12.11.13

BEATS BY DR. DRE


Coloridos e espalhafatosos, eles se destacam em shoppings centers, aviões, clubes e calçadas. Grandes como mamutes são desejados e tão caros quanto à marca sugere. Os fones de ouvidos beats, são acessórios que fazem a cabeça de muita gente, especialmente celebridades e astros do esporte. Extravagantes, coloridos, modernos ou retrôs, esses fones de ouvido, cuja principal identificação é uma letra B, são incorporados ao visual de famosos e anônimos como expressão de estilo. E claro, eles também aprimoram o som. O sucesso contínuo da marca leva a energia, as emoções e o entusiasmo do som do estúdio de gravação até uma incrível experiência sonora para milhões de fãs de música no mundo inteiro. 

A história 
Tudo começou quando o famoso rapper e produtor musical Dr. Dre (foto abaixo), nome artístico de Andre Romelle Young, se sentiu frustrado com o fato das pessoas não estarem ouvindo as músicas “do jeito que elas realmente são”. Isso porque a péssima qualidade dos fones de ouvido populares não estava reproduzindo diversas nuances que ele e outros produtores musicais criavam com tanto trabalho e esforço em suas músicas. Foi então que Dr. Dre, que havia sido produtor de nomes estrelados como Eminem, 50 Cents e Snoop Dogg, resolveu criar seu próprio fone de ouvido. Tudo para garantir que as pessoas pudessem ouvir as músicas “por completo”. Para isso, em 2006 ele se uniu a Jimmy Iovine, poderoso executivo da empresa Interscope-Geffen A&M Records, uma influente gravadora americana que ajudou trabalhos de gênios como Bruce Springsteen e 50 Cent, além de coproduzir o filme 8 Mile. Mas eles precisavam de um parceiro que produzisse e distribuísse os fones de ouvido. E encontraram na Monster Cable, uma pequena empresa fundada por Noel Lee (filho de imigrantes chineses, que trabalhou como baterista profissional e engenheiro de projetos de fusão a laser para um grupo de pesquisa em armas nucleares) e mais conhecida por produzir cabos HDMI a preços astronômicos.


Depois de intensos trabalhos de pesquisas e desenvolvimento, no dia 25 de julho de 2008 foi apresentado ao mercado o fone de ouvido beats by dr. dre studio (escrito assim, tudo em letras minúsculas), que aprimorava a qualidade sonora, proporcionando um som consistente, poderoso e intenso. A tecnologia aplicada permitia excelente isolamento acústico, que praticamente acabava com a interferência de ruídos externos e garantia fidelidade às características originais das gravações. Se os fones pequenos e sem graça eram a moda nos anos de 1990, a empresa apostou em um modelo oposto: fones grandalhões e em cores chamativas, voltados principalmente para o público jovem fã de hip hop e música eletrônica. Inicialmente os fones foram vendidos exclusivamente nas lojas da Apple e da varejista Best Buy por US$ 349.95. Já a estratégia de marketing para a nova marca foi simples: participação massiva de celebridades e astros esportivos. Para utilizar a força de grandes personalidades da mídia, a marca utilizou as influências e contatos de seus criadores. Enquanto Jimmy Iovine utilizava seu forte relacionamento com músicos e celebridades e colocava os produtos em vídeos musicais, Dr. Dre aproveitava-se de sua intensa relação com grandes astros dos esportes americanos. A marca rapidamente fez a cabeça de celebridades e astros formadores de opinião, como as cantoras Fergie, Britney Spears e Lady Gaga, o cantor Justin Bieber, o produtor Will.i.am, a atriz Katie Holmes, o jogador de basquete Lebron James e seus colegas de equipe nos Jogos Olímpicos de Pequim. A exposição funcionou como uma espécie de atestado de qualidade e foi o bastante para que os fones de ouvido da marca se transformassem em objetos de desejo mundial. Com toda essa exposição, não demorou muito para a beats by dr. dre se tornar um verdadeiro fenômeno.


Com a potente combinação da participação de artistas, esportistas e celebridades, do design cuidadoso de seus aparelhos e da linguagem descolada em sua comunicação, a marca criou não somente um eletro-portátil, mas, um acessório de grife desejado, principalmente pelos moderninhos e descolados. Outro fator de sucesso foi a criação de linhas especiais e edições limitadas de fones de ouvido desenvolvidos em parceria com artistas e celebridades, como por exemplo, Lady Gaga, David Guetta e Sean “Diddy” Combs. Em agosto de 2011, a HTC, um gigante do segmento de eletrônicos de Taiwan, adquiriu 51% das ações da empresa por US$ 309 milhões, o que lhe garantiu utilizar a tecnologia da beats em seus smarthphones. Ao mesmo tempo a marca inaugurou sua primeira loja conceito, localizada no badalado bairro do SoHo em Nova York. Além disso, a marca iniciou o licenciamento de sua tecnologia através de parcerias, o que permitiu a beats estar presente em uma linha de notebooks da HP (um software especial para música) e até no equipamento de áudio de carros de luxo da montadora Chrysler. Em 2012, o contrato com a Monster Cable expirou. E após muita controvérsia, com troca de acusações de ambos os lados, os produtos com a marca beats by dr. dre passaram a serem produzidos e distribuídos somente pela Beats Electronics. Além disso, com a separação, a beats ficou com todos os trabalhos de áudio, todas as patentes, os registros de marca e design, e, mais do que tudo, o nome.


Pouco depois, foram lançados os primeiros produtos frutos do rompimento com a Monster: Beats Executive, fone de ouvido com sistema de cancelamento de ruídos; e Beats By Dre Pill, alto-falante portátil que aceitava qualquer smartphone, já que o pareamento era feito por Bluetooth, e possuía algumas portas na parte de trás, para entrada e saída de som, além de um microfone embutido para fazer chamadas. Nessa época, a marca oferecia uma infinidade de modelos de fones de ouvido. O modelo Solo era o mais barato da linha, mas nem por isso deixava a desejar em termos de qualidade de som, sem contar o design clássico, que agradava aos olhos. Confortável, o aparelho apresentava compatibilidade com os controles de voz para iPads e iPhones, da Apple. Na versão Solo HD, o fone trazia um sistema que garantia tratamento especial aos sons mais graves. O acessório era dobrável, o que facilitava seu armazenamento em mochilas e diminuía o risco de danos. Além disso, possuía microfone embutido para atendimento de chamadas. Uma das versões mais desejadas era o Studio, disponível em várias cores e que oferecia o melhor sistema de eliminação de ruídos externos da marca - o aparelho emite um som em frequência específica, eliminando sons ambientes. Pouco depois, a nova geração dessa linha apresentou uma ergonomia mais apurada, para maior conforto e uma maior resistência. O fone possuía ainda tecnologia que diminuía os ruídos e fazia com que o acessório funcionasse com ótima qualidade de som mesmo quando não estava conectado com fios. Outro grande atrativo desses fones de ouvido era sua bateria. Não havia mais necessidade de troca de pilhas. O acessório vinha com bateria de Lítio-Ion, recarregável, que durava até 20 horas de reprodução. Um pequeno painel de LED indicava o quanto de energia resta no aparelho durante a reprodução de músicas.


Mas não era só isso. A beats lançou linhas de earphones (fones de ouvido interno), com perfeita fidelidade sonora e design leve que permite o uso em viagens, exercícios e uso diário; e avançou para outras áreas de negócios, como um serviço de streaming de música por assinatura, disponível somente nos Estados Unidos e na Austrália. O Beats Music, lançado em janeiro de 2014, oferecia acervo de aproximadamente 20 milhões de músicas e cobra uma assinatura mensal de seus mais de 250.000 membros. Pouco depois, em maio de 2014, a fabricante de fones e acessórios de música Beats Electronics foi adquirida por US$ 3 bilhões pela poderosa Apple. A aquisição foi a maior da companhia da maçã na época. A ideia era incorporar a avançada tecnologia da beats em seus produtos.


Não demorou muito para a nova proprietária promover mudanças: o Beats Music foi descontinuado imediatamente com o lançamento do Apple Music em 30 de junho de 2015. No ano de 2017, a beats continuou usando astros esportivos em sua comunicação ao dar continuidade à campanha “Above The Noise” (“Acima do Ruído”, em tradução livre) estrelada pelo brasileiro Neymar Jr. e a tenista norte-americana Serena Williams. Em 2018, a beats anunciou uma parceria exclusiva com a NBA, tornando-se a marca oficial de fones de ouvido e alto-falantes sem fio da principal liga profissional de basquete do mundo. Mais recentemente, em 2019, a marca lançou o Powerbeats Pro (fone de ouvido completamente sem fio), cuja vida útil de bateria é maior do que a sua versão anterior e possui design de gancho para melhorar o encaixe na orelha. Outro diferencial é um acelerômetro de detecção de fala em cada plug de ouvido e dois microfones de cada lado, que direcionam a voz e filtram ruídos como o vento e o som ambiente. O acessório é voltado ao público que pratica esportes. Por tudo isso, em pouco mais de uma década, a beats revolucionou a indústria da música e tornou-se uma das marcas mais inovadoras e culturalmente influentes do mundo.


A evolução visual 
O logotipo da marca foi sendo simplificado com o passar dos anos. Em 2012, com o fim do contrato entre a marca e a empresa Monster Cable (que fabricava e distribuía os produtos) o nome “Monster” foi totalmente retirado do logotipo e de sua comunicação visual. Mais recentemente a marca passou a utilizar somente o logotipo circular vermelho com o tradicional B estilizado.


Os slogans 
Above the Noise. (2018) 
Be heard. (2016) 
Hear What You Want. (2013) 
People aren’t hearing all the music. (2008)


Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Lançamento: 25 de julho de 2008 
● Criador: Dr. Dre e Jimmy Iovine 
● Sede mundial: Santa Monica, Califórnia, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Beats Electronics LLC 
● Capital aberto: Não (subasidiária da Apple Inc.) 
● Presidente: Luke Wood 
● Faturamento: US$ 1.5 bilhões (estimados) 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 80 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 700 
● Segmento: Áudio 
● Principais produtos: Fones de ouvido e caixas de som portáteis 
● Concorrentes diretos: Sony, Philips, Sennheiser, Edifier, Pioneer, Skullcandy, Bose, JBL e Coloud 
● Ícones: O design dos fones de ouvido e a letra B vermelha 
● Slogan: People aren’t hearing all the music. 
● Website: www.beatsbydre.com/br 

A marca no mundo 
Atualmente os cobiçados produtos de áudio da beats, que incluem uma diversidade de modelos de fones de ouvido (headphones e earphones), caixas de som portáteis, equipamentos de som, e, de modo mais restrito, tecnologia de software e hardware de áudio empregados em dispositivos de computação, são comercializados em mais de 80 países ao redor do mundo. Um número ajuda a entender o tamanho do fenômeno da beats: anualmente a marca é responsável por 60% das vendas de fones de ouvido premium somente nos Estados Unidos, um mercado avaliado em mais de US$ 1 bilhão. O feito é ainda mais notável se levarmos em conta que seus fones de ouvido têm um preço para lá de salgado, alguns modelos chegam a custar US$ 400 ou mais. 

Você sabia? 
Segundo a empresa a origem do nome “beats” é a seguinte: inicialmente os empresários queriam usar Dr. Dre para vender tênis. Ele respondeu: “Danem-se os tênis, vamos fazer alto-falantes”. O momento quase apócrifo funciona, principalmente porque, em inglês, sneakers e speakers rimam. A partir daí, segundo eles, a marca beats começou a ser cunhada. 
Além de seu talento musical, tanto como rapper e produtor, a marca beats transformou o artista em um dos mais ricos do planeta, com uma fortuna avaliada em US$ 820 milhões. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Exame e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico, Meio Mensagem e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo do Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 6/11/2019

2 comentários:

Thami disse...

Adoro!

Paulo Cesar disse...

Não usaria um fone de ouvido tão caro e ”cheguei" na rua mas,devem ser ótimos no pc e tv.