Se o Google chinês é o Baidu, a Amazon atende pelo nome de ALIBABA. O site de comércio eletrônico pode ser considerado o maior bazar do mundo, onde se encontra – e se compra – praticamente de tudo, desde um simples grampo de cabelo ou uma agulha a automóveis, aviões e serviços de software e encanadores. E sua missão atual é muito simples e clara: tornar mais fácil fazer negócios em qualquer lugar do planeta.
A história
A história começou no ano de 1999 no apartamento de um ex-professor de inglês chamado Jack Ma (foto abaixo), na cidade de Hangzhou, na China, com a ajuda de 18 sócios investidores. Foi ali que nasceu o ALIBABA, cujo negócio inicial era focado em conectar fornecedores chineses aos compradores ocidentais. Nesta época mercado de comércio eletrônico na China era ainda extremamente pequeno e o empresário aproveitou a oportunidade para sair na frente das empresas ocidentais. O nome da empresa faz referência à famosa história árabe de “Alibabá e os 40 ladrões” (personagem que comandava 40 ladrões e que guardava suas pilhagens em uma caverna, para depois distribuir parte das riquezas aos pobres). O fundador justificou a escolha por ser uma palavra fácil de ser pronunciada em diversas línguas e um conto universal conhecido no mundo todo. Já em 2000 a nova empresa recebeu US$ 25 milhões de fundos de investimentos.
Aos poucos a empresa foi se desenvolvendo no segmento de comércio eletrônico e seu crescimento acompanhou a alta expansão da internet no território chinês, com milhões e milhões de novos consumidores dispostos a comprar. A ambição dele e de seus sócios era transformar o ALIBABA em uma empresa de internet de concepção chinesa e dimensão mundial, com o desejo de transformá-la em um dos dez maiores grupos de web do mundo. E para isso, a empresa começou a lançar novos produtos, como por exemplo, em 2003, com o Taobao, que se transformou no maior site de comércio eletrônico chinês; e o AliPay, um meio de pagamento online similar ao PayPal, introduzido em 2004 e que hoje possui mais de 300 milhões de contas.
Em 2005, a empresa atraiu o gigante Yahoo!, que adquiriu 40% das ações da empresa por US$ 1 bilhão. O ALIBABA não vendia artigos diretamente, mas disponibilizava eficientes plataformas que permitiam aos comerciantes se relacionar com clientes para vender seus produtos. Algo parecido com as operações do eBay, nos Estados Unidos, e do Mercado Livre, no Brasil. Em 2008 a empresa lançou o Tmall, um comércio eletrônico voltado para marcas famosas, como por exemplo, Levi’s, GAP, Ray-Ban e Nike, venderem diretamente ao consumidor. No ano seguinte introduziu o Aliyun.com; um serviço de cloud computing (computação em nuvem). Em 2010 o ALIBABA foi lançado no Brasil, cujo objetivo era impulsionar o comércio exterior de empresas nacionais, especialmente as pequenas e médias. Nesse mesmo ano lançou mais um novo serviço: o Aliexpress, uma versão do ALIBABA que vende em menores quantidades (funciona basicamente como o ebay, com a diferença que quase todos os vendedores estão localizados na China). Em 2014 o gigante do comércio eletrônico chinês entrou oficialmente com pedido para abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, naquela pode ser uma das maiores oferta de ações da história americana.
Atualmente o grupo ALIBABA é praticamente imprescindível na China, onde aproveita o crescente poder aquisitivo dos consumidores e mais de 630 milhões de pessoas que possuem acesso à internet. Por outro lado, a maior parte de seus usuários vem do próprio país (aproximadamente 84% de seu faturamento provém de seu negócio na China), na medida em que a empresa é pouco conhecida no resto do mundo. O ALIBABA não concorre diretamente com a Amazon. A empresa não compra nem vende sequer um único lápis, nem tão pouco tem problemas de logística e muito menos centros de atendimento. É apenas uma plataforma digital para que consumidores e fornecedores façam negócios, de e para qualquer parte do mundo. A principal fonte de receita do ALIBABA é uma taxa cobrada pela venda dos produtos em suas propriedades. Em alguns casos, usuários e lojistas pagam também por anúncios para ganhar destaque na vitrine virtual. Vale destacar que a receita do ALIBABA é muito menor do que a da Amazon porque a empresa chinesa não vende os produtos diretamente nos seus sites. Contudo, seu modelo de negócio é altamente rentável, porque muitos comerciantes que utilizam a plataforma pagam por publicidade e outros serviços adicionais.
Dados corporativos
● Origem: China
● Fundação: 1999
● Fundador: Jack Ma
● Sede mundial: Hangzhou, China
● Proprietário da marca: Alibaba Group Holding Ltd.
● Capital aberto: Não
● Chairman: Jack Ma
● CEO: Jonathan Lu
● Faturamento: US$ 6.5 bilhões (2013)
● Lucro: US$ 2.9 bilhões (2013)
● Usuários registrados: + 53 milhões
● Presença global: 190 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 20.900
● Segmento: Comércio eletrônico
● Principais produtos: Plataformas de comércio eletrônico e meios de pagamento online
● Concorrentes diretos: JD (antigo 360buy.com), Tencent, Baidu, Amazon, Ebay e Mercado Livre
● Slogan: Global trade starts here.
● Website: www.alibaba.com
A marca no mundo
Atualmente o grupo ALIBABA, um dos maiores conglomerados mundiais de seu segmento, concentra suas operações em comércio eletrônico, serviços de varejo e meios de pagamento online. A empresa tem hoje 24 divisões de negócios e diversos sites que conectam empresas com seus clientes. Entre eles, Alibaba.com, operação de vendas entre empresas; o Taobao, maior site de comércio eletrônico chinês; o Tmall, shopping que vende produtos autênticos de marcas famosas; e o AliPay, um meio de pagamento online. Em 2013, a empresa faturou US$ 6.5 bilhões e movimentou US$ 248 bilhões em compras. A empresa deteve 76% dos consumidores online do mercado chinês, o que se traduz em 231 milhões de compradores para 8 milhões de vendedores, que comercializaram 11.3 bilhões de produtos – uma média de 49 por pessoa. Esse colosso da internet possui mais de 53 milhões de usuários registrados em 190 países. Para se ter uma ideia da importância da empresa, mais de 70% dos pacotes entregues na China são de compras feitas em alguns dos sites do ALIBABA. Apesar da empresa não divulgar dados sobre mercado móvel, estima-se que as vendas por dispositivos móveis representem 20% da receita anual do ALIBABA.
Você sabia?
● O gigantismo da empresa é tamanho que, em 2013, durante o equivalente chinês ao Black Friday, data de promoções dos varejistas americanos, o site comercializou mais de US$ 5.75 bilhões em um único dia, três vezes mais do que todas as lojas americanas.
● Às vezes chamado de “Steve Jobs chinês” por suas qualidades de empresário visionário, o fundador da empresa, Jack Ma, é um dos homens mais ricos da China com uma fortuna avaliada em mais de US$ 10 bilhões.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 14/5/2014
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