Um centenário de muito sucesso, pioneirismo e inovação. Esse é o cenário que marca a trajetória da GENERAL MOTORS, empresa reconhecida mundialmente por sua visão empreendedora ligada a expansão, grandes parcerias, fusões e incorporações, que nos últimos tempos parece ter desmoronado. Apesar disso, sua história não pode ser apagada: a GM é responsável pela criação de alguns dos modelos de automóveis mais memoráveis da história, verdadeiras obras do design esculpidas sob o aço e com detalhes de vidro. Corvette. Firebird. Riviera. Camaro. GTO. Eldorado. Esses nomes representam mais do que apenas veículos: são ícones culturais, parte da identidade coletiva dos americanos.
A história
A história do que viria a se tornar a maior montadora do planeta começou como um empreendimento tímido exatamente no dia 16 de setembro de 1908 quando William C. Durant, um próspero produtor de carruagens, fundou a GENERAL MOTORS CORPORATION, na cidade de Flint, estado americano do Michigan, após a incorporação da montadora Buick, fundada pelo escocês David Dunhar Buick e da qual havia sido presidente, que fabricou seu primeiro carro em 1903. Pouco depois, no dia 12 de novembro, a Oldsmobile, outra tradicional montadora americana fundada em 1897, se tornou a segunda marca a integrar a nova empresa. Em seus primeiros anos de atividades, a empresa incorporou ainda as marcas Oakland (que mais tarde se tornaria Pontiac) e Cadillac, fundada em 1902 e comprada por US$ 5.5 milhões em 1909. No dia 3 de novembro de 1911, William Durant, que havia deixado a GM devido a divergências com os outros sócios, criou a Chevrolet Motor Company of Michigan, em parceria com o mecânico e piloto suíço Louis Chevrolet, que viria a ser comprada pela empresa em 1918.
Ainda em 1911, a empresa criou a marca GMC (derivada da Rapid Motor Vehicle Company, que a GM havia comprado anos antes), responsável pela produção e venda de caminhonetes e caminhões leves. Nos anos seguintes, paralelamente às fusões e aquisições, a empresa explorava oportunidades de expansão, mas só em 1918 abriu seus horizontes e se estabeleceu no país vizinho, o Canadá. Esse foi o ponto de partida para que a GM conquistasse diversos territórios em todos os continentes. Pouco depois, em 1919, a GM incorporou a Frigidaire, tradicional fabricante de refrigeradores, sendo a primeira empresa não ligada ao ramo automobilístico a fazer parte da empresa. Com um posicionamento visionário, os executivos da empresa logo perceberam que a sua área de atuação poderia ser muito maior do que aquela do eixo em que operava. Inaugurou sua primeira fábrica na Europa, na cidade de Copenhagen na Dinamarca em 1923.
Pouco depois, no dia 26 de janeiro de 1925, a GENERAL MOTORS chegou ao Brasil e se instalou no bairro do Ipiranga, em São Paulo. No mesmo ano, iniciou suas operações na Argentina, França e Alemanha, além de adquirir o controle da montadora britânica Vauxhall e da Yellow Coach, tradicional fabricantes dos populares ônibus amarelos escolares no mercado americano. Depois, em 1926, estabeleceu operações na Austrália, Japão e África do Sul. Mas essa visão foi muito adiante. Logo foi a vez da Índia, mercado praticamente inexplorado e, na época, um dos últimos focos do empreendedorismo mundial. Um ano depois, em 1929, a GM anunciou a aquisição do controle da alemã Opel e a sua chegada à China. Com todo esse crescimento, a GM se tornou a maior fabricante de veículos do mundo no ano de 1931. Um dos fatores que contribuíram para isso tinha um nome: Alfred Sloan Jr., que assumiu a presidência da empresa em 1923, período em que a GM era responsável pela comercialização de 10% dos veículos vendidos no mercado americano.
As vendas fora dos Estados Unidos e Canadá continuaram aumentando, superando a marca de 350 mil veículos em 1938, demonstrando o gigantismo e a internacionalização da empresa às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Dois anos depois a montadora atingia a impressionante marca de 25 milhões de carros produzidos. Durante a guerra, a GM converteu quase todas as suas fábricas para a construção de material bélico e veículos militares para o exército americano. Durante esse período, a empresa produzia desde geladeiras até autopeças. Após o término do conflito, a produção de automóveis da empresa cresceu vertiginosamente, em especial por uma série de novos modelos das diferentes marcas, melhorados por várias inovações técnicas e de design. Em 1967, a GM atingiu uma marca histórica para o setor automobilístico: 100 milhões de veículos produzidos desde a sua fundação.
A década seguinte tem início com compra das ações da montadora japonesa Isuzu em 1971. No ano seguinte investiu também na montadora coreana Daewoo, dando demonstrações da forte intenção de conquistar cada vez mais mercado no continente asiático. Esta década foi marcada pelo lançamento de um ambicioso programa visando a remodelação de todos os seus produtos para que se tornassem mais econômicos. Assim, os veículos passaram a ser mais leves e menores, porém, sem abrir mão do conforto. Em 1984, a GM associou-se à Toyota para produzir um carro de pequeno porte, o Chevrolet Nova, que foi lançado no mercado no ano seguinte. Foi uma aliança até então inédita entre uma empresa americana e outra japonesa. E um golpe do destino, que transformaria, nos anos seguintes, a Toyota em maior rival da montadora americana. No final desta década, em 1989, o ímpeto da GM por aquisições não parou: adquiriu 50% da montadora sueca Saab. No ano seguinte, a GM lançou no mercado americano a marca Saturn. Na década de 90, com a abertura do comércio na China, a GM não esperou para garantir essa fatia tão rentável da economia mundial. Logo assinou contrato com a Shanghai Automotive, para a produção de carros no país.
Em 2004, a GM vendeu cerca de nove milhões de carros e caminhões no mundo inteiro, alcançando a segunda maior marca de sua história. Apesar disso, a difícil situação financeira da empresa já nessa época, obrigou a GM a encerrar e sepultar uma das mais tradicionais marcas de veículos do mundo, a Oldsmobile. A empresa, que foi líder mundial absoluta de vendas por 77 anos consecutivos, perdeu a liderança para a japonesa Toyota em 2007. Era apenas o desfecho de uma crise que não parecia ter fim, iniciada anos antes com seguidos prejuízos e várias fábricas fechadas devido à produção de veículos que consumiam muito combustível, incompatíveis com a forte alta do preço do petróleo. A situação foi agravada após o advento da crise mundial de 2008, empurrando a outrora gigante americana para um abismo iminente. A crise somente piorou a já crítica situação da empresa, que teve que recorrer à ajuda governamental. A GM recebeu US$ 13.4 bilhões para tentar resolver seu problema de liquidez e evitar uma possível falência.
Ainda no contexto de combate aos efeitos da crise financeira mundial, a GENERAL MOTORS anunciou o encerramento das marcas Pontiac, Hummer e Saturn. O processo de descontinuação das marcas foi definitivamente concluído no fim de 2010. A empresa ainda anunciou a venda da Saab, outra marca que causava enormes prejuízos a empresa. De nada adiantaram essas medidas. Rumores de que os próprios executivos da GM já consideravam utilizar-se da proteção da lei de falências norte-americana levaram as ações da empresa a serem negociadas em 6 de março de 2009 nos valores mais baixos desde 1933, chegando a cair 94% no período de 12 meses.
Finalmente, em 1° de junho de 2009, ocorreu o desfecho que todos esperavam: a GM encaminhou pedido de proteção contra falência, terceiro maior da história corporativa americana, baseado no famigerado Chapter 11 - Código de Falências dos Estados Unidos - que permite a reorganização de empresas. Na mesma ocasião, apresentou um plano para ressurgir como uma organização menor e menos endividada em poucos meses. Segundo esse plano a empresa foi divida em duas: a “velha GM”, que ficou com as dívidas e os ativos de risco; e a “nova GM”, muito menor, mas também muito menos endividada. A partir de então, a GM se concentraria em quatro marcas (GMC, Cadillac, Buick e Chevrolet), além da gigante Opel; e venderia algumas outras marcas de menor expressão. Somente nos Estados Unidos a GM fechou 2.400 concessionárias e 10 fábricas, além de demitir mais de 21.000 pessoas. O resultado desses cortes dolorosos já começou a aparecer: pela primeira vez desde 2004, a GM apresentou lucros por quatro trimestres consecutivos em 2010, fechando o ano com receita global de aproximadamente US$ 136 bilhões e mais de 8.3 milhões de veículos vendidos no mundo, comercializando pela primeira vez em sua história mais unidades na China do que nos Estados Unidos.
A linha do tempo
1912
● A Cadillac inovou ao lançar veículos com carroceria fechada e a produção em série de automóveis com partida elétrica.
1919
● Criação da empresa de financiamento GMAC.
1923
● A Buick inovou ao apresentar o primeiro automóvel com freio nas quatro rodas.
1925
● Aquisição da montadora britânica VAUXHALL MOTORS.
1926
● O primeiro PONTIAC, chamado de “Chief of The Sixes”, de seis cilindros, foi apresentado ao público.
1929
● Aquisição do controle da tradicional montadora alemã OPEL.
1935
● Início da produção em massa do OPEL OLYMPIA, primeiro carro a ter carroceria inteira em aço.
1948
● Aquisição da montadora australiana HOLDEN.
1950
● A Chevrolet apresentou a transmissão Powerglide, fazendo da marca a primeira a oferecer um automóvel com transmissão automática de baixo preço.
1953
● Apresentação do CHEVROLET CORVETTE, primeiro carro esportivo de larga escala de produção.
1966
● Lançamento dos lendários PONTIAC FIREBIRD e CHEVROLET CAMARO.
1971
● Aquisição de 34,2% da japonesa ISUZU MOTORS. Em 1998, aumentou a participação para 49%.
● A montadora desenvolveu e fabricou o sistema de mobilidade do veículo lunar da Apollo 15.
1986
● Aquisição da fabricante britânica de carros esportivos LOTUS, depois vendida em 1993.
1989
● Aquisição de 50% da montadora sueca SAAB. Uma década depois, comprou os 50% restantes.
1990
● Apresentação dos primeiros carros do projeto da marca SATURN, direcionada para o desenvolvimento de automóveis compactos.
1996
● Foi a primeira montadora a produzir um automóvel elétrico em escala, o EV1.
1999
● Aquisição dos direitos exclusivos da marca HUMMER, pertencente a AM General Corporation.
2002
● Aquisição da maior parte da montadora coreana DAEWOO MOTOR.
2003
● Lançamento, através da GM do Brasil, do motor Flex, que funcionava tanto com gasolina como com álcool.
2004
● Lançamento, através da GM do Brasil, do motor MultiPower, capaz de funcionar com gasolina, álcool ou gás natural.
2010
● Apresentado, como parte da celebração do centenário da empresa, o CHEVROLET VOLT, um carro elétrico que a empresa apostava ser sua salvação, foi oficialmente lançado para o público no mês de novembro.
A evolução visual
O tradicional logotipo da GM pouco mudou durante toda a história da empresa. Na alteração mais significativa, ocorrida há alguns anos atrás, o logotipo ganhou um visual moderno com efeitos 3D.
Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 16 de setembro de 1908
● Fundador: William C. Durant
● Sede mundial: Detroit, Michigan
● Proprietário da marca: General Motors Company
● Capital aberto: Sim
● Chairman & CEO: Daniel Akerson
● Faturamento: US$ 135.6 bilhões (2010)
● Lucro: US$ 6.17 bilhões (2010)
● Valor de mercado: US$ 34.9 bilhões (agosto/2010)
● Vendas globais: 8.390.000 (2010)
● Concessionárias: 5.000 (somente nos Estados Unidos)
● Presença global: + 140 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: China, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e Alemanha
● Funcionários: 202.000
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis, utilitários e caminhões leves
● Principais concorrentes: Toyota, Ford, Volkswagen, Honda e Fiat
● Marcas: Chevrolet, Cadillac, Buick, GMC e Opel
● Slogan: Mark of Excellence.
● Website: www.gm.com
A marca no Brasil
A empresa atua no Brasil desde 1925. Naquele ano, começou a funcionar em galpões alugados no histórico bairro do Ipiranga, em São Paulo. Inicialmente, as atividades consistiam na montagem de veículos importados dos Estados Unidos. Após cinco anos, a GENERAL MOTORS do Brasil inaugurava oficialmente, em 1930, sua primeira fábrica, em São Caetano do Sul. A aposta deu muito certo e, em 1936, a GM do Brasil já comemorava a produção de 100.000 veículos. Em 1958, a GM começou a operar uma segunda fábrica, localizada em São José dos Campos e inaugurada oficialmente um ano depois pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek. Ainda neste ano, saíram da linha de montagem da fábrica de São Caetano do Sul, os primeiros veículos genuinamente nacionais da empresa: os caminhões Chevrolet Brasil e a picape modelo 3100, para cargas leves, inaugurando a fabricação de veículos leves da GM no país. Decidida a ampliar sua linha de produtos, a subsidiária brasileira lançou, em 1968, seu primeiro automóvel de passeio, o Chevrolet Opala, que encerrou seu ciclo de vida 24 anos depois, com mais de 1 milhão de unidades vendidas e uma legião de fãs que cresce até hoje. Desde então, a empresa não parou mais de fabricar sucessos de vendas.
Em 1973, lançou o Chevrolet Chevette, que acumulou vendas superiores a 1.2 milhões de unidades, até ser substituído pelo Chevrolet Corsa, em 1994, primeiro veículo popular com injeção eletrônica de combustível do país. Outro carro a marcar a história da GM do Brasil foi o Chevrolet Monza, lançado em 1982 na versão hatchback e, dois anos depois, na versão sedã. Em 1989, foi a vez do Chevrolet Kadett, compacto médio, que deu origem à versão “perua”, a Ipanema. Em seguida vieram: S-10 (1995), Vectra e Omega. Em julho de 2000, a GM inaugurava sua terceira fábrica no Brasil, o Complexo Industrial Automotivo de Gravataí (RS). O Chevrolet Celta hatchback foi o produto concebido para aquela linha de montagem. O Centro de Design incorporou ainda ao seu portfólio os modelos Meriva, Montana, Novo Vectra, Prisma, Agile e Classic, que aumentaram a lista de produtos 100% nacionais da General Motors do Brasil. Apesar da atual crise da empresa nos Estados Unidos e na Europa, a situação da GM do Brasil, maior subsidiária da corporação na América do Sul e a segunda maior operação fora dos Estados Unidos, parecia muito diferente como declarou o presidente da empresa no Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, no dia 2 de junho de 2009: o ano anterior foi o melhor da empresa no país, fazendo com que não dependa de investimentos da matriz pelos próximos cinco anos. Hoje, a empresa registra 6 complexos industriais e comerciais, mais dois projetos anunciados em andamento, um Centro Tecnológico, o maior portfólio de produtos do mercado nacional (20 modelos), mais de 600 concessionárias, 21 mil empregados e uma capacidade de produção anual superior a 700.000 veículos. Em 2010 a divisão brasileira atingiu um recorde histórico ao comercializar 657.724 automóveis no país.
A marca no mundo
A GM, que duela com a japonesa Toyota pelo posto de maior montadora do planeta, vende seus veículos em mais de 140 países ao redor do mundo e os produz em outros 30, sendo responsável por aproximadamente 15% da produção mundial de automóveis, comercializando 8.39 milhões de veículos no ano de 2010. Apesar da crise, a GM mantém sob seu portfólio várias marcas de sucesso, entre as quais a Buick, Cadillac, Chevrolet, além da GMC, que fabrica exclusivamente caminhões, grandes vans e caminhonetes; e mantém participação em outras montadoras como a australiana Holden, a alemã Opel (uma das marcas mais importantes da empresa em virtude de sua forte presença no mercado europeu) e britânica Vauxhall. Ainda possui participações acionárias consideráveis na chinesa Wuling e na japonesa Isuzu. Os maiores mercados da empresa são China (2.4 milhões de veículos), seguido dos Estados Unidos (2.2 milhões de veículos), Brasil (mais de 657 mil veículos), Reino Unido, Alemanha, Canadá e Itália. Na Europa, a corporação possui 10 fábricas produtivas em sete países. A GM ainda possui subsidiárias ligadas ao setor automotivo como a OnStar (empresa líder da indústria em segurança veicular, proteção e serviços de informação).
Você sabia?
● Segundo o ranking das maiores empresa do mundo de 2011, feito pela prestigiada revista Fortune, a GM ocupa a posição de número 15, além de ser a terceira maior montadora do mundo em relação ao faturamento e segunda em unidades vendidas.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 24/8/2011
A história
A história do que viria a se tornar a maior montadora do planeta começou como um empreendimento tímido exatamente no dia 16 de setembro de 1908 quando William C. Durant, um próspero produtor de carruagens, fundou a GENERAL MOTORS CORPORATION, na cidade de Flint, estado americano do Michigan, após a incorporação da montadora Buick, fundada pelo escocês David Dunhar Buick e da qual havia sido presidente, que fabricou seu primeiro carro em 1903. Pouco depois, no dia 12 de novembro, a Oldsmobile, outra tradicional montadora americana fundada em 1897, se tornou a segunda marca a integrar a nova empresa. Em seus primeiros anos de atividades, a empresa incorporou ainda as marcas Oakland (que mais tarde se tornaria Pontiac) e Cadillac, fundada em 1902 e comprada por US$ 5.5 milhões em 1909. No dia 3 de novembro de 1911, William Durant, que havia deixado a GM devido a divergências com os outros sócios, criou a Chevrolet Motor Company of Michigan, em parceria com o mecânico e piloto suíço Louis Chevrolet, que viria a ser comprada pela empresa em 1918.
Ainda em 1911, a empresa criou a marca GMC (derivada da Rapid Motor Vehicle Company, que a GM havia comprado anos antes), responsável pela produção e venda de caminhonetes e caminhões leves. Nos anos seguintes, paralelamente às fusões e aquisições, a empresa explorava oportunidades de expansão, mas só em 1918 abriu seus horizontes e se estabeleceu no país vizinho, o Canadá. Esse foi o ponto de partida para que a GM conquistasse diversos territórios em todos os continentes. Pouco depois, em 1919, a GM incorporou a Frigidaire, tradicional fabricante de refrigeradores, sendo a primeira empresa não ligada ao ramo automobilístico a fazer parte da empresa. Com um posicionamento visionário, os executivos da empresa logo perceberam que a sua área de atuação poderia ser muito maior do que aquela do eixo em que operava. Inaugurou sua primeira fábrica na Europa, na cidade de Copenhagen na Dinamarca em 1923.
Pouco depois, no dia 26 de janeiro de 1925, a GENERAL MOTORS chegou ao Brasil e se instalou no bairro do Ipiranga, em São Paulo. No mesmo ano, iniciou suas operações na Argentina, França e Alemanha, além de adquirir o controle da montadora britânica Vauxhall e da Yellow Coach, tradicional fabricantes dos populares ônibus amarelos escolares no mercado americano. Depois, em 1926, estabeleceu operações na Austrália, Japão e África do Sul. Mas essa visão foi muito adiante. Logo foi a vez da Índia, mercado praticamente inexplorado e, na época, um dos últimos focos do empreendedorismo mundial. Um ano depois, em 1929, a GM anunciou a aquisição do controle da alemã Opel e a sua chegada à China. Com todo esse crescimento, a GM se tornou a maior fabricante de veículos do mundo no ano de 1931. Um dos fatores que contribuíram para isso tinha um nome: Alfred Sloan Jr., que assumiu a presidência da empresa em 1923, período em que a GM era responsável pela comercialização de 10% dos veículos vendidos no mercado americano.
As vendas fora dos Estados Unidos e Canadá continuaram aumentando, superando a marca de 350 mil veículos em 1938, demonstrando o gigantismo e a internacionalização da empresa às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Dois anos depois a montadora atingia a impressionante marca de 25 milhões de carros produzidos. Durante a guerra, a GM converteu quase todas as suas fábricas para a construção de material bélico e veículos militares para o exército americano. Durante esse período, a empresa produzia desde geladeiras até autopeças. Após o término do conflito, a produção de automóveis da empresa cresceu vertiginosamente, em especial por uma série de novos modelos das diferentes marcas, melhorados por várias inovações técnicas e de design. Em 1967, a GM atingiu uma marca histórica para o setor automobilístico: 100 milhões de veículos produzidos desde a sua fundação.
A década seguinte tem início com compra das ações da montadora japonesa Isuzu em 1971. No ano seguinte investiu também na montadora coreana Daewoo, dando demonstrações da forte intenção de conquistar cada vez mais mercado no continente asiático. Esta década foi marcada pelo lançamento de um ambicioso programa visando a remodelação de todos os seus produtos para que se tornassem mais econômicos. Assim, os veículos passaram a ser mais leves e menores, porém, sem abrir mão do conforto. Em 1984, a GM associou-se à Toyota para produzir um carro de pequeno porte, o Chevrolet Nova, que foi lançado no mercado no ano seguinte. Foi uma aliança até então inédita entre uma empresa americana e outra japonesa. E um golpe do destino, que transformaria, nos anos seguintes, a Toyota em maior rival da montadora americana. No final desta década, em 1989, o ímpeto da GM por aquisições não parou: adquiriu 50% da montadora sueca Saab. No ano seguinte, a GM lançou no mercado americano a marca Saturn. Na década de 90, com a abertura do comércio na China, a GM não esperou para garantir essa fatia tão rentável da economia mundial. Logo assinou contrato com a Shanghai Automotive, para a produção de carros no país.
Em 2004, a GM vendeu cerca de nove milhões de carros e caminhões no mundo inteiro, alcançando a segunda maior marca de sua história. Apesar disso, a difícil situação financeira da empresa já nessa época, obrigou a GM a encerrar e sepultar uma das mais tradicionais marcas de veículos do mundo, a Oldsmobile. A empresa, que foi líder mundial absoluta de vendas por 77 anos consecutivos, perdeu a liderança para a japonesa Toyota em 2007. Era apenas o desfecho de uma crise que não parecia ter fim, iniciada anos antes com seguidos prejuízos e várias fábricas fechadas devido à produção de veículos que consumiam muito combustível, incompatíveis com a forte alta do preço do petróleo. A situação foi agravada após o advento da crise mundial de 2008, empurrando a outrora gigante americana para um abismo iminente. A crise somente piorou a já crítica situação da empresa, que teve que recorrer à ajuda governamental. A GM recebeu US$ 13.4 bilhões para tentar resolver seu problema de liquidez e evitar uma possível falência.
Ainda no contexto de combate aos efeitos da crise financeira mundial, a GENERAL MOTORS anunciou o encerramento das marcas Pontiac, Hummer e Saturn. O processo de descontinuação das marcas foi definitivamente concluído no fim de 2010. A empresa ainda anunciou a venda da Saab, outra marca que causava enormes prejuízos a empresa. De nada adiantaram essas medidas. Rumores de que os próprios executivos da GM já consideravam utilizar-se da proteção da lei de falências norte-americana levaram as ações da empresa a serem negociadas em 6 de março de 2009 nos valores mais baixos desde 1933, chegando a cair 94% no período de 12 meses.
Finalmente, em 1° de junho de 2009, ocorreu o desfecho que todos esperavam: a GM encaminhou pedido de proteção contra falência, terceiro maior da história corporativa americana, baseado no famigerado Chapter 11 - Código de Falências dos Estados Unidos - que permite a reorganização de empresas. Na mesma ocasião, apresentou um plano para ressurgir como uma organização menor e menos endividada em poucos meses. Segundo esse plano a empresa foi divida em duas: a “velha GM”, que ficou com as dívidas e os ativos de risco; e a “nova GM”, muito menor, mas também muito menos endividada. A partir de então, a GM se concentraria em quatro marcas (GMC, Cadillac, Buick e Chevrolet), além da gigante Opel; e venderia algumas outras marcas de menor expressão. Somente nos Estados Unidos a GM fechou 2.400 concessionárias e 10 fábricas, além de demitir mais de 21.000 pessoas. O resultado desses cortes dolorosos já começou a aparecer: pela primeira vez desde 2004, a GM apresentou lucros por quatro trimestres consecutivos em 2010, fechando o ano com receita global de aproximadamente US$ 136 bilhões e mais de 8.3 milhões de veículos vendidos no mundo, comercializando pela primeira vez em sua história mais unidades na China do que nos Estados Unidos.
A linha do tempo
1912
● A Cadillac inovou ao lançar veículos com carroceria fechada e a produção em série de automóveis com partida elétrica.
1919
● Criação da empresa de financiamento GMAC.
1923
● A Buick inovou ao apresentar o primeiro automóvel com freio nas quatro rodas.
1925
● Aquisição da montadora britânica VAUXHALL MOTORS.
1926
● O primeiro PONTIAC, chamado de “Chief of The Sixes”, de seis cilindros, foi apresentado ao público.
1929
● Aquisição do controle da tradicional montadora alemã OPEL.
1935
● Início da produção em massa do OPEL OLYMPIA, primeiro carro a ter carroceria inteira em aço.
1948
● Aquisição da montadora australiana HOLDEN.
1950
● A Chevrolet apresentou a transmissão Powerglide, fazendo da marca a primeira a oferecer um automóvel com transmissão automática de baixo preço.
1953
● Apresentação do CHEVROLET CORVETTE, primeiro carro esportivo de larga escala de produção.
1966
● Lançamento dos lendários PONTIAC FIREBIRD e CHEVROLET CAMARO.
1971
● Aquisição de 34,2% da japonesa ISUZU MOTORS. Em 1998, aumentou a participação para 49%.
● A montadora desenvolveu e fabricou o sistema de mobilidade do veículo lunar da Apollo 15.
1986
● Aquisição da fabricante britânica de carros esportivos LOTUS, depois vendida em 1993.
1989
● Aquisição de 50% da montadora sueca SAAB. Uma década depois, comprou os 50% restantes.
1990
● Apresentação dos primeiros carros do projeto da marca SATURN, direcionada para o desenvolvimento de automóveis compactos.
1996
● Foi a primeira montadora a produzir um automóvel elétrico em escala, o EV1.
1999
● Aquisição dos direitos exclusivos da marca HUMMER, pertencente a AM General Corporation.
2002
● Aquisição da maior parte da montadora coreana DAEWOO MOTOR.
2003
● Lançamento, através da GM do Brasil, do motor Flex, que funcionava tanto com gasolina como com álcool.
2004
● Lançamento, através da GM do Brasil, do motor MultiPower, capaz de funcionar com gasolina, álcool ou gás natural.
2010
● Apresentado, como parte da celebração do centenário da empresa, o CHEVROLET VOLT, um carro elétrico que a empresa apostava ser sua salvação, foi oficialmente lançado para o público no mês de novembro.
A evolução visual
O tradicional logotipo da GM pouco mudou durante toda a história da empresa. Na alteração mais significativa, ocorrida há alguns anos atrás, o logotipo ganhou um visual moderno com efeitos 3D.
Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 16 de setembro de 1908
● Fundador: William C. Durant
● Sede mundial: Detroit, Michigan
● Proprietário da marca: General Motors Company
● Capital aberto: Sim
● Chairman & CEO: Daniel Akerson
● Faturamento: US$ 135.6 bilhões (2010)
● Lucro: US$ 6.17 bilhões (2010)
● Valor de mercado: US$ 34.9 bilhões (agosto/2010)
● Vendas globais: 8.390.000 (2010)
● Concessionárias: 5.000 (somente nos Estados Unidos)
● Presença global: + 140 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: China, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e Alemanha
● Funcionários: 202.000
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis, utilitários e caminhões leves
● Principais concorrentes: Toyota, Ford, Volkswagen, Honda e Fiat
● Marcas: Chevrolet, Cadillac, Buick, GMC e Opel
● Slogan: Mark of Excellence.
● Website: www.gm.com
A marca no Brasil
A empresa atua no Brasil desde 1925. Naquele ano, começou a funcionar em galpões alugados no histórico bairro do Ipiranga, em São Paulo. Inicialmente, as atividades consistiam na montagem de veículos importados dos Estados Unidos. Após cinco anos, a GENERAL MOTORS do Brasil inaugurava oficialmente, em 1930, sua primeira fábrica, em São Caetano do Sul. A aposta deu muito certo e, em 1936, a GM do Brasil já comemorava a produção de 100.000 veículos. Em 1958, a GM começou a operar uma segunda fábrica, localizada em São José dos Campos e inaugurada oficialmente um ano depois pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek. Ainda neste ano, saíram da linha de montagem da fábrica de São Caetano do Sul, os primeiros veículos genuinamente nacionais da empresa: os caminhões Chevrolet Brasil e a picape modelo 3100, para cargas leves, inaugurando a fabricação de veículos leves da GM no país. Decidida a ampliar sua linha de produtos, a subsidiária brasileira lançou, em 1968, seu primeiro automóvel de passeio, o Chevrolet Opala, que encerrou seu ciclo de vida 24 anos depois, com mais de 1 milhão de unidades vendidas e uma legião de fãs que cresce até hoje. Desde então, a empresa não parou mais de fabricar sucessos de vendas.
Em 1973, lançou o Chevrolet Chevette, que acumulou vendas superiores a 1.2 milhões de unidades, até ser substituído pelo Chevrolet Corsa, em 1994, primeiro veículo popular com injeção eletrônica de combustível do país. Outro carro a marcar a história da GM do Brasil foi o Chevrolet Monza, lançado em 1982 na versão hatchback e, dois anos depois, na versão sedã. Em 1989, foi a vez do Chevrolet Kadett, compacto médio, que deu origem à versão “perua”, a Ipanema. Em seguida vieram: S-10 (1995), Vectra e Omega. Em julho de 2000, a GM inaugurava sua terceira fábrica no Brasil, o Complexo Industrial Automotivo de Gravataí (RS). O Chevrolet Celta hatchback foi o produto concebido para aquela linha de montagem. O Centro de Design incorporou ainda ao seu portfólio os modelos Meriva, Montana, Novo Vectra, Prisma, Agile e Classic, que aumentaram a lista de produtos 100% nacionais da General Motors do Brasil. Apesar da atual crise da empresa nos Estados Unidos e na Europa, a situação da GM do Brasil, maior subsidiária da corporação na América do Sul e a segunda maior operação fora dos Estados Unidos, parecia muito diferente como declarou o presidente da empresa no Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, no dia 2 de junho de 2009: o ano anterior foi o melhor da empresa no país, fazendo com que não dependa de investimentos da matriz pelos próximos cinco anos. Hoje, a empresa registra 6 complexos industriais e comerciais, mais dois projetos anunciados em andamento, um Centro Tecnológico, o maior portfólio de produtos do mercado nacional (20 modelos), mais de 600 concessionárias, 21 mil empregados e uma capacidade de produção anual superior a 700.000 veículos. Em 2010 a divisão brasileira atingiu um recorde histórico ao comercializar 657.724 automóveis no país.
A marca no mundo
A GM, que duela com a japonesa Toyota pelo posto de maior montadora do planeta, vende seus veículos em mais de 140 países ao redor do mundo e os produz em outros 30, sendo responsável por aproximadamente 15% da produção mundial de automóveis, comercializando 8.39 milhões de veículos no ano de 2010. Apesar da crise, a GM mantém sob seu portfólio várias marcas de sucesso, entre as quais a Buick, Cadillac, Chevrolet, além da GMC, que fabrica exclusivamente caminhões, grandes vans e caminhonetes; e mantém participação em outras montadoras como a australiana Holden, a alemã Opel (uma das marcas mais importantes da empresa em virtude de sua forte presença no mercado europeu) e britânica Vauxhall. Ainda possui participações acionárias consideráveis na chinesa Wuling e na japonesa Isuzu. Os maiores mercados da empresa são China (2.4 milhões de veículos), seguido dos Estados Unidos (2.2 milhões de veículos), Brasil (mais de 657 mil veículos), Reino Unido, Alemanha, Canadá e Itália. Na Europa, a corporação possui 10 fábricas produtivas em sete países. A GM ainda possui subsidiárias ligadas ao setor automotivo como a OnStar (empresa líder da indústria em segurança veicular, proteção e serviços de informação).
Você sabia?
● Segundo o ranking das maiores empresa do mundo de 2011, feito pela prestigiada revista Fortune, a GM ocupa a posição de número 15, além de ser a terceira maior montadora do mundo em relação ao faturamento e segunda em unidades vendidas.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 24/8/2011
Poderiam fazer uma linha do tempo com imagens da história da GM!!!
ResponderExcluir16 de setembro, 100 anos da fundação da fébrica em Flint! Poderia fazer uma linha do tempo e descrever os sucessos da GM e como ela se encontra hoje, tentando vencer as suas concorrentes asiáticas.
ResponderExcluir