29.6.15

TRESEMMÉ


Desde sua origem há mais de 60 anos, a marca TRESemmé é movida por uma simples verdade: todas as mulheres merecem ficar lindas sem gastar uma fortuna. Inspirados nos salões de beleza e também usados por cabeleireiros renomados, os produtos da marca foram desenvolvidos para ajudar qualquer mulher a criar o seu próprio estilo e a manter a sensação de que acabou de sair do salão. 

A história 
Tudo começou no mês de junho de 1947 quando a renomada cabeleireira e especialista em cuidados capilares Edna L. Emmé desenvolveu uma eficiente linha de produtos, composta por xampus, condicionadores e cremes para tratamento, que auxiliassem os profissionais da área nos cuidados com os cabelos. Os produtos foram então produzidos pela empresa Godefroy Manufacturing Company, da cidade de St. Louis, estado do Missouri, da qual ela era funcionária, e comercializados inicialmente apenas para os salões de cabeleireiros. A marca foi batizada com o nome de TRESemmé, uma tradução poética da palavra francesa “très-aimé”, que significa “muito amado”. A grafia levemente diferente foi para fazer uma homenagem à especialista em cuidados capilares Edna Emmé.


A marca foi adquirida, pouco depois, em meados da década seguinte, pela empresa Alberto-Culver, tradicional fabricante de produtos para os cuidados do cabelo e da pele fundada em 1955. A intenção inicial dos novos proprietários da marca era continuar distribuindo os produtos apenas em salões de beleza, mas devido a enorme popularidade da linha TRESemmé e o crescente interesse das consumidoras, passaram a serem comercializados em drogarias e supermercados já nesta década. Com isso, a marca experimentou um enorme aumento nas vendas. Desse momento em diante, o grande trunfo da marca foi ter introduzido o conceito de “salonização” no varejo, oferecendo cuidados profissionais através de produtos de qualidade similar aos utilizados pelos profissionais em salões de beleza. Nos anos seguintes, além de se consolidar no mercado americano e canadense, a marca ganhou prestígio também na Europa, especialmente no segmento de tratamento de reparação dos cabelos pelos danos causados pelo calor do secador.


A marca passou a ser de propriedade da Unilever em setembro de 2010, quando a empresa anglo-holandesa comprou a Alberto-Culver por US$ 3.7 bilhões para alavancar seu negócio de cuidados pessoais. Além da TRESemmé, a aquisição adicionou ao portfólio da empresa marcas como V05 e Nexxus, e fez da Unilever a líder mundial em condicionadores, a segunda maior em xampus e a terceira em modelagem. Nos anos seguintes a linha foi consideravelmente ampliada com a criação de novos produtos de uso diário, com qualidade de salão, para o cuidado do cabelo. Além disso, a marca foi lançada em novos mercados mundiais. Como por exemplo, no Brasil, onde a TRESemmé desembarcou no final de 2011, para atender às principais necessidades das brasileiras em relação aos cuidados com os cabelos. A proposta da marca é levar soluções completas para que suas consumidoras conquistem resultados de salão todos os dias em casa. Para isso, marca oferece onze linhas – com mais de 60 itens –, entre xampus, condicionadores, finalizadores e cremes de tratamento e pentear.


Atualmente as mais importantes linhas da marca são: Reconstrução e Força (reduz a quebra em até 99%, desde o primeiro uso por conter uma exclusiva fórmula com Vitamina B6, Colágeno e Queratina), Hidratação Profunda (contém Vitamina E, Omega 9 e Queratina, hidratando profundamente as áreas danificadas e selando as cutículas), Liso e Sedoso (com combinação de Pró Vitamina B5, Lisina e Queratina, proporciona um liso perfeito, alinhando os fios e reduzindo o frizz), Proteção Térmica (protege o cabelo exposto ao calor excessivo. Ideal para quem faz escova e chapinha), Cachos Perfeitos (combina Pró Vitamina B5, Queratina e Elastina, proporcionando uma definição perfeita dos cachos, controlando os fios rebeldes e cuidando das áreas mais danificadas), Cor Radiante (fórmula que possui Vitamina E, chá verde e Queratina, garantindo a proteção da cor por até 40 lavagens) e Finalizadores (géis e mousses criados especialmente para que as mulheres fiquem cada vez mais satisfeitas com seus cabelos e tenham as ferramentas ideais para produzirem o visual que desejam em casa).


Atualmente, todas as fórmulas dos produtos TRESemmé apresentam silicones e sua função é de agente condicionante. Os agentes condicionantes se depositam sobre a fibra capilar protegendo-a reduzindo os danos acumulados e facilitam o penteado dos cabelos tanto secos quanto úmidos. Estes benefícios condicionadores ajudam, além de reduzir os danos, a melhorar a resistência ao desgaste sofrido pelo cabelo tais como, cabelo quebrado e a pontas duplas. Além disso, os produtos possuem vitaminas e queratina, conhecida como antioxidante, auxilia a saúde e a nutrição dos cabelos, além de prevenir o ressecamento. Já a queratina é um ingrediente conhecido por reconstruir e restaurar a estrutura da fibra danificada.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por algumas remodelações ao longo dos anos. Em sua última remodelação o logotipo da marca ganhou uma nova tipografia de letra e versatilidade na aplicação, já que pode ser com fundo preto (mais utilizado) ou no fundo branco.


Os slogans 
Professional. At your fingertips. 
Salon style hair at home everyday! 
TRESemmé – Used By Professionals. 
Professional, Affordable. (2004) 
TRESemmé. Resultado de salão todos os dias. (Brasil)


Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Lançamento: 1947 
● Criador: Edna L. Emmé 
● Sede mundial: Londres/Inglaterra e Roterdã/Holanda 
● Proprietário da marca: Unilever N.V. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Paul Polman 
● Faturamento: US$ 1 bilhão (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 38 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Segmento: Higiene e beleza 
● Principais produtos: Xampus, condicionadores e cremes para tratamento 
● Concorrentes diretos: Pantene, Garnier, Elseve, Dove, Wella e John Frieda 
● Slogan: TRESemmé. Resultado de salão todos os dias. 
● Website: www.tresemme.com.br 

A marca no mundo 
Hoje em dia sua ampla gama de produtos é vendida em mais de 35 países ao redor do mundo, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Espanha, Austrália, Indonésia, Tailândia, entre outros. TRESemmé é, hoje, uma das marcas que mais crescem no mundo no segmento de beleza. É a 2ª marca mais vendida em Hair Care (tratamento de cabelo) no Canadá e a 3ª nos Estados Unidos e Espanha. No segmento Styling, ocupa a 1ª posição, tanto no Canadá como nos Estados Unidos. No Brasil a marca possui cerca de 9% de participação de mercado em seu segmento. 

Você sabia? 
Em cada mercado onde está presente, a marca trabalha com embaixadores, geralmente renomeados cabeleireiros. Eles trabalham no desenvolvimento de produtos, nas campanhas publicitárias e nos workshops da marca. Na verdade, eles são responsáveis por criar e testar todo conteúdo que é desenvolvido e determinar qual é a melhor variante que será usada. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (BusinessWeek, Isto é Dinheiro, Exame e EmbalagemMarca), jornais (Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 29/6/2015

23.6.15

JÄGERMEISTER


Mais de 50 ingredientes naturais combinados com perfeição artesanal. 383 verificações de controle de qualidade. Junte-se a isso uma garrafa verde icônica e uma boa dose de marketing baseada em uma lenda. O sabor de Jägermeister não é apenas uma questão de sorte, mas o resultado de décadas de experiência e uma receita super secreta. E por tudo isso se tornou a bebida de exportação mais famosa da Alemanha. Afinal, o segredo deste sucesso foi e continua sendo o caráter único de Jägermeister, que proporciona uma experiência inesquecível a cada copo. 

A história 
Para contar a história da bebida alcoólica mais famosa da Alemanha, é preciso voltar a 1878, ano em que Wilhelm Mast fundou um pequeno negócio para comercializar vinagre de vinho em sua cidade natal de Wolfenbüttel, localizada na região da Baixa Saxônia. A empresa cresceu, passou a comercializar vinhos finos e Curt Mast, filho do fundador, ingressou no negócio em 1918. E foi justamente sob sua orientação que a empresa tomou um novo rumo. Isto porque, quando jovem, demonstrava talento extraordinário na preparação e mistura de extratos de plantas medicinais. Após anos de experiências testando ingredientes e misturas para criar uma nova bebida, em 1934, Curt finalmente acertou a mão e conseguiu misturar de forma perfeita 56 especiarias como ervas, frutas e raízes, que deram origem a um licor único, inconfundível e com sabor distinto. Apesar da receita ser secreta, dentre os ingredientes se destacavam: raízes de gengibre (cujos óleos essenciais repletos de sabor estão por trás de grande parte do sabor picante da bebida final), paus de canela, anis estrelado, cardamomo verde, raízes de alcaçuz, cravos da índia, casca de laranja, açafrão e flores de camomila.


Curt então resolveu dedicar sua nova receita, com sua combinação de apenas ingredientes naturais e álcool puro, a todos os caçadores e suas tradições honrosas. Afinal, Curt era um caçador entusiasta. Mas ele sabia que além de ter criado um excepcional elixir, era preciso construir um marketing fantástico em volta de sua nova criação. Começando pelo nome Jägermeister (pronuncia-se Iéguermaister), que significa Caçador Mestre, em alemão. Isto porque, Curt resolveu homenagear Saint Hubertus (São Humberto), o santo padroeiro dos caçadores. Conta a lenda que Saint Hubertus era um dos melhores caçadores de sua época. Impiedoso e sistemático, movido pela ânsia de matar, eis que um dia ao ingressar na floresta, ele se deparou com uma figura mítica saindo da mata escura: um cervo branco com enormes chifres e uma cruz iluminada entre eles. Ao avistar o cervo sagrado, ele se converteu ao cristianismo e após sua morte se tornou Saint Hubertus “o caçador mestre”. Pronto, Curt resolveu adotar o tal cervo branco como símbolo e exibi-lo no rótulo de sua bebida.


E para proteger o sabor único de Jägermeister, ele escolheu uma garrafa especial que se tornaria tão famosa quanto à bebida que armazena. Deveria ser absolutamente confiável. Conta a história, que ele testou centenas de formatos diferentes, deixando-as cair de uma altura elevada sobre o piso de carvalho de sua cozinha – apenas uma permaneceu intacta. Uma garrafa verde bojuda (de 700 ml) surpreendente e incomparável, cuja confiabilidade resumia seu conteúdo: um símbolo do artesanato autêntico. Jägermeister foi lançado no mercado alemão oficialmente em 1935 como um licor digestivo (com 35% de graduação alcoólica), sendo também um bom remédio para tosse. Nas décadas seguintes, Jägermeister rapidamente se tornou extremamente popular entre os alemães, especialmente ao ser consumidor após as refeições. Mas também fez enorme sucesso, devido a sua versatilidade, com outra forma de consumo: o famoso shot (dose de 50 ml), extremamente gelado, despejado dentro de um copo de cerveja. Essa forma de consumo ganhou o apelido de JägerBomb.


Na década de 1960 o consumo de Jägermeister aumentou muito, especialmente após o produto ser exportado para vários países da Europa e Estados Unidos. Nos anos seguintes a marca investiu em campanhas publicitárias e iniciativas de marketing, como por exemplo, a criação de drinques onde Jägermeister era ingrediente principal, até o patrocínio de equipes automobilísticas, cujos carros laranja da marca se tornaram extremamente conhecidos nas pistas. Nos últimos anos, devido a sua versatilidade, Jägermeister passou a ser consumido por um público jovem em diversas baladas ao redor do mundo. E as formas de consumo também evoluíram. O tradicional Jägerbomb ganhou a versão com energético, ao invés de cerveja. E ainda tem mais. Há alguns anos a marca inventou a Tap Machine, uma maquina feita exclusivamente para servir a bebida bem gelada (geralmente -7ºc), como sugere que seja consumida.


Outro fator importante para a bebida se tornar uma das mais consumidas do mundo foi o alto investimento ligado a música, especialmente o patrocínio de shows e eventos, o que aumentou ainda mais sua penetração junto ao público jovem. Nos últimos a empresa iniciou o lançamento de outros produtos como extensão da marca, como por exemplo, drinques já misturados para consumo (em latas), como Jägermeister com gengibre e limão. Mais recentemente, em 2014, a marca laçou a edição limitada Jägermeister Spice, que combina a tradicional bebida com um delicioso blend de baunilha e canela.


O segredo do sabor 
Até hoje o processo de produção de Jägermeister é extremamente complexo. A receita secreta é composta por 56 ingredientes naturais diferentes. Cada um passa por diversas etapas de controle de qualidade. Somente os melhores ingredientes são aprovados pelos crivos afiados dos mestres destiladores. São esses ingredientes naturais e puros que garantem o sabor complexo e autêntico que torna Jägermeister tão famoso. Após selecionar as matérias-primas da mais alta qualidade, os mestres destiladores as pesam conforme especificado na receita original. Eles preparam então diversas misturas de ervas secas. Estas, por sua vez, são extraídas cuidadosamente pelo processo de maceração a frio que leva várias semanas.


Terminado este processo, um mestre destilador mistura com habilidade estes macerados e os transfere para barris de carvalho. São 445 barris de carvalho imponentes que descansam na Kräuterkellerei (adega de ervas). Cada um é talhado em madeira oriunda das florestas locais da Pfälzerwald. Nestes barris, a base de Jägermeister encontra tempo para respirar e envelhecer lentamente por quase um ano. Durante esse processo, os mestres destiladores degustam a bebida continuamente até que a complexidade necessária seja atingida. Mais de um ano irá se passar antes da jornada de uma garrafa ser completada e a mesma autorizada a deixar a empresa. Durante todo esse tempo, ela terá passado por 383 controles de qualidade, uma garantia para a continuidade da mais alta qualidade que a bebida alcançou no mundo.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por poucas modificações ao longo de sua história. Há alguns anos atrás o logotipo do rótulo da garrafa ganhou uma versão mais moderna e elaborada. Já o logotipo da marca passou a ser mais simplificado e na tradicional cor laranja, tão associada à Jägermeister.


Os slogans 
It runs deep. (2012) 
A Stronger Bond. (2012, Estados Unidos) 
Unleash the Beast. (2011) 
Real. Jägermeister. (2009) 
Give it a Shot. One for all. (1974) 
I drink Jägermeister because… (1973)


Dados corporativos 
● Origem: Alemanha 
● Lançamento: 1935 
● Criador: Curt Mast 
● Sede mundial: Wolfenbüttel, Alemanha 
● Proprietário da marca: Mast-Jägermeister SE 
● Capital aberto: Não 
● Chairman: Paolo Dell’Antonio 
● Diretor geral: Michael Volke 
● Faturamento: US$ 700 milhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 90 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 800 
● Segmento: Bebidas Alcoólicas 
● Principais produtos: Licores 
● Concorrentes diretos: Kuemmerling, Unicum, Gammel Dansk, Sechsämtertropfen, Beerenburg e Cynar 
● Ícones: O cervo 
● Slogan: It runs deep. 
● Website: www.jager.com 

A marca no mundo 
Atualmente Jägermeister, nona marca de destilado mais consumida do planeta, está presente em mais de 90 países ao redor do mundo, com forte penetração na Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e muitas nações europeias. Com faturamento estimado em US$ 650 milhões, a marca vendeu mais de 88 milhões de garrafas em 2014. 

Você sabia? 
O rótulo da tradicional garrafa verde contém um poema de Otto von Riesenthal (1848), engenheiro florestal, caçador e ornitólogo. 
Existe a versão prime, batizada de Jägermeister v”ugenn, que além de conter mais de 87 especiarias, possui um teor alcoólico de 84%. 
Na antiga Alemanha Oriental, usava-se Jägermeister como anti-hemorrágico e combustível para lamparinas. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 23/6/2015

15.6.15

TOMS SHOES


De pé em pé, a marca americana TOMS SHOES faz a diferença. Comercializa muito mais que pares de calçados. Vende responsabilidade social. Isto porque para cada par vendido outro é doado para crianças carentes ao redor do mundo. Com este modelo simples de negócio, as pessoas não estão pagando apenas por um par de sapatos, sentem que realmente estão fazendo algo para mudar o mundo. E assim a TOMS SHOES se tornou um verdadeiro sucesso e exemplo de responsabilidade social em um mundo cada vez mais capitalista. 

A história 
A história da criação da empresa pode parecer um roteiro de filme. Tudo começou com o jovem empreendedor serial Blake Mycoskie (foto abaixo), um texano que antes dos 35 anos já havia criado quatro empresas diferentes, entre as quais uma lavanderia para jovens universitários e um canal de TV especializado em reality shows. Em janeiro de 2006 ele estava em uma viagem pela Argentina para aprender a jogar polo a cavalo, esporte no qual o país é um dos melhores do mundo. Blake ficou comovido ao perceber que muitas crianças carentes brincavam descalças nas ruas da periferia de Buenos Aires pelo simples fato da família não ter dinheiro sequer para comprar-lhes um par de calçado. E ficou ainda mais chocado quando descobriu que milhões de crianças no mundo contraem inúmeras doenças, como infecções, doenças de pele, chegando a amputações de membros e sim algumas delas morrem, devido ao simples fato de estarem descalças. Diante dessa situação ele precisava fazer alguma coisa.


De volta aos Estados Unidos, em março de 2006 ele criou um projeto inovador com uma visão de empreendedorismo social para ajudar a combater a realidade que presenciou. E transformou esse desafio em um modelo de negócio rentável. Alejo Nitti, o instrutor de polo que ele conheceu na Argentina foi um dos únicos a acreditar no projeto e virou o maior apoiador e parceiro. A nova empresa, criada dentro de um pequeno apartamento em Venice Beach, na Califórnia, foi batizada de TOMS SHOES, que na verdade foi derivado de “Shoes for a Better Tomorrow” (Sapatos para um Amanhã Melhor, em português). O nome foi encurtado para caber na etiqueta que iria ser colocada na parte de trás dos calçados. O modelo de negócios (que ele chamou ONE FOR ONE, termo registrado pela empresa para descrever esse conceito) era relativamente simples: a cada calçado vendido, outro seria doado a alguma criança carente ao redor do mundo. Os calçados vendidos eram inspirados na tradicional alpargata argentina, usadas pelos jogadores de polo e inspiradas em modelos utilizados por agricultores e fazendeiros daquele país por centenas de anos. Eram feitos de lona ou tecido de algodão, com sola de borracha, e fabricados em diversos estilos e grande variedade de cores, estampas e tecidos.


Inicialmente foram vendidos 250 pares de sapatos, que ele trouxe da Argentina em quatro mochilas. Mas os planos tiveram de ser revistos. Badaladas lojas da cidade de Los Angeles, como Fred Segal e American Rag, adoraram o sapato e a proposta de doação e se interessaram em levar a marca para suas prateleiras. Isto aconteceu depois de uma matéria sobre a empresa feita pelo jornal Los Angeles Times. Foi então que a TOMS SHOES realmente decolou. A empresa recebeu pedidos de encomenda equivalente a nove vezes o estoque disponível, e 10.000 pares foram vendidos nos primeiros seis meses. A forma clara e direta de se relacionar com os consumidores rapidamente propiciou o surgimento de um verdadeiro grupo de fãs, que passaram a espalhar a ideia entre seus amigos e conhecidos. O primeiro lote de sapatos doados, dez mil pares, foi distribuído no mês de outubro de 2006 para crianças argentinas pessoalmente por Blake, funcionários e alguns amigos.


No ano seguinte, a empresa lançou “Um Dia Sem Sapatos” (One Day Without Shoes), evento no qual convoca pessoas, fãs e funcionários de várias empresas apoiadoras do projeto a não usarem sapatos durante todo o dia, a fim de aumentar a consciência para a missão que a empresa abraça. O apelo em torno da responsabilidade social da marca gerou uma propaganda espontânea fulminante. Custando em média US$ 50, as tradicionais alpargatas traziam um apelo social que ultrapassava propagandas e ganhou a participação da população e de grandes artistas como Scarlett Johansson e Keira Knightley. Em seus primeiros cinco anos, a TOMS SHOES distribuiu mais de 1 milhão de pares de calçados para crianças carentes mundo afora. Nos anos seguintes, os calçados que eram vendidos inicialmente online, começaram a serem distribuídos para grandes redes varejistas nos Estados Unidos. Além disso, a TOMS SHOES passou a comercializar suas famosas alpargatas em outros países, como por exemplo, Canadá e Reino Unido.


Em 2011, adotando o conceito One To One, a marca lançou no mercado uma linha de óculos, onde parte das vendas é doada para auxiliar no tratamento médico, cirurgias oculares e na compra de óculos de prescrição para pessoas carentes. Funciona assim: a cada óculos vendido, uma pessoa passa pelo oftalmologista, que vai dizer se ela vai precisar de lentes corretivas, tratamento médico ou encaminhamento para cirurgia. Atualmente, mais de 360.000 pessoas já foram beneficiadas com esse projeto em 13 países. Em 2012 a marca inaugurou sua primeira loja própria na cidade de Los Angeles. Outra novidade lançada pela marca foi uma pequena linha de roupa, composta por camisetas, moletons e até meias, além de vários outros modelos de calçados. Em agosto de 2014, a Bain Capital adquiriu 50% da TOMS SHOES, cujo dinheiro ajudará a empresa a crescer e se expandir globalmente. Em 2015 a marca lançou a TOMS BAG COLLECTION, uma coleção de bolsas na qual parte das vendas é revertida para ajudar a abordar a necessidade de avanços na saúde materna.


O enorme sucesso da TOMS SHOES pode ser descrito em uma cena. Certo dia, Blake foi embarcar em um aeroporto e ficou espantado ao ver uma garota utilizando um par de seus sapatos. Não se conteve e abordou a garota com uma pergunta: “Este sapato é bom?”. Automaticamente a menina começou a defender o produto como ele jamais imaginou, pois não sabia que estava falando com o fundador da TOMS SHOES. Ela contou a ele toda a história de como a empresa tinha surgido e principalmente o motivo pelo qual estava usando o sapato. Em momento algum no discurso foi defendido as características do sapato e tampouco como eram distribuídos e comprados. Foi assim que a TOMS SHOES ganhou inúmeros prêmios, colocou seus produtos em revistas descoladas e cresceu junto aos públicos mais engajados.


Sucesso com engajamento 
Ao ter uma crença objetiva e usar uma plataforma para engajar seus consumidores, a TOMS SHOES cria uma atmosfera de marca positiva não apenas para vendas, como também para a elevação do valor que partilha socialmente e da maneira pela qual é percebida por tais pessoas, aumentando o valor agregado e a credibilidade. A TOMS SHOES é também um extraordinário caso de sucesso de marketing. Embora investindo praticamente pouco em publicidade paga, a sua estratégia é genial: 
1. Doam um par de sapatos para cada par vendido. 
2. Periodicamente alugam um avião de carga para transportar os milhares de pares de sapatos doados e vão de encontro às crianças que necessitam de calçados novos, seja na África, América do Sul ou qualquer outra região necessitada. 
3. Fazem deste acontecimento um evento, o qual é filmado por uma equipe, sendo depois produzidos pequenos vídeos com os testemunhos de gratidão destas crianças. 
4. Produzem e distribuem conteúdos relevantes nas redes sociais, cujos emissores são os próprios colaboradores da TOMS, incluindo o fundador que se auto-intitula “Chief Shoe Giver”.


A evolução visual 
A identidade visual da marca, claramente inspirada na bandeira argentina, país no qual o fundador da empresa teve a ideia do negócio, passou por algumas alterações ao longo dos anos. O logotipo da marca, representada por uma bandeira com textura, ganhou uma nova versão, mais limpa e moderna.


O logotipo da marca também pode ser aplicado de forma chapada.


Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: 2006 
● Fundador: Blake Mycoskie e Alejo Nitti 
● Sede mundial: Playa Del Rey, Califórnia, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: TOMS Shoes, LLC 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Blake Mycoskie 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas:
● Presença global: 15 países 
● Presença no Brasil: Não 
● Funcionários: 300 
● Segmento: Moda casual 
● Principais produtos: Calçados, roupas, óculos e bolsas 
● Concorrentes diretos: Sanuk, Paez, Simple Shoes, Camper, Skechers e Perky Shoes 
● Ícones: A responsabilidade social 
● Slogan: One to One. 
● Website: www.toms.com 

A marca no mundo 
A TOMS SHOES, uma empresa social com fins lucrativos, vende seus produtos, especialmente calçados, em mais de 15 países ao redor do mundo, entre os quais Estados Unidos, Alemanha, França, Canadá, Holanda e Reino Unido. Os calçados são comercializados através do site da empresa e em mais de 1.500 grandes varejistas, como as lojas de departamento Neiman Marcus e Nordstrom, e a rede de supermercado Whole Foods Market, que vende modelos de sapatos feitos de materiais reciclados. A marca tem ainda cinco lojas próprias nas cidades de Los Angeles, Austin, Portland, Chicago e Nova York. Desde 2006 a TOMS SHOES já doou mais de 50 milhões de pares de sapatos para crianças em mais de 70 países, entre os quais Argentina, Camboja, Etiópia, Peru, Guatemala, Haiti, Ruanda e África do Sul. 

Você sabia? 
Blake Mycoskie acabou se tornando a personificação de seu negócio. Nos últimos anos, ele atua como principal garoto-propaganda da marca. Além disso, escreveu o livro Start Something That Matters (“Comece algo relevante”), onde conta a experiência que acumulou ao criar a TOMS SHOES e, sobretudo, extrai do empreendedorismo social ensinamentos para quem está disposto a criar um novo negócio em qualquer área. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Exame), jornais (Valor Econômico e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 28/2/2016

8.6.15

UBER


O Uber é considerado a evolução do táxi. Para milhões de passageiros e clientes que usam o serviço diariamente, o Uber representa o futuro do transporte e das entregas nas grandes cidades, transformando a maneira como pessoas e as mercadorias se movimentam. E não é exagero afirmar que o Uber, cuja missão é reimaginar constantemente como podemos nos mover melhor, coloca mais de 10 mil cidades em movimento no mundo todo. 

A história 
Apesar de ter sido criada em pleno Vale do Silício, a história de uma das empresas mais controversas e inovadoras do mundo começou no ano de 2008 em uma noite fria e com muita nevasca na cidade de Paris. Travis Cordell Kalanick, que acabara de vender por US$ 20 milhões o RedSwoosh, um serviço de compartilhamento de arquivos online, participava de um evento de tecnologia e empreendedorismo na cidade, a LeWeb. Após o evento, como não conseguiam encontrar um táxi para voltar ao hotel, ele e um amigo, Garrett Camp (que também havia ficado milionário ao vender o site de busca StumbleUpon para o gigante de varejo online eBay por US$ 75 milhões), imaginaram um serviço com o qual era possível chamar um carro com motorista particular com apenas um toque na tela do celular, para que potenciais clientes se deslocassem de forma mais confortável e segura.
  

De volta à cidade de San Francisco, eles amadureceram e aprimoraram a ideia. No mês de março de 2009 a dupla fundou a empresa, inicialmente batizada de UberCab. O aplicativo, que informava a localização do passageiro por meio do GPS do smartphone e estava disponível para iPhones e celulares com sistema operacional Android, foi lançado oficialmente em julho do ano seguinte. O plano inicial era oferecer carros executivos, como por exemplo, Mercedes-Benz S550 e Cadillac Escalade. O serviço seria semelhante a um táxi de luxo. A questão era como convencer os motoristas que já ofereciam esse serviço (em geral, em parceria com hotéis) a adotar o novo aplicativo. Era verão de 2010. Aí entram em cena os brasileiros. Apesar de não existirem estatísticas oficiais, havia um contingente considerável de motoristas executivos e taxistas brasileiros na cidade de San Francisco. Essa rede de contatos da comunidade brasileira foi essencial para a decolagem da nova empresa - do lado dos motoristas - que havia trocado seu nome apenas para Uber.
   

Do lado dos passageiros, um impulso importante veio quando a secretaria de transportes de San Francisco implicou com o nome da empresa e com o serviço. A confusão colocou a empresa nos holofotes da imprensa e no radar dos fundos de capital de risco, marcando assim o início do sucesso do novo empreendimento em território americano. Polêmicas, controvérsias, brigas: eis a tônica da história da empresa desde o início. Nesta época, a corrida chegava a custar cinco vezes o valor cobrado por um táxi. Nada que afastasse o público-alvo naquele momento: empresários e investidores endinheirados do Vale do Silício. O sucesso inicial podia também ser explicado pela praticidade do serviço. Abrir um aplicativo, chamar um carro, fazer a corrida confortavelmente e não precisar tirar a carteira do bolso para pagar (o pagamento era realizado por meios digitais, por isso não era necessário dinheiro e nem deixar gorjetas). Essa era uma das mágicas do Uber.
   

O Uber recebeu seu primeiro financiamento de risco no final deste ano a partir de um grupo de investidores, que incluía Chris Sacca, um dos primeiros a acreditar (com dinheiro, é claro) no Twitter (conheça essa outra história aqui). No início de 2011, arrecadou mais de US$ 11.5 milhões em investimentos. Com isso, a empresa expandiu seu serviço para a cidade de Nova York no mês de maio, e o sucesso não aconteceu sem alguns obstáculos. Como não poderia deixar de ser, a organização que coordena táxis e limusines na cidade não gostou da concorrência e conseguiu fechar 5 das 6 bases do Uber. Considerando que o Uber se organiza principalmente usando plataformas digitais, a medida não adiantou de nada, e o serviço continuou em pleno funcionamento. Pouco depois, o serviço foi introduzido em outras grandes cidades americanas como Seattle, Chicago, Boston e na capital Washington. Paris foi a primeira cidade fora os Estados Unidos a receber o serviço em dezembro de 2011, antes da “LeWeb”, uma conferência internacional de internet e período onde a procura por táxis era enorme.
   

Em 2012, a empresa apresentou o UberX, opção que permitia a qualquer proprietário de veículo virar motorista e cujo serviço cobrado era 35% menor do que os carros pretos originais (Uber Black). E foi justamente a partir deste momento que os problemas realmente começaram. Isto porque, por ser uma tecnologia disruptiva, como são chamadas as inovações com potencial para criar e destruir mercados, o Uber esbarrava constantemente em questões legais. Ao usar o GPS de um smartphone para localizar um veículo próximo ao usuário com apenas um toque na tela, o Uber assumia o papel das centrais de radio táxi. A cada nova cidade em que desembarcava, causava levantes de taxistas, prefeituras e órgãos oficiais contra o serviço. Para tentar se defender, cooperativas de diversas cidades recorreram a liminares que proibiam o uso do aplicativo. E a empresa recorria a uma equipe de lobistas e advogados que contestavam a legislações em vigor, incluindo David Plouffe, coordenador das duas campanhas que elegeram o presidente americano Barack Obama, para lidar com o embate legal que o Uber enfrentaria.
   

Além disso, diante de toda essa resistência, a empresa adotou uma postura incisiva. Acusava as cooperativas de táxi de atuarem como cartel e reagirem agressivamente nos lugares onde são proibidos (na Alemanha, após o aplicativo ser banido de algumas cidades a empresa lançou uma promoção que oferecia desconto de 30% nas corridas) e afirmava ser uma empresa de tecnologia e não de transporte. Mesmo assim, a empresa seguiu em frente. A entrada do Uber no mercado canadense ocorreu em março de 2012, quando o lançamento oficial foi realizado na cidade de Toronto. Após ser lançado em Londres, no mês de julho, depois de um período de teste de seis semanas, o Uber foi introduzido oficialmente em Sydney, na Austrália, em novembro deste mesmo ano. Ainda em 2012, iniciou testes para incluir a requisição de táxis convencionais através do aplicativo na cidade de Chicago.
   

Além disso, passou a oferecer táxi aéreo por helicóptero entre as cidades de Nova York e Hamptons por US$ 3.000, serviço que foi batizado de UberChopper. Alheio a centenas de protestos promovidos por motoristas de táxis, a expansão internacional se intensificou. Das 70 cidades em que a empresa estava presente, 40 foram incorporadas em 2013, como por exemplo, Seul, Bangalore e Johannesburgo. Na América do Sul, o serviço chegou a três cidades: Bogotá e Cali, na Colômbia, e Santiago, no Chile. Ainda em 2013, a empresa iniciou a experimentação de novos serviços, como por exemplo, uma versão do aplicativo que permitia que os usuários chamassem carrinhos de sorvete pelo celular.
   

Já no Brasil, o Uber desembarcou no dia 15 de maio de 2014, quando começou a oferecer seus serviços na cidade do Rio de Janeiro. Pouco depois desembarcou em São Paulo. Uma curiosidade: a corrida “número zero” na capital paulista foi solicitada pela modelo brasileira Alessandra Ambrósio, no bairro dos Jardins, zona sul da capital, com destino ao Consulado Britânico, em Pinheiros. E também enfrentou inúmeros protestos dos taxistas. A verdade é que o Uber não oferecia serviços de táxi, muito menos de transporte clandestino e não autorizado de passageiros. Oferecia um serviço ainda não regulado pelo ordenamento jurídico brasileiro. E o fato deste não estar regulado não significa que este era ilícito.
   

Ainda em 2014, além de ingressar no enorme mercado chinês (do qual pouco depois), a empresa iniciou testes para disponibilizar novos serviços, como por exemplo, a versão do serviço que permitia a passageiros dividir uma corrida para destinos próximos; o serviço de entrega rápida de pacotes, encomendas e documentos por toda Manhattan; e até a entrega de comida, inicialmente na cidade californiana de Santa Monica (serviço batizado de UberFRESH). Este último serviço se transformaria em abril de 2015 no UberEats, plataforma online de pedidos e entregas de comida, cujas refeições são entregues através de carros, motos, scooters, bicicletas ou até mesmo a pé. Atualmente o UberEats está presente em mais de 6.000 cidades em 45 países.
  

O sucesso da empresa já podia ser comprovado em 2015, quando em março, segundo o jornal New York Post, já existiam mais carros do Uber na cidade de Nova York do que táxis. Eram 14.088 motoristas do Uber contra 13.587 taxistas. Pouco depois, em 2016, o Uber anunciou o desenvolvimento de um novo recurso, chamado Trip Experiences, que possibilitava que desenvolvedores terceirizados enviassem notificações e conteúdos personalizados aos passageiros durante o trajeto, se eles autorizassem. Alguns exemplos do que o novo recurso podia oferecer: uma lista de reprodução de músicas com a duração do trajeto, uma atualização de cinco minutos com notícias, críticas sobre o restaurante que o passageiro está prestes a ir ou um lembrete para ligar o ar-condicionado no caminho para casa.
  

Até 2016, sempre respeitando hábitos e culturas das cidades, o Uber lançou diversos serviços, dentre os quais: 
UberSUV: carros com mais lugares e conforto, do tipo SUV. 
UberLUX: veículos de marcas de luxo para locomover-se com classe pelas ruas. 
UberTaxi: táxis convencionais, sem precisar esticar o braço e esperar na calçada. 
UberPOP: carros compactos que faziam as viagens com preço ainda mais competitivo que o UberX. 
UberPOOL: serviço introduzido em 2014 e que permitia divisão da viagem com outro usuário qualquer (No Brasil conhecido como UberJuntos). O sistema se encarrega de encontrar quem deseja ir para um destino próximo ao seu. O valor também é dividido (o preço é aproximadamente 50% do valor do UberX). 
UberRUSH: serviço de courier por bicicleta, disponível apenas em Nova York e introduzido em 2014. 
UberCARGO: lançado em 2015 em Hong Kong, era um serviço para atender todas as necessidades de entrega, o que abria caminho para se tornar uma empresa de logística. 
UberBoat: transportes por barco lançado em 2015 nas cidades de Miami e Cannes, durante a realização de certos eventos especiais como o Festival de Arte e de Cinema. O transporte podia ser contratado por US$ 35 dólares. 
UberSki: serviço introduzido em 2015 e que oferecia uma frota específica para quem necessitava transportar equipamentos de ski nas estações do estado americano de Utah (Salt Lake City e Park City).


Nos anos seguintes, o Uber começou a enfrentar dificuldades em alguns de seus mercados devido à forte concorrência de competidores locais, o que culminou com o fim de suas operações em países como a China (em 2016), a Rússia (em 2017) e o sudeste asiático (em 2018). Mesmo com esses problemas, considerados pela empresa como pontuais, no dia 10 de maio de 2019, o Uber abriu seu capital na Bolsa de Valores.
   

Nesse período, a empresa lançou novos serviços, como por exemplo, o Uber Freight (2017), que possibilita o contato entre empresas e transportadores (caminhoneiros) para a entrega de cargas; o Uber Rent (2018), que permite ao usuário alugar um veículo diretamente pelo aplicativo de diversas locadoras; e o Uber Health (2018), que oferece parcerias com empresas de assistência médica para oferecer viagens flexíveis com opção de agendamento para associados e pacientes. Já no Brasil, em 2019, a empresa lançou o aluguel de patinetes elétricos, iniciando pela cidade de Santos. Pouco depois, em 2020, a empresa ampliou seu portfólio de serviços com o Uber Green, possibilitando aos usuários a escolha de veículos elétricos e híbridos para o transporte.
   

Com a pandemia de COVID-19 e a restrição de circulação de pessoas em muitas cidades do mundo, as operações do Uber foram afetadas, obrigando a empresa a demitir 3.000 funcionários. Mas por outro lado a empresa também se favoreceu da pandemia, especialmente no segmento de entregas de comidas, pacotes e também no transporte de passageiros, que trocaram o transporte público pelo Uber, considerado mais seguro e sem aglomerações. Apesar da pandemia, a empresa continuou lançando novos serviços, como por exemplo, o Uber Pass (2020), um serviço de assinatura mensal, cujos benefícios incluem descontos em viagens e entregas, incluindo entrega gratuita em transações selecionadas e que hoje em dia tem mais de 5 milhões de membros em 16 países; e o Uber Reserve (2021), recurso que permite aos passageiros agendar viagens com antecedência (com intervalos de 2 horas a 30 dias de antecedência).
   

Em meados de 2021, em um movimento que mostra a força de seu braço de delivery, o Uber assumiu 100% da Cornershop, startup chilena que faz compras e entregas de supermercados e na qual a empresa americana já havia adquirido 53% em 2019. Este movimento culminou na saída do UberEats do mercado brasileiro em 2022, primeiro em virtude da pesada concorrência do iFood (conheça essa outra história aqui), e segundo para investir nas operações do Cornershop, que está presente em aproximadamente 45 cidades de 19 estados, mais o Distrito Federal. Atualmente o Cornershop by Uber, focado em entregas de supermercados e também atacadistas e lojas especializadas, está presente em países como Chile, Peru, Brasil, México, Colômbia, Costa Rica, Canadá e algumas cidades americanas.
   

Já no Brasil, em 2022, a Uber Empresas, braço corporativo da companhia americana, anunciou a chegada do recurso Uber Shuttle, serviço voltado para o transporte coletivo de funcionários nos trajetos de ida e volta do trabalho. Além disso, no dia 19 de setembro de 2022, o Uber anunciou que sua frota de veículos em países desenvolvidos e regiões como Europa, Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá, entre outros, será 100% totalmente elétrica até 2030 devido às mudanças climáticas. A empresa também anunciou o lançamento de uma divisão de publicidade, batizada de Journey Ads, que inicialmente contará com publicidades de mais de grandes 40 marcas. Os anúncios direcionados - publicidades personalizadas nas preferências do usuário - levarão em conta o histórico de viagens do passageiro e seu destino ao iniciar uma corrida. As propagandas serão apresentadas durante a viagem, até a chegada ao destino.
  

Além de oferecer aos usuários uma melhor mobilidade, o Uber está investindo cada vez mais na entrega de pedidos de forma ágil e econômica, expandindo o acesso à assistência médica, criando novas soluções para o transporte de cargas e permitindo que as empresas simplifiquem as viagens dos seus colaboradores. Já no Brasil seus serviços mais famosos são o UberBlack, que oferece carros luxuosos e na cor preta, com motoristas, vestidos socialmente e geralmente em tempo integral, e até garrafas de água gelada e outros mimos a disposição do passageiro; o UberX, carros compactos, com ar-condicionado e quatro portas; o Uber Comfort, uma seleção de carros mais confortáveis e espaçosos por um preço um pouco maior do que o do UberX; o UberXL, geralmente veículos do tamanho de um SUV que podem acomodar 6 passageiros; o Uber WAV, viagens em veículos adaptados para cadeiras de rodas; o Uber Flash, categoria que permite aos usuários a solicitação de viagens para enviar itens e artigos pessoais para seus amigos e familiares sem sair de casa; e a mais recente novidade, o Uber Auto, no qual é possível solicitar um tuk tuk.
     

Controvérsias e sucesso 
Apesar de inúmeras controvérsias, o Uber faz enorme sucesso em vários países ao redor do mundo. Por exemplo, na cidade de San Francisco, onde o aplicativo começou, o número de corridas nos táxis tradicionais despencou em 64% ao longo dos últimos anos. Um claro efeito Uber. Mesmo em países onde encontrou problemas legais, como por exemplo, na Espanha, na qual uma liminar bloqueou a operação da startup, a empresa utilizou a criatividade para continuar operando ao lançar o UberEATS, um delivery de comida. E tanto sucesso atraiu investidores do peso como Shawn Fanning (ex-Napster), Jeff Bezos (fundador da Amazon), Google Ventures (braço de investimentos da gigante de internet) e a chinesa Baidu (conheça essa outra história aqui). De 2011 a 2019, o Uber recebeu US$ 20.9 bilhões de investimentos. Porém, o Uber é constantemente criticado pelo tratamento de seus motoristas como trabalhadores temporários e contratados independentes, interrupção dos negócios de táxi e aumento do congestionamento do tráfego. Mas tudo isso parece não abalar o prestígio da empresa. Afinal, ao mudar a forma como as pessoas, alimentos e coisas se movem pelas cidades, o Uber se tornou uma plataforma que abre o mundo para novas possibilidades.
  

A escolha e avaliação dos motoristas parceiros também já foi motivo de discórdia. Como a empresa não possui nenhum carro ou sequer motorista contratado, trabalha com parceiros cadastrados no serviço. Mas não é qualquer um que será aceito. Os candidatos precisam ter uma carteira de habilitação especial, atestado de antecedentes criminais, ser proprietário de um veículo dos modelos pré-estabelecido, possuir seguro para uso comercial do carro e passar por horas de entrevistas até serem aceitos. Além disso, aprendem práticas de direção segura e boas maneiras, como por exemplo, a abrir e fechar as portas para os passageiros, perguntar se o som ou o ar-condicionado incomodam, não falar demais e manter o carro sempre limpo. E o processo não acaba aí. Os motoristas são avaliados pelos passageiros - e vice-versa. Só continuam com a parceria aqueles que alcançarem uma avaliação superior a 4,6 estrelas, em uma medição de 0 a 5. No Brasil, a média dos motoristas é 4,85 estrelas. Cada motorista (chamado pela empresa de colaborador) é remunerado com uma % do valor pago pela corrida.
  

Hoje em dia, o Uber é avaliado em mais de US$ 57 bilhões. E para continuar crescendo, a empresa não deve se afastar tão cedo das polêmicas. Afinal, Facebook (saiba mais aqui) e Google (conheça essa história completa aqui) já compraram muitas brigas por causa de suas políticas de privacidade. Empresas como Amazon (clique aqui para conhecer a história) e Apple (saiba mais aqui) já foram processadas por práticas anticompetitivas pelas autoridades de defesa do direito econômico. O Uber testa os limites da legislação que regulamenta os serviços de transporte. E por enquanto, vai conseguindo crescer, mesmo desafiando os órgãos reguladores e, principalmente, despertando a ira de taxistas mundo afora, que acusam a empresa de prestar uma espécie de “serviço pirata”. Afinal, andar de Uber é fácil, basta chamar o carro, indicar o destino e pagar pela corrida.
   

Uma campanha criativa 
Em 2022, como forma de ressaltar que seu serviço de delivery, o UberEats, ia muito além do que apenas a entrega de refeições, a marca resolveu veicular um comercial no intervalo do Super Bowl (a grande final do futebol americano profissional e que possui os 30 segundos mais caros da publicidade mundial). Batizado de “Uber Don’t Eats”, o filme era repleto de humor e mostrava pessoas tentando comer itens como cosméticos, flores, artigos para bebês e produtos de limpeza, cujo objetivo era destacar tudo o que é possível pedir no UberEats, mesmo que não possa comer. O filme apresentava um elenco estrelado, como a atriz Gwyneth Paltrow mordendo uma vela, o ator Nicholas Braun bebendo um detergente, Jennifer Coolidge roendo algumas toalhas de papel e o comediante Trevor Noah provando uma lâmpada. Assista ao filme abaixo.
  

A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por remodelações ao longo de sua curta história. Inicialmente batizado de UberCab, em 2010 o serviço adotou o nome Uber e apresentou um novo logotipo, caracterizado por uma grande letra U em vermelho. Pouco depois, em 2011, a identidade visual da marca passou por outra grande remodelação, quando o logotipo adotou uma nova tipografia de letra, mais afinada e moderna, e remodelou o tradicional símbolo do U. No início de 2016, o Uber apresentou uma nova identidade visual, com uma impactante mudança da fonte da letra usada para escrever o nome da marca. Segundo comunicado da empresa, o novo visual ajudava a retratar o novo momento do Uber, que desejava ir além do transporte de pessoas, entregando também comida e outras compras pela internet. O atual logotipo foi apresentado em 2018 e passou a contar apenas com o nome Uber, que adotou uma nova tipografia de letra (batizada de Uber Move) e passou a ter somente a letra U escrita em maiúscula.
  

A identidade visual de um dos principais serviços da empresa, o UberEats, também evoluiu ao longo dos anos (como mostra a imagem abaixo), que a partir de 2016 passou a ser caracterizada pelas cores preta e verde.
  

Os slogans 
Go anywhere. (2022) 
Get your ride right. (2022) 
Go Get It. (2021) 
Your Uber awaits. (2021) 
We ignite opportunity by setting the world in motion. (2018) 
Doors are always opening. (2018) 
Moving forward. (2018) 
Get Your Side Hustle On. (2016) 
The Better Way to Get There. (2016) 
Get there. (2016) 
Moving people. (2014) 
Where lifestyle meets logistics. (2013) 
Everyone’s Private Driver. (2013) 
Seu motorista particular. (Brasil)
   

Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: Março de 2009 
● Fundador: Travis Kalanick e Garett Camp 
● Sede mundial: San Francisco, Califórnia, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Uber Technologies Inc. 
● Capital aberto: Sim (2019) 
● Chairman: Ronald Sugar 
● CEO: Dara Khosrowshahi 
● Faturamento: US$ 17.4 bilhões (2021) 
● Lucro: - US$ 496 milhões (2021) 
● Valor de mercado: US$ 56.8 bilhões (novembro/2022) 
● Presença global: 72 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 29.300 
● Segmento: Tecnologia 
● Principais produtos: Aplicativo de transporte e entrega 
● Concorrentes diretos: Lyft, Cabify, Ola, Grab, Bolt, Curb, Didi, 99, DoorDash, Deliveroo, Glovo, Rappi e iFood 
● Slogan: Go anywhere. 
● Website: www.uber.com/br/pt-br/ 

A marca no mundo 
O Uber, uma das empresas de tecnologia mais populares da atualidade e que causa controvérsias por onde quer que passe, já está presente em 72 países e mais de 10.500 cidades e 600 grandes aeroportos, conta com estimados 5 milhões de motoristas e fatura anualmente US$ 17.4 bilhões (dados de 2021). Os serviços que mais contribuem para seu faturamento são: Delivery (US$ 8.3 bilhões) e Mobility (US$ 6.9 bilhões), este último refere-se ao transporte de passageiros. Com mais de 122 milhões de usuários ativos no mundo, o Uber completou mais de 6.3 bilhões de viagens em 2021 e responde por aproximadamente 1% das milhas dirigidas no mundo. Os maiores mercados do Uber são Chicago, Los Angeles, New York City, São Paulo e Londres. No Brasil está presente em mais de 130 cidades, mais de 30 milhões de usuários e aproximadamente 1 milhão de motoristas e entregadores parceiros. 

Você sabia? 
Desde seu lançamento, inúmeras companhias adotaram esse modelo de negócio, uma tendência batizada de “Uberification”. Um de seus principais concorrentes é o aplicativo Lyft, cujos carros são identificados com um enorme bigode cor-de-rosa pendurado no para-choque. 
O Uber foi um dos pioneiros no conceito de E-hailing, ato de se requisitar um táxi através de um dispositivo eletrônico, geralmente um celular ou smartphone, substituindo métodos tradicionais como ligações telefônicas ou simplesmente esperar ou ir à busca de um veículo na rua. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Fast Company, BusinessWeek, Isto é Dinheiro, Época Negócios e Exame), jornais (Valor Econômico, O Globo, Meio Mensagem e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas).

Última atualização em 29/11/2022 

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