12.8.09

SORVETES ROCHINHA


Clássicos no litoral paulista, os SORVETES ROCHINHA são conhecidos pelo seu sabor naturalmente delicioso e também por lembrar os bons momentos das férias. A marca, que utiliza em seus produtos ingredientes de primeira qualidade e naturais, cobra mais caro que a concorrência, e vende como ninguém, chegando a causar preocupação na poderosa Kibon. 

A história 
Tudo começou quando José Rocha Medeiros, mais conhecido como Seu Zeca, dono da Sorveteria Rocha, fez um picolé ficar famoso em São Sebastião, cidade localizada no litoral norte do estado de São Paulo. A história terminaria aí, não fosse por um detalhe: você pode tomar o picolé nas embalagens de outra sorveteria, a ROCHINHA. Antes, melhor esclarecer que Rocha e ROCHINHA são empresas distintas. Aliás, a ROCHINHA não tem parente algum do Seu Zeca no comando. Quer dizer, já teve. Em 1964, o patriarca dos Rocha passou a loja para seu irmão, João, que tinha sete filhos. Os meninos assumiram o negócio. Mas, um deles, Rodolfo, resolveu abrir um negócio para a mulher. Assim, em 1981, surgiu a SORVETES ROCHINHA. Estava feita a concorrência dentro da própria família.
  

A briga foi boa durante anos, até que Rodolfo resolveu vender a pequena empresa, oferecendo-as para os irmãos, mas ela caiu nas mãos de Ademar Rocha Medeiros, um primo de Caraguatatuba. Este ficou mais dois anos e também desistiu do negócio. Foi então que o destino do picolé de coco (feito com coco de verdade) mudou. José Lopes de Barros, mestre de obras e ex-pedreiro, que, na época, estava às voltas com o sucesso inesperado de sua pequena construtora de casas de veraneio e com uma recém-começada produção de picolés caseiros que eram vendidos nas praias de São Sebastião estava namorando a produção da família Rocha. Tanto flertou que comprou a ROCHINHA em 1992.
  

Do antecessor recebeu um caderninho com algumas orientações, escritas a mão. E só. Mal dava para entender a letra, fazendo com que muitas receitas fossem perdidas. O novo proprietário teve que aprender a fazer picolé na prática e começar praticamente do zero. Mas, quando dominou a técnica, resolveu mudar tudo. Fez cursos e modernizou os equipamentos, até chegar às proporções certas. Com o sucesso inicial, ele preparou-se para distribuir seus produtos por sorveterias no litoral paulista. Mas praticamente ninguém queria apostar em uma marca emergente. Diante disto, investiu suas economias, levantou um empréstimo bancário e abriu cinco sorveterias, entre 1992 a 1996, em São Sebastião e nas praias de Maresias, Boiçucanga e Camburi. Contudo, o grande feito de Lopes, tornar os picolés ROCHINHA uma boa lembrança das férias, só foi possível porque, em 1997, ele levou carrinhos para as praias badaladas do litoral norte paulista como Maresias e Camburi. Seus picolés custavam entre R$ 0,20 a R$ 0,60 a mais do que os da concorrência. E vendiam como água.
  

Rapidamente os famosos picolés invadiram outras praias do litoral paulista. A partir de 2001, a marca em uma atitude ousada resolveu subir a serra. De repente, freezers da ROCHINHA começaram a aparecer em padarias, docerias, supermercados e lojas de conveniência da capital paulista. Rapidamente seus picolés viraram vedetes em algumas badaladas lanchonetes da cidade. A rápida expansão da marca chamou a atenção dos gigantes do mercado de sorvetes. Nesta época a ROCHINHA, no entanto, estava longe de ganhar a liderança de mercado. Enquanto vendia 15.000 picolés por dia na capital, no litoral e no interior, a Nestlé (conheça essa outra história aqui), por exemplo, comercializava 50.000 só nas praias paulistas. A marca caiçara também perdia no preço. Seus sorvetes de fruta custavam em média quase 35% mais que os da Nestlé e da Kibon (conheça essa história aqui). Mesmo assim a ROCHINHA conseguiu incomodar os gigantes do setor.
   

Em 2009, com uma forte relação emocional com seus consumidores, a marca, conhecida até então principalmente em São Paulo, adotou uma nova identidade visual. E as novidades não pararam por aí. A empresa partiu para uma expansão em todo o território nacional, iniciando pelo estado do Rio de Janeiro. Depois de inaugurar em 2012 uma nova e moderna fábrica na cidade de São José dos Campos, interior paulista, no ano de 2014 a empresa teve 30% de seu controle adquirido por dois empresários (Dantes Hurtado e Lupercio Moraes), que dois anos mais tarde comprariam a empresa. Ampliar a distribuição em locais estratégicos, expandir a produção e investir em novas linhas foram algumas das principais metas. Além disso, a marca ampliou sua linha de produtos com o lançamento de sorvetes de massa em potes de 150 ml e 500 ml, para serem vendidos no varejo. Ampliou seu portfólio de picolés com os sabores gengibre, melão e melancia. E introduziu um sabor inusitado: o tradicional e famoso bem casado, que virou um picolé feito com uma massa especial de biscoitos waffer e leite, e recheio com um denso e saboroso doce de leite.
  

Em 2015, a marca inovou mais uma vez ao firmar parceria com a marca de adoçante Finn 100% Sucralose para lançar uma nova linha de picolés com zero açúcar. Com isso a marca passou a oferecer duas versões: o sabor já existente de coco branco, mas com 60 calorias, e o novo limão com colágeno, zero açúcar e com o adoçante em sua fórmula, com apenas 26 calorias e recomendados também aos portadores de diabetes. E foi justamente neste momento que a marca começaria a mudar seu futuro. Isto porque, até então a ROCHINHA tinha apenas dez lojas próprias (sorveterias) localizadas no litoral paulista, em cidades como São Sebastião, Ilhabela, Camburi, Maresias, Santos, Peruíbe, Guarujá e Praia Grande. E resolveu adotar o sistema de franquia para subir a serra e desembarcar na capital paulista (onde já estava presente com seus sorvetes e picolés em diversos pontos de vendas de grandes varejistas).
   

Surgiu então a PRAÇA ROCHINHA, um projeto de franquia projetado para ser um ponto de encontro das pessoas do bairro. A primeira unidade foi inaugurada em 2016, localizada no bairro de Moema, na capital paulista, e trazia um conceito de ambientação descontraído da praia para a cidade grande com o auto-serviço, oferecendo 24 sabores de sorvete de massa e 27 de picolés. O local tinha ares praianos, com um deck na frente onde as pessoas podiam saborear delícias geladas ao ar livre, olhando o movimento da rua ou as plantinhas que enfeitavam a fachada. Além dos gelados, a loja servia açaí, sanduíches naturais, água de coco, smoothies, milk shakes, sucos funcionais e salada de frutas com um picolé, que se tornaria a queridinha nas sorveterias da marca. Quem desejasse também podia levar picolés da marca ou os sorvetes em pote para curtir as delícias em casa. Com a inauguração da loja a marca ia além do palito, oferecendo suas receitas em massa para todo paulistano desejar que seja verão todos os dias.
   

Com a adoção do sistema, as lojas existentes (no litoral) foram padronizadas e viraram franquias, e nos anos seguintes novas unidades foram inauguradas pela capital paulista e interior. Em 2016, SORVETES ROCHINHA e Guaraná Antarctica (conheça essa outra história aqui) se uniram para lançar um picolé sabor guaraná. O novo sabor foi desenvolvido a partir do fruto de guaraná, o mesmo que também é a base para o refrigerante tão conhecido pelos brasileiros. No início de 2018, durante o verão, a marca inovou ao lançar um barco de SORVETES ROCHINHA para comercializar seus produtos no mar. A novidade atendia embarcações das principais ilhas de São Sebastião, no litoral norte paulista.
   

Já no final de 2018, com a chegada de mais um verão, a tradicional marca do litoral paulista apostou em produtos que exaltam a saudabilidade e o frescor que a estação pede: Kombucha Hibisco e Abacaxi (em parceria com a Booz e opção vegana), Laranja com Acerola Zero e Manga com Água de Coco. Em 2020, a marca reforçou ainda mais o portfólio de produtos voltados à saudabilidade e uso de frutas de verdade com dois novos sabores em picolé - amendoim zero adição de açúcares e manjar de coco com ameixa vegano (produzido à base de puro leite de coco vegetal, livre de corantes e aromatizantes artificiais) - e na linha take home com o sabor natas com Amarena Fabbri - cerejas italianas feitas com receita centenária - em pote de 150 ml.
  

No final de 2021 a marca apresentou suas novidades para o verão, cuja maior aposta era os bombons gelados de sorvete na linha BITS, que estreou em dois sabores: o de Cacau Dark 70% e o de Açaí com Cobertura de Chocolate Branco. Além disso, a ROCHINHA fez uma collab inédita com a Silk, uma marca de bebidas 100% vegetais (pertencente a Danone), com a intenção de oferecer mais opções veganas e saborosas, além de mostrar aos consumidores a versatilidade da bebida vegetal e transmitir a mensagem que uma vida leve e saudável pode ser atingida com pequenas mudanças no cotidiano. Dessa parceria surgiram dois sabores inéditos de picolés - Coco com Abacaxi e Cacau com Avelã.
   

Outra novidade lançada em 2021 foi uma nova linha em parceria com o Instituto AUÁ, que trabalha com o desenvolvimento sustentável no Cinturão Verde de São Paulo. Os novos sorvetes (em massa) Sabores da Mata Atlântica (Uvaia e Cambuci) traziam geleias pedaçudas das frutas ícones das matas paulistas. A nova linha tinha como objetivo ajudar na preservação agroflorestal, no desenvolvimento do pequeno agricultor e o fomento do ecomercado. Essa nova linha vinha chancelar as diversas ações de sustentabilidade realizadas pela marca, como o selo Eu Reciclo (de logística reversa), a venda de canudos reutilizáveis em suas sorveterias, destinação do lixo industrial para a reciclagem da Prefeitura de São José dos Campos e cooperativas locais, eliminação de itens de uso único no centro administrativo e na fábrica, entre outras atitudes.
  

A qualidade e os sabores 
Produzidos de forma artesanal, tanto a versão em massa quanto os picolés são feitos à base de frutas frescas. Nada de polpa congelada. É impossível provar as delícias geladas sem perceber os pedaços generosos de banana, morango ou coco, só para ficar em alguns exemplos. Na fábrica, as frutas são lavadas, descascadas e cortadas manualmente. O coco usado nos sabores mais populares da marca é ralado e cozido com açúcar e leite em grandes tachos, em um processo semelhante ao que ocorre em cozinhas de fazendas mineiras. Num ambiente ao lado da cozinha, as frutas são processadas e misturadas aos outros ingredientes que compõem o sorvete, como leite ou água, açúcar e gordura, por exemplo. Em seguida, o líquido é distribuído em formas, onde o palito é inserido. Cinco minutos depois, os picolés estão prontos para ser embalados.
   

Hoje em dia a marca oferece um vasto portfólio composto pelas categorias: picolé, pote, food service, infantil, zero açúcar, tradicional, vegano, frutose e receitas originais. São 30 sabores de picolés, como por exemplo, abacate, abacaxi, açaí com guaraná, amendoim, bem casado, brigadeiro, chocolate, coco, doce de leite, gengibre, groselha, kiwi, limão, maracujá, melancia, milho verde, morango, pão de mel, tangerina e uva. O sabor de coco branco com generosas raspas da fruta é o mais tradicional da marca e um dos favoritos dos consumidores (responde por aproximadamente 30% da produção). O sabor de coco é tão importante para a ROCHINHA que a marca oferece as versões: coco queimado, coco com damasco, coco com abacaxi, coco com doce de leite e coco com abóbora. O de milho verde não fica atrás e também é um dos mais vendidos da marca.
  

A marca também oferece 8 versões em potes (150 ml e 500 ml) nos sabores milho verde, coco branco, abacate, amendoim com chocolate e coco branco com doce de leite, além das opções 0% açúcar (vanilla, chocolate e coco branco). Já em massa (servidos nas sorveterias da marca) é possível encontrar todos os sabores da linha, além dos especiais como torta de limão, mousse de maracujá e pavê de chocolate. Os SORVETES ROCHINHA sempre marcaram a vida dos brasileiros de maneira positiva, remetendo aos momentos felizes em família, feriados, reuniões e até mesmo aquela sobremesa de dar água na boca. Por isso a marca oferece essa diversidade de sabores para todos os estilos e momentos. Afinal, ROCHINHA é o sorvete com gostinho de férias e verão.
  

A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por uma grande remodelação ao longo dos anos. A mudança radical ocorreu no final de 2009, quando a marca adotou uma nova identidade visual. O caiçara do antigo logotipo foi completamente redesenhado e a identidade ganhou um formato de selo com mais impacto e melhor visualização. Além disso, as novas embalagens se tornaram mais coloridas e destacavam o sabor e os ingredientes naturais que são a razão do sucesso da marca. O logotipo e as embalagens mantiveram uma relação emocional dos consumidores com os sorvetes.
  

A nova identidade também foi aplicada nos carrinhos e freezers da marca e nos caminhões e uniformes dos vendedores.
  

Os slogans 
Fruta é a nossa praia. 
Aqui você tem escolha. 
Impossível resistir à fruta!
   

Dados corporativos 
● Origem: Brasil 
● Fundação: 1981 
● Fundador: Rodolfo Rocha Medeiros 
● Sede mundial: São Paulo, Brasil 
● Proprietário da marca: Sorvetes Rochinha Indústria, Comércio, Importação e Exportação Ltda. 
● Capital aberto: Não 
● Presidente: Lupercio Fernandes de Moraes 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 25 
● Presença global: Não (presente somente no Brasil) 
● Funcionários: 250 
● Segmento: Sorveterias 
● Principais produtos: Picolés e sorvetes 
● Concorrentes diretos: La Basque, Ben & Jerry’s, Häagen-Dazs, Freddo, Bacio di Latte, Diletto, Nestlé, Kibon e Jundiá 
● Ícones: O caiçara do logotipo 
● Slogan: Fruta é a nossa praia. 

A marca no Brasil 
Mais de 60 mil litros de sorvete além de picolés que saem mensalmente da moderna fábrica, em São José dos Campos no interior de São Paulo, abastecem mais de 3.000 pontos-de-venda na capital paulista, litoral e interior do estado, além de Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Os produtos são comercializados nas 25 sorveterias da marca, em supermercados e em outros estabelecimentos, como lanchonetes, padarias, escolas e postos de gasolina. Além disso, mais de 200 carrinhos, na alta temporada (verão), rodam as praias do litoral paulista e catarinense vendendo os saborosos e tradicionais picolés da marca. 

Você sabia? 
Além dos pontos de venda, a ROCHINHA descobriu há alguns anos atrás um novo mercado: eventos (para qual criou também os caipilés, picolés menores para serem mergulhados em drinques, especialmente caipirinhas). Em um deles, abriu-se a oportunidade de conquistar a comunidade judaica de São Paulo. Um carrinho de sorvete foi levado para o casamento de um judeu, amigo do fundador. Foi um sucesso. Tanto que alguns dias depois, Lopes foi procurado por rabinos, que acharam a marca perfeita para seguir os preceitos da alimentação judaica. Hoje, os sabores sem leite levam o selo kasher.


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Exame, Isto é Dinheiro, Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Embalagem Marca), jornais (Meio Mensagem e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 19/6/2022 

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2 comentários:

  1. Eu já experimentei o picolé e recomendo, é muito gostoso, é a pura fruta no palito.
    Excelente matéria, Parabéns!!
    Sucesso para essa empresa que é totalmente brasileira.
    Abraço

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  2. Anônimo6:06 PM

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