6.8.06

BUNGE


A expressão “já que” resume a filosofia de negócios da BUNGE ao longo de dois séculos de história. A estratégia poderia ser descrita assim: “já que” beneficiamos soja, vamos processá-la; “já que” esmagamos o grão, vamos refinar o óleo; “já que” compramos soja do produtor, vamos vender fertilizantes. E de “já que” em “já que”, a BUNGE se tornou uma das maiores e mais poderosas empresas do agronegócio do planeta, sempre preocupada com um dos maiores desafios do mundo contemporâneo: garantir de forma sustentável a alimentação para uma população em constante crescimento. 

A história 
A história começou em 1818 com a fundação da Bunge & Co., na cidade de Amsterdã, por um negociante de origem alemã chamado Johann Peter Gotlieb Bunge, para comercializar grãos e produtos importados das colônias holandesas. Alguns anos depois, por questões estratégicas, a sede da empresa foi realocada para a cidade portuária de Roterdã e foram abertas subsidiárias em outros países europeus, iniciando assim sua expansão internacional. Em 1859, a convite do rei do recém-criado Reino da Bélgica, a BUNGE transferiu sua sede para Antuérpia, tornando-se o braço comercial da expansão internacional do novo Reino. Neste momento, a empresa iniciou negócios com a Ásia e a África, já sob o comando de Edouard Bunge, neto do fundador. Em 1876, Ernest Bunge, irmão de Edouard, se mudou para a Argentina, onde, com outros sócios, criou em 1884 uma empresa coligada com o nome de Bunge Y Born, que tinha como principal objetivo participar do mercado de exportação de grãos do país.


A chegada ao Brasil aconteceu em 1905, quando a BUNGE participou, ainda que minoritariamente, do capital da S.A. Moinho Santista Indústrias Gerais, empresa de compra e moagem de trigo localizada na cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo. Era o início de uma rápida expansão no país, adquirindo diversas empresas nos ramos de alimentação, agronegócio, químico e têxtil, entre outros. Alguns anos depois, em 1923, a empresa desembarcava nos Estados Unidos, para comercializar commodities agrícolas. Em plena Grande Depressão Econômica que assolava a economia americana, no ano de 1935 a empresa comprou sua primeira instalação de grãos de grande porte, adjacente a um terminal ferroviário em Minneapolis, estado de Minnesota, acrescentando instalações físicas às suas capacidades de comercialização de grãos. No Brasil, em 1997, adquiriu a Ceval Alimentos, então líder no processamento de soja e produção de farelo e óleos, e também a IAP, tradicional empresa brasileira de fertilizantes. No ano seguinte, comprou a Fertilizantes Ouro Verde, fortalecendo definitivamente seus negócios neste setor. Nesta década a BUNGE concentrou sua atuação mundial em três áreas, que se complementam: fertilizantes, grãos e oleaginosas e produtos alimentícios. Dentro de sua estratégia de crescimento, a empresa criou, em 1998, a BUNGE GLOBAL MARKET, atual BUNGE GLOBAL AGRIBUSINESS, uma empresa de atuação mundial especialmente voltada ao cliente e responsável pelo comércio internacional de commodities. Com ela, a BUNGE passou a ter acesso aos mercados mais promissores do mundo e ampliou consideravelmente sua presença internacional, firmando-se cada vez mais como uma empresa globalizada.



No ano seguinte a empresa mudou sua sede para White Plains, uma pequena cidade no subúrbio de Nova York, para ficar mais próxima dos centros financeiros mundiais. Em 2000, ocorreu outra importante aquisição da BUNGE no Brasil, quando comprou a indústria de fertilizantes Manah, tradicional empresa fundada em 1947 e uma das maiores do setor na época. No mesmo ano, decidiu fortalecer suas empresas de fertilizantes e alimentos no Brasil. Surgiu, então, em agosto, a BUNGE FERTILIZANTES, união da Serrana, Manah, Iap e Ouro Verde e, em setembro, a BUNGE ALIMENTOS, união da Ceval e da Santista. Em 2001, no Brasil, a BUNGE reestruturou o capital acionário das empresas Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes, criando a Bunge Brasil S.A. A nova empresa nascia como a maior produtora de fertilizantes da América do Sul, maior processadora de trigo e soja da América Latina e maior fabricante brasileira de margarinas, óleos comestíveis, gorduras vegetais e farinhas de trigo.


Em 2001, na Argentina, adquiriu a La Plata Cereal, uma das maiores empresas de agronegócio do país, com atividades no processamento de soja, industrialização de fertilizantes e instalações portuárias. Com a aquisição, a BUNGE tornou-se a maior processadora de soja do país portenho. No ano seguinte, iniciou a compra do controle acionário da Cereol, empresa de agronegócio com forte atuação na Europa e Estados Unidos. Com essa aquisição, ampliou seus negócios na área de ingredientes, fortaleceu sua atuação no setor de óleos comestíveis e abriu acesso a novas áreas de negócio, como o biodiesel. Em 2003, anunciou uma aliança com a DuPont, com o objetivo de fazer crescer seus negócios nas áreas de alimentos e nutrição de forma significativa. Surgiu com essa aliança a Solae, empresa que atua na área de ingredientes funcionais de soja. Neste mesmo ano, unificou suas marcas e lançou a Bunge Pro para o segmento de produtos profissionais (margarinas, farinhas, gorduras).


Nos últimos anos a BUNGE investiu bilhões de dólares e se tornou um importante competidor no setor de açúcar, etanol e bioenergia. Em 2011, a empresa abriu novas unidades em portos nos Estados Unidos, Polônia e Ucrânia e adquiriu unidades também na China e na Argentina, tipo de atuação que diminuiu a dependência dos preços das commodities e que conduziu o avanço nos negócios também nos demais países onde a BUNGE opera atualmente. Por toda essa história, há dois séculos a BUNGE tem ajudado a alimentar o mundo ao conectar pessoas, mercados, países e culturas ao redor do mundo.


Os slogans 
At Home Everywhere. 
From farm to your table. 
Do campo à sua mesa.


Dados corporativos 
● Origem: Holanda 
● Fundação: 1818 
● Fundador: Johann Peter Gotlieb Bunge 
● Sede mundial: White Plains, Nova York, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Bunge Limited 
● Capital aberto: Sim (2001) 
● CEO: Soren Schroeder 
● Faturamento: US$ 45.7 bilhões (2017) 
● Lucro: US$ 174 milhões (2017) 
● Valor de mercado: US$ 9.6 bilhões (outubro/2018) 
● Presença global: 150 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Maiores mercados: Europa, Estados Unidos e Brasil 
● Funcionários: 31.000 
● Segmento: Agricultura e indústria alimentícia 
● Principais produtos: Fertilizantes, alimentos e bioenergia 
● Concorrentes diretos: Cargill, Archer Daniels Midland, Louis Dreyfus Company, Tyson Foods, ConAgra Foods, Tate & Lyle e M. Dias Branco 
● Slogan: At Home Everywhere. 
● Website: www.bunge.com.br

A marca no Brasil 
Embora a soja seja a grande estrela dentro do portfólio da empresa, a estreia no Brasil aconteceu por conta do trigo. A história começou em 1905, quando a BUNGE se associou a um grupo de empresários de Santos, no litoral de São Paulo, para financiar a instalação do primeiro moinho de trigo da cidade, o Moinho Santista. Em 1923, fundou a SANBRA (Companhia Algodoeira do Nordeste Brasileiro), sua primeira empresa de processamento de oleaginosas no Brasil. Em 1929, lançou o óleo vegetal de algodão com a marca Salada, primeiro no Brasil para uso culinário. Este lançamento inovador provocou mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros, até então acostumados a consumir banha de porco ou o azeite de oliva importado. Em 1934, realizou seu primeiro embarque de exportação, com uma carga de algodão em pluma para a Europa. Pouco depois, em 1938, ingressou no segmento de fertilizantes e se tornou fornecedora para muitos fazendeiros. No ano de 1956 inovou mais uma vez ao lançar as primeiras misturas preparadas para bolos e salgados. E dois anos mais tarde, seu primeiro óleo de soja com a marca Primor. Pouco depois, em 1959, lançou a margarina Delícia, a primeira distribuída em veículos com isolamento térmico e com prazo de validade na embalagem. E foi nesta década que a BUNGE iniciou, pioneiramente, as pesquisas, o comércio, a industrialização e o fomento da soja a partir do Rio Grande do Sul, e que a tornou uma empresa inovadora no relacionamento comercial e na prestação de serviços, bem como líder no agronegócio brasileiro. A soja só ganharia grande importância para empresa na década de 1970. Ali começava uma forte expansão na cultura da oleoginosa. Em 1973 a BUNGE inovou ao lançar a Mila, primeira margarina de milho do mercado brasileiro. Em 1987, lançou as inéditas pré-misturas para panificação Pré-Mescla, além de introduzir no mercado a Cukin Fry, uma gordura vegetal de alta qualidade, para uso em frituras industriais e para o segmento de Food Service, além da margarina Ricca, destinada ao mercado de panificação e confeitaria.


Nos anos de 1990, a abertura da economia exigiu um grande redimensionamento da BUNGE no país. Naquela época, a empresa era um imenso conglomerado que incluía indústrias, banco, corretora, imobiliária, processamento de dados, produção de computadores entre outras atividades. A empresa chegou a controlar mais de 130 empresas no Brasil – entre elas a Tintas Coral e a Vera Cruz Seguradora. Tamanha diversificação ao longo do tempo cobrou seu preço. A BUNGE havia se tornado um mamute complexo e vagaroso. A empresa então decidiu voltar a suas origens no agronegócio. Vendeu boa parte dos ativos que nada tinham a ver com o campo e passou a comprar empresas que reforçassem sua posição. É dessa nova fase que vieram as aquisições no setor de fertilizantes. Marcas fortes no campo como IAP, Ouro Verde e Manah foram adquiridas. Curiosamente, essa era uma área que deveria ser limada dentro do portfólio da empresa durante a reestruturação. Mas todo esse gigantismo não veio de graça. A BUNGE tem fama de ser truculenta nas negociações com fornecedores. Frequentemente, por exemplo, é apontada como uma das vilãs das crises que espremem a renda dos produtores de soja. No final de 2011 a empresa adquiriu a divisão de alimentos da Hypermarcas, adicionando assim ao seu portfólio marcas consagradas, como por exemplo, Etti e Salsaretti, além de uma extensa linha de produtos nos segmentos de molhos e extrato de tomate, caldos, molhos e temperos, pratos prontos e instantâneos. Em 2013, a empresa vendeu sua divisão de fertilizantes no Brasil para a Yara International.


A BUNGE possui três segmentos de negócios extremamente vitais: 
Agronegócio: responsável pela compra de grãos e oleaginosas de agricultores; transporte, armazenagem e venda de matérias-primas aos clientes finais nos mercados domésticos e de exportação; processamento de oleaginosas para a produção de farelos e óleo vegetal bruto para venda para produtores de gado, produtores de ração animal, Food Service, indústria de biocombustível e outros clientes. 
Alimentos e ingredientes: oferece um amplo portfólio de produtos para atender às necessidades de seus consumidores e clientes. Marcas como Delícia (margarinas), Soya (óleos de soja, óleo de soja com canola, maionese e margarina), Primor (arroz, atomatados, maionese, margarina, óleo de soja e gordura vegetal), Salada (óleos de sementes especiais e maioneses), Cardeal (azeites), La Española (azeites), Salsaretti (molhos de tomate), Etti (caldos, temperos e molhos), Cukin e Pré-Mescla estão profundamente ligadas não apenas à história econômica brasileira, mas também aos costumes, à pesquisa científica, ao pioneirismo tecnológico e à formação de gerações de profissionais. Além disso, oferece um portfólio completo para indústrias de alimentos: biscoitos, massas, pães, bolos, sorvetes, balas e confeitos, frituras, snacks, dentre outras. 
Açúcar e bionergia: é uma das empresas líderes na produção de etanol, açúcar e bioenergia no Brasil, em termos de capacidade de moagem. Possui oito usinas estrategicamente localizadas nas regiões sudeste, norte e centro-oeste do país. Cinco de suas usinas formam um cluster, gerando economias de escala e sinergias para o negócio. Com 22 milhões de toneladas métricas de capacidade de moagem por ano, tem a flexibilidade de produzir um mix estratégico de etanol e açúcar para atender as demandas de seus clientes e aproveitar a dinâmica de preços do mercado.


Atualmente a subsidiária brasileira, uma das mais importantes do grupo no mundo, fatura mais de R$ 40 bilhões, emprega 20.000 pessoas e possui mais de 100 unidades entre fábricas, instalações portuárias, usinas, moinhos, centros de distribuição e silos, instalados em 17 estados do país. Além disso, a empresa compra de aproximadamente 20 mil produtores rurais um volume em torno de 20 milhões de toneladas de grãos, entre soja, milho, trigo, caroço de algodão, sorgo e girassol, e se relaciona regularmente com clientes em quase 30 países. É a maior processadora de trigo da América Latina, comprando e beneficiando aproximadamente 2 milhões de toneladas do grão por ano. Além disso, a BUNGE produz etanol suficiente para abastecer aproximadamente 240 mil veículos por mês. Os produtos BUNGE estão em 80% das residências do país e em mais de 70% das padarias. Nos mais de 100 anos de história no Brasil, a BUNGE participou ativamente para concretizar a vocação brasileira de grande produtora de alimentos.


A marca no mundo 
A BUNGE, uma das principais empresas de agronegócio e alimentos do mundo, tem mais de 450 unidades industriais, silos, armazéns, usinas, moinhos e centros de distribuição nas Américas do Norte e do Sul, Europa, Ásia, Austrália e Índia, além de escritórios da BGA (Bunge Global Agribusiness) atuando em vários países europeus, latino-americanos, asiáticos e do Oriente Médio. A BUNGE compra, comercializa, armazena e transporta oleaginosas e grãos para atender clientes em todo o mundo. Processa oleaginosas para a produção de farelo para nutrição animal e óleos comestíveis. Produz açúcar e etanol a partir da cana-de-açúcar. Processa trigo, milho e arroz, fornecendo ingredientes para a indústria alimentícia e vende fertilizantes para clientes nas Américas do Norte e do Sul. Com mais de 31.000 empregados, a empresa comercializa seus produtos em mais de 150 países ao redor do mundo e, em 2017, seu faturamento superou US$ 45 bilhões. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Isto é Dinheiro, Época negócios e Exame), jornais (Meio Mensagem, Valor Econômico, Folha, Estadão e O Globo), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel, Mundo do Marketing e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 


Última atualização em 17/10/2018

4 comentários:

  1. Anônimo4:54 PM

    Olá,sou funcionário da Bunge gostaria de saber quais são os Países que a Bunge atua alem do Brasil?

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  2. Anônimo6:08 PM

    Bom.. eu trabalhei na Unidade Jaguaré da Bunge. Respondendo a sua pergunta, são muitos países entre eles Holanda, China, Argentina, Estados Unidos, Canadá, e outros.

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  3. Anônimo2:11 PM

    Qual o país sede da marca ?

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  4. Eu sou uma consumidora dos produtos Bunge amo esta marca

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