6.12.23

ÓTICAS CAROL


Com a visão de enxergar um mundo mais bonito e transformar os óculos no principal acessório de moda, a Óticas Carol se tornou um verdadeiro sucesso no mercado ótico brasileiro. Com mais de duas décadas de uma rica história, a Óticas Carol busca disseminar o acesso à visão para todos. Para isso, conta com um amplo portfólio de produtos por preços justos e oferece facilidade de pagamento, democratizando assim marcas reconhecidas internacionalmente. 

A história 
Tudo começou em meados dos anos de 1990 com o empresário Odilon Santana Filho, então proprietário de uma indústria ótica e que temendo à concorrência das importações asiáticas e dos produtos contrabandeados, resolveu apostar no segmento de varejo. Com a ajuda de seu filho, Odilon Santana Neto, então com apenas 16 anos, e das filhas Ana Paula Santana e Daniela Santana, inaugurou em 1997 duas lojas pilotos no segmento ótico no interior do estado de São Paulo, na cidade de Sorocaba. Essas lojas, que adotavam o conceito de satisfazer todas as necessidades do consumidor no mercado ótico, foram batizadas com o nome de Óticas Carol. A escolha do nome Carol se baseou no fato de ser um nome próprio, fácil de ser pronunciado e lembrado, além da viabilidade de registrá-lo sem ter um concorrente com nome semelhante. A estratégia de crescimento foi iniciada no ano de 2000, com base na implementação do processo de franquias, o que culminou com a inauguração de diversas lojas em outras cidades do interior paulista com mais de 40.000 habitantes.
  

O rápido crescimento da rede, especialmente a partir de 2003, chamou a atenção de grandes investidores. Com isso, em 2005, os proprietários da maior fabricante brasileira de armações para óculos, a Tecnol, compraram 50% da empresa. Foi esse aporte que financiou a chegada da Óticas Carol a cidade de São Paulo, o maior mercado do país, já no ano de 2006 com a inauguração de várias unidades. E para marcar essa entrada e tornar a marca conhecida, contratou a atriz Mariana Ximenes para estrelar uma campanha publicitária, veiculada em horário nobre na Rede Globo (conheça essa outra história aqui) na capital paulista. Já em setembro desse mesmo ano, a Óticas Carol se transformou na maior rede do setor em unidades, num total de 150 lojas, mesmo que presente somente no estado de São Paulo. Ainda este ano, a rede investiu no fortalecimento de marcas próprias.
   

Pouco depois, em 2008, a empresa foi vendida para o empresário Marcos Amaro, filho do comandante Rolim Amaro, fundador da TAM (conheça essa outra história aqui). Sob o novo comando, a Óticas Carol começou a implantar um plano para se consolidar como uma rede nacional, com a inauguração de unidades em outros estados do país. A grande transformação ocorreu na virada de 2009 para 2010, quando a rede foi reposicionada no mercado, indo além do mero segmento ótico. Nesse momento a rede acreditava que os óculos não eram somente objetos de correção visual, mas sim acessórios de moda. E foi o executivo Ronaldo Pereira que apostou na ideia de aumentar significativamente a oferta de óculos de sol. Com isso, a Óticas Carol passou a oferecer uma maior quantidade de marcas com produtos coloridos e com design fashion. Além disso, ao atingir o número de 300 lojas no Brasil, a Óticas Carol foi tornando os óculos um produto cada vez mais acessível - passando a ser vendido em até 10 vezes sem juros e com preços tão competitivos como aqueles que se viam fora do país.
   

A partir desse momento, a marca passou a investir cada vez mais em tecnologia e, ainda em 2010, criou o laboratório digital mais moderno da América Latina, localizado em Barueri (SP), e começou a produzir lentes de altíssima qualidade. Além de reduzir custos, o laboratório abriu a possibilidade para que a empresa produzisse no país as lentes de diversas marcas internacionais. Todas as lentes são produzidas através de processo 100% digital, garantindo mais nitidez, precisão, campo de visão mais amplo, conforto e adaptação imediata. A rede também começou a realizar ações de marketing agressivas, como por exemplo, a promoção “Sua Idade é o Seu Desconto”, que oferece benefícios definidos de acordo com os anos de vida do cliente. Realizada anualmente pela Óticas Carol devido ao enorme sucesso, a iniciativa oferece descontos proporcionais à quantidade de anos de vida do cliente em armações selecionadas por cada loja. Por exemplo, se o consumidor tem 75 anos, o desconto será de 75%.
  

A mudança de foco da Óticas Carol ganhou um novo fôlego em março de 2013, quando Amaro vendeu o controle da empresa para investidores estrangeiros liderados pelo fundo britânico 3i, permitindo continuidade ao agressivo plano de expansão da rede. No ano de 2014, com 682 franquias em todo o Brasil, a Óticas Carol se tornou a maior rede de óticas em número de unidades no país. E não parou por aí. A Óticas Carol fechou 2015 com mais de 900 lojas espalhadas por todas as regiões do Brasil e um laboratório capaz de produzir mais de 2.000 lentes por dia, reafirmando-se como a maior rede de franquias de óticas do mercado brasileiro.
  

Em 2017, a empresa, então com 950 lojas espalhadas pelo território brasileiro, foi adquirida por U$ 117 milhões pela italiana Luxottica (atual EssilorLuxottica, resultado da fusão em 2018 com a fabricante francesa de lentes oftálmicas Essilor - das marcas Varilux e Transitions, clique em ambas para conhecer suas histórias -, o maior grupo óptico do mundo e proprietário de marcas como Ray-Ban (conheça essa outra história aqui) e Oakley (clique aqui para conhecer mais essa história), além de marcas de varejo incluindo Sunglass Hut (conheça essa outra história aqui) e LensCrafters. No ano seguinte, a Óticas Carol lançou com exclusividade no Brasil as famosas lentes de grau Ray-Ban Authentic
  

No ano de 2021, buscando oferecer aos consumidores óculos que tenham a cara do brasileiro, a rede lançou sua marca própria de óculos, batizada de OC. Levando em consideração as necessidades do consumidor e as tendências do setor, a marca OC foi criada com o objetivo de suprir a pluralidade de estilos e de pessoas do país de maneira leve e democrática com produtos de alta qualidade e preços acessíveis. Inicialmente a OC contava com duas linhas, uma de óculos de sol, inspirada em destinos em que o pôr-do-sol faz encher os olhos, e outra de óculos de grau, inspirada em destinos ligados a grandes escritores brasileiros. Ao todo, eram 20 modelos exclusivos confeccionados em fibra de náilon e com lentes de policarbonato.
  

Atualmente a Óticas Carol adota a proposta de ser uma rede fast fashion de óculos, ou seja, que trabalha o luxo acessível: duas tendências fortes no varejo hoje em dia. A Óticas Carol, assim, vai muito além de uma ótica tradicional, atuando como uma rede de lojas de perfil fashion e com itens para cuidados da saúde visual, reunindo grandes grifes nacionais e internacionais a preços e condições de pagamento acessíveis, atendendo a consumidores de todo o Brasil.
   

Fazendo o bem 
Estima-se que 8 em cada 10 crianças e em idade escolar, nunca foram ao oftalmologista. Cerca de 30% dessas crianças tem algum problema de visão passível de correção com uso de óculos. Sabendo dessa realidade a Óticas Carol lançou em 2015 o PROJETO PEQUENOS OLHARES e tornou o programa sua missão social. O projeto nasceu com o objetivo de conceder às crianças do ensino público o direito de enxergar um mundo mais bonito através de uma boa visão. Esse projeto vende a preços subsidiados (R$ 59 em até dez vezes) 2 tamanhos de óculos infantis com 12 cores - antes chamados de “Carolzitos” - para crianças de 4 a 13 anos com certo grau de astigmatismo. Para ter acesso ao programa, as crianças precisam cursar regularmente a escola pública.
  

A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por algumas alterações ao longo dos anos. O logotipo original da marca, que já utilizava as cores azul e amarelo e um sol com óculos como símbolo, foi totalmente reformulado em 2010. O novo logotipo perdeu o símbolo e ganhou uma nova tipografia de letra, mais moderna e sofisticada. Além disso, apesar de manter o fundo azul, a identidade visual apresentou o nome da marca escrito na mesma linha com a separação de um delicado traço. Atualmente o logotipo é utilizado também sem o fundo azul e, em algumas situações, a palavra “Carol” pode assumir a cor azul, em detrimento ao tradicional amarelo.
   

Os slogans 
Você Vê na Carol. (2023) 
Óculos Para Todos, é na Carol! (2023) 
Óticas Carol. Há 25 anos evoluindo com você! (2022) 
Enxergar bem muda tudo. (2016) 
Eu uso óculos. (2012) 
Seja Diferente. Seja Você. Escolha Óticas Carol. (2011) 
Especializada em você. (2008)
  

Dados corporativos 
● Origem: Brasil 
● Fundação: 1997 
● Fundador: Odilon Santana Filho e Odilon Santana Neto 
● Sede nacional: Barueri, São Paulo, Brasil 
● Proprietário da marca: EssilorLuxottica S.A. 
● Capital aberto: Não 
● Gerente geral: Silvina Mirabella 
● Faturamento: R$ 1 bilhão (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 1.450 
● Presença global: Não (presente somente no Brasil) 
● Funcionários: 6.000 (incluindo franqueados) 
● Segmento: Ótico 
● Principais produtos: Óculos, armações e lentes 
● Concorrentes diretos: Óticas Diniz, GrandVision by Fototica, Zeiss, Qóculos, Óticas Wanny e Chilli Beans 
● Slogan: Você Vê na Carol. 
● Website: www.oticascarol.com.br 

A marca no Brasil 
Atualmente a Óticas Carol, maior rede de óticas do mercado brasileiro, possui mais de 1.450 lojas espalhadas por todos os estados do país, que oferecem um amplo portfólio de marcas, com soluções visuais para todas as etapas da vida e óculos para todos os gostos e estilos. O faturamento anual estimado da Óticas Carol é superior a R$ 1 bilhão. 


Você sabia? 
As vitrines das lojas da rede chegam a mudar três vezes por semana para atrair públicos diferentes 
Até 2010, óculos de sol mal significavam 10% do faturamento, e hoje respondem por mais de 35%. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Forbes, Exame, InfoMoney, Época Negócios, PEGN e Isto é Dinheiro), jornais (Meio Mensagem, O Globo, Valor Econômico e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas).  


Última atualização em 6/12/2023 

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22.11.23

BEST GLOBAL BRANDS 2023


Este é o ranking de 2023 das 100 mais valiosas marcas do mundo criado pela renomada consultoria de marketing/branding Interbrand, empresa fundada na cidade de Londres em 1974. Os valores representam bilhões de dólares. Basta clicar no link de cada marca para acessar ao perfil exclusivo com a história de cada uma preparado pelo MDM. 

1. Apple (Estados Unidos) - US$ 502.680 
2. Microsoft (Estados Unidos) - US$ 316.659   
3. Amazon (Estados Unidos) - US$ 276.929  
4. Google (Estados Unidos) - US$ 260.260  
5. Samsung (Coréia do Sul) - US$ 91.407  
6. Toyota (Japão) - US$ 64.504 
7. Mercedes-Benz (Alemanha) - US$ 61.414 
8. Coca-Cola (Estados Unidos) - US$ 58.046 
9. Nike (Estados Unidos) - US$ 53.773  
10. BMW (Alemanha) - US$ 51.157 
11. McDonald’s (Estados Unidos) - US$ 50.999 
12. Tesla (Estados Unidos) - US$ 49.937        
13. Disney (Estados Unidos) - US$ 48.258  
14. Louis Vuitton (França) - US$ 46.543  
15. Cisco (Estados Unidos) - US$ 43.345  
16. Instagram (Estados Unidos) - US$ 39.342 
17. Adobe (Estados Unidos) - US$ 34.991  
18. IBM (Estados Unidos) - US$ 34.921 
19. Oracle (Estados Unidos) - US$ 34.622  
20. SAP (Alemanha) - US$ 33.078   
21. Facebook (Estados Unidos) - US$ 31.625 
22. Chanel (França) - US$ 31.007 
23. Hermès (França) - US$ 30.190   
24. Intel (Estados Unidos) - US$ 28.298 
25. YouTube (Estados Unidos) - US$ 26.039      
26. J.P. Morgan (Estados Unidos) - US$25.876 
27. Honda (Japão) - US$ 24.412 
28. American Express (Estados Unidos) - US$ 24.093 
29. Ikea (Suécia) - US$ 22.942 
30. Accenture (Estados Unidos) - US$ 21.320 
31. Allianz (Alemanha) - US$ 20.850 
32. Hyundai (Coréia do Sul) - US$ 20.412   
33. UPS (Estados Unidos) - US$ 20.374 
34. Gucci (Itália) - US$ 19.969  
35. Pepsi (Estados Unidos) - US$ 19.767 
36. Sony (Japão) - US$ 19.065 
37 Visa (Estados Unidos) - US$ 18.611 
38. Salesforce (Estados Unidos) - US$ 18.317 
39. Netflix (Estados Unidos) - US$ 17.916  
40. PayPal (Estados Unidos) - US$ 17.794 
41. Mastercard (Estados Unidos) - US$ 17.133  
42. Adidas (Alemanha) - US$ 16.568 
43. Zara (Espanha) - US$ 16.502 
44. AXA (França) - US$ 16.401 
45. Audi (Alemanha) - US$ 16.352 
46. Airbnb (Estados Unidos) - US$ 16.344  
47. Porsche (Alemanha) - US$ 16.215 
48. Starbucks (Estados Unidos) - US$ 15.409       
49. GE (Estados Unidos) - US$ 15.303 
50. Volkswagen (Alemanha) - US$ 15.140 
51. Ford (Estados Unidos) - US$ 14.867  
52. Nescafé (Suíça) - US$ 14.818  
53. Siemens (Alemanha) - US$ 14.588 
54. Goldman Sachs (Estados Unidos) - US$ 14.215 
55. Pampers (Estados Unidos) - US$ 13.771 
56. H&M (Suécia) - US$ 13.649 
57. L’Oréal (França) - US$ 13.638 
58. Citi (Estados Unidos) - US$ 13.624 
59. Lego (Dinamarca) - US$ 13.069 
60. Red Bull (Áustria) - US$ 12.986          
61. Budweiser (Estados Unidos) - US$ 12.984 
62. Ebay (Estados Unidos) - US$ 12.745 
63. Nissan (Japão) - US$ 12.676  
64. HP (Estados Unidos) - US$ 11.841 
65. HSBC (Reino Unido) - US$ 11.734 
66. Morgan Stanley (Estados Unidos) - US$ 11.372 
67. Nestlé (Suíça) - US$ 11.369     
68. Philips (Holanda) - US$ 11.206 
69. Spotify (Suécia) - US$ 11.114 
70. Ferrari (Itália) - US$ 10.830          
71. Nintendo (Japão) - US$ 10.498  
72. Gillette (Estados Unidos) - US$ 10.444 
73. Colgate (Estados Unidos) - US$ 10.433 
74. Cartier (França) - US$ 9.868   
75. 3M (Estados Unidos) - US$ 9.791 
76. Dior (França) - US$ 9.665 
77. Santander (Espanha) - US$ 9.609   
78. Danone (França) - US$ 9.152 
79. Kellogg’s (Estados Unidos) - US$ 8.861 
80. LinkedIn (Estados Unidos) - US$ 8.595 
81. Corona (México) - US$ 8.082   
82. Fedex (Estados Unidos) - US$ 8.067 
83. Caterpillar (Estados Unidos) - US$ 8.065   
84. DHL (Estados Unidos) - US$ 7.706 
85. Jack Daniel’s (Estados Unidos) - US$ 7.595 
86. Prada (Itália) - US$ 7.321 
87. Xiaomi (China) - US$ 7.266 
88. Kia (Coréia do Sul) - US$ 7.059 
89. Tiffany & Co. (Estados Unidos) - US$ 7.031 
90. Panasonic (Japão) - US$ 6.699  
91. Helwett Packard Enterprise - US$ 6.642  
92. Huawei (China) - US$ 6.512  
93. Hennessy (França) - US$ 6.447 
94. Burberry (Reino Unido) - US$ 6.445 
95. KFC (Estados Unidos) - US$ 6.392      
96. Johnson & Johnson (Estados Unidos) - US$ 6.387 
97. Sephora (Estados Unidos) - US$ 6.329 
98. Nespresso (Suíça) - US$ 6.168  
99. Heineken (Holanda) - US$ 6.062  
100. Canon (Japão) - US$ 6.032     

O MDM também está no Instagram. www.instagram.com/mdm_branding/

17.11.23

BLUE MOON®


Nascida dentro de um estádio de beisebol, com um sabor refrescante e único, e apreciada com uma singela rodela de laranja na borda do copo, a Blue Moon® Belgian White se tornou um verdadeiro sucesso no segmento de cervejas artesanais no mercado americano. Por isso, experimente uma Blue Moon® na praia, a beira de uma piscina ou em uma festa com uma rodela de laranja na borda do copo e comprove sua vocação refrescante. 

A história 
Tudo começou com a pequena cervejaria Sandlot Brewery, uma então subsidiária da Coors Brewing, que era responsável pela administração de um acanhado Brewpub que ocupava um modesto porão no estádio de beisebol Coors Field, localizado no centro da cidade de Denver, no estado do Colorado, e onde jogava a equipe profissional da MLB (Major League Baseball) do Colorado Rockies. O responsável pelo local era Keith Villa, um funcionário da Coors Brewing - que chegou a desenvolver pesquisas na área de fermentação - e que anos antes estava na Bélgica, onde obteve o título de Ph.D. em bioquímica complexa em fabricação de cerveja pela tradicional Universidade de Bruxelas. Ao retornar aos Estados Unidos e inspirado pela escola de mestres cervejeiros belgas, em 1995 Keith criou a Bellyslide Belgian White, uma cerveja ao estilo Belgian White feita de trigo. Vale ressaltar que “belly slide” é uma manobra do beisebol onde o jogador desliza pelo campo.
  

Sendo uma Witbier, a Bellyslide era uma cerveja de trigo com adição de sementes de coentro e casca de laranja. Na sua receita, Keith usou laranja Valência, produzida nos Estados Unidos, e mais doce do que a Curaçau, normalmente utilizada em cervejas desse estilo. Naquela época este estilo de cerveja era praticamente desconhecido pelos norte-americanos. Tanto que os executivos da Coors Brewing ignoraram a nova cerveja criada em seu brewpub. Na verdade, não vislumbraram um potencial comercial para a cerveja de aspecto turvo (por não ser filtrada) e com aromas cítricos. Ainda que nessa época a Bellyslide Belgian White enfrentasse os desafios de ser uma cerveja Ale em meio à um mercado predominado por Lagers, Keith confiava que sua receita tinha personalidade e qualidade para ser bem sucedida.
   

Por isso, Keith não desistiu e para vender a Bellyslide Belgian White, ele virou uma espécie de porta-voz, apresentando a cerveja pessoalmente para os bares da região. A cerveja se tornou um cult regional e um dos clientes de Keith comentou que achava sua Belgian White tão boa que cervejas como aquela costumam surgir tão eventualmente quanto a lua azul (em inglês “Blue Moon”), um fenômeno raro. Pronto, surgia assim oficialmente a marca Blue Moon® Belgian White. O cervejeiro viajou o país tentando promover seu produto para o varejo. Com suas vendas em queda, em 1997 Villa tentou uma estratégia de marketing que iria mudar a história comercial da Blue Moon®. Ele decidiu oferecer sacos de laranjas para que bartenders colocassem fatias/rodelas da fruta na borda do copo durante o serviço. Ele se inspirou no México, onde era comum servir algumas cervejas com uma fatia de limão. Então resolveu colocar fatias de laranja no copo da cerveja Blue Moon®, que segundo ele, além de complementar o perfil de sabor, agregando ainda mais notas cítricas e frutadas, faria um copo de Blue Moon® se destacar muito nos bares. E deu muito certo.
  

Essa ação, junto ao amadurecimento do paladar americano em relação à cerveja seriam os pontos principais para o sucesso da marca. A partir de então, o projeto da Blue Moon®, que vinha sofrendo com ameaças de descontinuação pela Coors Brewing, ganhou massa crítica e passou a agradar a empresa que resolveu investir na marca com um apelo de charme e sofisticação para o público. Com isso, as embalagens de 6 garrafas da Blue Moon®, impulsionada pela força de distribuição da Coors, apareceram praticamente da noite para o dia nas prateleiras de grandes varejistas em 22 estados americanos. E finalmente no ano de 2001 as vendas Blue Moon® começaram a crescer. O crescimento da Blue Moon® fez com que em meados dos anos de 2000 a maior concorrente da Coors Brewing, a Anheuser Busch (conheça essa outra história aqui), lançasse a Shock Top, também uma witbier direcionada ao grande público, porém que nunca atingiu a popularidade da cerveja desenvolvida por Villa.
  

Nos anos seguintes, a Blue Moon® Brewing, então responsável pela produção da marca, além de conquistar inúmeros prêmios internacionais, vislumbrou a possibilidade de criar outras cervejas em adição a Blue Moon® original. Foi então que a cervejaria passou a oferecer uma coleção de saborosas cervejas sazonais e de lançamento limitado que refletiam o toque da Blue Moon® em vários estilos de cerveja, como por exemplo, Blue Moon® Summer Ale, uma cerveja filtrada elaborada com mel e equilibrada por um toque cítrico; Blue Moon® Pumpkin Ale, uma cerveja fabricada com abóbora e especiarias incluindo canela, noz-moscada, cravo e pimenta da Jamaica; Blue Moon® Winter Abbey Ale, cerveja com notas de caramelo maltado com um toque de chocolate amargo; e Blue Moon® Caramel Apple Spice Ale, uma mistura sazonal de maltes de especiarias e caramelo que realçam o sabor de maçã.
  

Em 2015 a Blue Moon® esteve envolvida em uma polêmica, quando uma ação coletiva e a Brewers Association, que reúne e promove as cervejarias artesanais americanas, entraram com um processo para questionar a utilização da nomenclatura artesanal para o produto, uma vez que ele era suportado por uma grande cervejaria. A instituição sustentava que essa omissão permitia que a Blue Moon® Brewing Company “se mascarasse como um produtor independente de cerveja”. Juridicamente, porém, a cervejaria foi absolvida sob alegação de não ter divulgado informação falsa sobre o produto.
  

Para completar os esforços de inspiração artesanal da marca, no verão de 2016 foi inaugurada uma cervejaria no bairro de RiNo na cidade de Denver, com capacidade de produção anual de 10.000 barris. O local, uma espécie de bar e restaurante, oferece mais de 20 torneiras de chope com cervejas especiais, limitadas e sazonais da marca Blue Moon®, além de um cardápio com inspiração global e de origem local. Em 2017, a marca ampliou seu portfólio com o lançamento da Blue Moon® Mango Wheat, uma cerveja de trigo refrescante com leve sabor de manga madura.
   

Pouco depois, em 2019, a marca introduziu a Blue Moon® Iced Coffee Blonde, uma cerveja sazonal de trigo com aroma brilhante de café. Em 2020, a cervejaria inovou ao lançar no mercado a Blue Moon® LightSky, uma cerveja de trigo produzida com casca de tangerina e dry hopping com lúpulo Azacca, que possui apenas 95 calorias. Introduzida através de uma campanha com o slogan “Welcome to the Light Side of the Moon”, o produto foi considerado um dos mais bem-sucedidos lançamentos do segmento no mercado americano.
   

Em um dos mercado mais competitivos do mundo, no ano de 2019 a Blue Moon® se tornou a 19ª cerveja mais consumida nos Estados Unidos. A Blue Moon® chegou ao Brasil de forma consistente também em 2019 ocupando prateleiras de diferentes pontos de vendas, de pequenas lojas de cerveja artesanal a grandes redes de varejo, através do trabalho de uma importadora independente. Mas essa história em solo brasileiro começou a mudar em 2021, quando a Heineken Brasil (conheça essa outra história aqui) passou a ser a importadora e distribuidora exclusiva de Blue Moon® no mercado brasileiro, após um acordo comercial entre as duas gigantes cervejeiras o que ampliou a presença do rótulo no país. Um dos últimos lançamentos da marca é a Blue Moon® Haze Juicy IPA, produzida com laranjas inteiras secas para infundir o sabor na cerveja, criando um sabor delicioso e suculento e uma cor brilhante. Além disso, a marca anunciou o lançamento, em janeiro de 2024, da Blue Moon® Non-Alcoholic Belgian White, a cerveja original com menos de 0,5% de álcool e apenas 80 calorias.
   

A evolução visual 
A identidade visual da marca, uma combinação harmoniosa de texto e ilustração, passou por algumas alterações ao longo dos anos. O logotipo original já apresentava a “lua azul”, com menor destaque e em tom de azul mais claro, além da inscrição “Belgian White”, que se referia ao estilo da cerveja. A primeira remodelação aconteceu em 2001, quando o logotipo foi simplificado, apresentando a lua em sua totalidade (em novo tom de azul) e a tradicional faixa diagonal (em ocre) - onde está inserido o nome da marca, que ganhou uma nova tipografia de letra. Além disso, ao longo das bordas da lua havia pequenos pontos e traços brancos, simbolizando o brilho prateado do corpo celeste. O nome também foi abreviado, retirando a inscrição do tipo de cerveja. Em 2016, ocorreu uma nova reformulação da marca, que claramente dobrou os elementos artesanais da Blue Moon® - apesar dos protestos da indústria de cerveja artesanal americana de que apenas cervejarias independentes podem ser consideradas artesanais. No novo logotipo, a lua tornou-se plana, bidimensional e concisa. Os designers focaram nos relevos naturais do satélite da Terra, utilizando um novo tom de azul. A tipografia de letra (modernizada) perdeu as bordas. Já a faixa diagonal ganhou um fundo branco.
  

A imagem abaixo mostra a evolução das garrafas e das embalagens da Blue Moon® ao longo dos anos.
  

Os slogans 
One of a Kind Every Time. (2022) 
Savor Every Sip. (2021) 
Brighter Days Ahead. (2021) 
Reach for the Moon. (2019) 
Shine Brighter. (2018) 
Something’s Brewing. (2016) 
Artfully Brewed. (2016) 
Artfully Crafted. (2009) 
Handcrafted once in a blue moon. (1997)
  

Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Lançamento: 1995 
● Criador: Keith Villa 
● Sede mundial: Denver, Colorado, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Molson Coors Beverage Company 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Gavin Hattersley 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 40 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Segmento: Cervejarias 
● Principais produtos: Cervejas artesanais 
● Concorrentes diretos: Hoegaarden, Paulaner, Shock Top, Allagash White, Schneider Weisse, Erdinger, Weihenstephaner Hefeweissbier, Lagunitas e Samuel Adams 
● Ícones: A lua azul 
● Slogan: One of a Kind Every Time. 

A marca no mundo 
Atualmente a Blue Moon®, 19ª cerveja mais vendida no mercado americano, é comercializada em aproximadamente 40 países ao redor do mundo. No mercado norte-americano, a marca só fica atrás em volume de vendas das cervejas light lagers das grandes cervejarias. 


Você sabia? 
Sandlot Brewery foi a primeira cervejaria (brewpub) dentro de um estádio da MLB, a poderosa liga profissional americana de beisebol. A Sandlot Brewery ainda produz 1.500 barris da Blue Moon® por ano. E todos eles são servidos durante os jogos do Colorado Rockies no Coors Field. 
Em 2019, Keith Villa deixou a MillerCoors para criar sua própria empresa - a Ceria Beverage - que tem como foco a produção de cerveja sem álcool e com infusão de cannabis, para ser comercializada no estado do Colorado. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas).  


Última atualização em 18/11/2023 

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7.11.23

TRADER JOE’S


Imagine um supermercado onde dificilmente você irá encontrar marcas famosas e populares. Cujas prateleiras são amplamente dominadas por produtos de marcas próprias. Que a maioria dos alimentos e comidas tem uma pegada mais saudável - são frescos e orgânicos. Onde a variedade de itens é reduzida, mas com preços justos e produtos de alta qualidade, ideais para o preparo rápido de refeições no dia a dia. Onde a ambientação mais parece uma feira de produtores locais e a comunicação visual é despojada e aconchegante. E onde o atendimento é fantástico. Bem-vindo a TRADER JOE’S, um grande case de sucesso do varejo americano, e uma referência em marcas próprias e bom atendimento ao cliente. 

A história 
A história tem origem em 1958, quando um homem chamado Joseph “Joe” Hardin Coulombe (imagem abaixo), nascido no sul da Califórnia em uma fazenda de abacates e formado pela tradicional Universidade de Stanford em economia e administração de empresas, resolveu apostar em um segmento de varejo que estava em alta na época - conveniência - e inaugurou uma modesta loja na grande Los Angeles, batizada de Pronto Market e que vendia produtos para o dia a dia. Nos anos seguintes a rede inaugurou outras 15 unidades pelo estado da Califórnia. Tudo ia bem até que, em meados dos anos de 1960, Joe ficou sabendo que a 7-Eleven (conheça essa outra história aqui) iria abrir lojas no estado e percebeu que não conseguiria concorrer com esse gigante do segmento de lojas de conveniência. Foi então que ele resolveu mudar tudo para literalmente sobreviver no mercado.
  

Coulombe transformou então a 17ª loja do Pronto Market, que estava prestes a ser inaugurada, em um supermercado de vizinhança. Batizada de TRADER JOE’S, a nova loja foi inaugurada no ano de 1967 em Arroyo Parkway (que permanece em operação até os dias de hoje) na cidade californiana de Pasadena, local ideal para seu novo público-alvo, pois era cercado por campus universitários, um hospital e grandes empresas de engenharia. O nome TRADER JOE’S foi inspirado no Trader Vic’s, um popular restaurante/bar com temática “Tiki Bar” fundado em 1955 no sul da Califórnia, dentro do icônico Beverly Hilton. Vale ressaltar que a cultura “tiki”, de origem Polinésia, dominou o cenário dos bares americanos entre os anos de 1930 até os anos de 1960. A ambientação desse tipo de estabelecimento traz referências à cultura do exótico polinésio.
  

Desde o princípio, o desejo de Joe Coulombe era transformar a experiência de compra em uma jornada acolhedora e divertida, com produtos exclusivos de alta qualidade. Por isso, essa primeira loja tinha uma ambientação náutica, incluindo artefatos como um sino de navio, uma rede de pesca e até uma metade de um barco a remo. Já o caixa era uma ilha com telhado de palha, e balcões e gôndolas de madeira. Além disso, os receptivos funcionários usavam trajes informais, como camisas havaianas (floridas) e bermudas. O gerente era chamado de capitão e o assistente era o imediato. E tudo amparado por uma alegre música havaiana que tocava no ambiente. Essa decoração com tema náutico surgiu porque Joe estava lendo na época o clássico “Sombras Brancas nos Mares do Sul” (“White Shadows in the South Seas” em inglês) e desejava  que os funcionários da loja parecessem “comerciantes de navios mercantes”.
   

A loja original oferecia um típico sortimento de alimentos, além de revistas, livros e um grande diferencial para a época, uma vasta seleção de bebidas alcoólicas (eram 100 marcas de uísques, 50 de bourbon e gin, 14 tipos de tequila e muitos rótulos de vinho). Nos anos seguinte, uma a uma, Coulombe converteu as 16 unidades de sua antiga rede de lojas de conveniência em TRADER JOE’S. No início da década de 1970, Joe começou a aproveitar o crescente movimento de alimentação saudável entre os americanos, principalmente os que viviam na Califórnia, acreditando que atrairia o mesmo tipo de clientes que também eram conhecedores de vinhos. Com isso, o sortimento da rede mudou radicalmente, oferecendo itens cada vez mais frescos e naturais. E foi justamente nessa época, em 1972, que surgiu o primeiro produto de marca própria da TRADER JOE’S, a granola. Depois a rede começou a adicionar suco de laranja espremido na hora, vitaminas, nozes, alimentos secos e queijos (cuja seção hoje em dia é extremamente disputada pela qualidade e grande variedade). A certa altura, a rede TRADER JOE’S era o maior importador de queijo brie dos Estados Unidos e foi o primeiro supermercado a trazer este tipo de queijo para a América. Vale ressaltar, que algumas das unidades da rede nessa época já ofereciam carnes frescas fornecidas por açougueiros que alugavam espaço em suas lojas.
   

Com isso, em 1977 a rede já era mais familiar ao que se conhece nos dias de hoje, investindo cada vez mais em produtos saudáveis e de rápido preparo com marcas próprias. Criar fortes ofertas de marcas próprias para rivalizar com marcas nacionais seria um de seus legados da TRADER JOE’S na indústria de supermercados. Mas em 1979, Joe Coulombe vendeu a TRADER JOE’S para o empresário alemão Theo Albrecht, então proprietário da rede de supermercados de descontos Aldi na Europa. Na década seguinte, ainda com Joe no comando, a rede passou a apostar cada vez mais em marcas próprias e no sortimento de produtos exclusivos, naturais e orgânicos. Com isso, a TRADER JOE’S passou a oferecer itens bem menos industrializados, quase artesanais, e outros com apelos mais saudáveis.
    

Quando Coulombe deixou o cargo de executivo-chefe em 1988, a empresa tinha 27 lojas na Califórnia e vendas estimadas em US$ 150 milhões. O sucessor de Joe como executivo-chefe, foi um ex-colega de Universidade de Stanford - John Shields - que liderou a expansão da TRADER JOE’S para fora do estado da Califórnia e a transformou em uma rede nacional. Com isso, em 1993 foi inaugurada a primeira loja no estado do Arizona e, no ano de 1996, a TRADER JOE’S abriu suas duas primeiras lojas na Costa Leste do país, ambas nos subúrbios da cidade de Boston. Nos anos seguintes a rede acelerou sua expansão nacional com a inauguração de lojas em novos mercados pelo país. Além disso, a TRADER JOE’S ampliou seu portfólio de produtos de marcas próprias que se transformaram em campeões de venda. Em 2002, já havia pelo menos 160 lojas da redes operando em 15 estados americanos.
   

O sucesso pode ser comprovado em fevereiro de 2008, quando a tradicional Bloomberg BusinessWeek (conheça essa outra história aqui) apontou que a TRADER JOE’S obteve as maiores vendas por metro quadrado do segmento nos Estados Unidos. Em outubro de 2017, a rede TRADER JOE’S alcançava aproximadamente 500 lojas em 41 estados americanos e na capital Washington. Além disso, a TRADER JOE’S, que há muito tempo se estabeleceu como uma rede de supermercados de preços justos - teve essa percepção de valor ainda mais reforçada no atual momento de inflação no varejo americano.
  

Entre os itens mais populares e icônicos da TRADER JOE’S estão o Speculoos Cookie Butter (uma pasta amanteigada cremosa de receita holandesa), guloseima popular para ser consumida com panquecas, waffles, sanduíches ou até como cobertura de sorvetes; o Mandarin Orange Chicken (Frango com Tangerina), encontrado no setor de congelados; e o vinho californiano Charles Shaw (apelidado de Two Buck Chuck), conhecido assim por causa de seu preço original de US$ 1.99 na Califórnia e que a rede começou a comercializar em 2002 (800 milhões de garrafas foram vendidas pela rede entre 2002 e 2013). A rede também ficou famosa por vender bananas a um preço fixo e por unidade. E há uma história engraçada por trás dos preços da banana da TRADER JOE’S. Segundo a história, a rede estava tentando descobrir como definir o preço das bananas (em pacote ou individualmente) quando um funcionário notou uma senhora idosa inspecionando a fruta e, por fim, devolvendo-a. Quando ele perguntou por quê, ela disse: “Filho, talvez eu não viva até a quarta banana”. A empresa então decidiu no dia seguinte que venderia bananas individuais e a um preço de 19 centavos de dólar (mantido até os dias de hoje).
   

Mas o que torna o TRADER JOE’S tão especial? 
A rede TRADER JOE’S é conhecida por sua abordagem única para o segmento. Utiliza a psicologia do consumidor de maneira muito eficaz, investindo em uma equipe acolhedora, um ambiente atraente e uma seleção limitada de produtos para criar uma experiência única que incentiva os clientes a gastar mais de forma consciente. A TRADER JOE’S difere de outros supermercados ao não realizar liquidações, oferecer cupons, programas de fidelidade ou veicular campanhas publicitárias. Por mais estranho que possa parecer do ponto de vista comercial, essa estratégia é baseada no investimento maciço na experiência do cliente. Um dos segredos desse sucesso é justamente a equipe de funcionários, invariavelmente trajando roupas despojadas e coloridas, como camisas floridas. A rede é seletiva na contratação, optando por funcionários carismáticos que adoram conversar e oferecer assistência. E claro, sempre com um sorriso no rosto. A atenção e a disposição para ajudar são características marcantes dos funcionários da TRADER JOE’S, que estão sempre presentes e prontos para auxiliar os clientes, seja na busca por produtos ou em um despretensioso bate-papo amigável.
  

Já o design das lojas desempenha outro papel fundamental na experiência do cliente. Etiquetas de preços e placas de comunicação visual desenhadas à mão (feito por artistas ou funcionários da loja) são coloridas e conferem um toque artístico e aconchegante, criando a sensação de estar em um mercado local profundamente enraizado na vizinhança, ao invés de uma grande rede de supermercados com centenas de filiais nos Estados Unidos. Outra estratégia é a opção reduzida de produtos. Ao contrário de muitos supermercados que oferecem um amplo mix de marcas e produtos, frequentemente apresentam uma oferta de 35 mil itens, a TRADER JOE’S mantém aproximadamente 3 a 4 mil produtos em seu estoque. Segundo a empresa, ter muitas opções pode atrapalhar os clientes indecisos, causando “paralisia de escolha”. Além disso, com menos escolhas os clientes estão menos propensos a fazer compras impulsivas e a manter o controle sobre suas decisões de compra. E isto acelera o processo de compra e faz da TRADER JOE’S uma curadora do sortimento.
  

A TRADER JOE’S alia preços justos e produtos de alta qualidade, vendidos majoritariamente por meio de marcas próprias, que representam aproximadamente 90% de suas vendas e são apresentados e embalados de forma inovadora. Nas lojas da rede, que em média possuem 1.400 m² de área de venda, é possível encontrar produtos frescos (incluindo orgânicos, ovos, laticínios, verduras, frutas e sucos), alimentos gourmet, itens saudáveis para quem faz dietas restritivas de glúten e lactose, lanches prontos para consumo, pratos prontos congelados com cara de comida caseira, alimentos para animais de estimação, uma boa opção de bebidas alcoólicas, especialmente vinhos californianos, além de flores (sempre fresquinhas e localizadas na entrada de cada unidade), que começaram a ser vendidas pela rede em 1994. Hoje em dia, pegar um buquê - de rosas ou qualquer outra flor - se transformou em uma tarefa obrigatória para muitos clientes da rede.
  

A partir de 1977, a rede começou a introduzir variantes de alimentos e comidas de outras culturas e países e passou a utilizar rótulos para esses alimentos étnicos de marca própria, que foram nomeados de acordo com a etnia do alimento em questão, como por exemplo, Trader Jose’s (comida mexicana), Baker Josef’s (farinha e bagels), Trader Giotto’s (comida italiana), Trader Joe-San’s (comida japonesa), Trader Ming’s (comida asiática), JosephsBrau (cerveja) e Trader Jacques (comida francesa).
  

As lojas da rede adotam a política “Try Anything” (em português “Experimente qualquer coisa”), na qual disponibiliza pontos de degustação de alimentos. Se houver uma caixa de granola ou batata frita que o cliente queira testar antes de comprar, quase sempre é possível. Mas não abra o pacote sozinho - peça ajuda a um funcionário. Portanto, é possível experimentar praticamente qualquer produto da loja, com algumas exceções razoáveis, como álcool, alimentos congelados e carne crua. Essa política existe para que os clientes se sintam confiantes em suas compras e para garantir que gostem de todas as coisas que compram na TRADER JOE’S.
  

A preocupação em oferecer uma experiência única ao cliente pode ser exemplificada por um clássico exemplo. Em 2009, a rede varejista ficou famosa na internet, quando ajudou um cliente em uma ocasião especial. Nesse ano, perto do Natal, um senhor de 89 anos ficou preso em sua casa em virtude de uma tempestade de neve na Pensilvânia. Sua filha, preocupada que ele não tivesse suprimentos o suficiente para o período, ligou para várias lojas e recebeu negativas de todas elas. Menos da TRADER JOE’S que, na época, não tinha serviço delivery. Pois o funcionário que atendeu o telefone não só entregou o pedido em cerca de 30 minutos como ainda deu dicas sobre produtos específicos para a dieta do senhor. E a melhor parte: no final, depois que ela escolheu tudo o que precisava, o funcionário disse que ela não precisava se preocupar em pagar, as compras seriam um presente de Natal. Por isso, a TRADER JOE’S vem transformado as compras de supermercado em uma viagem acolhedora, cheia de descobertas e diversão desde 1967.
  

O lado social e ambiental 
A rede também ajudou a lançar a tendência das sacolas reutilizáveis no segmento de varejo (supermercados). Antes de se tornar uma questão política polêmica, sacolas reutilizáveis ​​eram a norma na TRADER JOE’S. A sacola de lona “Save a Tree” da empresa, que substituiu as famigeradas sacolas plásticas, foi lançada em 1977 e está nas lojas até os dias de hoje. Além disso, a TRADER JOE’S retribui em grande estilo às comunidades onde está presente. Por isso, todos os dias, suas lojas em todo o país participam do programa “Neighborhood Shares”, onde todos os alimentos perecíveis não vendidos e ainda seguros para consumo são doados a instituições de caridade locais. Em 2022, a quantidade de alimentos doados totalizou US$ 411 milhões em produtos - ou 85 milhões de libras em alimentos.
  

O logotipo 
O tradicional logotipo da TRADER JOE’S, dependendo da situação, pode ser aplicado de três maneiras, como mostra a imagem abaixo.
    

Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: 1967 
● Fundador: Joe Coulombe 
● Sede mundial: Monrovia, Califórnia, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Trader Joe's Company 
● Capital aberto: Não 
● Chairman & CEO: Bryan Palbaum 
● Faturamento: US$ 13.3 bilhões (2022) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 564 
● Presença global: Não (presente somente nos Estados Unidos) 
● Funcionários: 50.000 
● Segmento: Varejo 
● Principais produtos: Laticínios, pães, carnes, vinhos e produtos frescos e congelados 
● Concorrentes diretos: Whole Foods Market, The Fresh Market, Stew Leonard’s, Sprouts Farmers Market, Wegmans, Albertsons e HEB Grocery 
● Slogan: Your neighborhood grocery store. 
● Website: www.traderjoes.com 

A marca nos Estados Unidos 
Com faturamento anual superior a US$ 13 bilhões (dados de 2022) e 50 mil funcionários, a TRADER JOE’S possui mais de 560 lojas espalhadas por 44 estados americanos e localizadas em 417 cidades do país. O estado com maior presença da rede é a Califórnia com 193 unidades - o que representa 34% de todas as lojas da TRADER JOE’S - seguida de Nova York e Flórida. Já Los Angeles, Nova York, San Diego e Seattle são as cidades com mais lojas da rede. A unidade da rede mais movimentada é a loja localizada na 72nd & Broadway, no Upper West Side em Manhattan. 


Você sabia? 
A lagosta é a mascote não oficial da TRADER JOE’S. Desde 1983 existe uma lagosta vermelha de plástico em todas as lojas da rede. Algumas lojas têm seu próprio “encontre o mascote”, e as crianças podem obter um prêmio (guloseima ou doce) quando contarem a um funcionário onde ela está “escondida” e escolherem um novo esconderijo. Vale ressaltar que alguns locais têm um animal diferente que se alinha mais com os habitantes locais. Por exemplo, a loja em Monterrey, Califórnia, tem uma lontra marinha e a de Davis, também na Califórnia, tem uma vaca para representar a forte comunidade agrícola da região. 
Apesar de ser conhecida por oferecer produtos a preços acessíveis, as lojas da rede estão localizadas em bairros abastados. 
Em 2022, o cliente típico da TRADER JOE’S era uma pessoa casada que morava em área urbana, entre 25 e 44 anos, ganhando pelo menos US$ 80.000 ao ano. 
Para conquistar um lugar nas prateleiras da TRADER JOE’S, cada produto é submetido a um rigoroso processo de degustação, onde cada aspecto da qualidade é investigado no contexto do preço que rede pode oferecer. Se um produto for avaliado como de valor excepcional, ele se tornará uma parte essencial da aventura de compras da empresa. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (Consumidor Moderno, BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas).  


Última atualização em 7/11/2023 

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