VICTORIA'S SECRET

Desfiles realizados com modelos deslumbrantes vestidas apenas com asas angelicais e provocantes lingeries. Para tanta ousadia, somente a marca VICTORIA’S SECRET levaria tanto mérito. A marca não reinventou a lingerie. Apenas as tornou mais sensual, ousada e chique. O que antes pertencia somente à esfera íntima de uma mulher, está agora à vista para que todos possam ver. Ou melhor, apreciar. Inspirada na paixão pelo lingerie e no desejo de trazer beleza - e fantasia - ao guarda-roupa de toda mulher, a VICTORIA’S SECRET se transformou uma das marcas mais desejadas do planeta. 


A história 

A primeira loja da VICTORIA’S SECRET - nome inspirado pela admiração de seu fundador em relação à Rainha Vitória e a sensualidade do período Vitoriano - foi inaugurada no dia 12 de junho de 1977, localizada no Stanford Shopping Center na cidade californiana de Palo Alto, pelas mãos de Roy Larson Raymond (imagem abaixo), formado na Universidade de Stanford e que estudou o mercado de roupas íntimas por oito anos, por uma razão muito forte: na época, ele se sentia desconfortável ao ingressar nas lojas para comprar roupas íntimas para sua esposa Gaye Raymond. Justamente por esse motivo, o ambiente da nova loja foi criado com o intuito de fazer com que os homens se sentissem a vontade na hora de comprar ou escolher uma lingerie: paredes revestidas de madeira, detalhes vitorianos e uma boa equipe de vendedoras, para atender sem gerar constrangimentos, eram alguns dos muitos diferenciais da nova loja, cuja decoração era inspirada em bordeis vitorianos, com sofás de veludos e iluminação indireta.

   

Além disso, a VS, como a marca viria a ficar conhecida entre as consumidoras, inovou ao substituir os tradicionais racks lotados de calcinhas e sutiãs de todos os tamanhos, expondo os produtos de forma diferente: as peças de lingeries, que tinham um estilo sensual e ousado, eram emolduradas nas paredes. Outro fator inicial de sucesso da loja foi proporcionar privacidade ao comprar roupas íntimas em um local especializado e não em lojas de departamento, onde o número de pessoas circulando era enorme, causando certo constrangimento, especialmente para os homens.

   

O sucesso inicial da nova marca foi traduzido nas vendas ao final de seu primeiro ano: US$ 500 mil. Era o começo da “revolução sexual” que transformaria o segmento de roupas íntimas nos Estados Unidos e, consequentemente, no mundo. Afinal, a delicadeza das rendas e estampas transformou o universo íntimo da mulher deixando-o muito mais sexy e poderoso.

   

Já no ano seguinte, além de inaugurar outras três lojas na cidade de San Francisco, foi lançado o famoso e cobiçado catálogo para compra por correspondência da VICTORIA’S SECRET, adicionando mais um canal de venda aos seus produtos. A resposta do público ao catálogo foi imediata e enorme. Por muito tempo o catálogo foi uma poderosa ferramenta de marketing para a marca e recebê-lo pelo correio para folhear belas imagens das “Angels” (e eventualmente comprar alguma coisa) era um ritual aguardado por milhões de pessoas. Vale ressaltar que no ano de 2016 a marca anunciou o fim do badalado catálogo, que já não gerava impacto relevante ou essencial nas vendas. Além disso, a grande pressão de ambientalistas também pesou na decisão. Afinal, em uma era digital é difícil não causar um impacto negativo quando se gasta papel para centenas de milhões de catálogos (que vão para o lixo pouco tempo depois). Com o fim do catálogo - eram mais de 300 milhões de unidades impressas todos os anos - a marca economizou aproximadamente US$ 150 milhões.

  

Quando em 1982 a empresa foi adquirida pelo empreendedor visionário Leslie Wexner por US$ 1 milhão, incluindo 5 lojas em operação, um catálogo de 42 páginas e vendas de US$ 6 milhões anuais, a marca já era sinônimo de roupas íntimas com apelo sexy no mercado americano. Apesar disso, a VICTORIA’S SECRET ainda era uma marca de nicho. O novo proprietário manteve a imagem da marca intacta (sexy e com a decoração das lojas intimista e feminina) e expandiu-a para os mais importantes centros comerciais americanos com aberturas de inúmeras unidades em grandes cidades. Uma das primeiras ações tomada pelos novos proprietários foi acrescentar nas capas de seus catálogos fotos de casais em poses sensuais e modelos posando e desfilando com as ousadas roupas íntimas da marca. O resultado da nova gestão já podia ser comprovado cinco anos depois, quando a marca possuía 346 lojas em operação.

   

Já em 1990 a VS se tornou a maior rede americana de lojas de roupas íntimas, atingindo US$ 1 bilhão em vendas. Em 1991 a VICTORIA’S SECRET começou a diversificar sua linha de produtos com o lançamento de uma coleção swimwear (composta por biquínis e maiôs) e, em 1992, com o lançamento de suas primeiras fragrâncias. O ano de 1993 foi marcado pelo lançamento de um grande sucesso: o sutiã Miracle Bra, que aumentava o tamanho dos seios e se tronou um verdadeiro sucesso de vendas, com dois milhões de unidades comercializadas no primeiro ano. Além disso, a marca passou a vender também roupas íntimas feitas de algodão. Até o final da década a marca continuou ampliando sua oferta de produtos com o lançamento de uma linha de meias-calça em 1998; a linha de cosméticos e beleza VICTORIA’S SECRET BEAUTY, também em 1998; o perfume Dream Angels em 1999; e a primeira linha masculina, chamada Very Sexy for Him e composta por perfume e loção pós-barba.

  

Além disso, a marca encenava o seu primeiro desfile, recheado de belas e estonteantes super modelos. Outro fator de sucesso para aumentar o faturamento da marca foi o lançamento de seu comércio eletrônico (em 1998), que se mostrou rentável desde o primeiro dia no ar. Este período também foi marcado pelo grande número de inaugurações de novas lojas, incluindo a expansão para o Canadá em 2000. Porém as novidades não pararam por aí. Em 16 de outubro de 2002, a marca lançou a linha VICTORIA’S SECRET PINK, composta por pijamas, lingeries, biquínis, acessórios, bolsas e cosméticos, voltada para um público adolescente e universitário, que rapidamente se tornou vital para o enorme sucesso da marca e sua popularidade entre as garotas americanas, especialmente por suas coloridas calças de moleton. Esta linha acabou se tornando uma espécie de marca para a VS, contando atualmente com mais de 120 lojas próprias e faturando mais de US$ 1 bilhão anualmente.

  

Sempre provocativa, em 2004 a VICTORIA’S SECRET lançou uma grande campanha publicitária com o sugestivo slogan “Sexy little things”. Pouco depois, em 2005, a varejista abriu sua primeira loja no Reino Unido, localizada no movimentado Aeroporto de Heathrow, em Londres. No ano seguinte, demonstrando preocupação com o meio-ambiente, a marca começou a investir em algodão orgânico e cultivado em comércio justo. Em 2008 a marca lançou no mercado duas grandes novidades: a versão de seu site em espanhol e o sutiã BioFit Uplift, que se adaptava ao tamanho e peso dos seios de cada mulher, disponível em 20 tamanhos e diferentes cores. Além disso, a marca introduziu suas primeiras coleções de sapatos e uma linha de roupas mais esportivas, composta por vestidos, túnicas, camisetas, jeans, shorts, saias e calças legging.

  

O sucesso dos produtos da marca nas lojas dos aeroportos brasileiros vinha sendo tão acima das expectativas que a empresa elegeu o Brasil para abrir a primeira unidade no mundo no conceito batizado de varejo de viagem (travel retail). Em junho de 2009, sem nenhum alarde, a marca inaugurou uma loja de 80m² no Duty Free do aeroporto internacional de Cumbica, em São Paulo. No espaço, eram vendidas pela primeira vez no país peças da tão desejada grife americana como lingeries, roupas casuais feminina, pijamas e acessórios. Até então, o Duty Free de Guarulhos só comercializava cosméticos e perfumes da VICTORIA’S SECRET. O sucesso foi tremendo: alcançou o equivalente a vendas anuais de US$ 10 milhões, cifra três vezes maior que a média de faturamento das lojas da grife nos Estados Unidos. Outras 17 lojas neste formato foram abertas pela marca americana em aeroportos de cidades como Nova York, Buenos Aires, Dubai, Cidade do México e Barbados.

  

Em 2010 a marca inaugurou suas primeiras lojas físicas no Canadá, localizadas em Toronto e Edmonton. E a primeira loja na América Latina em Isla Margarita, na Venezuela. Nos anos seguintes inaugurou as primeiras lojas - franqueadas - fora do continente americano no Bahrain, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, além de uma enorme e suntuosa loja âncora em Londres, na esquina da New Bond Street com a Brook Street. E não parou por aí: em 2012 inaugurou sua primeira loja em uma arena esportiva, dentro do Cowboys Stadium (atual AT&T Stadium) em Dallas, um ponto de venda para comercializar produtos de sua linha PINK, que traz roupas casuais e até lingeries com motivos de equipes de futebol americano. Ainda em 2012 lançou uma coleção de lingerie premium, batizada de The Victoria’s Secret Designer Collection. A ideia de ter uma segunda linha veio dos desfiles que além de exibir as peças básicas, também mostram peças mais trabalhadas que antes não chegavam ao público em geral. A coleção incluía sutiãs e calcinhas bordadas com rendas europeia, baby-dolls, corsets e quimonos.

   

Pouco depois, em 2014, a marca lançou o Incredible Sports Bra, um sutiã com sensores que monitoram os batimentos e ondas cardíacas, direcionado para praticantes de esportes. A peça íntima vinha com pequenos sensores e tecnologia da fabricante Finlandesa Clothing+, que permitia que ele fosse conectado a um módulo de comunicações. Com queda nas vendas e uma ferrenha concorrência, em 2016 a VICTORIA’S SECRET decidiu parar de vender sapatos, acessórios e roupas - que eram comercializados apenas online - para retornar o foco para lingeries, fragrâncias e pijamas. Após ingressar na China em 2015 - com a Victoria's Secret Beauty and Accessory - a marca inaugurou em Xangai sua primeira flagship store no país no ano de 2017, satisfazendo a demanda das consumidoras chinesas de permanecer na vanguarda da moda internacional. Além disso, ainda em 2017, começou a se concentrar também em tops e sutiãs esportivos para atrair uma base de clientes mais jovem.

  

Em 2018 a marca inaugurou sua primeira loja na Malásia, localizada em Kuala Lumpur, que oferecia uma variedade completa de suas icônicas lingeries. O ano de 2019 foi marcado pelo fechamento de mais de 50 lojas nos Estados Unidos e pelo relançamento de sua linha de roupas de banho, junto com óculos e calçados, na esperança de impulsionar as vendas que continuavam em queda. Mas a varejista também chamou a atenção da mídia por escalar sua primeira modelo brasileira trans assumida - Valentina Sampaio -, que foi contratada como garota-propaganda da PINK. A pandemia de COVID-19 acelerou uma enorme reestruturação na VICTORIA’S SECRET, que foi desmembrada de sua então controladora - a L Brands - e abriu capital na Bolsa de Valores em 2021. Nos anos seguintes a marca ingressou em novos mercados com a inauguração de suas primeiras lojas na Índia (2022), Vietnã (2024) e Israel (2024). Além disso, tentando voltar ao esplendor do passado, a VICTORIA’S SECRET contratou a CEO Hillary Super, que estava à frente da marca Savage x Fenty, da cantora Rihanna.

  

O super desfile 

O badalado desfile anual da VICTORIA’S SECRET, que provavelmente possui a passarela mais bela e cara do mundo, se tornou um evento glamuroso e transmitido para milhões de pessoas. E tudo começou exatamente no dia 1 de agosto de 1995 quando estreou no luxuoso hotel Plaza de Nova York o Victoria’s Secret Fashion Show, pomposo desfile anual da marca, que contava com a presença das super modelos da marca, devidamente vestidas com lingeries, saltos de 15 centímetros e asas angelicais pra lá de sensuais, atraindo centenas de celebridades e sempre trazendo uma performance especial a cada ano, como por exemplo, com apresentações de nomes como Justin Timberlake, Lady Gaga, Jay-Z e Kanye West.

  

O desfile começou a tomar proporções épicas quando em 2001 pela primeira vez foi transmitido pela televisão em horário nobre, através da rede ABC (conheça essa outra história aqui), atingindo uma audiência de 12.4 milhões de pessoas. Em 2006 e 2007 o desfile foi realizado na cidade de Los Angeles e, no ano de 2008, na ensolarada Miami, coincidindo com a reabertura do tradicional hotel Fontainebleau. No desfile de 2010, nada mais que 152 beldades mostraram sua beleza pelas passarelas do evento. Em 2014, pela primeira vez na história, o desfile foi realizado na cidade de Londres. Em 2016 foi em Paris e 2017 na cidade de Xangai. Nos lendários desfiles da marca, ponto alto de uma eficiente máquina de marketing, as mulheres mais exuberantes do planeta, em tecidos minúsculos, ambientam um show de milhões de dólares de investimento, milhões de telespectadores e super modelos estonteantes e celebridades que, juntas, faturam milhões de dólares ao ano.

   

Após um hiato de seis anos, no dia 15 de outubro de 2024 o Victoria’s Secret Fashion Show fez seu retorno, diretamente de Nova York. Na passarela, a apresentação da grife contou com a participação de grandes nomes da indústria que marcaram sua história como Adriana Lima, Gigi Hadid e Tyra Banks. E como o foco da marca era proporcionar mais diversidade no estrelado casting, também foram convocados nomes como Valentina Sampaio, Ashley Graham e Carla Bruni, que representaram uma “pluralidade” não vista em outras edições. Além disso, um line-up musical composto apenas por mulheres, também embalou o momento, especialmente a performance da cantora Cher. Ela cantou o hit “Do You Believe in Life After Love?”, enquanto as modelos desfilavam com lingeries vermelhas.

   

As deslumbrantes Angels 

A marca é conhecida pela sua linha de lingeries provocantes e sensuais, mas também pelo casting de super modelos, conhecidas como ANGELS, que personificaram o espírito e a alma da VICTORIA’S SECRET durante décadas. As Angels originais da VS - a dinamarquesa Helena Christensen, a holandesa Karen Mulder, a checa Daniela Pestova e as americanas Stephanie Seymour e Tyra Banks - estrearam a primeira campanha publicitária da marca em 1997. No comercial (assista aqui), as Angels apareciam com suas provocantes lingeries em uma paisagem de nuvens brancas em diálogo com Deus, interpretado pelo cantor galês Tom Jones, amplamente conhecido pela tradição de suas fãs de jogar suas calcinhas nele durante os shows. A campanha se mostrou tão popular que as Angels - como personagens - tornaram-se presença regular na publicidade e embaixadoras globais da marca. As VICTORIA’S SECRET ANGELS se tornaram tão famosas que, em 13 de novembro de 2007, ganharam uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.

   

Outras beldades internacionais famosas que já fizeram parte do estonteante casting da marca foram Heidi Klum (1999-2010), Eva Herzigova (1999-2001), Gisele Bündchen (2000-2007), Adriana Lima (2000-2018), Izabel Goulart (2005-2008), Selita Ebanks (2005-2008), Karolina Kurkova (2005-2009), Miranda Kerr (2007-2013), Behati Prinsloo (2009-2019), Candice Swanepoel (2010-2018), Lily Aldridge (2010-2018), Alessandra Ambrosio (2012-2017), entre outras.

   

Em 2021, as Angels foram descontinuadas em favor de um novo conceito conhecido como VS Collective, que apresenta uma gama mais diversificada e plural de modelos e celebridades como porta-voz, incluindo a fotógrafa Amanda de Cadenet, a modelo sudanesa-australiana Adut Akech, a cantora indiana Priyanka Chopra, a modelo plus size Paloma Elesser, a esquiadora e atleta olímpica Eileen Gu, a jogadora de futebol Megan Rapinoe e a brasileira Valentina Sampaio - a primeira modelo abertamente transgênero.

   

Uma tradição sensual e cara 

Em 1996 a VICTORIA’S SECRET lançou o suntuoso sutiã “Fantasy Bra” de US$ 1 milhão, o que chamou a atenção da imprensa mundial, gerando uma enorme exposição para a marca. Quem apresentava a peça era a modelo alemã Claudia Schiffer. Começava assim uma tradição da marca VS. Todo ano é escolhida uma supermodelo que usará o estonteante e caro sutiã em seu tradicional desfile anual. Em 2005, Gisele Bündchen usou um modelo (feito de seda vermelha e adornado com 1.300 pedras preciosas, a maioria diamantes e rubis) avaliado em US$ 12.5 milhões. Em 2006 foi vez de Karolina Kurkova usar outro modelo de US$ 6.5 milhões. Em 2007, a novidade foi que o “Fantasy Bra” virou uma linha que incluía - além do sutiã - tanga, cinta-liga, bracelete e fivela. A coleção, que tinha a modelo Selita Ebanks como rosto (e corpo), levava US$ 4.5 milhões em diamantes, rubis, esmeraldas e safiras amarelas.

   

Nos anos seguintes a marca continuou produzindo modelos suntuosos de seu cobiçado sutiã: 

2008 

O sutiã Black Diamond Fantasy Miracle Bra possuía 3.577 diamantes, 34 rubis, 2 diamantes negros de 50 quilates e um valor de US$ 5 milhões. A valiosa peça, desenhada pelo joalheiro Martin Katz, foi promovida pela modelo brasileira Adriana Lima. 

2009 

O Harlequin Fantasy Bra subiu à passarela adornando a linda modelo Marisa Miller, e foi desenhado exclusivamente para a marca por Damiani, o célebre designer da terceira geração de joalheiros italianos. Todo feito à mão, contava com 2.350 brilhantes aplicados em seu bojo, nas cores branca, champanhe e conhaque, além de um pêndulo de diamante em forma de coração de 16 quilates. No total, eram 150 quilates de diamantes em uma única peça. A peça era tão exclusiva que só estava à venda sob consulta. O preço? Míseros US$ 3 milhões. 

2010 

O sutiã Bombshell Fantasy Bra, adornado por nada menos que duas mil pedras de diamantes, topázios e safiras, e custo estimado de US$ 2 milhões, foi apresentado ao público no corpo da brasileira Adriana Lima. 

2012 

Foi a vez da também brasileira Adriana Ambrósio levar em seu belo corpo um sutiã adornado com 5.200 pedras preciosas e semipreciosas no valor de US$ 2.5 milhões. E para acompanhar esta preciosidade, a VS criou um perfume muito especial: o diferencial da fragrância era a embalagem, feita com diamantes amarelos e rosas, safiras, rubis e ametistas, além de um diamante branco de dez quilates e borboleta de turmalina. O preço deste pequeno frasco era de US$ 500 mil. 

2015 

Lily Aldridge foi a eleita para desfilar a peça mais cobiçada da marca, o sutiã Fireworks Fantasy Bra, cravejado de 6.500 pedras preciosas, incluindo diamantes, topázio azul, safiras amarelas e quartzo rosa, e avaliado em US$ 2 milhões. 

2016 

Apresentado pela modelo Jasmine Tookes, o sutiã Bright Night Fantasy Bra era uma obra-prima de US$ 3 milhões. A equipe de artesãos de Eddie Borgo investiu 700 horas em sua construção e da corrente corporal em camadas, que era coberta de esmeraldas e diamantes brancos. 

2017 

Coube a Lais Ribeiro desfilar com o sutiã Fantasy Champagne Nights Bra, que custava US$ 2 milhões e foi criado Mouawad. Junto com um cinto e um conjunto de joias combinando, o conjunto de ouro 18 quilates apresentava folhas enfeitadas com diamantes e safiras entre pedras de topázio azul. 

2018 

A modelo Elsa Hosk teve a honra de desfilar com o último sutiã da icônica série. Batizado de Dream Angels Fantasy Bra e ao custo de US$ 1 milhão, foi criado pela Swarovski (conheça essa outra história aqui) e com design inspirado em bralette, com 21.000 diamantes incrustado.

  

Mudança de imagem 

A marca VICTORIA’S SECRET estava cansada de tanto sex-appeal. Em 2008 a tradicional e descolada marca deu uma guinada em sua imagem e posicionamento diante das consumidoras: a VICTORIA’S SECRET apenas queria ser feminina, sem perder a sofisticação. Segundo o presidente da empresa na época, a marca usou demais a palavra sexy e realmente se esqueceu de ser mais feminina. A nova postura veio em boa hora. A sensualidade, algo exagerado nas campanhas publicitárias da marca, afastava as clientes mais conservadoras. Para outras, deixava a percepção de que aqueles produtos estavam distantes de sua realidade - e por isso, inacessíveis. Os números mostravam que a venda média por loja da rede tinha caído 1% em 2007. Por isso, a marca adotou uma postura menos focada na ditadura da magreza (e do tamanho 36) e mais na consumidora privilegiada de curvas. Na mídia, as mulheres apareceram mais cobertas. O material de seus pontos de venda privilegiou imagens de mulheres de roupas de algodão. Mas os sensuais, ousados e pomposos desfiles anuais não acabaram.

  

Outro bom indício dessa mudança foi uma campanha protagonizada pela brasileira Adriana Lima no intervalo do Super Bowl, em fevereiro de 2008, nos Estados Unidos. A marca pagou US$ 3 milhões por rápidos 30 segundos do horário mais importante do ano da televisão americana. Colocou a moça de regata comprida e calcinha preta, brincando com uma bola oval. No final, a tirada: “Deixe o verdadeiro jogo começar”. Quase 104 milhões viram Adriana naquela noite. E 1.2 milhões de pessoas se conectaram ao site da marca imediatamente após a veiculação da peça. Mas a campanha não era sexy demais? “É de bom gosto e diferente de tudo o que já fizemos”, rebateu à imprensa local Edward Razek, diretor de criação da campanha. Era uma VICTORIA’S SECRET mais comportada e, por isso, sexy na dose certa.

  

Sempre polêmica 

A VICTORIA’S SECRET adora uma polêmica. Parece algo natural na caminhada de sucesso da marca. E uma dessas polêmicas, criada no final de 2014, atendia pelo nome de THE PERFECT BODY (“O Corpo Perfeito”, em português). A campanha digital para promover uma nova linha de roupas íntimas - a Body by Victoria - que teria “o caimento perfeito, o conforto perfeito e a suavidade perfeita”, provocou enorme polêmica nas redes sociais. Isto porque, a fotografia mostrava uma série de mulheres magérrimas com corpos sarados vestidas em suas lingeries. Uma cena completamente surreal para o próprio público feminino e que ia contra vários movimentos e marcas que promoviam o fim dos padrões de beleza impostos pela indústria. Como forma de protesto, mulheres do mundo todo aderiram à hashtag #iamperfect (“eu sou perfeita”, em português) para protestar contra a marca e pelo fim dos padrões de beleza exagerados do mundo da moda. Após forte repercussão mundial, a marca mudou a redação da campanha para “O Corpo para Todas” (“A Body For Every Body”), mas manteve a foto original. Gerando ainda mais polêmica.

   

A evolução visual 

A identidade visual da marca passou por algumas remodelações ao longo dos anos. O logotipo original da marca - meio confuso aos olhos - durou muito pouco e, rapidamente foi substituído por uma nova identidade visual, que apresentou letras mais finas e sofisticadas, podendo ser aplicado na cor preta ou rosa, que se tornaria tão associada à VS. Em 2009 a marca modificou sutilmente seu logotipo que ganhou uma nova tipografia de letra (especialmente no apóstrofo) e abandonou de vez a cor rosa.

  

O tradicional logotipo da VICTORIA’S SECRET também pode ser aplicado junto com as iniciais estilizadas VS, como mostra a imagem abaixo.

  

Dados corporativos 

● Origem: Estados Unidos 

● Fundação: 12 de junho de 1977 

● Fundador: Roy e Gaye Raymond 

● Sede mundial: Reynoldsburg, Ohio, Estados Unidos 

● Proprietário da marca: Victoria's Secret & Co. 

● Capital aberto: Sim (2021) 

● CEO: Hillary Super 

● Faturamento: US$ 6.18 bilhões (2023) 

● Lucro: US$ 115.8 milhões (2023) 

● Valor de mercado: US$ 2.87 bilhões (novembro/2024) 

● Lojas: 1.370 

● Presença global: 70 países 

● Presença no Brasil: Sim 

● Funcionários: 30.000 

● Segmento: Moda 

● Principais produtos: Lingeries, pijamas, acessórios, perfumes e cosméticos 

● Concorrentes diretos: Agent Provocateur, La Perla, Wolford, Chantelle, Intimissimi, Frederick’s of Hollywood, Journelle, Aerie, Savage X Fenty, ThirdLove e Bluebella 

● Ícones: As Angels 

● Website: www.victoriassecret.com 


A marca no mundo 

Atualmente a VICTORIA’S SECRET, maior rede de lojas especializadas em lingeries e pijamas do mercado americano, conta com mais de 1.370 unidades e comércio eletrônico em aproximadamente 70 países e faturamento anual superior a US$ 6 bilhões (números de 2023). Com mais de 30 mil funcionários, a VS vende mais de 1 bilhão de itens anualmente. Somente a divisão de cosméticos - batizada de VICTORIA’S SECRET BEAUTY - fatura mais de US$ 2 bilhões todos os anos. Dos 20 perfumes mais vendidos nos Estados Unidos, cinco são da VICTORIA’S SECRET. Entre eles, o Dream Angels, perfume líder de vendas no mercado americano. Além disso, um dos “Best Sellers” da marca é o hidratante com a fragrância Strawberries and Champagne (morango com champanhe). 


Você sabia? 

● De 1985 a 1993, a VICTORIA’S SECRET chegou a vender roupas íntimas masculinas. 

● Roy Raymond, fundador da empresa, cometeu suicídio no dia 26 de agosto de 1993 ao se atirar da famosa ponte Golden Gate na cidade de San Francisco. O criador de uma das marcas mais desejadas do planeta tinha apenas 46 anos de idade. 

As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Exame, Época Negócios, Veja, Vogue, Elle e Isto é Dinheiro), jornais (Meio Mensagem, Valor Econômico, Estadão e Folha), sites de moda (Pure Trend), sites especializados em Marketing e Branding (Interbrand e Mundo do Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 19/11/2024 

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