O airbnb se tornou o “terror das redes de hotéis”. Não importa se você precise de um apartamento ou um simples quarto por uma noite, um castelo por uma semana, uma paradisíaca ilha por alguns dias ou um condomínio por um mês. O airbnb conecta pessoas a experiências de viagem únicas e preços variados, em praticamente qualquer parte do planeta. O airbnb se tornou um mercado comunitário confiável para pessoas anunciarem, descobrirem e reservarem acomodações únicas ao redor do mundo de uma forma simples e segura.
A história
A história começa em 2007 quando os estudantes Brian Chesky e Joe Gebbia, colegas de curso na Escola de Design de Rhode Island, resolveram virar empreendedores, largaram seus empregos e se mudaram para a deslumbrante cidade californiana de San Francisco para realizar esse sonho. Porém, o tempo foi passando e o dinheiro se esgotando. Para piorar a situação, eles foram avisados que o aluguel do apartamento em que moravam iria aumentar. Eles tinham apenas 14 dias para encontrar um meio de pagar todas as despesas. Foi então que o empreendedorismo dos dois jovens falou mais alto. Ao ver o espaço vazio na sala, eles pensaram: “Nós temos algo aqui! O que podemos fazer com isso?”. Os jovens ficaram sabendo que em outubro haveria uma conferência sobre design na cidade e, em virtude disso, todos os hotéis estavam lotados. Nesse momento, o espaço vazio que tinham na sala parecia ser muito mais interessante e uma oportunidade de fazer dinheiro. Poderiam oferecer aos visitantes um colchão de ar para dormir e preparar o café da manhã. Foi justamente o conceito desta ideia que originou o nome da empresa que eles iriam fundar pouco tempo depois, o airbnb, um acrônimo de Air Bed and Breakfast (“Ar, cama e café da manhã”, em português). Já no outro dia, colocaram a ideia em prática, construíram um pequeno site e fizeram até camisetas.
Inicialmente acharam que apenas estudantes com pouco dinheiro iriam se tornar clientes. Afinal, quem mais iria dormir em um colchão de ar no meio da sala. Mas eles estavam redondamente enganados. Dentre seus primeiros clientes, havia um senhor de 45 anos, casado e pai de cinco filhos. Como conversavam bastante e trocavam experiências com os hóspedes, a estadia se tornou algo mais pessoal. E foi justamente essa relação que incentivou os jovens a fundar uma empresa. Isto porque os hóspedes perguntavam se poderiam viajar dessa forma para outras cidades americanas. A ideia de um novo negócio foi despertada. Como eles eram designers e não programadores convidaram Nathan Blecharczyk (foto abaixo com seus colegas), formado em ciência da computação pela Universidade de Harvard e que ocupou vários cargos de engenharia em empresas importantes, como por exemplo, a Microsoft (conheça a história de como Bill Gates a tornou um império), para se tornar sócio do novo empreendimento.
Finalmente no dia 11 de agosto de 2008 o site do Airbedandbreakfast.com foi colocado no ar, permitindo assim pessoas alugarem todo ou parte de sua própria casa, como uma forma de acomodação extra. O site fornecia uma plataforma de buscas e reservas entre a pessoa que ofereciam a acomodação e o turista que buscava pela locação. Ou seja, de um lado alguém que possuía um espaço que não ficava ocupado o tempo todo. Do outro alguém querendo um espaço para alugar. E para ganhar dinheiro, a empresa cobraria do locador uma taxa sobre o valor da estadia no imóvel. Simples? Nem tanto. O principal obstáculo era convencer as pessoas a alugar suas casas para desconhecidos. Com as dificuldades financeiras iniciais, os sócios chegaram a vender mais de 3.000 caixas de cereais matinais (com as imagens do então candidato à presidência americana Barack Obama e seu concorrente John McCain) para levantar algum dinheiro no início e manter a empresa. Foi algo que deu enorme resultado em uma época em que ninguém conhecia o airbnb. Com isso, a empresa chamou a atenção de grandes veículos de mídia do mercado americano, que fizeram matérias sobre essas caixas de cereais e consequentemente sobre a empresa.
Alguns meses depois, aquilo que começou sem expectativa evoluiu para um empreendimento próspero. Outros moradores de San Francisco começaram a oferecer suas casas aos visitantes, divulgando as acomodações no site criado pelo trio. Os hóspedes satisfeitos iniciaram uma divulgação boca a boca que levou a ideia para outras cidades americanas e, posteriormente, a outros países. Inicialmente, apesar das dificuldades enfrentadas, o airbnb se tornaria a nova sensação do Vale do Silício como a start-up símbolo de um movimento bilionário, a economia do compartilhamento. E isto começou a atrair grandes investidores, dando fôlego para a empresa. Em março de 2009 o nome do site foi abreviado apenas para airbnb.com e seu alcance ampliado. Isto porque muitas pessoas começaram a utilizar o serviço de uma forma inusitada, disponibilizando casas na árvore, barcos, cabanas, cavernas, castelos medievais na Europa, ilhas e até iglus na Groenlândia. E existiam pessoas dispostas a pagar para dormir ou passar dias em lugares estranhos como esses.
O airbnb demorou mais de um ano para atingir 100 mil reservas. Mas, nos anos seguintes, os acessos aumentaram significativamente, principalmente em virtude da grande crise econômica que assolou a economia mundial. Isto porque as pessoas estavam perdendo seus empregos e sofrendo o risco de perder suas casas. O airbnb dava a elas uma oportunidade de manter suas casas ao monetizar um espaço extra. Com isso, os acessos ao redor do mundo foram aumentando e, em 2011, a maior parte dos negócios já provinha do mercado internacional, com forte presença na Alemanha e Reino Unido.
Além disso, mais investidores resolveram apostar na empresa, entre eles o ator Ashton Kutcher. Isto possibilitou que a empresa iniciasse a compra de alguns pequenos competidores. No mês de junho de 2012, o airbnb já era um verdadeiro sucesso, ajudando a acomodar mais de 10 milhões de pessoas desde sua fundação. Ainda em 2012, a empresa lançou as populares Wish Lists, espécie de listas de desejos que oferecem as mais fantásticas acomodações em várias categorias ou destinos. Foi também neste ano que a empresa chegou ao Brasil. Durante a Copa do Mundo de Futebol realizada no Brasil em 2014, o airbnb acomodou 120 mil visitantes. Pouco depois, a empresa lançou um novo site, que contava com uma área de comunidade que apresentava histórias de anfitriões e hóspedes e uma seção chamada Discovery (Descobertas) que tinha ideias de viagens para locais diferentes e onde os usuários podiam publicar dicas e mapas para seus locais ofertados.
Nos anos seguintes o airbnb sofisticou cada vez mais suas ofertas para oferecer experiências incríveis que vão muito além de reserva ou aluguel de uma hospedagem. Afinal, a ideia era oferecer mais do que uma simples hospedagem. Por exemplo, já é possível agendar pelo site uma aula de culinária com uma chef tailandesa. Além disso, lançou uma versão específica para viajantes de negócios. A iniciativa agradava ambos os lados: os funcionários que podiam escolher um local mais caseiro para suas viagens e o airbnb, que crescia no mercado ao oferecer aos seus usuários uma alternativa interessante mesmo que os gastos sejam pagos pela empresa. Além disso, em 2015 alcançou um marco histórico ao lançar seus serviços em Cuba.
A partir de 2018 a empresa investiu em seu modelo de distribuição, aprimorou o relacionamento com anfitriões e usuários e personalizou ainda mais a experiência de todo o processo, da reserva à estadia. A ideia era transformar o Airbnb em uma marca diferenciada no segmento, não apenas em relação ao preço. O lançamento do Airbnb Plus (serviço oferece o melhor em questão de acomodações padrão, com “a casa mais bonita, o maior conforto e o melhor serviço dos anfitriões”) e do Beyond by Airbnb (oferece viagens personalizadas com acomodações, hospitalidade e experiências do mais alto nível) mostra isso. Além disso, o Airbnb aprimorou seu mecanismo de busca ao adicionar milhares de novas categorias disponíveis aos usuários do serviço. Além do lugar e tipo do quarto ou casa, passou a ser possível selecionar opções como o tipo de arquitetura, com ou sem varanda, com cozinha gourmet ou não e até proximidade do zoológico local, entre diversas outras.
A inclusão do Airbnb Collections foi outra opção de busca criada especificamente para atender à demanda de personalização dos clientes. As categorias work e family foram as primeiras a estrearem, ambas com focos no que é mais essencial àquele tipo de viajante. O corporativo, por exemplo, necessita uma conexão Wi-Fi perfeita, enquanto as famílias querem entretenimento às crianças. Ainda foram lançadas opções específicas como honeymoon (lua de mel), social stays (estadas em comunidade) e groupgetaway (viagens em grupo).
Claro que devido à pandemia do COVID-19, pairou sobre a empresa dúvidas sobre seu futuro, já que a restrição de circulação de pessoas pelo mundo afetou seu negócio abruptamente. No entanto, há alguns dados que trazem esperança para a empresa. Por exemplo, o airbnb não perdeu nenhum imóvel na sua plataforma. Pelo contrário. O número de casas hoje é maior do que quando começou a pandemia. Além disso, entre o final de maio e início de junho de 2020, a empresa registrou o mesmo volume de reservas que o ano anterior nos Estados Unidos, mesmo sem nenhum tipo de investimento em publicidade, refletindo o fato de que as pessoas querem se relacionar com os demais e sair de casa.
Além disso, como forma de manter rentabilidade e reter consumidores durante o período de isolamento social imposto pela pandemia, anunciou o Online Experiences, atividades para serem feitas via web, que vão do aprendizado de fazer massas italianas caseiras, passando por aulas de mágica e até sessões de meditação com ovelhas. E mesmo diante de uma enorme crise mundial, o airbnb ousou ao abrir seu capital na Bolsa de Valores em dezembro de 2020. Outro fator de esperança foi a perda de apenas 30% em seu faturamento em 2020, número que o mercado apostava ser muito maior. Com tudo isso, o airbnb se mostrou resiliente, provando que sua recuperação se dará em um futuro bem próximo.
Hoje em dia, com um serviço de atendimento ao consumidor de nível internacional e uma comunidade de usuários em crescimento constante, o airbnb é a maneira mais fácil de transformar um espaço extra em dinheiro e mostrá-lo para milhões de pessoas. A empresa é um verdadeiro sucesso que pode ser medido em números. O valor de mercado da empresa é superior a 100 bilhões, o que torna o airbnb mais valioso que gigantes do setor hoteleiro como Hyatt, Marriott, Hilton (conheça a história deste ícone hoteleiro aqui), Accor e Wyndham Worldwide.
No airbnb é possível alugar quase qualquer propriedade, mesmo que esta seja exótica ou para muitos, em local quase inacessível. A empresa oferece locais e experiências fantásticas como bolhas (espécies de barracas luxuosas) em belas vinícolas no México, palacetes em Marrocos, casas na árvore em plena Mata Atlântica, moinhos em Amsterdã até cavernas na França, casas de bambu em Bali, castelos na Europa e acomodações transparentes penduradas no alto de penhascos situados no místico Vale Sagrado peruano. E já chegou até a ofertar a Casa dos Sonhos da Barbie (foto abaixo), em Los Angeles, que oferecia experiências durante a estadia, como um encontro com a cabeleireira Jen Atkin (com direito a uma transformação nos cabelos), aula individual de esgrima com uma medalhista olímpica e aula de culinária com Gina Clarke-Helm. Com isso, o airbnb oferece aos turistas uma variedade incrível de experiências, a partir da hospedagem escolhida.
O airbnb já ofertou lugares ou experiências que mexem com a imaginação de milhares de fãs de arte, séries e filmes. Por exemplo, em 2016, disponibilizou em Chicago, um quarto inspirado na antiga moradia de Vincent Van Gogh em Arles, na França, retratada pelo pintor. A oferta, uma parceria entre o airbnb e o Instituto de Arte de Chicago, foi disponibilizada a US$ 10 por noite. Embora seja uma réplica de uma hospedagem no século 19, a opção do Airbnb oferecia Wi-Fi, televisão e máquina de lavar e secar roupa. Já em 2020, disponibilizou a mítica mansão em Los Angeles onde se passou a popular série “Um Maluco no Pedaço”, estrelada por Will Smith. Os sortudos hóspedes tiveram a oportunidade de pernoitar na luxuosa e descolada suíte de Will no seriado, além de acessar uma área com piscina e uma elegante sala de jantar.
A identidade visual da marca passou por algumas alterações ao longo dos anos. Primeiro o nome da empresa foi abreviado apenas para airbnb, mantendo as cores originais (azul e rosa) e a tipografia da letra. Após adotar uma nova tipografia de letra e cor (azul clara) no ano de 2008, em 2014 a marca apresentou sua nova identidade visual. Além de uma nova tipografia de letra e mais flexibilidade na aplicação (tanto em cores como no posicionamento - vertical ou horizontal) o novo logotipo apresentou um símbolo, batizado pela empresa de “Bélo”.
Esse símbolo é uma representação de quatro coisas: pessoas, lugares (pino indicador de geolocalização), amor (coração) e, é claro, o próprio airbnb através da letra A. E foi justamente esse símbolo que causou controvérsia e polêmicas nas redes sociais. Se para a empresa o novo logotipo remete a amor, amizade e um lar para viajantes longe de casa, para a imaginação fértil de parte da população da internet ele foi visto como um doodle que pode representar, entre outras coisas, nádegas, um par de seios e o órgão sexual feminino.
Airbnb for everyone. (2018)
Live there. (2016)
Welcome to the world of trips. (2016)
Belong Anywhere. (2014)
Travel Like a Human. (2010)
Forget hotels. (2008)
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 11 de agosto de 2008
● Fundador: Nathan Blecharczyk, Brian Chesky e Joe Gebbia
● Sede mundial: San Francisco, Califórnia, Estados Unidos
● Proprietário da marca: Airbnb Inc.
● Capital aberto: Sim (2020)
● CEO: Brian Chesky
● Faturamento: US$ 3.4 bilhões (2020)
● Lucro: - US$ 4.6 bilhões (2020)
● Valor de mercado: US$ 108.7 bilhões (fevereiro/2021)
● Presença global: 220 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 6.300
● Segmento: Rede de hospedagem colaborativa
● Principais produtos: Aluguel de quartos, casas, apartamentos, barcos e ilhas
● Slogan: Airbnb for everyone.
● Website: www.airbnb.com.br
A marca no mundo
O airbnb oferece mais de 5.6 milhões de acomodações, desde um simples quarto, casa ou apartamento passando por castelos, ilhas, barcos e até iglus, em mais de 100.000 cidades de aproximadamente 220 países ao redor do mundo. Em sua base de dados o site oferece para locação lugares nada convencionais como 3.500 castelos, 40 mil fazendas, 5.600 barcos, 2.600 casas na árvore, 16.000 ilhas e 140 iglus. E uma reserva é feita a cada dois segundos no site. Com faturamento de US$ 3.4 bilhões em 2020 (os números foram fortemente afetados devido à pandemia de COVID-19, com queda de 30% e perdas bilionárias), os maiores mercados da empresa são Estados Unidos (com mais de 660 mil propriedades listadas), França, Itália e Austrália. Desde sua fundação o airbnb já acomodou mais de 800 milhões de hóspedes. Esses números tornaram o airbnb a maior empresa global de hospedagem, a frente das maiores redes hoteleiras mundiais.
Você sabia?
● O airbnb mantém ainda um serviço de atendimento por telefone e internet 24 horas - disponível em 11 idiomas diferentes - para receber reclamações de clientes. Os anunciantes também têm garantias - se o inquilino causar algum dano à propriedade, o dono tem direito a ser ressarcido dos prejuízos.
● Os hóspedes do Airbnb ficam 2,4 x mais tempo na acomodação, e gastam 2,3 x mais, se comparado com hóspedes de hotéis.
● A revista americana Fast Company já elegeu o airbnb como uma das empresas mais inovadoras do mundo por transformar quartos vagos nas casas das pessoas na “rede de hotéis” mais quente do mundo.
● O nome da empresa é pronunciado “er-bi-én-bi”. E apesar da ideia inicial, hoje em dia a maioria dos usuários não oferece café da manhã.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Época Negócios, Exame e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico, Meio mensagem, Folha e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel, Interbrand e Mundo do Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 1/3/2021
3 comentários:
Bom dia,
sou professor de educação ambiental e utilizo com símbolo de meus postulados um ELO, que significa ECOFILIA. Quando a AIRBNB utiliza seu logo BELO em animações e no serviço CREATE do site da empresa, o Belo se transforma no meu Elo. Além da forma temos a coincidência de cores e conceitos. Entre no meu face https://www.facebook.com/viecofilia e poderá conferir em fotos e vídeos o que estou dizendo. Uso o Elo há mais de 15 anos e é minha produção cultural mais importante, na verdade, o trabalho de minha vida. Em pouco tempo estarei aposentado e meu novo grande sonho é levar a minha mensagem da ECOFILIA a todos os lugare onde a AIRBNB chegar. Me ajudem a entrar em contato com a AIRBNB. Obrigado, Prof. Vinícius
Ao Professor Vinícius, eu diria que pode haver semelhança, gerar lembrança e até ser uma coincidência entre os dois símbolos. Mas isso não interfere em nada nas questões de propriedade, nem de comunicação de ambos. E mesmo que vá registrar o seu símbolo como marca, ele estará associado a uma categoria que o "concorrente", neste caso, nem participa. Não há motivos para alarde ou preocupações. ;-)
#poderelaxar
Mas o professor Vinicius não fez nenhum alarde, apenas deseja transmitir a sua mensagem de ecofilia em parceria com a Airbnb
Postar um comentário