantes o modelo tinha um design único. O sucesso entre os consumidores transformou o modelo em um fenômeno de vendas.
2001
● Lançamento oficial do CITROËN C5, um veículo que além de incorporar todas as vantagens de um sedã, representava um passo adiante na direção de um projeto estrutural novo e no uso racional do amplo espaço interno. Também foi lançada a versão perua (station wagon). A nova geração do modelo, lançada em 2008, fez lembrar os tempos de André Citroën, que graças ao seu espírito criativo conseguia sempre surpreender tudo e todos com as inovações tecnológicas que cada modelo apresentava.
2002
● Lançamento do CITROËN C8, uma van com sete lugares e 4.7 metros (o comprimento da S10 cabine dupla), que esbanjava luxo, conforto e praticidade. Em apenas dois anos o veículo já havia vendido quase 80.000 unidades.
● Lançamento do CITROËN C3, um compacto que se tornou um dos mais bem sucedidos modelos da montadora francesa. Trata-se de um carro de personalidade jovem e marcante, desenvolvido para quem valoriza o bom gosto. Além disso, era o único modelo do segmento a oferecer equipamentos como direção elétrica progressiva, que proporciona maior segurança, economia de combustível e prazer ao dirigir. Em 2016 foi lançada a terceira geração do modelo.
2003
● Lançamento do CITROËN C2, um automóvel compacto de três portas, prático e confortável.
● Lançamento do CITROËN C2 VTS, versão esportiva do modelo original.
● Lançamento do CITROËN C3 PLURIEL, sinônimo de dinamismo e sedução. Desde que foi lançado, o modelo foi utilizado pela CITROËN como atrativo para novos clientes: um automóvel (com uma capota multifuncional que pode ser montada de várias maneiras diferentes) de formas nada comuns e uma variação do C3 com linhas diferentes daquelas utilizadas no hatch compacto. O modelo é um três portas que podia assumir quatro configurações: sedã panorâmico, com ampla área de teto aberta; Cabriolet, um targa; Spider, um conversível de quatro lugares; e Spider Pickup, em que a área de bagagem faz as vezes de caçamba.
2004
● Lançamento do CITROËN C4, com estilo forte e inovador, acessórios que garantem conforto e segurança e um motor potente. Seus traços retos e linhas elegantes são responsáveis não só por sua aparência forte e dinâmica, mas também por seu excelente resultado aerodinâmico (Cx 0,28), recorde em seu segmento. O modelo traz um curioso vidro traseiro dividido em dois. Em 2010 foi apresentada a segunda geração do modelo.
2005
● Lançamento do CITROËN C1, um compacto de preço atrativo para completar a gama de modelos da montadora. O menor modelo da marca possui apenas 3.43 metros de comprimento e tem capacidade para quatro pessoas, incluindo o motorista. Mas apesar de seu tamanho, dispõe de um espaço interno generoso, estabilidade e segurança.
● Lançamento do luxuoso sedã CITROËN C6. Sendo comparado com clássicos como o Mercedes-Benz E 350, BMW 535i, Audi A6, Jaguar S-Type e Volvo S80, o C6 não deixava nada a desejar.
2006
● Lançamento do CITROËN GRAND C4 PICASSO, uma minivan com os mais altos níveis de conforto interno e equipamentos de segurança, inclusive para os seis passageiros que comporta. Com uma excepcional entrada de luz pelo pára-brisa, estilo único, cabine modular e grande dirigibilidade o modelo é garantia de conforto e de uma experiência única. Com um impressionante ângulo de visão de 70º (geralmente os veículos possuem 35º) e com barras laterais muito finas, a visibilidade do modelo é um de seus pontos fortes. A luz externa irradia dando uma sensação de liberdade reforçada pelo teto panorâmico (opcional) e as janelas laterais extensas.
2007
● Lançamento do CITROËN C4 PALLAS, versão sedã do famoso modelo, introduzido no mercado com direito ao astro Kiefer Sutherland – o Jack Bauer do seriado “24 Horas” – como garoto-propaganda. O modelo tem o nome inspirado na deusa da mitologia grega, Pallas Atena, que simboliza a verdade e a sabedoria. Com estilo marcante e inovador, cinco versões de acabamento e garantia de três anos o modelo fazia jus a seu nome de Deusa.
● Lançamento do CITROËN C CROSSOVER, primeira SUV (veículo utilitário esportivo) da marca capaz de transportar até 7 pessoas em qualquer tipo de terreno. Com um design de linhas fortes e elegantes, tração nas quatro rodas e freios de alto desempenho, o modelo combina competência, dinâmica de padrão elevado e conforto.
● Lançamento do CITROËN NEMO, automóvel comercial inspirado no peixe Nemo, do filme da Disney “Procurando Nemo”, com design compacto, porém robusto, sendo perfeito para escapar de situações de trânsito complicado, com um bom volume interno. A versão COMBI, lançada em 2008, é destinada ao transporte de passageiros.
2008
● Lançamento do CITROËN C3 PICASSO, menor automóvel desta linha de sucesso (na verdade uma minivan compacta), cujo conceito inovador se destacava por seu estilo arrojado, arquitetura inovadora e engenhosa concepção.
2010
● Aderindo à atual tendência mundial da indústria automobilística que investe em carros com propulsão alternativa, deixando de lado os combustíveis poluentes, a montadora lançou no Salão de Automóvel de Paris em outubro o seu modelo totalmente movido a energia elétrica, o C-ZERO. Mecanicamente seu motor pode render 64CV de potência com suas baterias de Ion Litio que possuem autonomia de 150 quilômetros e tempo de recarga completa de seis horas. Os equipamentos de série são os mesmos de outros modelos como: freios ABS, controles de tração e estabilidade, ar condicionado automático, seis airbags e luzes noturnas.
● Lançamento do CITROËN DS-3, um automóvel super mini que mescla características da linha DS de 1950 com as do C3. Além disso, existem 38 combinações de cores, 12 modelos diferentes de rodas e três configurações de equipamentos.
● Lançamento do C3 AIRCROSS, versão esportiva do modelo C3 PICASSO.
2011
● Lançamento do CITROËN DS-4, uma variante do C4 só que com mais esportividade e luxo, como os assentos, portas e a parte superior do painel revestido em couro. Traz ainda sistema de áudio com tratamento sonoro e massageadores com regulagem lombar elétrica nos assentos da frente.
2012
● Lançamento do C4 AIRCROSS, ingressando assim em um segmento de rápida expansão, com um modelo que combina ao design robusto de um SUV muita inovação tecnológica.
● Lançamento dos modelos C4 SEDAN e C-ELYSÉE, dois sedãs destinados principalmente a mercados emergentes, como a Bacia do Mediterrâneo, a China e a Rússia.
● Apresentação do DS3 CABRIO, uma versão com teto conversível, que combina todas as qualidades do original (estilo, sensações de direção e espaço) com o prazer de dirigir ao ar livre. O teto conversível pode ser aberto a velocidades de até 120 quilômetros por hora.
2014
● Lançamento do C4 CACTUS, um crossover compacto que inovou ao utilizar as Airbump®, que são pequenas bolsas de ar emborrachadas presas às laterais e aos para-choques com o objetivo de evitar pequenos danos causados à pintura. Estes dispositivos estão disponíveis em quatro cores diferentes (preto, cinza, areia e chocolate), multiplicando as possibilidades de personalização em associação com as 10 cores da carroceria disponíveis e os 3 universos interiores.
As inovações
A CITROËN lançou ao longo de sua história inovações que revolucionaram o setor automobilístico mundial:
● Corte de engrenagens em forma de chevron (engrenagens helicoidais)
Em uma viagem realizada à Polônia, André Citroën descobre por acidente o corte de engrenagens em forma de chevron. Compra a patente e aplica-a ao aço. As engrenagens helicoidais têm dentes em forma de “V”. O contato progressivo entre os dentes das engrenagens helicoidais proporciona um funcionamento muito mais suave e silencioso do que o das engrenagens de dentes retos. Atualmente a maioria dos automóveis ainda utiliza as engrenagens helicoidais em suas transmissões.
● Primeiro automóvel vendido completo
Em 1919 André Citroën vende o primeiro automóvel completo da história. Nessa época, peças que hoje são indissociáveis de um automóvel como a ignição, os faróis elétricos e pneu sobresselente, eram vendidos como itens extras. O Modelo A foi o primeiro automóvel a sair de fábrica com estas peças montadas de origem.
● O primeiro automóvel europeu a ser construído em série
O Modelo A, produzido entre 1919 e 1921, foi o primeiro automóvel a ser construído em grande série na Europa.
● Carroceria toda em metal
Em 1924, André Citroën constrói o primeiro Modelo B “Todo em Metal”. Esta técnica, que dava os primeiros passos nos Estados Unidos, unia por solda elétrica a estrutura das carrocerias com as chapas metálicas. As carrocerias “Todo em Metal” eram mais rígidas que as de madeira e ofereciam mais e melhor proteção aos ocupantes.
● Motores refrigerados a bomba d’água
Em 1928, com o lançamento dos modelos C4 e C6, também estreia a refrigeração do motor por bomba de água.
● Carroceria feita de uma só peça
Em 1932, os modelos 8, 10 e 15 recebem a primeira grande evolução da estrutura “Tudo Metal”. Esta nova carroceria era feita de painéis laterais ligados aos outros elementos por solda elétrica automatizada, tornando-a uma peça única. Esta evolução aumentava ainda mais a rigidez das carrocerias tornando-as mais seguras.
● Tração dianteira
Quando em 1934 a CITROËN introduziu um veículo de tração dianteira com carroceria de uma só peça, a montadora francesa estava lançando futuro do automóvel. Com esta inovação, a montadora transformou todos os veículos da concorrência em automóveis obsoletos. As soluções até então encontradas não permitiam um eficaz aproveitamento do motor, sobretudo devido ao seu posicionamento. Foi graças a uma engenhosa disposição da transmissão concebida por André Lefèbvre, que o motor da CITROËN era montado na posição perfeita que lhe permitia ser mais eficaz. Mais de 70 anos depois, a grande maioria dos automóveis fabricados atualmente possui tração dianteira e carroceria feita em uma única peça.
● Suspensão hidropneumática
Essa suspensão foi apresentada em 1955, provando que a CITROËN estava na linha da frente no que diz respeito às inovações tecnológicas do segmento.
● Freio à disco
O CITROËN DS lançado em 1955 foi o primeiro automóvel a ser construído em série com freios à disco frontais.
● Tecnologia HDI
A CITROËN aposta muito na proteção e respeito pelo meio ambiente. E a prova disso é o motor Diesel com tecnologia HDI, que consegue reduzir em aproximadamente 20% o consumo de combustível e a emissão de CO2. Este dispositivo eletrônico permite um controle da dosagem da mistura combustível/ar de forma muito mais eficaz.
● Método de produção e distribuição
A CITROËN foi a primeira marca a ter uma rede de concessionárias, um serviço de pós-venda com garantia de um ano e oferta da revisão após a rodagem. Ainda sob a direção de André Citroën, a marca esteve também ligada à criação da primeira empresa de crédito para industriais e à primeira sociedade europeia de crédito ao consumo. Foi também André Citroën que lançou o primeiro catálogo de venda de peças separadas e que mandou construir os primeiros semáforos rodoviários.
● Tecnologia FAP (Filtro de Partículas)
A tecnologia FAP consiste na utilização de um filtro que retém as partículas não queimadas pelo motor e que assegura a sua combustão. O motor HDi devido à utilização da tecnologia de injeção direta através de “Common Rail” tem um baixo índice de emissão de partículas. Esta combinação de tecnologias permite níveis de emissão de CO2 muito inferiores às futuras normas ambientais da União Europeia.
● Tecnologia Hybrid Air
Essa tecnologia une um motor térmico (gasolina) com um sistema hidráulico acionado por ar comprimido. Única no mundo e desenvolvida em colaboração com a Bosch, segue os objetivos de atender os desafios mundiais referentes às emissões de gases de efeito estufa e a redução de poluentes. Além disso, oferece aos clientes carros equipados com uma tecnologia híbrida completamente nova e acessível para a grande maioria em termos de preço e desempenho.
A criação de uma marca premium
No mês de março de 2010 a CITROËN apresentou oficialmente a DS, uma divisão para atuar no segmento premium (luxo), oferecendo veículos com opções de design mais audaciosos. Inspirada no melhor do know-how francês, a DS perpetua os valores de inovação e de distinção herdados do icônico modelo DS de 1955. Ou seja, criar projetos mais atraentes e requintados a partir dos modelos da CITROËN. Foi assim com o DS3, baseado no compacto C3; e o DS4, inspirado no hatch C4. Concebida para uma clientela à procura de expressão pessoal, a linha DS compreende atualmente os modelos DS 3, DS 3 CABRIO, DS 4, DS 4 CROSSBACK, DS 5 e DS 6. A marca propõe carros que se destacam pelo estilo marcante, requinte nos mínimos detalhes, materiais nobres e tecnologia. A DS é também para seus clientes uma experiência de marca que se estende além dos produtos, com uma oferta de serviços premium exclusivos. A marca confirma seu sucesso comercial em todo o mundo, com mais de 550.000 veículos já comercializados desde o seu lançamento. Em 2014, ganhou a condição de marca completamente independente da CITROËN. Uma das primeiras mudanças promovidas foi a extinção, em toda a linha, do emblema do duplo Chevron nos modelos vendidos no mercado. Recentemente, em 2015, anunciou a criação de sua divisão de automobilismo: DS Performance, que traz à equipe DS Virgin Racing o know how na pesquisa e no desenvolvimento em Fórmula E. O slogan da DS é “Spirit of avant-garde”.
As competições esportivas
A CITROËN possui uma longa tradição de participação em ralis ao redor do mundo. Disputando desde os anos de 1930 com sua linha de Rosalies, também teve participação com os modelos 2CV, DS, SM, CX e até mesmo o Mehári foi o veículo médico oficial do Rali Paris Dacar por muitos anos. O DS competiu no rali de Monte Carlo de 1959 a 1965, além de participar de competições no Marrocos e Rali da África. Em 1977 o CX 2400 ganhou os cinco primeiros lugares no rali do Senegal. A montadora francesa esteve presente também no WRC (World Rally Championship), mais importante campeonato de rali de velocidade no mundo, em 1973 com um DS 21 e dois DS 23, e terminou a prova em sétimo lugar. Até 2002 a participação da equipe CITROËN não foi constante no campeonato. Em 2003 um jovem de 29 anos chamado Sébastien Loeb trouxe para a Citroën Racing o primeiro título na categoria montadora pilotando um modelo XSARA. Na classificação de pilotos, o francês conquistou o segundo lugar. Em 2007 o piloto trocou o XSARA WRC pelo C4 WRC, assim como o companheiro de equipe o espanhol Daniel Sordo, conquistando o título de Pilotos, o quarto de sua carreira no WRC.
A CITROËN encerrou a temporada de 2008 do WRC em grande estilo: depois da dupla Sébastien Loeb/Daniel Elena conquistar o pentacampeonato no Mundial de Pilotos com uma prova de antecedência, no Japão, a marca francesa sagrou-se tetracampeã do Mundial de Construtores na 15ª e última etapa da temporada, na Grã-Bretanha. Em 2010, a vitória de Sébastien Loeb/Daniel Elena no Rali da Grã-Bretanha, disputado no País de Gales, teve grande significado para a equipe CITROËN. Além de fechar dignamente uma temporada que rendeu os títulos mundiais de pilotos e de fabricantes, a montadora francesa viu o modelo C4 encerrar sua carreira com 36 vitórias em 56 ralis disputados e entrar para a galeria dos automóveis lendários da modalidade. Em 2012, dez anos após sua primeira vitória no WRC, a dupla Sébastien Loeb e Daniel Elena quebrou o recorde atual em motorsports ao conquistarem seu nono título em Alsace, França. Ao mesmo tempo, a CITROËN conquista seu oitavo título mundial no campeonato de fabricantes. Atualmente a Citroën Racing participa das categorias WTCC, WCR e WCR Júnior. Todos os dias, na sede da Citroën Racing em Versailles Satory, 196 colaboradores do departamento de automobilismo da CITROËN e DS trabalham para fazer do automobilismo um verdadeiro campo de provas que utiliza tecnologia criativa.
O resgate de uma tradição
Não é um museu, e nem estava aberto à visitação pública há pouco tempo atrás, mas o Conservatório Citroën (Conservatoire Citroën) abriga de forma brilhante a história de uma marca ícone da França. São mais de 400 veículos (modelos históricos, modelos de corrida e carros-conceito) e 1.400 metros lineares de arquivos, junto com uma enorme quantidade de peças e elementos ligados à história da CITROËN. Assim é o Conservatório Citroën, um santuário da marca francesa inaugurado no dia 28 de novembro de 2001 e situado em Aulnay-sous-Bois, entre o centro de Paris e o Aeroporto Charles de Gaulle. Um enorme galpão de 5.000 m² para os carros, mais 1.000 m² para sua manutenção e 500 m² para arquivos. Na sala de recepção, motores que a CITROËN não chegou a usar em modelos de produção, incluindo um V8. Entre modelos mais comuns e carros-conceito, um P17 de esteiras, usado pelo exército polonês, e o helicóptero RE2 com motor rotativo CITROËN. O começo da marca está muito bem representado nessa parte, dedicada aos modelos produzidos nos anos de 1920.
O agrupamento dos elementos do local exigiu uma ampla operação logística que levou mais de um ano. Antes, tudo estava espalhado em vários locais diferentes, principalmente em Paris, no centro de testes da Ferté Vidame e no centro de estilo de Vélizi. O trabalho de transferência para Aulnay durou de junho de 2000 a setembro de 2001. Parte importante do patrimônio da CITROËN constitui-se de desenhos e ilustrações, registros, dados econômicos e documentação. Há os croquis e os desenhos dos departamentos de engenharia, inclusive desenhos originais de estilo com a assinatura de Flaminio Bertoni, o estilista responsável contratado para desenhar o 11 Traction Avant e que chegou a projetar o DS. Tudo testemunha a fecundidade da marca em questão de estilo e aerodinâmica. Há também os registros, ainda escritos à mão, que contêm os números de chassi dos veículos que permitem localizar a data e o tipo exato dos produtos, bem como o volume de cada modelo produzido. O mais incrível é serem registros desde a inauguração da empresa em 1919. Os veículos estão expostos e organizados por décadas e por categorias: esporte, aventura, veículos comerciais, veículos raros, carros conceitos e protótipos. Junto com estes, há uma enorme quantidade de dados industriais, históricos, econômicos e sociais. Ver todos aqueles automóveis repousando em casa é mesmo uma formidável sensação, para quem gosta de carros e valoriza o empenho de um fabricante em conservá-los.
Passar diante de um Type A Torpedo 1919, o primeiro CITROËN produzido, chega a dar certa emoção. Foi o primeiro carro europeu fabricado em grande escala e o primeiro daquele continente a trazer motor de partida elétrico. Com o Type A chegavam também aos europeus à iluminação elétrica e o estepe. E aparecia o emblema da dupla insígnia, que ficaria conhecido no mundo todo. Uma coisa é certa: o Conservatório Citroën não é mesmo lugar para se passar algumas horas. Seriam necessários vários dias, na verdade muitos, para mergulhar em tanta e rica história.
Um lugar chamado C42
A abertura do C42 no dia 27 de setembro de 2007 foi uma etapa importante e simbólica para CITROËN. Em apenas seis meses, este endereço emblemático recebeu um milhão de visitantes. Reativando seu endereço mítico, na mais bela avenida do mundo, a montadora reforçava suas raízes históricas e consolidava a dinâmica iniciada há mais de dez anos com a renovação completa de sua linha. O C42 é também portador do projeto de uma grande montadora generalista para os próximos anos, notadamente em termos de qualidade, de produtos e de serviços. O objetivo deste local excepcional, verdadeira proeza arquitetônica em plena Avenida Champs-Élysées, é permitir aos mais variados públicos descobrir, ver e entender o automóvel de acordo com a CITROËN. Desta forma, o C42 corresponde à imagem de ambição da marca: surpreender o mundo. Entrar no C42 é descobrir a imagem forte das criações CITROËN e compartilhar os valores de prazer, de audácia e de inovação da marca. A história, às vezes, se perpetua.
Na CITROËN, a história remete a um lugar, inaugurado em 1927 e que nunca termina de renascer, com um estilo arquitetônico inovador, decididamente contemporâneo e com uma identidade visual reconhecível, qualquer que seja a época. Símbolo da ligação estreita entre a marca e a prestigiosa avenida, o nome C42 foi escolhido naturalmente: C de CITROËN e 42 pelo endereço (em francês, “42, avenue des Champs-Elysées”). Um endereço escolhido na época pelo prestígio que ele inspirava, e um reconhecimento mundial: o C42 cria verdadeiramente raízes neste local. No coração de Paris, num dos locais turísticos mais visitados do mundo, a CITROËN criou uma vitrine para sua imagem, sempre moderna e prestigiosa, através de um projeto arquitetônico ambicioso. O local mítico foi reinventado com uma obra de vidro, cuja fachada hexagonal apresenta o duplo Chevron sobre toda sua altura. Realizado por Manuelle Gautrand, o C-42 exibe decididamente o espírito de criatividade e de inovação que acompanha desde o início o destino da marca. O C42 põe em cena o universo automobilístico de maneira espetacular: uma coluna de carros, verdadeira escultura composta por oito plataformas giratórias, sobrepostas e sobrepujadas de espelhos, subindo no centro do edifício.
O visitante, recebido por um dos últimos carros conceito da montadora francesa, exposto no térreo, é então convidado para um passeio original de cima para baixo, no tempo e no espaço. Um elevador panorâmico leva o visitante ao átrio banhado de luz do último pavimento, debaixo da cúpula de vidro, de onde ele pode ter uma visão incrível da capital francesa: a torre Eiffel, a cúpula do Grand Palais, a torre Montparnasse, a Praça da Concorde, os Champs-Élysées como ele nunca os viu. Descendo a pé, nível após nível e ao redor da coluna de carros, o visitante descobre então a exposição, dos modelos mais antigos aos mais modernos. Ele pode também consultar as telas táteis, verdadeiros suportes pedagógicos associados a cada veículo, e aproximar-se assim o mais perto possível dos modelos.
No subsolo, ao redor de um segundo carro conceito, o visitante prossegue sua imersão no universo CITROËN com a difusão de filmes dedicados à temática da exposição e a diversas atualidades da marca. O local também abriga exposições fantásticas relacionadas aos automóveis. No fim de seu percurso, o visitante chega ao térreo onde está uma enorme loja. Dedicada à venda dos produtos C42, esta loja propõe alguns objetos inéditos evocando a inovação e o lado estético do lugar, recordações do momento passado na CITROËN. Mais de dez milhões de pessoas já visitaram este único, inovador e educacional espaço conceito desde sua inauguração. C42, Avenida dos Champs-Elysées: mais que um lugar, uma história.
O gênio por trás da marca
Quando um sobrenome se torna uma marca, definitivamente entra para a história. A notoriedade é o fruto do seu reconhecimento, sendo a perenidade o reflexo da sua adaptação. CITROËN entrou para a história a partir de 1919. Há mais de 90 anos que a marca francesa acompanha os grandes movimentos da sociedade, nas suas mais diversas correntes, nos mais cotidianos acontecimentos, nos seus mais loucos sonhos. André Citroën, visionário dos métodos revolucionários, é sem contestação uma das grandes personalidades do início do século XX. Audacioso, intuitivo, sempre à frente do seu tempo, dotado de um sentido surpreendente para a comunicação, este homem fora do normal, apaixonado pela ação e pela aventura, estava no lugar certo e na hora certa. Filho de um joalheiro holandês, Lévie Citroën, e de uma judia polonesa, Macha Kleinan, André-Gustave Citroën nasceu no dia 5 de fevereiro de 1878 na cidade de Paris. Órfão de pai aos seis anos, ele foi criado pela mãe que retoma o negócio de diamantes e de pérolas finas. No dia 1 de outubro de 1885, entra para o 9º Curso no liceu Condorcet. Quando se matricula, adiciona um trema ao “e” de seu sobrenome. Aos dez anos descobre Jules Verne, do qual se torna um leitor assíduo. Retirou de sua obra os grandes princípios que seriam seguidos ao longo de toda a sua vida: o espírito da descoberta, o sentido de concorrência, a maravilha científica e a procura permanente da evolução. A edificação da Torre Eiffel para a exposição universal de 1889 é o segundo acontecimento que decidiu a orientação do jovem adolescente. Ele ia ser um engenheiro. Em 1898, entrou para a prestigiosa Escola Politécnica. Terminou o curso em 1900. Seu primeiro emprego foi em uma fábrica de rodas, propriedade de amigos da família.
Com vinte e dois anos de idade, em uma viagem à Polônia, descobre casualmente um processo de corte das engrenagens em forma de Chevron. Compreende de imediato que esse processo, transposto para o aço, poderia trazer-lhe oportunidades e compra a patente. A história daqui em diante é o início de uma das mais bem sucedidas empresas automobilísticas de todos os tempos. E para ele, o progresso industrial devia ser acompanhado de avanços sociais: na fábrica de Javel, cria instalações sanitárias e sociais (integrando salas de estar, de jogos, de ginástica, de costura, refeitório, etc.) sem precedentes para os operários; concede a cada operária grávida um prêmio mensal, um prêmio pelo nascimento da criança e um mês de folga pago; é o primeiro à pagar um mês extra a seus funcionários; transforma a enfermaria em um verdadeiro hospital, e os cuidados eram gratuitos; e pela primeira vez na Europa, organiza grupos de trabalho especiais para pessoas portadoras de deficiências. André-Gustave Citroën morreu no dia 3 de julho de 1935 aos 57 anos, em virtude de um câncer de estômago. Muito mais que construir automóveis, André Citroën formava cidadãos.
A evolução visual
Os dois “V” invertidos, conhecidos na França como “Deux Chevron”, simbolizam a engrenagem bi-helicoidal, criada pelo engenheiro André Citroën, fundador da marca francesa. Adotado como símbolo principal do logotipo da marca em 1919, ao longo dos anos foi evoluindo, como mostra a imagem abaixo.
Em 1985 ocorreu uma remodelação mais radical: trocou a tradicional cor amarela e azul pela vermelha, representada por um fundo com o símbolo Deux Chevron dentro. Em fevereiro de 2009 a montadora francesa apresentou seu novo logotipo, com o duplo “Chevron” característico da marca agora em três dimensões, ganhando relevo em força e matéria. O nome “Citroën” vinha grafado com uma nova fonte de letra. Utilizando essa nova identidade visual, a CITRÖEN desejava se reinventar completamente, mantendo a dinâmica gerada pelo sucesso de novos produtos lançados nos últimos dez anos para dar à marca um maior valor agregado, conduzindo e mantendo a gama de produtos modernos. A mudança fez parte das comemorações de 90 anos da marca.
Os slogans
Créative Technologie. (2009)
Discover what Citroën can do for you. (1993)
Just imagine what Citroën can do for you.
Nothing moves you like a Citroën. (década de 1990)
Intenso como você. (Citroën C3)
Incomparável. (Citroën C5)
Você não imagina tudo o que a Citroën pode fazer por você. (Brasil)
Dados corporativos
● Origem: França
● Fundação: 1919
● Fundador: André Citroën
● Sede mundial: Paris, França
● Proprietário da marca: Peugeot Citroën Automobiles S.A.
● Capital aberto: Não (subsidiária da PSA Groupe)
● Chairman: Carlos Tavares
● CEO: Linda Jackson
● Faturamento: €20 bilhões (estimado)
● Lucro: Não divulgado
● Vendas globais: 1.185.234 unidades (2015)
● Presença global: 90 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 184.100 (PSA Groupe)
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis e utilitários
● Concorrentes diretos: Renault, Volkswagen, Fiat, Ford, Chevrolet, Nissan, Honda, Kia, Hyundai e Toyota
● Ícones: O logotipo “Deux Chevron”
● Slogan: Créative Technologie.
● Website: www.citroen.com.br
A marca no Brasil
Presente no Brasil desde 1991 com a importação independente de veículos, como os modelos XM, XANTIA e XSARA, que eram distribuídos para 21 concessionárias nos principais mercados regionais do país, somente em agosto de 2000 foi inaugurado no Rio de Janeiro o complexo industrial de Porto Real trazendo os mais altos padrões de sofisticação, acabamento, durabilidade, confiabilidade, conforto, desempenho e segurança. Com capacidade inicial para produzir até 100 mil veículos por ano e gerando mais de 2.500 empregos na região, o parque industrial montado em Porto Real, envolveu um investimento de aproximadamente US$ 1 bilhão. Em pouco tempo a região se tornou um importante pólo automotivo. O primeiro veículo a inaugurar a linha de montagem foi o XSARA PICASSO, dando início ao processo de consolidação da presença no mercado brasileiro da marca francesa. Sucesso de vendas, dois anos mais tarde foi lançado no mercado a edição especial com DVD. O XSARA PICASSO foi o primeiro veículo nacional a possuir o sistema de série. O equipamento ficava posicionado de forma que os passageiros traseiros pudessem assistir filmes ou jogar vídeo game sem atrapalhar o motorista graças aos três pares de fones de ouvido individuais. Este sistema não interferia no sistema de som do rádio permitindo que o motorista e o passageiro dianteiro ouvissem música ao mesmo tempo em que os ocupantes traseiros usufruíam do sistema de DVD.
Em 2003 o C3 também passou a ser fabricado no Brasil. Em 2006 uma edição especial chamada de C3 MUSIQUE possuía seis auto-falantes, subwoofer de 10 polegadas instalado sob o banco do passageiro, CD player com controle remoto e iPod. Pela primeira vez um carro fabricado no Brasil oferecia som de fábrica integrado a um iPod. Em 2010 foi a vez do lançamento do CITROËN AIRCROSS. Desde então, a marca vem ampliando seu portfólio de produtos nacionais e importados, que são oferecidos por uma rede de concessionárias que não para de crescer. Atualmente a fabrica também produz motores e veículos Flex para exportação para os países do Mercosul e da Europa.
A marca no mundo
A CITROËN, uma das maiores e mais fortes marcas de automóveis da Europa, está presente em mais de 90 países com mais de 8 mil pontos de vendas, destinando 70% do seu volume de produção para fora do mercado francês. Com 13 fábricas principais, somente em 2015 a montadora vendeu mais de 1.18 milhões de veículos.
Você sabia?
● Entre 1925 e 1934, a CITROËN exibiu um espetacular anúncio na Torre Eiffel, expondo seu nome em letras iluminadas de 30m de altura (250.000 lâmpadas e 600 km de fiação). Charles Lindbergh usou o sinal para guiá-lo na aterrissagem quando veio voando através do Atlântico.
● Os automóveis com a marca CITROËN não são vendidos nos Estados Unidos, Canadá e México, três grandes mercados consumidores.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Isto é Dinheiro, Época Negócios, Exame e Quatro Rodas), jornais (Valor Econômico, Meio Mensagem, Folha e Estadão), sites automobilísticos (Best Cars), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 25/8/2016
Citroen é muito boa!! Os carros mais bonitos!
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