A fabricação da primeira máquina de costura SINGER, há mais de 160 anos, representou o ponto de partida de uma evolução que proporcionou a todas as mulheres, em todos os pontos do globo, os meios para realizarem suas tarefas de costura de forma mais produtiva, reduzindo os custos e o tempo despendido na confecção de roupas. E não demorou muito para que a marca SINGER se tornasse líder de mercado e sinônimo de costura através de gerações e gerações. Além é claro, de um dos produtos que mais simbolizaram uma parte da independência financeira das mulheres.
A história
A ideia de se costurar através de uma máquina surgiu no ano de 1760 e passou muito tempo despercebida. Inúmeros inventores desenvolveram projetos e patentearam novos modelos de máquinas de costura, porém nenhum deles era prático. Mas essa história começou a mudar em 1850 na cidade de Boston, quando o senhor Isaac Merrit Singer, um americano que era mecânico, ator de teatro e inventor, conheceu, na oficina do Sr. Orson Phelps, uma máquina de costura. Ao observar algumas máquinas em funcionamento, ele propôs substituir a agulha curva por uma reta e fazer a laçadeira mover-se em vai-e-vem (e não em círculos). A grande vantagem da máquina do senhor Singer era permitir costuras em qualquer sentido, não só em linha reta. Em onze dias e ao custo de apenas US$ 40, estava pronta a primeira máquina de costura que era realmente eficiente para uso doméstico. O novo produto iria revolucionar o milenar processo de recortar, modelar, armar e unir pedaços de tecidos para confeccionar roupas. Singer solicitou uma patente em 1851, concedida no dia 12 de agosto, e continuou a aprimorar sua máquina até sua morte em 1875 aos 63 anos, incluindo o pedal de acionamento e uma contínua alimentação das rodas.
Ainda em 1851, o Sr. Isaac Singer, juntamente com Edward B. Clark, um advogado de Nova York, fundou a empresa I.M. Singer & Co., que inicialmente enfrentou sérios problemas para introduzir seu produto no mercado, pois o público não acreditava que a máquina funcionava corretamente. Mas, aos poucos, o produto foi ganhando credibilidade. Dois anos depois do início das vendas ao público, a marca já era líder do mercado americano e passou a produzir seus produtos em instalações na cidade de Nova York. Em 1855, a empresa ingressou no mercado francês, dando início a sua expansão internacional. Além disso, conquistou o primeiro prêmio na Exposição Universal de Paris. Visando facilitar a compra das máquinas, a SINGER foi pioneira na introdução do sistema de vendas a prazo neste mesmo ano. Com isso, deu crédito às mulheres sem a interferência do marido, uma atitude ousada para a época, pois era preciso solicitar. Pouco depois, em 1857 inaugurou seu primeiro showroom em plena Broadway, e no ano seguinte iniciou suas operações no Brasil.
Em 1861, pela primeira vez na história da empresa, suas vendas internacionais superaram as domésticas. A empresa crescia no mercado mundial e o nome SINGER se firmava cada vez mais como sinônimo de máquina de costura. Em 1867 a empresa inaugurou sua primeira fábrica fora dos Estados Unidos, na cidade de Glasgow na Escócia. Em 1890 a empresa atingiu a impressionante marca de 80% de liderança no mercado mundial, operando fábricas em vários países. Logo após a virada do século, em 1903, as vendas atingiram mais de 1.3 milhões de unidades, com a empresa oferecendo cerca de 40 modelos diferentes de máquinas de costura. Passada a Primeira Guerra Mundial, a SINGER adotou uma estratégia diferente na abordagem de seus clientes com a inauguração de seu primeiro SINGER SEWING CENTER (Centro de Costura Singer) na cidade de Nova York, um local onde as mulheres podiam fazer cursos de costura e ter um maior contato com os produtos da empresa. Até 1951 esses centros já haviam treinados mais de 400.000 mulheres.
No final desta década, existiam 9 fábricas da SINGER espalhadas pelo mundo, empregando 27.000 pessoas e produzindo mais de 3.000 modelos de máquinas de costura diferentes. Durante a Segunda Guerra Mundial, a SINGER praticamente paralisou todas as linhas de produção ao redor do mundo, voltando-se totalmente para suprir as necessidades do exército americano. Em 1951, enquanto a SINGER comemorava 100 anos de existência, iniciava-se a construção daquela que seria a primeira fábrica de máquinas de costura da América Latina, localizada no Brasil. No ano seguinte lançou a primeira máquina de costura em ziguezague chamada “Slant-O-Matic”.
Em 1963 a empresa adotou oficialmente o nome The Singer Company, e três anos depois, suas vendas romperam a barreira de US$ 1 bilhão pela primeira vez na história. As inovações não pararam nos anos seguintes com o lançamento da primeira máquina de costura eletrônica do mundo e da primeira máquina controlada por computador. No início da década de 1990, inaugurou sua fábrica na China, ingressando no imenso e inesgotável mercado chinês. Nos anos seguintes, com aperfeiçoamento da eletricidade e dos rolamentos, a SINGER conseguiu produzir novas máquinas que aumentaram a velocidade na costura. Uma máquina de costura de uso doméstico pode fazer até 1.500 pontos por minuto. Já algumas de uso industrial chegam a fazer 7.000 pontos por minuto.
No início do novo milênio, para atender às mudanças de hábito que sacudiram o mundo, a marca imprimiu um novo estilo à sua produção. A máquina ficou mais magra (chegava a pesar 5.5 quilos), adquiriu agilidade (portátil), modernizou-se (incorporando linhas curvas e cores, até um azul translúcido que remete aos micros modernos) e aderiu às facilidades, algumas impensáveis anos atrás, como o sistema automático para abastecer a agulha com linha. Foi assim, adaptando-se à realidade de suas clientes, que a SINGER sobreviveu. Além disso, expandiu-se para outros segmentos, por exemplo, com o lançamento de uma linha de cuidados com a roupa composta por ferros de passar e vaporizador. Em 2004 a SINGER foi adquirida pelo fundo de investimento Kohlberg & Company.
Hoje em dia com a evolução da mulher e a mudança no hábito de costurar, a marca tem trabalhado bastante para afastar do seu setor a imagem de ferramenta ultrapassada, investido na produção de modernas máquinas eletrônicas e na participação em importantes eventos de moda. Já nos Estados Unidos, por exemplo, o renascimento da máquina de costura tem sido induzido por uma tendência meio hippie na produção de roupas próprias a partir de retalhos, conhecida como patchwork. E a SINGER está sabendo aproveitar muito bem isso. Para fisgar essa nova consumidora, sem perder o contato com as tradicionais clientes, a marca investiu em novidades. Hoje, parte de seu portfólio é composto por máquinas com visor de LCD e componentes eletrônicos que permitem programar a sequência de pontos.
A linha do tempo
1889
● Lançamento da primeira máquina de costura elétrica verdadeiramente prática.
1921
● Lançamento da máquina de costura elétrica portátil.
1929
● Em uma estratégia de diversificar sua linha de produtos, a SINGER lança no mercado seu primeiro aspirador de pó.
1949
● Desenvolvimento de uma máquina de costura com capacidade para fazer até 4.000 pontos por minuto.
1968
● Lançamento no mercado brasileiro da máquina doméstica MULTIPONTO, modelo inovador para a época, porque além de fazer os pontos retos e ziguezague, era possível também fazer vários pontos decorativos.
1975
● Lançamento no mercado brasileiro da ATHENA 2000, primeira máquina de costura eletrônica do mundo. A máquina, que apresentava luz embutida e duas velocidades, facilitava a seleção dos pontos com desenhos circulares, flores e motivos infantis.
1978
● Lançamento da primeira máquina de costura controlada por computador.
1990
● Lançamento da QUANTUM, uma linha de máquinas de costura especificamente voltada para profissionais que necessitavam de alta performance e fácil manuseio.
● Lançamento no Brasil da primeira máquina overlock doméstica.
● Lançamento do MAGIC STEAM IRONING PRESS, um ferro de passar para uso doméstico com controle de temperatura e dispositivo de segurança para não queimar as roupas. O modelo, idêntico aos usados em lavanderias e alfaiatarias, reduzia pela metade o tempo de passar roupas.
● Lançamento de uma linha de máquinas de costura em overlock de alta performance.
2010
● Lançamento de novos modelos de máquinas eletrônicas, que se destacavam pela facilidade de uso, ajustes e variedades dos pontos, além da costura sem a necessidade de pedal.
A evolução visual
O símbolo batizado de “Red S Girl” (Garota do S vermelho) surgiu em 1879, como forma de melhor identificação da marca SINGER. Sinuoso tal com uma serpente, o S vermelho envolvia a figura feminina sentada à máquina de costura. Rapidamente se tornou um dos símbolos mais reconhecidos do mundo, especialmente entre as mulheres. Durante mais de um século o símbolo foi sinônimo de máquina de costura. Há alguns anos atrás, a SINGER atualizou seu logotipo criando uma versão mais moderna, como forma de acompanhar a evolução dos dias atuais. Mas tenha certeza que o Red S Girl estará para sempre marcado em sua história.
Os slogans
Singer is sewing made easy.
Trusted Excellence.
Trusted for generations.
Sewing is an act of love.
Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 1851
● Fundador: Isaac Merrit Singer e Edward B. Clark
● Sede mundial: La Vergne, Tennessee, Estados Unidos
● Proprietário da marca: Singer Corporation
● Capital aberto: Não (subsidiária da SVP Worldwide)
● CEO: Katrina Helmkamp
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Lojas: 1.200
● Presença global: 150 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 5.000
● Segmento: Utilidades domésticas
● Principais produtos: Máquinas de costura e acessórios, ferros e vaporizadores
● Concorrentes diretos: Brother, Janome, Bernina, Pfaff e Elgin (Brasil)
● Ícones: O símbolo “Red S Girl” (Garota do S vermelho)
● Slogan: Singer is sewing made easy.
● Website: www.singer.com.br
A marca no Brasil
A história da SINGER do Brasil se confunde com a própria história do país. Tudo começou em 1858 quando foi aberto na cidade do Rio de Janeiro, na rua Ouvidor nº 117, o primeiro ponto de vendas das máquinas de costura no Brasil. Trinta anos depois, pelo decreto 9.996, a Princesa Isabel concedeu autorização para a SINGER funcionar no Brasil. O escritório central continuaria no Rio de Janeiro e foram abertas novas filiais: Niterói, Campos, São Paulo, Salvador, Recife e Pelotas. Nesta época, a SINGER introduziu no Brasil o sistema de vendas a crédito, com pagamentos semanais de um mil réis, possibilitando assim que as consumidoras pagassem pela máquina com o rendimento mensal obtido com o produto. Já em 1894, a máquina de costura passou a ser um importante objeto nos lares brasileiros, tornando-se um item da lista de casamento de muitas mulheres, que além de fazer reparos domésticos e economizar, também costuravam para fora, e ajudavam a contribuir com a renda familiar. Finalmente em 22 de agosto de 1905, a empresa obteve o registro definitivo para operar no país. Nos anos seguintes, os vendedores não mediam esforços para introduzir os produtos e as filiais multiplicaram-se, gerando a decisão da instalação de uma fábrica de máquinas de costura no país. A SINGER então adquiriu, em meados de 1950, a tradicional Fazenda Palmeiras, com 300 alqueires de terra e localizada no bairro de Viracopos, município de Campinas, no interior de São Paulo.
Em 1951, enquanto a SINGER comemorava 100 anos de existência, iniciava-se a construção daquela que seria a primeira fábrica de máquinas de costura da América Latina. A construção foi rápida e, em 14 de maio de 1955, foi inaugurada, pelo então Presidente do Brasil, Café Filho, e pelo governador do Estado de São Paulo, Jânio Quadros, a Companhia Industrial Palmeiras de Máquinas e Móveis. Na época da inauguração, a SINGER empregava 548 pessoas. O crescimento foi tão rápido que, em 1958, a fábrica fazia a sua primeira exportação de 200 máquinas para o Chile. As vendas aumentavam e puxavam a produção. No início dos anos de 1960, foi lançada a máquina 15C, conhecida como Pretinha. Foi a primeira máquina de costura produzida em território brasileiro. Novos produtos foram desenvolvidos e lançados no mercado brasileiro, as exportações aumentaram e a fábrica foi se tornando pequena. Essa situação determinou um plano de expansão e a criação de outras duas unidades: a fábrica de Agulhas, em 1968, na cidade de Indaiatuba, e a Singer do Nordeste, localizada em Juazeiro do Norte/CE, inaugurada em 1997. Mais recentemente a SINGER lançou sua linha de cuidados com as roupas compostas por ferros e vaporizadores. A filial brasileira, adaptada às modernas técnicas de organização e avançados métodos operacionais, impôs sua tradição de qualidade, posicionando-se de maneira competitiva no mercado mundial.
A marca no mundo
A SINGER, maior fabricante mundial de máquinas de costura doméstica, tem atualmente uma vasta rede de distribuição que atinge mais de 150 países. É formada por 1.200 lojas operadas pela própria empresa e suas afiliadas, 58.200 ponto de venda autorizados e 12.000 agentes de vendas diretas. No Brasil a marca é líder no segmento de máquinas de costura com 83% de participação. Atualmente a SINGER produz cerca de 300 modelos diferentes de máquinas de costura (domésticas e industriais) em todo o mundo, além de uma pequena linha de cuidados com as roupas como ferros de passar. Em alguns mercados (especialmente no sudeste asiático) a marca também comercializa (através de licença) alguns eletrodomésticos, como por exemplo, aspiradores, torradeiras, liquidificador, mixers, processadores de alimentos, refrigeradores, máquinas de lavar e até televisões.
Você sabia?
● A história da SINGER tem elementos interessantes. Foi a primeira empresa americana de larga escala no setor de aparelhos domésticos a transformar-se em uma multinacional de sucesso. Também foi inovadora ao lançar a compra a crédito, atingindo todas as classes sociais interessadas em adquirir o produto.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo do Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 17/3/2013
11 comentários:
Esta informação salvou o meu trabalho escolar...! Obrigada!
Esta matéria é maravilhosa. Muito interessante
Que bela história da marca SINGER!!!
Daria um ótimo roteiro de filme,basado em fatos reais.
Quando comecei a ler a história da lendária marca.
Fui arremessado trinta e oito anos a traz,fez eu relembrar da minha infância no interior...
Minha mãe costurando numa máquina SINGER mecânica de pedal.
Mostrei a história da SINGER pra ela e,ouvi mais uma vez,um casa que aconteceu com meu pai,uma vez que minha mãe pediu pra ele comprar um potinho de ÓLEO SINGER na cidade.
O comerciante não tinha o ÓLEO SINGER,alegou pro meu pai,que sua fabricação havia sido interrompida. E vendeu um óleo de outra marca mais inferior.
Alguns meses depois,minha mãe encontrou o ÓLEO SINGER a venda...
Depois que li a história da marca SINGER. Eu estava num supermercado,procurando algo e sem querer,me deparei com uma pilha de potinhos de ÓLEO SINGER.
Bom dia!
Espero que possam me ajudar.
Possuo uma maquina da marca ANDES, e não consigo nenhuma informação a respeito da marca, nem mesmo no Museu de Sta. Catarina!
Alguém tem alguma informação?
A história da Singer é linda
Gostaria de encontrar uma pessoa chamada MARCELO, Que tive contato nos anos 80. Que o pai era Diretor ou dono da empresa Singer do Brasil. gigimelo63@gmai.com
Amei essa Singer preta .
Não sei se e antiga ou moderna .
Gostaria de saber preço.
Possuo uma Singer portátil desde 1950, funcionando. Gostaria de saber o ano de fabricação no. RA087574
Gostaria de fazer contato com a matriz afim de buscar o certificado de autenticidade de uma máquina da Singer que acredito ser a 10 fabricadas pela empresa. Não me joguem p/ o sac.pois lá eles não sabem da complexidade do assunto ok já enviei fotos para verificarem o modelo e gostaria que vcs me informassem como e onde posso encontrar um perito de vcs pois acredito está ser a de número 10
Bom venho tentando há mais de uma semana fazer contato com os historiadores da Singer Pois acredito está com a décima máquina fabricada ainda hein 1850 gostaria de verificar autenticidade desta máquina porém os setores para qual estão me encaminhando não estão resolvendo absolutamente nada envie fotos do modelo e a empresa só me respondeu que não poderia me dar certificado de autenticidade por fotos isso eu já sabia só queria que pudéssemos fazer um contato com especialistas na empresa a fim de buscar autenticidade da mesma
Ola, gostaria muito de saber o que é o símbolo que fica na lateral da base de ferro antiga. Obrigada!
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