29.10.12

TUMI


Luxo com alças e rodinhas. Esta pode ser a melhor definição da cobiçada marca americana TUMI. Mas afinal, qual o segredo dessa marca com pouco mais de quatro décadas de vida, que conquistou celebridades e homens importantes, como por exemplo, o ex-presidente Barack Obama? Aliar tecnologia e design. A TUMI sempre foi reconhecida pela funcionalidade e resistência de seus produtos – eles seriam até sete vezes mais resistentes do que os das marcas concorrentes. Além disso, seu posicionamento mais recente como uma grife “lifestyle”, totalmente focada nas necessidades de pessoas em trânsito e viagens, ajudou a consolidar sua reputação neste segmento e atrair clientes mais que famosos. 

A história 
Tudo começou em 1975 quando Charlie Clifford, um importador de bolsas de couro da América do Sul, resolveu fundar uma empresa para a produção de malas executivas em couro, que teria como diferencial o design inovador e o acabamento artesanal de alta qualidade. Ele batizou sua marca como TUMI, nome de uma faca (no formato da letra T) utilizada para cirurgias ou sacrifícios pelos Incas, especialmente no Peru, inspirado quando trabalhava na América do Sul na instituição Corpo de Paz (uma agência federal americana criada para ajudar os países em desenvolvimento, prestando serviços essenciais e promovendo o melhor entendimento entre os americanos e povos de outras culturas). As primeiras malas foram vendidas por US$ 50. Em 1983, a TUMI começou a emergir como uma marca líder em design na indústria de bagagem com a introdução de uma bolsa de mão revolucionária, que apresentava o nylon balístico, material extremamente resistente, além de uma ampla abertura com um zíper em forma de U e muitos bolsos organizacionais. Pouco depois, em 1986, a marca laçou uma maleta de mão casual e funcional, quebrando assim os paradigmas desse segmento.


Nos anos seguintes a TUMI desenvolveu-se como um bom fabricante de malas de viagens e de pastas executivas, especialmente no mercado americano, conquistando uma clientela fiel de profissionais exigentes e viajantes frequentes. No início da década de 1990 a marca ingressou no mercado europeu com o estabelecimento de um escritório de vendas na Alemanha. Em 1992 ampliou sua linha de produtos ao lançar uma coleção masculina de carteiras, agendas e chaveiros em couro. No ano seguinte continuou inovando ao apresentar a Tumi Wheel-A-Way, um design de bagagem de mão com rodas de última geração, que possuía inúmeros componentes exclusivos, customizados, capacidade excepcional e alças retratáveis. Em 1997, lançou a maleta para notebook Safecase™, com um eficiente sistema para absorver choques. E foi somente nesse mesmo ano que a marca inaugurou sua primeira loja própria, na cidade californiana de Santa Monica. O sucesso fez com que a TUMI inaugurasse, nos anos seguintes, outras unidades em importantes cidades mundiais, como por exemplo, Nova York, Los Angeles, Chicago, Londres, Paris e Tóquio. No início do novo milênio, a TUMI ampliou seu canal de distribuição ao implantar pontos de vendas dentro de importantes aeroportos mundiais, além de lançar seu comércio eletrônico em 2002.


Nos últimos dez anos, a marca resolveu fazer uma verdadeira revolução consigo mesma, ao se aventurar na seara dos acessórios de luxo. Adotou um novo posicionamento e um visual mais despojado, além de lançar produtos extremamente sofisticados. Tudo para atrair um público mais jovem. A TUMI também aproveitou oportunidades que se traduziram na mudança de perfil e posicionamento: de uma empresa de malas, passou a ser uma marca de “lifestyle”, que desenvolve e fabrica produtos sofisticados para pessoas em trânsito. Um bom exemplo disso ocorreu a partir de 2009, quando a TUMI lançou armações, óculos de sol (2011) e alguns produtos eletrônicos. Além disso, introduziu a luxuosa coleção VAPOR, composta por malas extremamente leves e resistentes de policarbonato. E não foram as únicas mudanças. Ao perceber que as mulheres formam um contingente representativo dessa força de trabalho, a TUMI criou uma sofisticada linha de bolsas femininas. E não parou por aí: a empresa contratou um competente executivo (Jerome Griffith), que ajudou a Gap a construir seu negócio na Europa, para comandar sua expansão internacional.


Outro fator primordial para o enorme crescimento da marca foi a conquista de clientes famosos, como executivos, políticos poderosos e celebridades, como por exemplo, Brad Pitt, Tom Cruise, Cameron Diaz e as gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen. Mas talvez, seu maior “aliado” seja o ex-presidente Barack Obama, que já foi visto, e fotografado, em várias ocasiões carregando uma TUMI a tiracolo, causando inveja até para concorrentes poderosos da marca americana. Com isso, essa clientela influente e formadora de opinião passou, indiretamente e espontaneamente, a funcionarem como garotos-propaganda da marca americana, contribuindo para a disparada nas vendas.


Em 2012 a marca americana fez sua estreia oficial no Brasil com a inauguração de uma loja no Shopping Iguatemi, em São Paulo, onde era possível encontrar a coleção Tegra-Lite™, malas resistentes feitas de Tegris™, material criado para uso em colete a prova de balas, carros de corridas da NASCAR e equipamento de proteção para futebol americano. A empresa entendia que, como grande marcas de luxo, era extremamente importante agregar valor ao produto, ter presença internacional e se posicionar de maneira diferenciada diante do consumidor brasileiro. Pouco depois a TUMI abriu seu capital na Bolsa de Valores e arrecadou US$ 338 milhões, que ajudou em sua expansão para avançar na Ásia, no Leste Europeu e na América do Sul. No mês de março de 2016, a TUMI foi adquirida pela Samsonite por US$ 1.8 bilhões.


Apesar de tudo isso o que tem alavancado os números da TUMI no mundo inteiro é o apreço pelo design. Por isso, nos últimos anos, a marca firmou parcerias com a italiana Ducati (ícone de luxo no mercado de motos); com o designer israelense Dror Benshetrit, para a criação de linhas de produtos exclusivas e sofisticadas, como por exemplo, uma mochila que incorpora tecnologia solar para carregar dispositivos eletrônicos móveis; e com o norte-americano Jonathan Adler, que criou uma linha de malas e acessórios divertidos, com estampa Chevron, o clássico ziguezague colorido. Além disso, desde 2013, a companhia aérea Delta Air Lines oferece kit de amenidades da TUMI, para passageiros da classe premium. Embora as malas, que custam aproximadamente R$ 5 mil, seja o carro-chefe da marca americana, a TUMI se posiciona no mercado como “uma grife de produtos para pessoas em trânsito”. Por isso, além das peças mais conhecidas, entram no portfólio todos os tipos de acessórios para viagem que oferecem performance, organização e design moderno, como maletas, bolsas, carteiras, mochilas, agendas, porta eletrônicos, óculos, guarda-chuvas, cintos, pantufas, até tapa-olhos e caixas para lentes de contato e uma pequena linha de jaquetas.


A tecnologia 
A TUMI foi uma das pioneiras do setor a utilizar comunicação e tecnologia para localização de bagagem. Isto começou em 1999, ainda que de forma rudimentar, com o lançamento da TUMI Tracer®, um programa de identificação e recuperação de produtos que ajudava a encontrar malas perdidas, através de um código fixado nos produtos da marca. Bastava ligar para o número indicado e passar o código que o proprietário seria avisado. Mais recentemente, em 2017, a TUMI e a gigante AT&T anunciaram o lançamento do Localizador Global Tumi, dispositivo de rastreamento sem fio desenvolvido para oferecer aos viajantes informações específicas de localização e posicionamento de suas bagagens ou bolsas de viagem. Com um formato liso, compacto e 150 gramas de peso, o localizador global utiliza tecnologias GPS, GSM, Wi-Fi e Bluetooth para rastrear a localização da bagagem em que está instalado.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por modificações ao longo dos anos. Adquiriu um visual mais moderno e sofisticado, incluindo a adoção da cor vermelha e condizente com o posicionamento da marca no mercado.


Os slogans 
Perfecting The Journey. (2016) 
Meet the global citizens. (2014) 
Travel the world in style. 
Where next? (2006) 
Your traveling companion.


Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: 1975 
● Fundador: Charlie Clifford 
● Sede mundial: South Plainfield, New Jersey, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Tumi Holdings, Inc. 
● Capital aberto: Não (subsidiária da Samsonite International S.A.) 
● CEO: Ramesh Dungarmal Tainwala 
● Faturamento: US$ 600 milhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 260 
● Presença global: 75 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 900 
● Segmento: Acessórios de viagem 
● Principais produtos: Malas, frasqueiras, maletas, mochilas, carteiras e bolsas 
● Concorrentes diretos: Rimowa, Desley, Away, Raden, Victorinox, Coach, Bally e Louis Vuitton 
● Ícones: Aliar design e tecnologia 
● Slogan: Perfecting The Journey. 
● Website: www.tumi.com 

A marca no mundo 
Hoje em dia a marca americana, presente em mais de 75 países ao redor do mundo, comercializa sua vasta e luxuosa linha de produtos através de quase 260 lojas próprias e 2.000 mil pontos de venda, geralmente localizados em sofisticadas lojas de departamento. Além disso, a TUMI tem lojas virtuais em vários países. A marca também possui uma forte presença nos principais aeroportos de importantes cidades mundiais. Com faturamento anual estimado em US$ 600 milhões, os produtos de viagem correspondem a 46% do total das vendas, seguido das pastas e bolsas executivas com 40% e acessórios com 14%. 

Você sabia? 
Com produtos que podem custar de US$ 400 até US$ 13 mil, a TUMI tem uma linha de produção praticamente artesanal e seleciona rigorosamente cada componente – do menor parafuso de aço ao FXT™ Ballistic Nylon®, exclusivo e virtualmente a prova de abrasão. 
A marca americana sempre teve a inovação em seu DNA, tanto que possui mais de 125 patentes inovadoras. Além disso, cada produto TUMI antes de deixar a fábrica é submetido a uma combinação de 30 testes de qualidade, muitos dos quais pioneiros. 
Todas as lojas da marca estão aptas a realizar pequenos reparos nas bagagens, como por exemplo, consertar zíper. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Época Negócios), jornais (Valor Econômico), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 13/9/2017

23.10.12

ASHLEY MADISON


Imagine um site que ofereça a facilidade de se conseguir uma “pulada de cerca” de forma rápida e discreta. Pois é exatamente isso que propõe ASHLEY MADISON, um nome capaz de tirar do sério e enfurecer desde líderes religiosos, senhoras católicas, conservadores e defensores dos bons costumes e da união familiar. Polêmico e controverso, mas com milhões de adeptos em vários países do mundo, o site ousa proporcionar aos seus usuários relacionamentos casuais e fora do casamento, sendo acusado por muitos de promover a traição. Polêmicas a parte, milhões de pessoas compartilham da mesma ideia, transformando ASHLEY MADISON em um verdadeiro fenômeno liberal e adúltero.

A história
Tudo começou quando o canadense Noel Biderman, então um agente de atletas profissionais em Chicago, leu uma entrevista de um jornalista americano que lhe chamou a atenção e despertou seu atinado faro para os negócios. A matéria dizia que 30% das pessoas cadastradas em sites de relacionamentos e namoros não eram solteiras. Ou seja, eram casadas ou comprometidas, com relacionamento estável. Foi então que o visionário Noel Biderman (que apesar de estar todo à vontade na foto abaixo, é casado e, jura ser fiel) resolveu criar um site que causaria uma enorme polêmica. A ideia por trás do novo negócio era bastante simples: um site que parecesse atender as mulheres que procuram um parceiro adúltero, enquanto na verdade, atrairia homens que procuram as mulheres para uma ligação adúltera. Batizada de ASHLEY MADISON (apenas os dois nomes mais populares para meninas registrados naquele ano), a empresa foi criada no final de 2001 na cidade de Toronto, e o site entrou oficialmente no ar no dia 21 de janeiro de 2002. O polêmico empreendimento oferecia um ambiente para quem era casado, ou tinha uma relação estável, poder encontrar parceiros na mesma situação e ser aberto e honesto sobre o que estava procurando.


Nos anos seguintes, aos poucos, o site de relacionamento foi ganhando cada vez mais adeptos em várias cidades americanas e canadenses. Na mesma proporção do aumento de sua popularidade, ASHLEY MADISON também despertava a fúria de cidadãos e organizações, especialmente religiosas, que constantemente acusavam o site de incentivar o adultério, promover a promiscuidade e construir um negócio em cima de corações partidos. Além disso, adotando um slogan que indicava claramente sua filosofia, “A vida é curta. Tenha um caso” (“Life is short. Have na Affair”), o site começou, em algumas vezes apenas tentou, anunciar em vários veículos de comunicação, fato que causou ainda mais polêmica, como aconteceu recentemente, quando a Fox, uma das maiores redes de TV dos Estados Unidos, recusou-se a aceitar um comercial do site que deveria ser veiculado durante o Super Bowl, a final da liga do futebol americano profissional, sob a alegação de que era “inadequado” ao público. O Facebook seguiu o mesmo caminho.


Apesar da relutância de inúmeros veículos de comunicação em permitir que a marca anunciasse, ASHLEY MADISON gastou milhões de dólares em publicidade somente nos Estados Unidos, em outdoors, TVs e rádios. Em um de seus comerciais, um casal vive momentos de paixão. E surge o letreiro na tela: “Eles são casados... Mas não um com o outro”. E tem mais, oferecendo serviços pra lá de polêmicos, a marca ganhou enorme espaço em mídias importantes: seu fundador, rotulado por parte da imprensa como “destruidor de lares”, já participou de alguns dos principais programas de TV dos Estados Unidos, como por exemplo, Ellen Degeneres, Larry King, o noticiário Good Morning America (da rede ABC), sendo também tema de reportagens nas revistas Time e Vanity Fair, e mais recentemente, quando foi a estrela de uma reportagem de capa da conceituada Bloomberg Businessweek sobre a “economia da infidelidade” e a “invenção do mercado do adultério”.


Em 2009, o site lançou aplicativos para iPhone e BlackBerry, que permitiam acessar o serviço pelo celular sem deixar pistas eletrônicas para mulheres e maridos desconfiados. Foi a partir deste ano que a marca iniciou o lançamento de sites locais fora da América do Norte. O resultado desta expansão pode ser comprovado em 2010 quando ASHLEY MADISON, que se tornou uma espécie de Meca digital do adultério, superou a barreira dos 10 milhões de membros no mundo, com presença em países como Austrália, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Irlanda, Nova Zelândia e Suécia.


Ao investir US$ 2.5 milhões, o polêmico site desembarcou virtualmente no Brasil na primeira semana de agosto de 2011, oferecendo seus serviços para que usuários encontrem pessoas casadas e solteiras de todos os estados, com o intuito de ter relações casuais. Sua chegada ao país foi um enorme sucesso e em poucos dias bateu o recorde mundial da empresa para um lançamento de site local: 107 mil cadastros de brasileiros, que já tinham gasto no site aproximadamente R$ 1.7 milhões. Mais de 22 mil inscrições foram feitas em pleno domingo do Dia dos Pais, data em que a marca publicou seu primeiro anúncio em um jornal de grande circulação. Em 2012 o site especializado em relações extraconjugais anunciou a aquisição da base de usuários do concorrente Ohhtel. Com isso, ASHLEY MADISON passou a ter um total de 13.5 milhões de cadastrados em 22 países e mais de 520.000 usuários no Brasil.


Como nos sites convencionais de namoro, ASHLEY MADISON oferece aos usuários perfis personalizados, com suas preferências sexuais, conversas on-line e troca de mensagens. Eles não pagam nada para preencher seus perfis e navegar pelos perfis alheios. Só pagam para enviar as primeiras mensagens a quem lhes interessar. As demais mensagens ao mesmo usuário são gratuitas. O site vende um pacote de créditos que pode ser usado para contatar até 20 pessoas e utilizar funcionalidades como salas de bate-papo, acessos a galerias de fotos e envios de presentes, como por exemplo, flores virtuais. É um sistema que os americanos chamam de “pay as you play” (“pague à medida que se divertir”). Apesar de ser voltado para pessoas casadas, não há nenhuma proibição a solteiros que queiram se relacionar com alguém casado. Se dentro do site a discrição é a chave do negócio, fora do ambiente virtual ASHLEY MADISON tem promovido estratégias bem barulhentas para divulgar seus serviços e aposta alto na libido e na infidelidade de milhões de pessoas mundo afora.


A evolução visual
A identidade visual da marca passou por uma radical mudança desde seu lançamento. O atual logotipo tem personalidade e ousadia, principalmente por utilizar a aliança, símbolo do casamento e de uma relação estável, no lugar na letra “o” da palavra MADISON.


Dados corporativos
● Origem: Canadá
● Fundação: 2001
● Fundador: Noel Biderman
● Sede mundial: Toronto, Canadá
● Proprietário da marca: Avid Dating Life Inc.
● Capital aberto: Não
● CEO: Noel Biderman
● Faturamento: US$ 100 milhões (estimado)
● Lucro: US$ 20 milhões (estimado)
● Usuários: 16.2 milhões
● Presença global: 25 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 150
● Segmento: Agência de relacionamentos
● Principais produtos: Relacionamentos casuais e extraconjugais
● Concorrentes diretos: Second Love, eHarmony e Match.com 
● Ícones: A polêmica causada por seus serviços
● Slogan: Life is short. Have an affair.
● Website: www.ashleymadison.com

A marca no mundo
Atualmente ASHLEY MADISON está presente em 25 países ao redor do mundo com mais de 16.2 milhões de membros. O site tem seus maiores mercados nos Estados Unidos e Alemanha. Já o Brasil é considerado um mercado chave, tendo mais de 520.000 membros em pouco mais de um ano de atuação. A receita média por usuário é de US$ 150 durante sua vida útil no site, que gira em torno de dois anos. Apesar de quase todos os homens registrados no site serem casados ou viverem um relacionamento estável, aproximadamente 20% das mulheres são solteiras.

Você sabia?
Além de pessoas comprometidas, a rede também permite a inscrição de homens e mulheres solteiros, garantindo eficiência de 100% quando o assunto é arranjar um parceiro para traições.
“A monogamia, na minha opinião, é uma experiência fracassada”, é uma das frases mais repetidas pelo fundador do site, Noel Biderman.


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Time, Época Negócios e Isto é Dinheiro), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).

Última atualização em 23/10/2012

16.10.12

NADIR


Provavelmente o nome Nadir Figueiredo - agora apenas Nadir - possa não soar tão familiar. Mas essa centenária empresa, que literalmente redigiu parte da história do país, se transformou na principal fabricante de utensílios de vidro compondo assim a mesa de várias gerações de consumidores brasileiros. E tem mais, seu principal produto é um verdadeiro ícone e presença constante em padarias, bares e botecos espalhados pelo Brasil. Afinal, quem nunca tomou um café quentinho ou bebeu uma cerveja bem gelada em um autêntico Copo Americano®. 

A história 
Tudo começou exatamente no dia 30 de agosto de 1912 quando o jovem Nadir Dias de Figueiredo fundou uma modesta oficina de conserto e venda de máquinas de escrever e equipamentos elétricos no Largo da Liberdade, em São Paulo. No ano seguinte, já com seu irmão, Morvan, como sócio, a empresa então com seis funcionários passou a produzir artigos de iluminação e aparelhos elétricos. Na época, a energia elétrica começava a substituir a iluminação a gás e, em 1919, a empresa diversificou suas atividades, passando a produzir postes para iluminação pública e artigos de iluminação para a rede ferroviária. Em 1920, a empresa inaugurou a primeira fábrica, localizada na Vila Mariana, em São Paulo. Em 1932, com a Revolução Constitucionalista, a Nadir Figueiredo suspendeu suas atividades normais e passou a produzir munições para as Forças Armadas. No fim do conflito, a empresa ganhou mais um integrante em sua composição societária: Francisco Gregório Spino. Foi então que a empresa resolveu ingressar no segmento de produtos de vidro, com a compra de um fabricante de globos que estava falido.
   

O período da Segunda Guerra Mundial trouxe também a escassez de combustíveis e os modernos fornos de fundição da empresa precisaram ser substituídos por fornos a lenha. Mesmo com as dificuldades dessa época, a Nadir Figueiredo adquiriu, em 1944, uma fábrica de louças (que produzia aparelhos de jantar, vasos e baixelas), comprada do empresário Francisco Matarazzo. Com o fim do conflito mundial, em 1945, Nadir Dias de Figueiredo trouxe do exterior a mais avançada tecnologia de produção de vidro, até então inédita no Brasil. A fábrica, agora com uma linha de produção totalmente automatizada, passou então a produzir em 1946 utensílios domésticos de vidro, como copos, garrafas, xícaras e pratos, entre outros itens. Em 1947, a empresa desenvolveu e começou a fabricar seu produto de maior sucesso, o Copo Americano®, que se tornaria um verdadeiro ícone das padarias e bares espalhados pelo país.
   

Na década seguinte, a empresa deu demonstração de sua inovação ao introduzir em 1955 o conceito de copo como embalagem, inicialmente para geleias, que mais tarde faria enorme sucesso com requeijões. Em 1958, a empresa adquiriu uma nova fábrica, no Rio de Janeiro, passando a produzir, além de artigos de vidro de uso doméstico, blocos e venezianas do mesmo material. Na década de 60 a Nadir começou a inovar com artigos sofisticados de vidro, como taças e jogos de jantares. No início dos anos de 1970 a empresa passou a produzir também peças em vidro para forno e mesa, resistentes a choque térmico. Pouco depois, no ano de 1972, ampliou sua linha de produção instalando duas máquinas automáticas do tipo LS, o que possibilitou fabricar garrafas e potes. Já na década de 1980 as exportações da empresa atendiam a 70 países, número que nos anos de 1990 chegou a mais de 120, nos cinco continentes.
   

Em 2002 conquistou o “Prêmio Enaex - Empresa Destaque do Comércio Exterior”, vindo a participar das mais importantes feiras internacionais do setor, tais como as de Frankfurt e de Chicago. Neste período foi lançada a linha de mesa em vidro colorido “Amber”. Esta década também foi marcada por grandes inovações: a linha de refratários Sempre (lançada em 2005 e que trouxe mais praticidade a mesa, facilitando a limpeza e com muito mais resistência) e Nadir Cristal (cujo design clean e composição não prejudicavam o meio ambiente). Em 2011, a empresa adquiriu a divisão de utilidades domésticas (UD) do grupo francês Saint-Gobain Vidros, a Vidraria Santa Marina. Com isso, marcas tradicionais do mercado brasileiro como Marinex (assadeiras, formas e terrinas de vidro), Duralex (pratos e copos) e Colorex, além de uma linha de cerâmica e porcelana que compunham mais de 100 itens diferentes, se juntaram ao portfólio da Nadir. Pouco depois, em 2012, a empresa lançou a linha Opaline, que combinava a beleza e o brilho da porcelana, com a praticidade, resistência e leveza do vidro.
   

Em 2019, o grupo americano H.I.G. Capital adquiriu a Nadir por R$ 836.27 milhões, cujo processo transferiu o controle da empresa de 107 anos das mãos da terceira e quarta gerações dos Figueiredo para uma gestora de private equity especializada em encontrar oportunidades no middle market. Com a pandemia de COVID-19, a demanda por produtos para venda ao consumidor final compensou o impacto sofrido pelo fechamento de bares hotéis e restaurantes. Com isso, a Nadir investiu na expansão de capacidade produtiva e contratou serviço especializado para fortalecer sua presença em vendas online. Em 2022, com a aquisição da colombiana Cristar, a Nadir passou a contar com um dos mais completos portfólios de vidrarias para o lar e setor institucional do mundo. A aquisição da Cristar também acelerou a internacionalização da Nadir, fortalecendo sua presença na Região Andina, nos Estados Unidos e países europeus.
  

Da cozinha à mesa, Nadir acredita que cozinhar é um ato de amor. Líder no Brasil, a marca inaugura um novo momento, mais contemporâneo e digital, que se reflete em seu portfólio oferecendo uma experiência engajadora que permeia soluções completas de produtos para atender as necessidades específicas de cada pessoa - do mise en place ao voilà. 
  

Hoje em dia a Nadir tem a preocupação constante em aliar qualidade, criatividade, inovação e tecnologia de ponta em toda sua linha de produtos. E o resultado disso não poderia ser diferente: tanto no dia a dia quanto nas ocasiões especiais seus produtos estão presentes nas vidas e mesas de milhões de pessoas. Os utensílios de vidro possuem uma estética cuidadosamente trabalhada pelos designers da empresa. Outro item também importante, é a qualidade do material utilizado, além de conservar com muita eficiência os alimentos, ainda proporcionam praticidade e durabilidade.
  

O ícone dos bares e botecos 
Produzido com exclusividade pela Nadir desde 1947, o Copo Americano® é o  mais vendido no Brasil (com mais de 100 milhões de unidades por ano) e conquistou a preferência de padarias, bares e restaurantes de todo o país, devido ao excelente custo x benefício. O tradicional copo tem suas origens quando o empresário Nadir Dias de Figueiredo teve a ideia de produzir no Brasil copos de vidro, ainda nos anos 1940. Projetado para garantir resistência aos usuários mais atrapalhados, o modelo de copo era produzido por uma máquina que o Sr. Nadir havia acabado de trazer dos Estados Unidos, e por isso o batizou de Copo Americano®. O modelo foi completamente projetado e adaptado para os hábitos e necessidades dos consumidores: 9 cm de altura, 6.5 cm de diâmetro e capacidade para 190 ml. Este ícone também se tornaria popular por slogans marcantes como “O copo nosso de cada dia”, “Copo Americano®. No fundo você sabe que é Nadir.” e “Copo Americano®. Tem jeito de Brasil!”.
  

O copo se tornou parte integrante do dia a dia dos brasileiros que passou a ser utilizado como padrão de medida para receitas, bolos, soro caseiro e até medida de sabão em pó. A evolução da produção do Copo Americano® no decorrer dos tempos reflete o desenvolvimento da empresa ao longo dos anos. Em 1947, a empresa produzia 2 copos por minuto; em 1965 esse número saltou para 60 copos por minuto, e assim, sucessivamente, até atingir a atual marca de 480 copos por minuto. Vendido em supermercados, atacadistas e distribuidores, o copo já se tornou item indispensável para servir um bom “pingado”, uma dose de cachaça ou uma cerveja bem gelada. No mercado de atacadistas é conhecido simplesmente por “copo” ou “2010”, que é o seu código de referência interna na Nadir.
  

O desenho do Copo Americano® já lhe rendeu inúmeros prêmios de design e reconhecimento internacional: é considerado um dos ícones do design brasileiro pelo badalado MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), onde fez parte de uma mostra em 2009, chegando a ser vendido por US$ 3. Hoje em dia, o copo de formato simpático que caiu nas graças do povo, independente da classe social, é oferecido nas mais variadas cores e tamanhos: shot (45 ml, ideal para cachaças), multiuso (190 ml, medida perfeita para garantir que o café não esfrie e a cerveja não esquente), long drink 300 ml (ideal para caipirinhas e batidas), long drink 450 ml (ideal para sucos e refrigerantes) e rocks (300 ml, ideal para destilados).
   

Nos últimos anos, a Nadir assinou contratos de licenciamentos com populares marcas internacionais, como Coca-Cola (conheça essa história aqui) e Disney (conheça a história completa aqui) para estampar em seus tradicionais Copo Americano® logotipos, ícones e personagens famosos, e cujo objetivo é atrair um público mais jovem e descolado para seu produto mais icônico. Além de marca registrada, o Copo Americano®, agora empresta seu design, expressividade e charme a uma extensa linha de produtos como jarras, tigelas, xícaras e canecas, incluindo versões coloridas.
    

Curiosidades: nos anos de 1990 este ícone foi eleito o melhor copo para se tomar cerveja do Brasil. Já em 2010, a empresa comemorou a produção de 6 bilhões de copos do modelo denominado Copo Americano®. Para comemorar tal feito, a empresa chegou a lançar uma edição limitada do tradicional copo e uma série especial com selo comemorativo. Além disso, o copo do Brasil, pode ser encontrado ao redor do mundo, graças a turistas encantados com a peça e brasileiros que não vivem sem ele. Simplicidade que encanta, linhas elegantes que hipnotizam. Do boteco ao bistrô, da “padoca”, do restaurante e da cozinha também. Presente em memórias afetivas, útil da cerveja ao cafezinho, esse é o copo mais amado do Brasil.
  

A evolução visual 
Por mais de cem anos, Nadir Figueiredo se apresentava assim – com nome e sobrenome. Porém, em 2022, a marca, que traz em sua essência uma longa história de tradição no segmento de utilidades domésticas em vidro, realizou um intenso processo de rebranding e passou a se chamar apenas Nadir. Na nova identidade visual, o icônico “N” ganhou um novo desenho, honrando o legado visual da marca, e uma tipografia de letra mais geométrica e atemporal. O novo logotipo levou o ponto para o final, reforçando a posição de liderança da marca. Com novos tons de azul, Nadir expandiu seu universo visual a partir da criação de códigos que acompanham a marca - como a adoção do laranja, que aquece e aproxima ainda mais a marca das pessoas.
   

A nova identidade visual também se refletiu nas marcas que compõem seu portfólio: Nadir, Copo Americano, Marinex, Duralex e Sempre.
   

Os slogans 
Tem Nadir Aí. (2022) 
Sempre tem Nadir Figueiredo. (2020) 
Você bem servido. (2014) 
Nadir Figueiredo. Tin Tim. (2011) 
No fundo quase todo copo é NF. (1977)
  

Dados corporativos 
● Origem: Brasil 
● Fundação: 30 de agosto de 1912 
● Fundador: Nadir Dias de Figueiredo 
● Sede mundial: Suzano, São Paulo, Brasil 
● Proprietário da marca: Nadir Figueiredo Indústria e Comércio S.A.  
● Capital aberto: Não (subsidiária da H.I.G. Capital) 
● CEO: Patricio Figueiredo 
● Faturamento: R$ 1.45 bilhões (2022) 
● Lucro: R$ 93.7 milhões (2022) 
● Presença global: 120 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 2.100 
● Segmento: Utensílios domésticos 
● Principais produtos: Copos, taças, jarras, pratos e formas de vidro 
● Concorrentes diretos: Santista, Pyrex, Wheaton, Ruvolo, Lyor, Tok&Stok e marcas chinesas 
● Ícones: O Copo Americano® 
● Slogan: Tem Nadir Aí. 
● Website: www.nadir.com.br 

A marca no mundo 
A Nadir, maior fabricante de glassware da América Latina e uma das maiores do mundo, que exporta 20% de sua produção para aproximadamente 120 países, possui um amplo portfólio composto por mais de 2.000 itens, entre copos, taças, formas, tigelas, assadeiras, saladeiras, pratos, jarras, xícaras, potes e garrafas de vidro. A empresa, que possui aproximadamente 1.200 clientes no país e no exterior, também está envolvida na produção de recipientes de vidros na indústria de bebidas e processamento de alimentos. Anualmente a empresa produz mais de 170 mil toneladas de vidro. 


Você sabia? 
Nadir Dias de Figueiredo foi um dos idealizadores da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e um dos líderes industriais do Brasil dos anos de 1950 até a sua morte, em 1983. 
Durante décadas a empresa utilizou no fundo de seus produtos gravações com as iniciais NF Brazil, Nadir NF ou NF. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Isto é Dinheiro, Exame, Veja, Embalagem Marca e Época Negócios), jornais (Valor Econômico, Estadão e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 


Última atualização em 28/10/2023 

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9.10.12

STELLA McCARTNEY


Stella e sua marca carregam um sobrenome famoso. A estilista é bela e a marca bem sucedida. Suas peças utilizam matérias-primas ecológicas e tecidos orgânicos, cujo estilo sensual e elegante, é repleto de estampas delicadas como flores e borboletas. E sua marca sinônimo de naturalidade, moda consciente, elegância e simplicidade. Foi assim, que a estilista Stella McCartney e sua grife se tornaram queridinhas de muitas celebridades, como por exemplo, a atriz Anne Hathaway. 

A história 
Stella Nina McCartney (foto abaixo) nasceu no dia 13 de setembro de 1971 na cidade de Londres, segunda filha do ex-baixista dos Beatles Sir Paul McCartney e da fotógrafa americana Linda McCartney. Passou boa parte de sua infância acompanhando o pai famoso em turnês pelo mundo, ao lado da mãe e dos três irmãos. Stella demonstrou interesse pela moda ainda adolescente e costurou sua primeira peça – uma jaqueta – aos 13 anos. Três anos depois, em 1986, foi assistente do francês Christian Lacroix e, em seguida, estagiou com o alfaiate do pai, o talentoso Edward Sexton, na Saville Row, uma famosa rua no bairro londrino de Mayfair, célebre pelos sofisticados ateliês de alfaiataria. Em 1995, Stella formou-se em design de moda na conceituada universidade Central Saint Martins em Londres. Desde seu trabalho de conclusão de curso, a jovem demonstrava um estilo consistente ao qual sua assinatura é atribuída até hoje: natural, feminino, sexy e, ao mesmo tempo, elegante, dotado de leveza, confiança e alfaiataria precisa.


Porém, não foi somente seu talento que chamou a atenção em seu desfile de formatura. A trilha sonora especialmente gravada pelo pai, intitulada Stella May Day, e a presença de amigas para lá de conhecidas na passarela - como Naomi Campbell e Kate Moss - colaboraram para que o desfile estampasse a primeira página de vários jornais na manhã seguinte. A coleção foi comprada imediatamente pela Tokio, uma butique londrina, e logo as criações de Stella já povoavam as araras de lojas de departamento sofisticadas como Browns, Joseph, Bergdorf Goodman e Neiman Marcus. Após um início de carreira em que foi privilegiada e também criticada por conta do sobrenome famoso, a estilista Stella McCartney saiu da sombra do pai e aos poucos se firmou como um dos nomes mais respeitados da moda britânica. Em 1997, foi nomeada diretora criativa da grife Chloé, em Paris, cargo até então ocupado pelo alemão Karl Lagerfeld, que criticou duramente a decisão da casa, alegando que a marca deveria ter escolhido um grande nome da moda e não da música para substituí-lo.


Apesar do ceticismo, suas coleções para a marca francesa foram bem-sucedidas comercialmente e agradaram em cheio à imprensa especializada - após o desfile de estreia, em outubro, a influente revista Vogue decretou que o talento da estilista estava mais do que comprovado, com ou sem sobrenome famoso. Pouco depois, em 1998, foi responsável por criar o vestido de casamento de sua irmã mais velha, Mary. Finalmente, em 2001, Stella McCartney aceitou a proposta do grupo Gucci (que integrava o conglomerado francês de moda de luxo PPR, atual Kering) para lançar sua marca própria, com gestão de 50% das operações para cada um. Foi a primeira estilista do sexo feminino a integrar o grupo. Em outubro do mesmo ano, apresentou a sua primeira coleção na prestigiosa semana de moda de Paris.


No ano de 2005, em mais um lance de ousadia, a estilista firmou uma parceria com a alemã Adidas, para a qual assinou linhas de roupas e acessórios para modalidades como ioga, corrida, tênis, natação, golfe, ciclismo, entre outros esportes. A parceria tem sido uma das mais longas e rentáveis da carreira de Stella e levou a estilista a desenvolver os uniformes das equipes britânicas patrocinadas pela marca das três listras nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012 (a primeira vez na história dos jogos olímpicos que um estilista de moda projetou o vestuário para a equipe de um país em todas as competições). Além disso, a designer foi novamente apontada como diretora criativa da equipe britânica para os Jogos Olímpicos de verão de 2016 no Rio de Janeiro.


Nos anos seguintes a estilista desenvolveu outras parcerias bem-sucedidas, como por exemplo, em 2005, para a popular rede sueca H&M, que esgotou nas prateleiras em tempo recorde; ou em 2009, antes de apostar em uma coleção infantil própria, ao assinar uma linha exclusiva para a marca americana GAP. Após inaugurar as primeiras lojas em Nova York e Los Angeles, a expansão da marca atingiu o Oriente, com loja em Hong Kong e, em 2009, com uma sofisticada unidade em Paris. No inverno de 2010, a estilista apresentou ao público a bolsa Falabella, cuja característica marcante era uma corrente dupla e que se tornou um dos itens mais vendidos da marca, que ao longo dos anos ganhou inúmeros modelos em diferentes tecidos, estampas e cores. A bolsa virou febre entre os fashionistas e celebridades. Nomes como Chiara Ferragni, Kesha e Jennifer Garner já foram fotografadas com a bolsa, feita de couro vegetariano e náilon originário de garrafas recicladas. Atualmente a bolsa pode ser encontrada nos tamanhos micro (18 x 18 x 7 cm), mini (26 x 26 x 10 cm), médio (36 x 36 x 7 cm) e grande (43 x 43 x 11 cm).


Em 2011, a febre das colaborações fashion de Stella McCartney chegou ao Brasil e também foi um sucesso de vendas: cerca de 40 lojas brasileiras da rede C&A receberam uma coleção de roupas (com 27 itens desenhados a partir de modelos clássicos e adaptados para vestir as curvas da mulher brasileira) criada pela estilista, que esteve em São Paulo para o lançamento. Mais recentemente, em 2016, a marca lançou sua primeira coleção de moda masculina. No início de 2018, a estilista Stella McCartney assumiu o controle total de sua marca ao comprar os 50% da participação acionária do grupo francês de luxo Kering, que também é proprietário da Gucci, após uma parceria de sucesso que durou 17 anos. Porém, em julho de 2019, comprovando a força de sua marca, a estilista britânica vendeu uma participação minoritária da empresa para o poderoso conglomerado de luxo LVMH, dono de inúmeras marcas que incluem Givenchy, Louis Vuitton e Christian Dior. Um fator decisivo para esta associação foi que Stella McCartney foi a primeira a colocar as questões de sustentabilidade e ética no palco principal da moda. Afinal, Stella foi a primeira designer que mostrou que é possível uma marca existir no ambiente de luxo vendendo acessórios e roupas que passam longe de qualquer animal, do bicho da seda ao gado.


Quase duas décadas depois de lançar sua marca própria, as criações de Stella podem ser vistas em tapetes vermelhos e capas de revistas vestindo famosos que, em geral, também são amigos da estilista. Uma de suas mais ilustres amigas, Madonna, casou-se com Guy Ritchie com uma criação de McCartney. Seus vestidos são vistos em cerimônias do Oscar, Globo de Ouro e Grammy, atestando o talento da estilista que carrega um sobrenome pra lá de famoso. Atualmente, Stella McCartney é o principal nome da alta moda sustentável. Sua marca tem como característica um impacto ambiental positivo, através da utilização de tecidos orgânicos e reciclados (como algodão, seda, lã e poliéster), que não comprometem o estilo de suas criações. Seguindo os passos da mãe, que ficou bastante conhecida pelo ativismo em favor dos animais, Stella é vegetariana convicta e se recusa a utilizar couro, penas, pelos ou peles em suas criações, um posicionamento difícil em uma indústria que lucra tanto com a venda de acessórios de couro. Afinal, para ela, nenhum animal deve ceder suas vidas pela moda. Essa decisão torna a marca a primeira e uma das únicas que pensam de forma responsável pela ética e meio ambiente. Hoje, pelo menos 50% das criações de Stella McCartney, mãe de quatro filhos e casada com Alasdhair Willis, são feitas com materiais sustentáveis, além dos seus constantes estudos e investimentos em alternativas aos tecidos tradicionais.


A linha do tempo 
2003 
Lançamento da primeira coleção de óculos. 
Lançamento do STELLA, primeiro perfume feminino da grife, uma homenagem à rosa inglesa, e uma expressão de feminilidade. 
2007 
Lançamento da CARE, uma linha de produtos para o cuidado da pele. Feita 100% com ingredientes orgânicos, a linha era composta por sete produtos. Um fato que mostra com clareza as convicções da estilista, é que ela se negou a vender essa linha na China porque lá a lei determina que tudo seja testado em animais. 
2008 
Lançamento de uma sofisticada e sensual linha de lingeries. 
2010 
Lançamento da Stella McCartney Kids, uma linha infantil de roupas e acessórios para recém-nascidos e crianças até 12 anos. Essa linha chegou até a ganhar uma coleção em edição limitada (macacões, pijamas, camisetas e bolsas produzida com algodão orgânico) com estampas da personagem LITTLE MISS STELLA, uma lúdica bolinha azul com braços e pernas criada pelo ilustrador inglês Roger Hargreaves, autor da famosa série de livros e desenhos “Mr. Men and Little Miss”. A personagem já havia aparecido no convite para o desfile primavera/verão 2007 da marca. Atualmente a linha oferece roupas e acessórios para meninos, meninas e bebês com idades entre recém-nascidos e 14 anos. 
Lançamento, em colaboração com a Disney, de uma coleção de joias e acessórios inspirados no filme Alice no País das Maravilhas. 
2012 
Lançamento de uma coleção de sutiãs e calcinhas confortáveis, com variedade de modelos e cores para mulheres que não abrem mão de se sentir bem com uma roupa íntima. Batizada de STELLA, a linha era feita de materiais sustentáveis, como algodão orgânico e metal reciclado. 
Lançamento da fragrância batizada de L.I.L.Y. e descrita como uma jornada através dos sentidos. Stella revelou que a sigla do nome do perfume, além de ser o apelido de sua mãe Linda - falecida em 1998 - contém uma mensagem escondida. O nome deriva do apelido que seu pai deu para sua mãe “Linda, I Love You”, e do nome de uma de suas flores prediletas, o lírio (em inglês, “lily”). 
2016 
Lançamento da fragrância POP, ousada e irreverente, direcionado para uma nova geração de mulheres. 
Lançamento da primeira coleção de maiôs e biquínis da marca britânica. 
2018 
Lançamento da primeira coleção de moda praia masculina, composta por bermudas, sungas, pólos, camisetas, camisas de linho, toalhas, bolsas de praia e ponchos, feitos em algodão orgânico e náilon reciclado, em linha com a filosofia eco-sustentável da marca. 
Lançamento da coleção Made With Love, composta por 17 modelos que incluí clássicos da estilista reeditados para o universo das noivas (sua primeira nesse segmento), como por exemplo, o macacão de renda com faixa na cintura (em versão branca ou vermelha) e um smoking marfim.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por uma única modificação ao longo dos anos, adquirindo um visual mais fashion e sofisticado com os tradicionais pontinhos.


Dados corporativos 
● Origem: Inglaterra 
● Lançamento: 2001 
● Criador: Stella McCartney e o Grupo Gucci 
● Sede mundial: Haywards Heath, West Sussex, Inglaterra 
● Proprietário da marca: Stella McCartney Ltd. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Stella McCartney 
● Diretor criativo: Stella McCartney 
● Faturamento: €280 milhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 53 
● Presença global: 100 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 700 
● Segmento: Moda de luxo 
● Principais produtos: Roupas, calçados, perfumes e acessórios 
● Concorrentes diretos: Alexander McQueen, Viviane Westwood, Chloé, Marc Jacobs, Céline, Moschino e DVF 
● Ícones: As peças de alfaiataria para mulheres 
● Website: www.stellamccartney.com 

A marca no mundo 
A marca de Stella McCartney mantém atualmente mais de 50 lojas próprias em bairros descolados de Londres, Nova York, Los Angeles, Las Vegas, Miami, Paris, Milão, Roma, Barcelona, Moscou, Tóquio, Seul, Xangai, Doha, Hong Kong, Dubai, e está presente em mais de 860 lojas de departamentos e multimarcas ao redor do mundo, além de seu comércio online, em mais de 100 países, incluindo o Brasil. Suas coleções incluem moda feminina, masculina e infantil, acessórios, lingeries, perfumes, cosméticos orgânicos e óculos. A marca tem faturamento anual estimado em €280 milhões. 

Você sabia? 
Uma característica marcante da grife Stella McCartney é a alfaiataria masculina trazida impecavelmente para o universo feminino. 
A estilista Stella McCartney foi responsável por vestir Meghan Markle para a recepção de seu casamento real em 2018. McCartney tem experiência vestindo noivas: além de Meghan, foi ela quem criou, entre outros, o vestido de noiva que Madonna usou em seu casamento com Guy Richie, em 2000. 
Stella McCartney foi condecorada com a Ordem do Império Britânico (OBE) pela Rainha Elizabeth II em 2012. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Isto é Dinheiro, Forbes, Vogue, Elle e View), sites de moda (Pure Trends), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).

Última atualização em 10/9/2019