7.10.20

WAZE


Você já ficou perdido no trânsito, sem saber onde estava? Provavelmente, ao menos já precisou chegar a algum lugar e não sabia o trajeto? Agora imagine consultar um dispositivo e descobrir rotas para se livrar (em partes) daquele trânsito infernal de sua cidade? São nestes momentos que entra em cena o aplicativo WAZE. De ruas interditadas a eventos que afetam o trânsito, o WAZE - aplicativo de navegação por GPS com recursos colaborativos atualizados em tempo real - ajuda a manter as cidades informadas e a facilitar o caminho de milhões de usuários. 

A história 
Tudo começou em Israel com o engenheiro de software Ehud Shabtai, que estava brincando com um aparelho de navegação e queria adicionar mais conteúdos. Foi então que percebeu que para fazer isso ele precisaria de um mapa. Esse mapa deveria ser digital, para poder ser editado e expandido. Também percebeu que se ele estava planejando desenvolver algo voltado para o uso da comunidade, então a mesma também deveria estar habilitada para mapear a área. Foi assim, em 2006, que surgiu a primeira versão do aplicativo, que se chamava Free Map Israel. Era capaz de fazer navegação, mas não disponibilizava as informações em tempo real e estava sempre colhendo informações dos usuários para construir o mapa.
   

Foi então que, em 2007, o empreendedor Uri Levine (foto acima) e o cientista da computação Amir Shinar se juntaram ao aplicativo e pensaram o seguinte: muitas vezes, quando viajamos e queremos voltar para casa, existem várias opções de estradas disponíveis e nós sempre queremos saber qual se encontra menos engarrafada. E o fato de que existem outros motoristas que saíram antes de você e estão dirigindo na sua frente é a maneira mais eficaz de descobrir qual o melhor caminho. Foi então que eles decidiram converter essa ideia em um aplicativo para smartphones e assim saber onde estão os engarrafamentos, em tempo real. Finalmente em 2008 o aplicativo foi disponibilizado na cidade de Tel Aviv com o nome LinQmap, mas logo mudou seu nome para WAZE. O termo “Waze” é derivado da pronúncia da palavra em inglês “ways”, que significa caminhos. O vocábulo trazia a ideia dos “diversos caminhos” que se tem para chegar ao destino desejado.
   

As informações do aplicativo eram provenientes do movimento em tempo real de cada motorista: se muitos andam mais devagar do que o normal em uma rua é porque existe um engarrafamento. E rapidamente o WAZE foi baixado por mais de 80.000 motoristas israelenses. A partir de 2009 o aplicativo ganhou o mundo, expandindo seus negócios para além de Israel, quando foi lançado nos Estados Unidos. Ao combinar o smartphone com o sistema de posicionamento global para evitar engarrafamentos, o WAZE começou a se tornar um sucesso. A simplicidade de uso também seria um grande incentivador para impulsionar seu rápido crescimento. Em 2010 a empresa levantou US$ 25 milhões em financiamento. Em 2011, após mais uma rodada de financiamento no valor de US$ 30 milhões, o WAZE começou a comercializar propagandas como forma de monetização e a expandir-se para a Ásia, além de exibir em tempo real, pontos de interesse com curadoria da comunidade, incluindo eventos locais, como feiras de rua e protestos. Nesta época o WAZE já era considerado maior que outros aplicativos de GPS.
   

Em 2012, quando já possuía mais de 20 milhões de usuários e lançou uma atualização para fornecer preços de combustível em tempo real, o WAZE foi oficialmente introduzido no Brasil. O ingresso no mercado brasileiro foi de extrema importância para o aplicativo, afinal, o país era o quarto maior mercado mundial de veículos, tornando-se assim uma excelente oportunidade de crescimento ao WAZE. Rapidamente o aplicativo caiu no gosto dos brasileiros como uma alternativa para driblar o caótico trânsito das grandes cidades, acidentes, interdições de estradas ou ruas e controles policiais (como as famosas blitz da Lei Seca).
   

O sucesso do modelo - consumidores proverem informações aos mapas - e a rápida expansão do número de usuários ativos em vários países ao redor do mundo fizeram com que, no dia 11 de junho de 2013, a Waze Mobile fosse adquirida pelo Google por US$ 1.1 bilhões. Nesse ano o WAZE já estava solidificado (mapas base completos) nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, Israel, África do Sul, Colômbia, Equador, Chile, Brasil e Panamá. Nos anos seguintes a empresa promoveu melhorias constantes para tornar o aplicativo mais preciso e seguro para os usuários, além de ingressar em novos mercados mundiais.
  

Em junho de 2014 o WAZE lançou o Connected Citizens, programa que consegue mapear informações dos trajetos e compartilhar dados dos alertas em tempo real para ajudar parceiros governamentais (centros de operações, órgãos de trânsito, sistemas de resgates ou socorro e outras entidades de interesse público) no planejamento urbano, nas interdições de vias ou obras, no controle de trânsito de um evento específico ou, até mesmo, em operações de infraestrutura. Por exemplo, durante a Olimpíada do Rio de Janeiro esse programa permitiu a troca de informações com o governo. Com isso, conseguiu a redução de até 27% dos engarrafamentos em horários de pico.
   

Para consolidar um novo caminho para manter sua relevância como ferramenta de mobilidade urbana, a empresa lançou inicialmente em Israel em 2015 o WAZE CARPOOL, um aplicativo de caronas solidárias para que motoristas e passageiros com destinos semelhantes dividam as despesas nas viagens. Em síntese, funciona da seguinte forma: passageiro e motorista com o mesmo trajeto em um horário específico podem dividir os custos da viagem (como pedágios e combustível) e gastos com a manutenção do veículo. Nos anos seguintes a empresa disponibilizou o WAZE CARPOOL em outros países, como por exemplo, no Brasil em 2018, onde se tornou um enorme sucesso. Mais recentemente, em 2019, o WAZE lançou, inicialmente nos Estados Unidos e Canadá, uma função que facilita a vida do motorista ao mostrar os diferentes preços dos pedágios que estarão pelo caminho. Atualmente o WAZE se esforça continuamente para ser “hiperlocal”. Em São Paulo, por exemplo, desenvolveu uma solução que leva em consideração os dias de rodízio.
   

Atualmente o WAZE oferece funções como: Integração com o Spotify (tocar música diretamente no aplicativo), Avisos sobre estacionamento (mostra os estacionamentos próximos e, além disso, identifica no mapa o local onde o usuário estacionou o carro), Alerta de velocidade (indica na tela o limite de velocidade das ruas e vias, uma forma de evitar multas e também um método de segurança), Sem atrasos (auxilia a programar horários e evitar possíveis atrasos), Preferências de trajeto (indica o trajeto mais rápido, além de traçar a opção de selecionar o caminho mais curto) e Mapa personalizado (é possível escolher a personalização do mapa, ou seja, ícones dos carros exibidos, cores e temas, além de quais elementos são exibidos, como outros motoristas, radares e avisos de retenções). O WAZE ainda permite aos usuários compartilhem seu humor com outros motoristas em determinadas partes do trajeto. As opções de humor vão desde frustração até sonolência. Por mais de uma década o WAZE desenvolve soluções práticas que possibilitam às pessoas fazer escolhas melhores, como pegar a rota mais rápida, sair na hora certa e dividir caronas diariamente.
  

Mas afinal, como o WAZE ganha dinheiro? É através do WAZE ADS, fonte principal de receita do aplicativo de GPS. O serviço é responsável pela exibição de publicidade de locais e empresas durante o trajeto de usuários. Restaurantes, mercearias, lojas e cafeterias exibem seus anúncios e oferecem descontos aos motoristas baseados na sua localização. A publicidade está disponível no aplicativo de algumas maneiras: “branded pins” (pinos localizados no mapa de navegação), quadro de avisos digital (que aparece quando o motorista está parado) e a inclusão de resultados promovidos na pesquisa dentro do aplicativo.
     

O caminho guiado por divertidas vozes 
O WAZE permite trocar a locução de instruções ao motorista mudando a voz do assistente virtual. O aplicativo chama isso de “vozes promocionais”, porque são oferecidas sempre em ocasiões especiais como feriados e eventos. O usuário pode usá-las enquanto durar a campanha, uma forma da marca engajá-los e também monetizar suas funções populares. Por exemplo, na época da Copa do Mundo no Brasil, era possível ter a voz de navegação do narrador Silvio Luiz e da apresentadora Renata Fan. Depois foi a vez da divertida dupla Scooby-Doo e Salsicha emprestarem sua voz ao WAZE. Recentemente, em setembro de 2020, o aplicativo fez uma atualização e liberou mais duas vozes: é possível ouvir as orientações de trânsito com a voz do Batman e também do vilão, Charada. A novidade é uma parceria do aplicativo de trânsito com a DC Comics, que cuida dos direitos de vários super-heróis.
  
A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por duas remodelações ao longo dos anos. A primeira aconteceu em 2013 quando o logotipo apresentou uma nova tipografia de letra e um novo e simplificado design para o símbolo do balãozinho sorridente com rodas. Em 2020 o WAZE remodelou seu logotipo pela segunda vez: adotou uma nova tipografia de letra e o símbolo ganhou traços mais simples e um formato mais arredondado, e foi posicionado ao lado direto do nome. Além disso, as duas rodas do personagem que ficavam do mesmo lado passaram a estar posicionadas em lados opostos.
  

A remodelação também contou com um novo conjunto de ícones coloridos e divertidos, com bordas pretas para facilitar a visualização, e muitas cores no aplicativo. Uma das novidades foi à adoção de “Humores” (moods, no aplicativo em inglês), com uma maior variedade de cores e 30 novas representações.
  

Os slogans 
Way to go. 
Outsmarting Traffic, Together.
  

Dados corporativos 
● Origem: Israel 
● Lançamento: 2008 
● Criador: Uri Levine, Amir Shinar e Ehud Shabtai 
● Sede mundial: Mountain View, Califórnia, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Waze Mobile Limited 
● Capital aberto: Não (subsidiária do Google LLC
● CEO: Noam Bardin  
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Usuários: 130 milhões 
● Presença global: 75 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 500 
● Segmento: Tecnologia 
● Principais produtos: Aplicativos de mobilidade, rotas, mapas e caronas 
● Concorrentes diretos: Google Maps, Inrix, Maps.Me, Apple Maps, Navmii e MapQuest 
● Ícones: O balãozinho sorridente com rodas 
● Slogan: Outsmarting Traffic, Together. 
● Website: www.waze.com/pt-BR 

A marca no mundo 
Atualmente o WAZE, uma subsidiária do Google, tem mais de 130 milhões de usuários ativos (chamados popularmente de “Wazers”), funciona em mais de 75 países e está disponível em 51 idiomas. No Brasil são mais de 14 milhões de usuários, sendo o maior mercado latino-americano e um dos cinco maiores em todo o mundo. As duas cidades mais populosas respondem por boa parte desse volume: 4.5 milhões dos motoristas ativos no WAZE estão em São Paulo (988 milhões de quilômetros rodados mensalmente) e 1.7 milhões no Rio de Janeiro (65 milhões de quilômetros por mês). De acordo com a empresa, 20% do total das rotas traçadas por motoristas brasileiros no aplicativo têm como destino estabelecimentos comerciais como shopping centers, restaurantes e supermercados. Já o WAZE CARPOOL realizou aproximadamente 1 milhão de viagens mensais globalmente em 2019. 

Você sabia? 
Os Wazers no Brasil gastam em média 1 hora e 30 minutos no aplicativo todos os dias. 
Por trás de todas as informações dadas em tempo real pelo aplicativo, há uma equipe de desenvolvedores do WAZE e 30 mil editores de mapa espalhados pelo mundo - 2 mil deles no Brasil. São voluntários (e muitas vezes usuários) que se dedicam a atualizar constantemente informações sobre trânsito, vias fechadas e outras ocorrências. 
O Programa Waze Beacons garante serviços de localização, maior segurança para motoristas e melhor visibilidade do fluxo de trânsito dentro e fora dos túneis. Os Waze Beacons são de código aberto para que qualquer provedor de navegação GPS possa tirar proveito de sua tecnologia. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Exame), jornais (El País, Meio Mensagem, Folha e Estadão), sites de tecnologia (Tech Mundo), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel, Interbrand e Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas).

Última atualização em 7/10/2020

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