Seus sapatos são como joias, enquanto os outros todos são bijuterias. Os materiais são de primeira e há sandálias de seda, outras com couro de crocodilo, com detalhes surpreendentes como laços de veludo e fivelas de repletas Swarovski. Queridinha das celebridades, suas criações são presença obrigatória nos tapetes vermelhos e virou referência pop em filmes como “O Diabo Veste Prada” e até em uma música de Beyoncé. Essa é a descrição mais fiel da bem sucedida marca de luxo JIMMY CHOO, cujos produtos revelam exuberância através do trabalho artesanal.
A história
O sino-malásio Jimmy Choo Yeang Keat (foto abaixo), filho de um sapateiro chinês que lhe ensinou seu ofício e que aos 11 anos já desenhava calçados para a mãe, fez história produzindo sapatos sob encomenda para uma pequena clientela em seu ateliê no East End, em Londres, cidade na qual chegara para estudar design de calçados no Cordwainers Technical College. Fazia à mão lindos sapatos forrados com tecidos acetinados. O discreto artesão tinha uma cliente ilustre: a princesa Diana. Para ela, fazia sob medida peças preciosas que combinavam impecavelmente com suas roupas. Suas criações eram ousadas e levavam pedras, cristais e outros materiais nobres. Em 1988, a tradicional revista Vogue fez um editorial mostrando o sofisticado design e a qualidade excepcional de seus sapatos. A partir daí, Jimmy passou a ser o responsável pelos calçados de celebridades e socialites internacionais. Uma das mais famosas admiradoras de seu trabalho foi a Rainha Margareth II, da Dinamarca, além é claro da princesa Diana.
Em 1996, o artesão foi definitivamente descoberto pela editora de acessórios da revista Vogue britânica, Tamara Mellon (filha da modelo Anne Davies, que foi o rosto do perfume Chanel n°5 nos anos de 1960), que se tornou sócia no negócio de Choo por ₤150 mil, dinheiro emprestado do pai, o empresário Tom Yeardye, fundador da gigante de produtos para cabelos Vidal Sassoon. O que parecia apenas um gesto de vaidade virou um império. Com isso foi criada oficialmente a marca JIMMY CHOO para vender calçados comercialmente. Depois abriu uma fábrica e um escritório na Itália para produzir os sapatos, e apresentou seus trabalhos para os principais jornalistas de moda da Europa e dos Estados Unidos. Sucesso imediato perante um público que podia pagar muito.
Pouco tempo depois, em 1997, a primeira loja da marca era inaugurada, em Knightsbridge, uma das zonas comerciais mais sofisticadas de Londres. Na sequência, inaugurou outras quatro lojas na capital inglesa: New Bond Street, Draycott Avenue, e dentro das lojas de departamento Harvey Nichols e Selfridges. Em 1998, a marca anunciou pela primeira vez nas páginas da revista Vogue. Nos anos seguintes, Tamara transformou a marca JIMMY CHOO em ícone mundial de luxo no segmento de calçados e acessórios. A consagração foi decretada pela personagem Carrie Bradshaw, interpretada por Sarah Jessica Parker no seriado “Sex and the City”, que foi responsável por levar seu nome (e o fascínio por seus sapatos) ao mundo todo. Mais sucesso veio com a abertura da primeira loja americana, em Beverly Hills, e com o talento da jovem Sandra Choi, atual designer da marca e ex-assistente de Choo (do qual é sobrinha), que passou a produzir coleções mais abusadas e jovens, sem esquecer a qualidade e o perfeccionismo do estilista, sabendo aplicar a essência de seu trabalho nos calçados feitos em larga escala, trazendo para os modelos combinações inovadoras com elementos clássicos, criando um estilo muito próprio que é imediatamente reconhecido.
Em 2001, a JIMMY CHOO ampliou sua linha de calçados com o lançamento da primeira coleção de botas. O sucesso no mercado americano levou a inauguração de outras lojas em cidades como Nova York, Las Vegas e Los Angeles. Depois, desembarcou em Madri, Tóquio, Bangkok e Dubai. Além disso, em 2003, a marca lançou no mercado sua primeira coleção de bolsas, ampliando assim seu portfólio de produtos. O sucesso se consolidou em 2005, com a inauguração de uma loja no número 34 da Avenue Montaigne, em Paris, uma das mais chiques e sofisticadas ruas de moda no mundo. A loja de 50 m², um pequeno boudoir inspirado no glamour dos anos de 1940, refletia a delicadeza e a feminilidade dos sapatos e bolsas produzidos pela marca. Todas as outras butiques da grife seguiam as mesmas características: pequenas, charmosas e lindas.
Apesar do sucesso a trajetória da JIMMY CHOO no mundo dos negócios é rara. Desde sua fundação ela já foi vendida três vezes. Em 2001, o próprio artesão Jimmy Choo saiu da empresa e embolsou ₤20 milhões. Os novos administradores, comandados por Robert Bensoussan, começaram então uma forte expansão da marca, inaugurando em apenas três anos mais 26 lojas, que se juntaram as quatro existentes. Em 2004, foi a vez do fundo de investimento Phoenix Equity Partners comprar grande parte das ações da marca. Poucos anos depois, em fevereiro de 2007, a grife foi vendida novamente, só que desta vez para o fundo inglês Tower Group Capital, por ₤185 milhões. Os novos e ambiciosos planos da marca foram então colocados em prática durante este período. Além dos sapatos femininos e bolsas, a JIMMY CHOO passou a vender acessórios em couro como carteiras e cintos, introduzidos em 2006; lançou sua primeira coleção de óculos em 2007; e, em 2010, apresentou sua primeira coleção de tênis casuais para mulheres. Dentre os calçados, a famosa linha 24:7 (lançada em 2010), que traz sapatos com o conceito de 24 horas por dia, sete dias por semana, é a grande estrela da marca britânica. Outro grande sucesso é a coleção de sapatos para noivas. Além disso, reinaugurou sua loja da Madison Avenue, que passou por uma ampliação para se transformar na maior unidade da JIMMY CHOO no mundo.
Nos últimos anos, enquanto muitas marcas se debateram para driblar a crise mundial, o principal desafio da JIMMY CHOO foi conseguir atender uma demanda crescente de aficionados pela marca e aumentar sua linha de produtos, como por exemplo, em 2011, quando lançou a primeira coleção de sapatos masculinos, e sua primeira linha de perfumes. Além disso, inaugurou uma segunda loja em Paris na Rue Saint-Honoré. A loja de Paris possuía todos os elementos da marca JIMMY CHOO: uma ala VIP, mais espaço para exibir os produtos e uma localização privilegiada, ao lado de marcas como a Colette e hotéis como o The Ritz Carlton. A França é atualmente o segundo maior mercado da marca inglesa, depois do Reino Unido. Fora da Europa, a JIMMY CHOO inaugurou lojas em Macau, Pequim, Tóquio e Los Angeles. Além disso, outras unidades foram inauguradas na Arábia Saudita, Dubai e Hong Kong. Mais recentemente, em 2014, além de abrir capital na Bolsa de Valores para ampliar sua expansão global, com o objetivo de melhorar o posicionamento de luxo da marca e criar uma oferta mais personalizada para seus clientes, foi lançado o serviço Made to Order, que oferece a possibilidade de customizar alguns modelos de sapatos. O exclusivo serviço oferece sapatos customizáveis com diferentes cores, materiais (cetim, camurça, lantejoulas ou peles exóticas) e até altura de salto. O toque final deste serviço inédito: cada par de sapatos pode ser decorado com um monograma com as iniciais à escolha de cada cliente. Este ano também foi marcado pelo lançamento do primeiro perfume masculino da marca.
O segredo para manter o luxo e a exclusividade dos produtos JIMMY CHOO está na distribuição limitada dos calçados, bolsas e acessórios aos pontos de venda selecionados e na escolha das localizações mais exclusivas do mundo para abrir suas lojas próprias, ao lado de grandes nomes da moda como Dior, Armani e Prada. Os sofisticados calçados podem ser encontrados em butiques instaladas em endereços como a Avenida Montaigne (Paris), 5° Avenida (Nova York) e Sloane Street (Londres). Seus produtos, sobretudo os sapatos, que começam custando US$ 450 e podem chegar facilmente ultrapassar US$ 2 mil, encantam estrelas como Madonna, Cameron Diaz, Catherine Zeta-Jones e Sarah Jessica Parker. A JIMMY CHOO atualmente é conhecida internacionalmente como a marca de acessórios preferida de estilistas, celebridades e mulheres cosmopolitas que seguem a moda de luxo. Os sapatos, as bolsas e os pequenos artigos de couro (como carteiras e cintos) são inovadores e exclusivos, mas mantêm a elegância clássica, a beleza e a sensualidade das quais o nome JIMMY CHOO é sinônimo.
A evolução visual
A identidade visual da marca passou por apenas uma remodelação em sua história. O logotipo atual ganhou uma tipografia de letra mais fina e sofisticada.
Dados corporativos
● Origem: Inglaterra
● Fundação: 1996
● Fundador: Jimmy Choo e Tamara Mellon
● Sede mundial: Londres, Inglaterra
● Proprietário da marca: Jimmy Choo Plc
● Capital aberto: Sim (2014)
● Chairman: Peter Harf
● CEO: Pierre Denis
● Diretor criativo: Sandra Choi
● Faturamento: ₤364 milhões (2016)
● Lucro: ₤42.5 milhões (2016)
● Lucro: ₤802.8 milhões (junho/2017)
● Lojas: 214
● Presença global: 50 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 1.278
● Segmento: Moda de Luxo
● Principais produtos: Sapatos, bolsas, perfumes e acessórios
● Concorrentes diretos: Manolo Blahnik, Salvatore Ferragamo, Christian Louboutin, Roger Vivier, Christian Dior, Chanel e Walter Steiger
● Ícones: A qualidade dos sapatos
● Website: www.jimmychoo.com
A marca no mundo
Atualmente a marca JIMMY CHOO possui mais de 210 lojas espalhadas por mais de 45 países ao redor do mundo. Os produtos da marca, incluindo calçados, bolsas, perfumes e acessórios, podem ser encontrados também nas melhores lojas de departamento do mundo. No Brasil, a marca tem uma butique no luxuoso shopping Cidade Jardim em São Paulo, inaugurada em 2010. Os calçados representam 75% do faturamento da marca, que em 2016 atingiu ₤364 milhões. A marca possui oito coleções anuais e uma revista bimestral que coincide com o lançamento das coleções principais.
Você sabia?
● Em 2011 quando a marca completou 15 anos, foi lançada uma coleção de 15 sapatos ícones da marca, trazendo de volta calçados que marcaram a história da JIMMY CHOO. Entre os favoritos estão o sapato Feather, que Carrie perde em um episódio de “Sex and the City” e ajudou a consolidar a marca; e a sandália Macy, um modelo mais clássico e discreto, mais sem perder a essência moderna da marca.
● Pioneira na arte de vestir celebridades, a marca foi uma das primeiras a trazer sapatos e bolsas para o red carpet, especialmente nas premiações do Oscar.
● Hoje a popularidade da marca é tanta que nas salas de bingo da Inglaterra o número 32 (thirty-two) é cantado com a rima JIMMY CHOO.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Exame e Isto é Dinheiro), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 19/6/2017
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