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23.12.22

RESERVA


Experimente andar pelas ruas das grandes cidades ou ir ao cinema, bares e baladas e provavelmente irá se deparar com produtos, especialmente camisetas, pólos e bermudas com um pica-pau estampado. O pássaro é referência da Reserva, cuja personalidade forte com estilo despojado típico do carioca, o cuidado com o cliente, o design apurado e o investimento em inovação a transformaram em uma das marcas de moda casual mais desejada entre os brasileiros. 

A história 
Tudo começou no Rio de Janeiro em 2004 quando dois amigos de infância, o engenheiro de produção Rony Meisler e o publicitário Fernando Sigal, estavam em uma academia de ginástica e notaram cinco homens usando exatamente o mesmo modelo de bermuda, com a mesma cor e a mesma estampa. Indignados com a mesmice e mesmo não tendo nenhuma relação ou interesse específico em moda, o tino empreendedor levou ambos a testarem a demanda do mercado de moda masculina. Eles então acharam um fornecedor em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e criaram seu primeiro modelo de bermuda, que estampava o slogan “Be yourself but not always the same” (algo como “Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo”). Os dois começaram vendendo suas bermudas na praia para amigos. Veio Natal, Réveillon e o Carnaval. Eles então chegaram à praia e notaram que todo mundo estava usando a mesma bermuda, só que era a deles. O feitiço havia virado contra o feiticeiro.
  

Ainda sem muitas pretensões, fizeram uma coleção com mais itens, incluindo camisetas casuais, que seriam o grande chamariz, e resolveram realizar uma festa de lançamento da marca que ainda não tinha nome. Com o estoque liquidado na mesma noite, os jovens sócios decidiram seguir com o projeto paralelo aos seus empregos. Logo, o nome Reserva surgiria: uma homenagem à praia preferida do pessoal, localizada na região da Barra da Tijuca. No ano seguinte, ambos largaram seus empregos para se dedicarem exclusivamente ao novo negócio e instalaram-se em um pequeno e acanhado ateliê na Gávea, onde iniciaram a venda para o atacado. E os dois faziam de tudo: do estilo à nota fiscal. Começaram então a rodar o interior do estado oferecendo seus produtos para as lojas multimarcas, o que ajudou a estabelecer o nome da Reserva no mercado de moda masculina.
   

De início, a Reserva se posicionou em um segmento premium de mercado. As camisetas e bermudas eram feitas buscando oferecer um bom produto, com um preço próximo ao praticado pelas marcas nacionais que dominavam um novo conceito de moda masculina no Brasil. A ideia da Reserva era oferecer conforto, qualidade, aliado a um estilo leve e que pudesse também ser usado em qualquer ocasião. Somados estes esforços, a Reserva se estabelecia como uma marca de moda que começava a ser percebida pelos jovens como um sinônimo de qualidade e estilo.
  

Em 2006, a Reserva foi aceita no line up da semana de moda carioca. E a marca deu passos importantes que ditariam o ritmo acelerado com que se posicionou no mercado: desfilou as coleção Street Cowboys e Tropical Rockers no Fashion Rio, e adicionou o iconográfico pica-pau vermelho ao seu logotipo. Em pouco tempo, a Reserva ficaria conhecida como a marca do pica-pau. Assim como a Lacoste (conheça essa outra história aqui) é a marca do jacaré e a Polo Ralph Lauren (saiba mais aqui) do cavalinho. Além disso, em setembro de 2006 abriu sua primeira loja, no coração de Ipanema, na Rua Maria Quitéria. Nascia ali o formato de atendimento da marca, hoje conhecido amplamente como a Experiência Reserva. Isto porque, o estabelecimento de apenas 30 m² e cinco funcionários - além dos dois sócios - tinha como objetivo entregar uma experiência de varejo de moda muito diferente do que o mercado estava acostumado. Além disso, a loja, que apresentava um mostruário completo com camisetas e bermudas, foi decorada como se fosse à casa dos fundadores, com direito a cerveja na geladeira - da marca Devassa (conheça essa história aqui), fundada por amigos de Meisler.
    

Na loja, o conceito era oferecer um ambiente totalmente descomplicado, que deixasse o consumidor totalmente a vontade para olhar, tocar e experimentar todas as peças do mostruário. Esse ambiente era criado primeiro com um treinamento específico para os vendedores, que também eram escolhidos criteriosamente para trazer essa atmosfera à loja. O intuito era que os vendedores fossem descolados, e capazes de manter uma conversa despretensiosa com os clientes, para criar uma relação de confiança, antes da venda das peças de roupa. A loja literalmente bombou. No primeiro Natal, três meses após a inauguração, eles tiveram que fechar a porta algumas vezes porque o espaço estava lotado de clientes.
   

Além da venda em lojas multimarcas, a marca passou a contar com mais lojas físicas, ganhando as ruas do Rio de Janeiro, e posteriormente também alguns shopping centers. A mudança para o SPFW (São Paulo Fashion Week) aconteceu em 2008 atrelada aos planos de expansão em São Paulo, onde a marca inaugurou suas primeiras lojas nos shoppings Iguatemi e Market Place. No ano de 2010, a marca resolveu diversificar sua linha de produtos com o lançamento da Reserva Mini, que oferecia roupas para crianças. Vale ressaltar que todas as coleções da Reserva Mini são desenvolvidas com foco no universo das crianças e tem três frentes predominantes: esportes, games e música, além de ter como principal pilar o conforto das peças. Focada em inovações, a marca também possui uma coleção chamada Tal Pai Tal Filho e Tal Mãe Tal Filho, com camisetas, bermudas e tênis iguais ou complementares nas artes.
   

Em 2011, a família aumentou com a chegada de novos sócios - Jayme Nigri, José Alberto Silva, Luis Roberto Pinto e Luciano Huck - e com o aumento do portfólio de produtos. Com isso, o Grupo lançou as marcas Huck e Eva, esta última feminina e que chegou ao atacado na temporada inverno 2012. A Reserva também lançou seu e-commerce, proporcionando assim mais um canal de vendas para seus clientes. No final de 2013, a Use Huck, até então uma label de venda online (oferecia camisetas com frases do momento, quase um meme para vestir) ganhou seu primeiro quiosque no Norte Shopping, enquanto a Eva inaugurou duas lojas (em Ipanema e no Rio Design Barra) e a Reserva Mini passou a ser vendida também nas lojas Reserva, ampliando sua grade com o lançamento da linha “Pra Bebê”. Todo esse crescimento pode ser visto em 2014, quando a Reserva fechou o ano com faturamento de R$ 231 milhões, 600 funcionários, 36 lojas próprias e cinco franqueadas.
  

Em 2016, nasceu a Oficina Reserva, uma fashiontech que utiliza matérias-primas sofisticadas e tecnologia para o desenvolvimento de roupas masculinas básicas e camisas sob medida, voltada para executivos e empreendedores. Nos anos seguintes, além de inaugurar várias lojas nas principais capitais do país, a Reserva passou a ser mania entre os jovens descolados de todas as classes sociais, e ao mesmo tempo ganhou a adesão de celebridades e artistas, o que ampliou ainda mais sua exposição no mundo da moda.
  

Com o objetivo de aumentar a atuação da marca no segmento de calçados nasceu, em 2019, a Reserva Go, que incluía o primeiro tênis feminino da grife e o tênis NEO, que já era sucesso entre o público masculino e ideal para quem busca por conforto sem abrir mão do estilo em momentos casuais. Ainda em 2019, a marca criou a Reserva Ink, que surgiu a partir da fusão da antiga plataforma FAÇA.VC (usada pela primeira vez no Use Huck, grife criada em 2011 pelo apresentador Luciano Huck) e da Touts (maior marketplace de design de camisetas do Brasil, que havia sido adquirido pela empresa). A Reserva Ink é, atualmente, o braço da empresa que tem o objetivo de ser um auxílio para aqueles que têm interesse em criar um negócio na área da moda pela internet e funciona no sistema de full commerce, em que qualquer pessoa ou marca (com experiência ou não no ramo da moda) pode criar uma loja e vender estampas para camisetas sem se preocupar com as operações burocráticas comuns ao início de um empreendimento.
  

Em plena pandemia, com mais de 100 lojas fechadas, em julho de 2020, a Reserva crescia dois dígitos. E muito disso se devia ao seu comércio digital (antes da pandemia, quase 20% do faturamento da marca era digital e hoje são 56%). Ao assumir o slogan “O foguete não dá ré” e pensar na abertura de capital para continuar a expansão, surgiu a possibilidade de se juntar a Arezzo (conheça essa outra história aqui). E isto aconteceu em outubro de 2020, quando a varejista de calçados e acessórios Arezzo&Co - que reúne as marcas Arezzo, Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, Fiever, Alme e Vans (esta última somente no Brasil) - anunciou a aquisição do Grupo Reserva, que movimentou R$ 715 milhões e que ganhou o nome de AR&Co. A parceria com a Arezzo preservaria os valores do que era a marca Reserva, mantendo independência para consolidar o negócio da moda e do lyfestyle por meio da plataforma logística e tecnológica. A partir de então, a Reserva iniciou a padronização de todas as suas lojas.
  

Em 2021, atenta à tendência de compras por assinatura e aos novos modelos de consumo consciente, a marca lançou sua camiseta Simples, que podia ser adquirida no formato de assinatura e estava disponível em 12 cores, para o público masculino, feminino e infantil. Ainda este ano, depois de quatro anos de desenvolvimento, inovou ao lançar sua primeira coleção voltada para o público PcD (pessoas com deficiência), batizada de Adapt& e com peças inteiramente adaptada para essas pessoas, incluindo ajustes ergonômicos e funcionais. Já a Reserva Go, linha de calçados e acessórios, teve um crescimento exponencial com o lançamento de uma linha feminina, ancorada por uma campanha que enaltecia o empreendedorismo feminino.
  

Em 2022, a Reserva anunciou o lançamento de uma marca de roupas básicas, um movimento que coloca a varejista controlada pela Arezzo&Co em competição próxima com a Hering (conheça essa outra história aqui). A nova marca - batizada de Simples - oferece uma linha de produtos focada em malha e moletom, incluindo camisetas, casacos, calças, bermudas e vestidos. Outra novidade, em parceria com a Vicunha, maior têxtil jeans da América Latina, foi o lançamento da coleção Hemp Denim, uma linha de produtos com jeans de cânhamo.
   

E tinha mais. A Reserva lançou uma linha criada para mulheres e feita por uma mulher, reforçando os valores de marca e com padrão à altura do que sempre foi feito para homens. A nova linha feminina, batizada de Reversa, foca em ícones atemporais do guarda-roupa feminino, especialmente no jeans, que aparece em múltiplas peças e modelagens. Outro ponto de destaque são as peças confortáveis e com cortes básicos como camisetas e calças com modelagens mais soltas. O moletom e a malha também ganham espaço, porque a sensação de liberdade é a palavra de ordem da Reversa.
   

E não parou por aí. Ainda em 2022, a Reserva apresentou uma linha de acessórios variados chamada Life Basics, cuja ideia é estender a identidade das peças de vestuário para outros momentos e situações. A Life Basics já lançou no mercado uma linha de óculos escuros (5 modelos e 24 variações de lentes e armações) e a Reserva Fruits (snacks de frutas liofilizadas). Nos próximos meses devem chegar ao mercado artigos como produtos para pets (guia, roupas, capa de chuva, potes de comida, tapete, brinquedos de borracha), cervejas, vinhos, gadgets eletrônicos (de capa de celular a caixas de som), mesa e banho, mobiliário, papelaria e cosméticos, todos com o logotipo do pica-pau. Os lançamentos são feitos com empresas parceiras, algumas em joint-venture e outras com licenciamento de marca.
  

Moda criativa 
Nos últimos anos a Reserva vem investindo na criação e lançamento de coleções colaborativas, limitadas e especiais. A marca tem até uma divisão para cuidar disso, a RSV+, célula criativa de colaboração que desenvolve parcerias com outras marcas. Todo esse investimento criativo já rendeu collabs interessantes com a Estação Primeira de Mangueira; com o Flamengo; com os personagens Wally e Pica-Pau (esse aquele do famoso desenho animado e que se chama Woody Woodpecker); com a Netflix (conheça essa história aqui), cuja coleção trazia roupas e acessórios para que fosse possível relaxar em qualquer lugar; com a marca de sucos Do Bem (conheça essa outra história aqui), uma união colorida e leve que apresentou um mood jovem e refrescante; com o Rock In Rio (saiba mais aqui), tênis e chinelos com o logotipo do famoso festival; com a marca Halls (conheça essa história aqui), o que resultou em um tênis com vários detalhes da bala, como o cheiro do forro interno; e com a NBA, coleção-cápsula com peças inspiradas no universo colegial americano e nas equipes do Chicago Bulls, Los Angeles Lakers e New York Knicks.
  

Já para o Natal de 2022, a Reserva inovou ao lançar uma coleção exclusiva em colaboração com a tradicional marca de brinquedos Estrela (conheça essa história aqui), que resgata a nostalgia da infância. Com peças masculinas, femininas e infantis, a coleção tem texturas vintages, logotipos e cores emblemáticas de ambas as marcas, cujo objetivo é vestir, presentear e participar ativamente desse momento entre família e amigos, criando momentos, lembranças e revivendo a saudade da infância. Indo além do vestuário, o lançamento conta com acessórios, calçados e uma linha exclusiva e limitada de brinquedos, amplificando as possibilidades de presente.
   

A Reserva reforça a ideia de que no Natal somos todos crianças, e para unir e entreter as festividades de final de ano, entre os brinquedos da coleção (batizada Reserva Play) a marca reviveu clássicos como Pogobol, Cara a Cara, Tapa Certo, Divertirama e um Pica-Pau de pelúcia, mascote e símbolo da Reserva. Além disso, a Reserva doou no período de Natal, junto com a Estrela, 2.500 brinquedos para as ONGs Rio Inclui, Gerando Falcões e a ONG Novo Mundo.
    

A campanha de lançamento, que apresentava o slogan “Para crianças de até 120 anos”, contava com um filme (assista abaixo) que reinterpretava e modernizava o tradicional jingle “Toda criança tem uma Estrela dentro do coração”, criado em 1987 por Luiz Orchestra para uma campanha do Dia das Crianças da tradicional marca de brinquedos.
  

Uma marca com propósito 
Hoje em dia a Reserva conquistou os brasileiros e se tornou uma referência nacional não só pelo estilo, mas pelos pilares que defende. De olho na importância de se posicionar dentro de um dos segmentos mais poluentes do planeta - a indústria da moda só perde para o petróleo -, a Reserva encampa bandeiras não só de cuidados com o meio-ambiente, mas em defesa da liberdade de expressão, contra o preconceito e a fome. Sustentabilidade, para Reserva, é uma constante análise de como seu negócio pode gerar impactos positivos para a sociedade e planeta e, também, mitigar impactos negativos. Seja nas campanhas de comunicação, no cuidado com a fabricação e entrega das peças ou nos projetos sociais, a marca defende, na prática, valores que só agora começam a ganhar o mundo corporativo.
   

Entre as medidas sustentáveis, estão a aposta em uma linha de produtos feitos de algodão reciclado, usando sobras de roupa que são desfibradas e tecidas novamente, entregas de pedidos feitos pelo site na cidade do Rio realizadas de bicicleta - o que evita a emissão de 350 kg de CO2 por mês - e a doação de 250 árvores para plantio em 2015. Ou o programa Reserva Circular, cujo objetivo é reciclar e reinserir as peças de roupas antigas recolhidas (nas lojas da marca) no ciclo produtivo em diversas finalidades, oferecendo para isso descontos para a compra de novos produtos. A marca foi a primeira da moda brasileira a assinar a Fashion Industry Charter, compromisso com a ONU para a neutralização das emissões de gases de efeito estufa. Em 2020, se tornou a maior marca de moda da América Latina a ser certificada pelo Sistema B, movimento global que reconhece empresas preocupadas com o bem-estar da sociedade e do planeta.
  

No campo social, a Reserva possui política de contratação de combate à discriminação de gênero, raça, religião, orientação sexual, deficiência intelectual ou física, realiza auditorias com fornecedores para coibir o trabalho infantil e escravo e exigir o respeito às leis trabalhistas e ambientais e oferece 30 dias de licença paternidade para funcionários que se tornam pais. O projeto que ocupa mais espaço dentro da empresa é aquele considerado mais urgente. O 1P=5P tem como objetivo a diminuição do impacto da fome no Brasil. A cada peça de roupa vendida nas marcas Reserva, Reserva Mini e Reserva Go, a empresa viabiliza cinco pratos de comida a quem tem fome. Desde 2016, quando o projeto foi criado, já foram mais de 55 milhões de pratos distribuídos através da ONG Banco de Alimentos e do Projeto Mesa Brasil.
  

O marketing 
Além de ter um marketing sempre atuante e oportuno, a Reserva não tem receio de ousar em sua comunicação. Por isso, ao longo do tempo, a Reserva se especializou em fazer de um limão, uma limonada, como diz o ditado popular. E isto pode ser comprovado em uma das campanhas da marca. Em uma madrugada de dezembro de 2012, uma das lojas da Reserva no Rio de Janeiro foi assaltada por bandidos, que quebraram a vitrine com uma pedra, entraram e levaram dezenas de peças de roupa. A ação trouxe enorme prejuízo para a marca e foi totalmente filmada pelo sistema de segurança. Após a ideia de um estagiário, a Reserva decidiu inovar, e usar as filmagens do assalto em um comercial informal para anunciar a temporada de descontos após o Natal, em janeiro de 2013. Dessa forma, usando a filmagem e com uma trilha sonora agressiva, a Reserva lançou um comercial em que mostrava a ação dos bandidos e contava com frases do início ao fim. Ao final a marca ainda anunciava “E Corra! Porque tem gente fazendo Loucuras pela Reserva”. A campanha foi um enorme sucesso. Não apenas pela ousadia, mas também por transformar uma situação de dificuldade, em uma oportunidade. Além do comercial não ter custado praticamente nada, a ação viralizou em todo o Brasil e foi reportada por vários dos grandes portais da internet, gerando uma repercussão nacional que fez com que as vendas explodissem.


Partindo do princípio que todos nós somos um pouco preconceituosos, a Reserva resolveu fazer da sua campanha de inverno 2015 um manifesto. O fotógrafo Felipe Morozini foi convidado para assinar as imagens sob o tema “Faça como os animais, não julgue”, questionando nossa mania de usar os animais como adjetivos pejorativos como veado, baleia, vaca, macaco, galinha. Um costume corriqueiro e que denota o preconceito e a intolerância tão presentes na nossa sociedade. O objetivo da campanha era provocar uma reflexão para o caminho da conscientização.
  

Uma campanha polêmica foi lançada em 2018. A crise começou quando a Reserva fez um primeiro post no Instagram com o tema de Dia dos Namorados. Com uma legenda que dizia que postar corações e mensagens românticas não era a cara da marca, a Reserva convidava as pessoas a clicarem em uma mensagem que continha o áudio do “gemidão do zap”, popular brincadeira que ganhou fama nas redes sociais. Nos comentários das postagens, usuários acusaram a marca de exaltar a pornografia e de machismo. No dia seguinte, a marca ainda tentou dar continuidade a campanha com uma mensagem que usava a expressão de cunho sexual “molhar o biscoito”. Após novas críticas, a Reserva fez uma nova postagem informando que estava repensando as críticas recebidas e o tom da campanha.
   

“Desculpem-nos pelo indesculpável”. Foi com essa frase que a Reserva tentou encerrar a polêmica na qual se inseriu por conta desses posts que iniciavam sua campanha de Dia dos Namorados. Após ter recebido muitas críticas sobre o tom das mensagens escolhida para a data, a grife decidiu mudar a estratégia e comunicou às pessoas que não daria continuidade à campanha.
     

A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por algumas remodelações ao longo dos anos. Apesar de manter o popular pica-pau vermelho, as remodelações apresentaram novas tipografias de letra. A última ocorreu por volta de 2018, quando a tipografia de letra adotada deu mais robustez e força ao nome Reserva.
  

Já para os ambientes digitais, a Reserva utiliza logotipos secundários, como mostrado na imagem abaixo.
  

Dados corporativos 
● Origem: Brasil 
● Lançamento: 2006 
● Criador: Rony Meisler e Fernando Sigal 
● Sede mundial: Rio de Janeiro, Brasil 
● Proprietário da marca: AR&Co 
● Capital aberto: Não (subsidiária da Arezzo&Co.) 
● CEO: Rony Meisler 
● Faturamento: R$ 731 milhões (2021) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 138 
● Presença global: Não (presença somente no Brasil) 
● Funcionários: 1.600 
● Segmento: Moda Casual 
● Principais produtos: Roupas, calçados e acessórios 
● Concorrentes diretos: Osklen, Richards, John John, Sergio K, Colcci, Ellus e Lacoste 
● Ícones: O pica-pau vermelho 
● Slogan: Que seja Reserva, sempre. 
● Website: www.usereserva.com 

A marca no Brasil 
A Reserva oferece uma completa moda casual (masculina, feminina e infantil) através de 138 lojas próprias e franqueadas espalhadas pelas principais capitais brasileiras, além de vender seus produtos pelo e-commerce e em mais de 1.500 lojas multimarcas. Os produtos da marca são fabricados em 13 fábricas espalhadas pelos estados de SC, PR, RN, RJ e RS. Com faturamento anual de R$ 731 milhões, a marca faz parte do braço de vestuário e lifestyle da Arezzo&Co, nomeado de AR&Co, que também contém as marcas Reversa (moda feminina), Reserva Go (calçados), Reserva Mini (infantil), Oficina Reserva (linha casual chique), Simples (moda básica), Reserva Ink (customização de peças) e Unbrand (produtos de luxo). 

Você sabia? 
A marca, uma das mais inovadoras de segmento da moda, oferece o Reservado, uma caixa de produtos, escolhidos por inteligência artificial, com entrega em domicílio. O cliente experimenta com calma e escolhe o que quer. O vendedor cobra as compras no cartão de crédito e recolhe o que não foi escolhido. 
A história do empreendedor Rony Meisler também virou livro (“Rebeldes Têm Asas”), escrito em parceria com o jornalista Sérgio Pugliese. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Forbes, Veja, Isto é Dinheiro e Exame), jornais (Meio Mensagem O Globo e Estadão), plataformas de conteúdo (Mercado&Consumo), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 23/12/2022 

O MDM também está no Instagram. www.instagram.com/mdm_branding/

9.3.22

SUPREME


Imagine uma marca de streetwear que se tornou desejada por flertar com o luxo, algumas vezes exagerado. Assim é a nova-iorquina SUPREME. E o sucesso começou com parcerias firmadas justamente com grandes estilistas, atletas, músicos, designers e renomadas marcas do mundo da moda. A partir de então a SUPREME se estabeleceu como uma marca conhecida pela qualidade, estilo e autenticidade de suas coleções de acessórios e roupas, virando símbolo de uma subcultura, causando alvoroço por suas coleções limitadas e se tornando ícone de ostentação entre famosos e endinheirados ao redor do mundo. 

A história 
O nome por trás do império chamado SUPREME é James Jebbia (imagem abaixo), uma americano de origem britânica por parte de mãe. Criado na cidade inglesa de Crawley, Jebbia voltou aos Estados Unidos em 1983, quando tinha 19 anos. O seu primeiro trabalho em solo americano foi na loja de roupas Parachute, localizada no badalado bairro do SoHo. E o primeiro empreendimento de moda foi com a criação da butique Union NYC, em 1989, que vendia labels mais experimentais e esportivas inglesas. Após passar três anos colaborando com o veterano do streetwear Shawn Stüssy, no mês de abril de 1994 ele resolveu investir US$ 12 mil para inaugurar uma pequena loja para skatistas na Lafayette Street, um então quarteirão decadente com imóveis vazios, escondido atrás da parte comercial da Broadway, em Lower Manhattan. O nome da nova loja, SUPREME, foi escolhido em homenagem à música “A Love Supreme” (“Um amor supremo”, em tradução livre) de John Coltrane. Jebbia enxergou um nicho bem específico no mercado de skatewear, que parecia até então ter como público alvo apenas uma turma de garotos de 13 anos. Resolveu então criar uma marca com peças de visual mais cool e amadurecido, sem deixar de lado a essência daquele gênero.
    

O espaço em si era diferente de qualquer outra loja de skate da época. Bem iluminado, com paredes brancas e teto alto, remetia a um ambiente de galeria, com as prateleiras de produtos (como sneakers, camisetas, moletons e acessórios de skateboard) impecavelmente expostos lembrando uma butique de moda de luxo. Além disso, o design do ambiente, com piso de madeira e amplos espaços no centro, foi pensado para que os skatistas pudessem entrar direto com seus skates na loja e circular sem preocupação com suas mochilas. Já a vitrine exibia os vídeos mais recentes de skate ao lado de imagens clássicas de antigas lutas de boxe e filmes de gângsters de Nova York. Até a equipe para administrar o local foi escolhida a dedo: o skatista Gio Estevez foi o primeiro funcionário contratado pela loja. Já a primeira parceria da SUPREME foi com o artista Rammellzee que grafitou a parte interna da loja. Além disso, a marca também investiu para montar uma equipe patrocinada de skatistas, entre os quais Gio Estevez, Ryan Hickey, Justin Pierce, Peter Bici, Mike Hernandez, e os irmãos Jones e Chris Keefe, e Loki e Paul Leung.
  

A SUPREME nasceu com o intuito de atuar no cenário da moda “skate/streetwear” e ganhou destaque pelas suas vendas em formato de “Drops” de peças exclusivas, autênticas e extremamente limitadas. Como por exemplo, suas icônicas camisetas estampadas, cuja primeira trazia o personagem Travis Bickle, interpretado por de Robert De Niro no filme Taxi Driver. Frequentado por skatistas e mentes criativas anti-establishment, o espaço rapidamente se tornou também clube underground e galeria de arte, tornando-a símbolo de uma subcultura. A SUPREME lançou seu primeiro vídeo promocional em 1995, intitulado “A Love Supreme”. Molentons com capuz e camisetas que estampavam o logotipo vermelho retangular da marca rapidamente se tornaram uma espécie de uniforme entre os skatistas de Nova York.
  

Em 1998, através de um acordo de licenciamento, a marca inaugurou suas três primeiras lojas no Japão. Aos poucos, a SUPREME começou a ganhar destaque no mainstream da moda, se tornando desejada por uma juventude cheia de estilo. E muito disso se deve as colaborações com artistas, fotógrafos, estilistas, músicos, atletas, designers e grandes marcas. Se hoje as colaborações são muito mais constantes entre marcas de moda, a SUPREME foi uma das pioneiras neste tipo de parceria (em inglês chamado “Collab”). Então surgiram os sneakers em colaboração com a Nike (2002), jaquetas com The North Face (conheça essa outra história aqui) e os hoodies com a Comme des Garçons (saiba mais aqui). Além das parcerias, a SUPREME também sempre usou a imagem de celebridades para transformarem suas camisetas. Não há nada de básico: a lista de quem topou participar vai de grandes nomes da música a desenhos infantis: Lou Reed, Kate Moss, Neil Young, Morrissey, Raekwon, Mike Tyson, Lady Gaga e Kermit, o sapo dos Muppets. Outra estratégia adotada pela SUPREME: manter a oferta baixa era uma maneira efetiva de criar demanda e desejo. E assim a marca foi sendo construída.
   

Nos anos seguintes a marca conquistou fãs em todo Estados Unidos e, em 2004, decidiu que era hora de se expandir fisicamente. Com isso, dez anos após a inauguração da loja original em Nova York, uma segunda unidade, com o dobro do tamanho e que possuía uma pista de skate coberta, foi inaugurada em Los Angeles, na área desabitada da Avenida North Fairfax. A partir deste momento, os fãs da marca na costa oeste americana, região com forte e pulsante cultura streetwear, podiam comprar produtos SUPREME diretamente da loja, ao invés de fóruns que os revendiam a um preço mais alto. Durante alguns anos, a SUPREME era uma marca de nicho, do underground, das ruas - só quem realmente estava por dentro da cena conhecia e entendia o valor, a exclusividade. Porém, com o estouro do hip hop e artistas como Kanye West usando peças da marca, a SUPREME atingiu um novo patamar e ganhou ainda mais força por, novamente, ser atrelada às figuras mais cool do momento.
  

Em março de 2016, a SUPREME foi se aventurar na capital da moda, Paris. Era a segunda loja da marca no continente europeu (a primeira havia sido inaugurada no mês de setembro de 2011 na cidade de Londres), aninhada no tranquilo bairro da Rue Barbette. No final desse mesmo ano, a SUPREME estarreceu o mundo da moda ao anunciar uma colaboração com a badalada Louis Vuitton (conheça essa outra história aqui). Lançada em meados de 2017, a coleção “SUPREME x Louis Vuitton” enlouqueceu os fãs. Para vender as peças da colaboração, que incluíam jaquetas, camisetas, óculos de sol, bolsas, pochetes, etiquetas de mala e até chaveiros, a marca francesa apostou em pop-up stores (lojas temporárias) em cidades estratégicas - algumas delas geraram tanto tumulto que tiveram de ser controlados pela polícia. E pensar que no ano de 2000, a LV (conheça essa outra história aqui) processou a SUPREME por usar seu tradicional monograma sem autorização em pranchas de skate, camisetas e bonés. Quase duas décadas depois, foi a LV que pagou para usar o logo e as cores da SUPREME.
   

Em 2018, a SUPREME anunciou duas colaborações de grande porte: uma de malas de luxo com a alemã Rimowa (conheça essa história completa aqui) e outra de camisas polo com a francesa Lacoste (saiba mais aqui). Ambas, seguindo o histórico da marca, se esgotaram imediatamente, especialmente a mala no tom vermelho característico da SUPREME usada por Neymar ao embarcar para a Copa da Rússia (e que custava R$ 18 mil). Além disso, James Jebbia foi premiado como “Melhor Design de Moda Masculina” pelo Council of Fashion Designers of America. Era o designer e sua marca conquistando o mundo da moda.
   

Pouco depois, outubro de 2019, a SUPREME inaugurou sua 12ª loja, localizada na Market Street em San Francisco, outro importante mercado cultural e de streetwear. Toda histeria consumista em torno da SUPREME chamou a atenção da VF Corporation, detentora de marcas como The North Face, Timberland (conheça essa outra história aqui), Vans (clique aqui para saber mais), que em setembro de 2020 comprou a marca por U$ 2.1 bilhões. No dia 6 de maio de 2021, em mais uma atitude ousada, a marca nova-iorquina inaugurou uma moderna loja na cidade de Milão.
  

O encontro entre arte, música e moda 
O chamativo logotipo da SUPREME - que aparece sem cerimônia em seus produtos - mostra como a marca fez do uso de referências culturais parte de seu DNA. A relação com o mundo da arte pode ser percebida também nas pranchas de skate produzidas pela marca. Os trabalhos de Jeff Koons e Damien Hirst já foram usados nos modelos da SUPREME. O título de cult ficou cada vez mais forte pelos posicionamentos políticos e ideológicos da marca, pelo resgate da essência nova-iorquina nas coleções e pelo constante contato com a música (Black Sabbath, KRS One e Lady Gaga, para citar alguns nomes) e com a arte, através de ícones como Peter Saville, Roy Lichtenstein, David Lynch, Robert Crumb e Takashi Murakami, que já assinaram colaborações da marca. As camisetas são outro caso à parte: a equipe por trás da marca tradicionalmente escolhe algumas de suas celebridades favoritas ou até ícones pops para ilustrarem suas T-shirts. A lista de quem topou participar impressiona, tanto pela relevância quanto pelo ecletismo do grupo: Michael Jackson, Lou Reed, Kate Moss, Neil Young, Morrissey, Raekwon, Mike Tyson, Gucci Mane, Michael Jordan, Three Six Mafia, Velvet Underground, Lady Gaga e até Kermit, o sapo dos Muppets.
   

Porque tanto sucesso 
O segredo do sucesso da SUPREME está na exclusividade. Apesar de seus produtos não terem preços estratosféricos, a SUPREME é desejada e muito disputada. A marca (cujos produtos são vendidos apenas em suas lojas próprias e comércio online) fabrica tudo em quantidades limitadas - é o luxo pela escassez e não pela cifra. As entregas são feitas em pequenas doses ao longo de cada estação, sem grande alarde, o que eles chamam de “drops”, palavra que ficou conhecida na indústria da moda muito por influência da SUPREME. Você nunca ouvirá a respeito de uma festa de lançamento de coleção, por exemplo. Até porque elas não existem na SUPREME. E essa é uma das características mais inteligentes da marca, porque o seu valor não está no material usado, no artesanato ou no trabalho envolvido. O preço de seus produtos é até acessível no lançamento, mas as peças são tão exclusivas que acabam sendo tratadas como objetos colecionáveis. E alcançam altos valores nos mercados de revenda (chegam a alcançar 10 vezes o preço original).
   

Outro fator importantíssimo para esse sucesso e para a construção e idolatria da marca foram colaborações com grandes nomes do cenário urbano, cultural e do mundo da moda, cuja lista é longa e parece não ter fim, como por exemplo, Nike, Vans, Clarks, The North Face, Hanes, Playboy (conheça essa história aqui), Levi’s, Timberland, Comme des Garçons, Stone Island, Undercover, Kangol, Emilio Pucci, AntiHero Skateboards, New Era (saiba mais aqui), True Religion, Spitfire Wheels, Champion e até a rede de alimentação rápida White Castle. Além disso, a SUPREME ainda é conhecida por lançar produtos bem aleatórios (pra não dizer estranhos), como martelos, tijolos, calculadoras, potes de ração para pets, pastas de dentes, isqueiros, canivetes, bolas de basquete (em parceria com a Spalding) e até caiaques, bonecos (Chucky Supreme, isso mesmo, o principal antagonista do filme “Brinquedo Assassino”, embalado em uma caixa de brinquedos clássica e vestido com um macacão SUPREME) e biscoitos (em colaboração com a Oreo). Tudo estampado com o inconfundível logotipo e a cor vermelha da marca. E assim, a SUPREME foi se tornando muito mais do que uma simples marca de roupas. Cresceu, criou raízes, uma comunidade e virou um símbolo de contracultura nos anos de 1990. Isso explica em parte porque hoje a marca não tem apenas clientes e fãs, mas também pessoas que a cultuam, a veneram.
   

Vestir uma peça SUPREME significa fazer parte de uma seita secreta das ruas (com uma boa dose de fator cool). Não basta entrar na loja e adquirir sua camiseta com o chamativo logotipo vermelho. Desde sua fundação, criou-se uma cultura muito fechada em torno da loja e de quem a frequentava. É algo que segue até hoje - ainda que de modo suavizado. Por exemplo, nos anos de 1990, pedia-se até para não tocarem nos produtos.
   

O fundador da SUPREME, James Jebbia, já declarou por diversas vezes que não investe em propaganda. E de certo modo ele está correto. Isto porque o poder da marca SUPREME vem do boca a boca e, principalmente, pelo apelo nostálgico do passado skatista. E a escolha de Jebbia é assertiva: pranchas de skate assinadas por artistas plásticos renomados como Richard Prince e Jeff Koons, parcerias com grandes estilistas e marcas de luxo, e uma produção em pequena escala limitadíssima deram o impulso que a grife precisava para construir uma aura cool e transformar o streetwear em artigo de luxo. Tudo tem a ver com autenticidade e manter vivo um ideal. É por isso que James Jebbia raramente dá entrevistas e a SUPREME não faz grandes campanhas ou eventos. Os protagonistas são os produtos, a marca e a filosofia de vida por trás disso.
   

Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: Abril de 1994 
● Fundador: James Jebbia 
● Sede mundial: New York City, Nova York, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: VF Corporation 
● Capital aberto: Não 
● CEO: James Jebbia 
● Faturamento: US$ 600 milhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 14 
● Presença global: 30 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Segmento: Moda 
● Principais produtos: Roupas, calçados e acessórios 
● Concorrentes diretos: Vans, Stüssy, Obey, A Bathing Ape, Public School, Off-White™, Palace, Kith e Champion 
● Ícones: A cor vermelha 
● Website: www.supremenewyork.com 

A marca no mundo 
Atualmente a SUPREME, cujo faturamento anual é estimado em US$ 600 milhões, possui 14 lojas próprias espalhadas por cidades como Nova York, Los Angeles, San Francisco, Londres, Paris, Milão, Berlim, Tóquio, Osaka, Nagoya e Fukuoka. Suas coleções exclusivas só podem ser compradas em suas lojas próprias e no comércio online (que representa 60% das suas vendas). Apesar da marca não ser vendida em lojas multimarcas, a exceção é o Dover Street Market, na cidade de Nova York. 

Você sabia? 
O tradicional logotipo da SUPREME - uma caixa vermelha com a marca escrita em branco na fonte Futura Heavy Oblique - foi “inspirado” na propaganda da artista plástica Barbara Kruger. A artista, inclusive, já criticou a marca diversas vezes pelo que ela mesma chamou de uma apropriação que vai contra o princípio de sua arte. 
Como os preços de alguns de seus produtos costumam passar de quatro dígitos (dólares), a SUPREME se tornou uma das marcas mais falsificadas do mundo. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Elle, Vogue, BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Exame), sites de moda (Farfetch), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 9/3/2022 

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12.1.17

FRED PERRY


Mais de seis décadas foram construídas sobre uma história única em sportswear e streetwear, mesclando a herança britânica com o design contemporâneo. O espírito da marca inglesa FRED PERRY, que inspirou gerações de pessoas ao longo do tempo, permanece em cada uma de suas coleções. Ícone da moda street fashion, isso pode ser constatado pelas várias personalidades que se declaram admiradoras da marca, como a modelo Kate Moss, a banda Blur e os irmãos Gallagher do Oasis. 

A história 
Frederick John Perry (imagem abaixo), filho de operários, nasceu em 1909 na cidade de Stockport, próxima à Manchester, no norte industrial inglês. O garoto de origem humilde desafiou a aristocracia britânica, primeiro ao se sagrar campeão mundial de tênis de mesa aos 19 anos e depois ao se tornar um jogador de tênis, conquistando torneios importantes como o US Open, o Australian Open, o Roland Garros e principalmente Wimbledon, cujo primeiro título foi conquistado em 1934. O sucesso no tênis nos anos seguintes fez de Fred Perry uma estrela, indo parar na capa da tradicional revista Time. Seu tino para os negócios começou em 1941, quando Perry foi abordado pelo jogador de futebol austríaco Tibby Wegner, que tinha inventado um acessório atoalhado e antitranspirante para ser usado ao redor do pulso. Foi então que Perry, utilizando toda a sua experiência como tenista, fez algumas alterações no produto (utilizou um material mais leve, macio e mais absorvente) e inventou o primeiro sweatband (aquela munhequeira utilizada para enxugar o suor do rosto ou evitar que o suor escorresse para a raquete).


A ideia rapidamente se tornou um enorme sucesso entre os tenistas e, em 1952, utilizando sua popularidade ele fundou, juntamente com Tibby Wegner, a FRED PERRY SPORTSWEAR e criou a primeira camisa pólo da marca. A camisa pólo, branca com dois botões na frente, Twin Tipped (risca dupla), e que era feita de algodão foi lançada no tonteio de Wimbledon e se tornou um sucesso entre os tenistas. Facilmente reconhecível pelo logotipo de Coroa de Louros no lado esquerdo do peito, que foi baseado no antigo símbolo que decorava as medalhas dos ganhadores de Wimbledon, torneio no qual Fred brilhou durante anos (ele venceu três vezes consecutivamente). A camisa, chamada por Fred de “the shirt that fits” (algo como “a camisa que veste”), tinha um diferencial: o logotipo de Coroa de Louros bordado, ao contrário de sua principal concorrente, a francesa Lacoste, que colava o logotipo de crocodilo.


Inicialmente a FRED PERRY fazia roupas para tenistas. Isso lhe conferiu o status de marca de elite. Por isso, no final da década de 1950, o corte simples e limpo de sua camisa pólo foi adotado pelo incipiente movimento Mod e, em pouco tempo, tornou-se uma peça básica para numerosas tribos jovens, desde rude boys, punks à Brit pop. Com isso, os jovens exigiram mais cores além da tradicional branca e assim uma nova paleta de cores foi lançada no mercado. Além disso, outros produtos para atender a demanda dos novos jovens consumidores foram lançados, como por exemplo, calçados (1957). Entre as décadas de 1960 e 1970, a camisa pólo da marca se tornou uma febre entre os jovens britânicos, desde os skinheads aos adeptos do movimento northern soul. Com isso, a FRED PERRY ficou muito associada com a cultura de rua inglesa e com os diferentes gêneros de música inglesa também.


Na década de 1990, adotou uma estratégia para divulgar sua marca ao dar roupas para famosas bandas usarem, cativando assim ainda mais seu público e conquistando muitos fãs internacionais. Com a morte de Fred Perry em 1995, os herdeiros venderam a marca para a empresa japonesa Hit Union. Depois de um período de ostracismo, a marca voltou a ganhar notoriedade ao patrocinar o tenista britânico Andy Murray (até novembro de 2009). O ressurgimento da marca também veio com o estilista Raf Simons, que adaptou e modernizou a FRED PERRY, mas sem perder seu lado clássico. Em 2012 a marca FRED PERRY celebrou 60 anos de vida. Para celebrar esta data, a tradicional camisa pólo de 1952 foi reproduzida a partir do arquivo de imagens e ilustrações e lançada em seis cores (branco, bege, castanho, azul-glaciar, old navy e preto). A coleção incluía também dois calçados comemorativos. Em 2013, conhecida por criar o lifestyle londrino em roupas e acessórios, a marca inaugurou sua primeira loja no Brasil, localizada no luxuoso Shopping Cidade Jardim, em São Paulo.


Hoje a gama de produtos da marca, que tem exercido bastante influência e apresentou alguns dos estilos mais emblemáticos do século passado, que continuam a ser relevantes, é bem vasta com um mix completo e com linhas diferentes criadas por designers e estilistas convidados como Richard Nicoll e Emma Cook. Apesar de ter nascida intrinsecamente vinculada ao tênis, a marca FRED PERRY hoje está também associada ao ciclismo, incluindo o campeão olímpico Bradley Wiggins, e principalmente à música, tendo lançado coleções em parceria com a saudosa Amy Winehouse, Peter Blake e a banda No Doubt. Com uma herança puramente esportiva, a FRED PERRY alcançou uma liderança quase inigualável como marca underground, com peças de roupas imediatamente reconhecidas. Ao longo da história, a marca sempre se manteve fiel a sua autenticidade, integridade e atitude.


A evolução visual 
A ideia original era usar um cachimbo como logotipo. Um plano abandonado diante da óbvia disparidade com a imagem de saúde no esporte. E aí sim surgiu a emblemática Coroa de Louros como ícone da marca, que se mantém ainda hoje como um símbolo de excelência e homenagem a um homem que cresceu humilde e conquistou o torneio de Wimbledon três vezes. Este logotipo passou por pequenas alterações ao longo dos anos, mais precisamente na tipografia de letra.


Dados corporativos 
● Origem: Inglaterra 
● Fundação: 1952 
● Fundador: Frederick Perry e Tibby Wegner 
● Sede mundial: Londres, Inglaterra 
● Proprietário da marca: Fred Perry Limited 
● Capital aberto: Não (subsidiária da Hit Union Co. Ltd.) 
● Presidente: John Flynn 
● Faturamento: £120 milhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 141 
● Presença global: 50 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 400 
● Segmento: Moda casual 
● Principais produtos: Roupas, calçados e acessórios 
● Concorrentes diretos: Lacoste, Gant, Ralph Lauren, Tommy HilfigerLa Martina e Gola 
● Ícones: O logotipo de Coroa de Louros 
● Slogan: The mark of excellence. 
● Website: www.fredperry.com 

A marca no mundo 
Atualmente a FRED PERRY vende roupas, calçados e acessórios para homens, mulheres e crianças em mais de 50 países ao redor do mundo. Seus produtos são comercializados através da internet, lojas multimarcas, lojas de departamento e mais de 140 lojas próprias em 30 países. 

Você sabia? 
A Coroa de Louros é o principal símbolo de reconhecimento da marca. Hoje em dia são necessários apenas 94 segundos para bordar mais de 60 anos de uma rica história em suas camisas pólos. 
É bastante provável que muitos clientes da grife sequer saibam de sua ligação com as quadras de grama do All England Club, palco do mais tradicional e antigo torneio da história moderna do tênis. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 12/1/2017