24.7.19

CARABAO ENERGY DRINK


No mundo, as bebidas energéticas tornaram-se extremamente populares entre o público jovem, urbano e moderno. Ao posicionar essas bebidas como moda e descolada, muitas marcas esqueceram o propósito original de um energético. Mas a CARABAO ENERGY DRINK acredita que as bebidas energéticas foram criadas com a finalidade de fornecer reposição de energia perdida. A marca tailandesa simboliza o espírito dos indivíduos que lutam pela causa em que acreditam. Não pela força, mas com determinação, daí o slogan: “O Espírito de Combate de Carabao”. Por isso a marca posicionou-se como uma bebida energética para aqueles que precisam de “reabastecimento”. 

A história 
Originada na Tailândia, a empresa foi fundada no dia 22 de agosto de 2001 com enorme aporte financeiro do empresário Sathien Setthasit, por Nutchamai Thanombooncharoen e por um amigo próximo e um dos maiores músicos da história asiática, Aed Carabao (pronuncia-se “ED”), nome artístico de Yuenyong Opakul, líder e vocalista de uma popular banda de rock tailandesa chamada Carabao, criada no final da década de 1970 e que a grande maioria dos tailandeses considera como “a voz do povo”. A nova empresa lançou no mercado no dia 28 de outubro de 2002 o energético CARABAO DANG. O nome da marca resultou da associação da empresa com a banda Carabao (que significa “búfalo” em tailandês e, desta maneira, o animal foi levado para a identidade visual da marca, que simboliza também força, energia, em total sinergia com o produto), combinado com o Tawandang Brewery Restaurant, uma microcervejaria e restaurante, fundada em 1999 por Sathien Setthasit, que alcançou sucesso ao oferecer ótima cerveja alemã e comida tailandesa.


Lançado inicialmente em pequenas garrafas de vidro e comercializado com o slogan “Carabao Dang: The Fighting Spirit”, a bebida energética, infundida com vitamina B12 e tendo Aed Carabao como seu principal embaixador, se tornou um sucesso instantâneo. A empresa iniciou suas operações comerciais com três linhas de produção, com capacidade máxima de 275 milhões de garrafas por ano. Rapidamente, a marca ganhou enorme popularidade principalmente, entre os trabalhadores rurais, hoje os maiores consumidores de energéticos do país. Em 2004, com crescimento acelerado no mercado nacional, a empresa intensificou seu processo de internacionalização pelo território Asiático, com o lançamento do CARABAO ENERGY DRINK em 15 países, como por exemplo, Camboja, Mianmar, Afeganistão e Vietnã, além dos Estados Unidos. Já em 2010, a empresa aumentou a capacidade máxima de produção para 205 milhões de latas por ano (embalagem lançada no mercado em 2004).


Em apenas dez anos, no ano de 2012, a marca conquistou 17% do mercado de bebidas energéticas na Tailândia (um dos maiores do mundo). Pouco depois, em maio de 2014, a empresa lançou um novo produto no mercado, um isotônico chamado Start Plus (em 2018, renomeado para CARABAO SPORT). E também o CARABAO SUGAR FREE, a versão do energético sem açúcar. Depois de vários anos de divulgação, marketing e ampliação de suas operações, o ano de 2015 entrou para a história da marca. Primeiro, porque se iniciava o processo de expansão global através do Chelsea, time de futebol da poderosa e bilionária Premier League, principal liga profissional de futebol da Inglaterra. Segundo, porque a empresa no mesmo período obteve faturamento recorde de US$ 225 milhões, conquistando importante participação do mercado de energéticos na Tailândia. Pouco depois, a empresa utilizou a força da marca CARABAO para ingressar em outras categorias de produtos, com o lançamento de águas minerais, cafés prontos para beber e uma linha de cafés instantâneos.


Em 2016, com objetivo de expandir globalmente a marca CARABAO ENERGY DRINK, a empresa iniciou suas operações no enorme mercado do Reino Unido e pouco depois na Espanha, vendendo a tradicional bebida energética em latas de 325 ml. O sabor foi desenvolvido especificamente para corresponder à preferência dos consumidores europeus. No ano seguinte, o mesmo processo foi realizado na China e no Brasil, países vistos como estratégicos na busca por conquistar o mercado global. As mais recentes novidades da marca são o CARABAO GREEN APPLE, um energético com aroma de maçã verde, e o CARABAO MANDARIN ORANGE, com sabor de laranja. Uma bebida energética criada para repor as energias do dia a dia, associada à prática esportiva e hábitos saudáveis. O CARABAO ENERGY DRINK é ideal para qualquer momento. Seja treinando ou praticando esportes, mantendo a saúde ou superando limites. Sempre que uma energia extra for necessária, conte com o energético CARABAO ENERGY DRINK.


Por intermédio do futebol, considerado o esporte mais democrático do mundo com bilhões de fãs espalhados pelo planeta, a marca procurou um ingresso rápido no mercado global, para obter uma fácil aceitação de milhões de consumidores. Para aproveitar a fatia extra projetada para o mercado mundial de bebidas energéticas, a marca começou a investir pesado em patrocínios a grandes times do futebol para conquistar e interagir frequentemente com o público. Esse plano de marketing começou em 2015 com o time de futebol do Reading Football Club, que disputava a segunda divisão inglesa. No final deste ano a marca assinou um acordo para se tornar um dos três principais patrocinadores da equipe do Chelsea. E também passou a ser o principal patrocinador da Copa da Liga Inglesa, rebatizada como CARABAO CUP. Em 2016, a equipe do Flamengo acertou patrocínio com a marca CARABAO ENERGY DRINK por seis temporadas. No primeiro ano do acordo a marca foi exposta nas mangas do uniforme rubro-negro. E a partir de 2018 a marca migraria para a cota máster na camisa. Porém, no final de 2018, com dificuldades de distribuição no país e cláusula de saída em caso de não atingir metas de vendas, a marca acertou o rompimento do contrato com o Flamengo.


A evolução visual 
O logotipo da CARABAO ENERGY DRINK é único entre as marcas de bebidas energéticas, uma vez que foi desenhado pelo próprio Aed Carabao. Representa a força física e emocional das pessoas que possuem o espírito de luta. A imagem estilizada de um crânio de búfalo (inspirada no símbolo de força e energia do animal) com um pássaro vermelho, que representa a liberdade, pode ser visto em toda Tailândia. O tradicional logotipo passou apenas por uma pequena atualização no decorrer dos anos.


Acompanhe abaixo todo o simbolismo e significado da identidade visual do CARABAO ENERGY DRINK.


Os slogans 
Carabao. The bonkers drink for bonkers lives. (2018, Reino Unido) 
Bring it on. (2016) 
Free your inner Carabao. (2016) 
Songs gave them hope, Carabao gives them energy. 
Carabao Dang: The Fighting Spirit.


Para comemorar o título do Chelsea na temporada de 2016/2017 da Premier League, a marca preparou uma campanha ousada e provocativa contra sua grande rival, a Red Bull. A campanha “Wins. Not wings” (algo como “Vitórias. Não asas”, em português) era uma provocação sarcástica contra o slogan de sua maior rival.


Dados corporativos 
● Origem: Tailândia 
● Lançamento: 28 de outubro de 2002 
● Criador: Yuenyong Opakul, Sathien Setthasit e Nutchamai Thanombooncharoen 
● Sede mundial: Bangkok, Tailândia 
● Proprietário da marca: Carabao Tawandang Co. Ltd. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Sathien Setthasit 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 40 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Segmento: Bebidas não alcoólicas 
● Principais produtos: Energéticos 
● Concorrentes diretos: Red Bull, Monster, Burn, AMP Energy, Rockstar, Fly Horse, 5-hour Energy e M150 
● Ícones: O crânio de um búfalo 
● Slogan: The Fighting Spirit. 
● Website: www.carabaoenergy.co.uk 

A marca no mundo 
Atualmente a CARABAO ENERGY DRINK vende sua linha de energéticos em aproximadamente 40 países nas Américas (Estados Unidos, México e Brasil), Europa (Reino Unido, Espanha, Holanda, Itália e Alemanha), África (África do Sul e Nigéria), Ásia (China, Coréia do Sul e Malásia), além da Austrália. A marca é a vice-líder de mercado no segmento de bebidas energéticas na Tailândia, com 26% de participação, com amplo crescimento em importantes mercados estrangeiros, como por exemplo, Reino Unido e China. Esses mercados estrangeiros representam mais de 45% das vendas da marca. A empresa possui 12 fábricas com capacidade produtiva de 1.6 milhões de garrafas e 1.1 milhões de latas. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Exame), JORNAIS (o Glogo, Estadão e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 24/7/2019

19.7.19

RAUCH


Beber é vital, mas a austríaca RAUCH oferece mais do que isso: sucos de frutas naturais, frescos e puros. Por isso, a RAUCH é apaixonada por frutas e sempre busca instigar os consumidores a buscar novas opções de sabores e aproveitar os benefícios das frutas exóticas ou incomuns. Os sucos de frutas da marca são perfeitos para matar a sede. Feitos 100% de frutas cuidadosamente selecionadas, a RAUCH conquistou milhões de consumidores com frescor e prazer saudável, especialmente na Europa, por oferecer produtos da mais alta qualidade, desde sabores clássicos como laranja e maçã até exóticos como damasco, romã e goiaba rosa. 

A história 
A história da RAUCH começou após o fim da Primeira Guerra Mundial, quando Franz Josef Rauch, impulsionado pela ideia de preservar o sabor das melhores frutas e trazê-lo para o consumidor, no ano de 1919, resolveu fundar em Rankweil, território austríaco de Vorarlberg, uma pequena fábrica (composta apenas por uma prensa de cidra) para produzir sucos de maçã, e cujas frutas eram adquiridas de pequenos agricultores da região. Os primeiros sucos de maçã eram entregues a bares, restaurantes e hotéis da região em garrafas de 1 litro. Sua esposa, Katharina Rauch, não apenas apoiou ativamente o marido e sua visão em tempos de incertezas, mas através de sua persistência e força vital teve um papel decisivo na ascensão dos negócios da família nos anos seguintes. Com ideias novas, ele e sua mulher sempre estavam um passo à frente da concorrência. Nos anos seguintes, isso fez da marca RAUCH uma pioneira no segmento de suco de frutas no mercado austríaco.


Após a Segunda Guerra Mundial a RAUCH ampliou a linha de sabores de seus tradicionais sucos. A partir dos anos de 1960 a produção de sucos de frutas foi ampliada e a marca passou a se expandir no mercado austríaco e também exportar seus sucos para outros países europeus. Na década de 1970, RAUCH tornou-se o suco de fruta mais popular entre os austríacos. Além disso, a expansão internacional foi ampliada e novos mercados no exterior foram conquistados, como no Oriente Médio, Norte da África e Extremo Oriente, especialmente com a linha RAUCH YELLOW (em garrafas de vidro ou lata). Nos anos seguintes a marca lançou novidades no mercado, como por exemplo, a popular linha RAUCH HAPPY DAY (utiliza as melhores frutas selecionadas de todo o mundo, para oferecer sucos naturais com até 100% do puro sumo da fruta). Essa linha foi uma das responsáveis pelo enorme sucesso da marca, pois além de oferecer sabores tradicionais como laranja, maçã, manga, limão, uva, abacaxi, apresentou aos consumidores opções atém então não difundidas e exóticas como tomate, cranberry, morango, tangerina, lichia, banana, pera, romã, damasco, framboesa, amora e goiaba rosa. Outra linha popular lançada nessa época foi a RAUCH BRAVO (néctares frutados e bebidas ricas em vitaminas, nutrientes e minerais em combinações inusitadas de frutas).


Além disso, a marca inovou ao lançar a linha de chás NATIVA, que utilizava apenas folhas de chá verde. Nos últimos anos a RAUCH resolveu estar ativamente envolvida no marketing esportivo apoiando atletas e equipes de esportes de inverno, futebol, fórmula 1 (como por exemplo, a escuderia RBR), hóquei no gelo e vôlei de praia. Com isso a empresa aumentou enormemente o reconhecimento da marca RAUCH no cenário internacional. A marca austríaca também ampliou sua linha para outras categorias de produtos com o lançamento da CAFEMIO (cafés gelados com leite fresco dos Alpes em versões como Cappuccino, Macchiato e Intenso), RAUCH SPORT (isotônicos que atendem as necessidades de hidratação e reposição de minerais e vitaminas) e RAUCH CULINARY (deliciosos produtos naturais, como vinagre de cidra e suco de limão 100% natural para utilização em receitas), além da RAUCH YIPPY (sucos de frutas naturais em sabores como maçã, frutas vermelhas, cereja, laranja e pêssego direcionados ao público infantil, comercializados em divertidas e coloridas garrafas, enriquecidos com cálcio, vitaminas e sem conservantes). Em 2019, com a forte tendência de mercado por menos açúcar, a marca lançou duas bebidas de chá com variante zero de açúcar.


Com um século de experiência neste segmento, a marca RAUCH estabeleceu um forte posicionamento com seus sucos premium desenvolvidos para atrair um amplo público consumidor, desde jovens adultos conscientes em nutrição até crianças e conhecedores de sucos de frutas. A marca também utiliza o varejo como uma potente ferramenta de marketing através das unidades RAUCH JUICE BAR, estabelecimentos que vendem saborosos sucos de frutas (puro, batido com leite ou iogurte), smoothies, cafés gelados e especialidades sazonais preparados na hora com uma variedade de combinações extremamente criativas. Essas lojas também vendem sanduíches, salgados e doces. Atualmente a rede RAUCH JUICE BAR, que inaugurou sua primeira loja em 2012, conta com 7 unidades na Áustria (em cidades como Viena e Innsbruck), 2 na Alemanha, além de unidades dentro de navios de cruzeiro da empresa TUI Cruises. Na temporada de verão europeu a RAUCH disponibiliza ainda os chamados JUICE TRUCK, que servem sucos feitos na hora com frutas frescas e selecionadas.


Afinal, porque a RAUCH faz tanto sucesso na Europa? Primordialmente porque se preocupa muito com o meio-ambiente e por isso se concentra em sustentabilidade e proteção. Entre outras medidas, utiliza somente embalagens feitas com 100% de recursos renováveis (amido de milho e beterraba) que são biodegradáveis. Além disso, desde junho de 2019, também oferece os primeiros sucos e chás em garrafas PET 100% recicladas. Até agora, a proporção de rePET (PET reciclado) foi de até 50%. A partir de então, seus produtos da linha RAUCH JUICE BAR (que apresenta combinações exóticas de sucos como laranja/manga/cenoura, maçã/uva/framboesa, morango/banana/maçã ou pepino/kiwi/spirulina) são comercializados em garrafas totalmente recicladas e recicláveis, um passo significativo para a proteção do meio-ambiente. Outro fator importante é que a RAUCH reconhece a natureza como fonte de frutas, seu bem mais essencial, trabalhando assim ativamente no uso econômico, sustentável e cuidadoso de seus recursos. A empresa também está constantemente comprometida em comprar produtos regionais. E por isso, muitos de seus produtos são “fabricados na Áustria”. Cuidadosamente engarrafados no país, a RAUCH é capaz de transportá-los a curtas distâncias, garantindo assim que os produtos sejam sustentáveis e da mais alta qualidade.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por algumas alterações ao longo dos anos, adquirindo uma grafia mais moderna e atraente.


Dados corporativos 
● Origem: Áustria 
● Fundação: 1919 
● Fundador: Franz Josef Rauch 
● Sede mundial: Rankweil, Áustria 
● Proprietário da marca: Rauch Fruchtsäfte GmbH & Co OG 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Jürgen Rauch 
● Faturamento: €981 milhões (2018) 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 100 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 1.920 
● Segmento: Bebidas não alcoólicas 
● Principais produtos: Sucos de frutas e chás 
● Concorrentes diretos: Pfanner, Erbslöh’s, Pago, Valensina, Tropicana, Minute Maid, Lipton e Nestea 
● Slogan: Fruit, Family and Nature. Since 1919. 
● Website: www.rauch.cc 

A marca no mundo 
A RAUCH dedica-se à produção, comercialização e venda de sucos de frutas e chás em mais de 100 países ao redor do mundo, com forte presença no continente europeu (especialmente na Alemanha), onde é líder de mercado. Com faturamento de €981 milhões (dados de 2018) e com exportações de 66.4% da produção, a empresa possui fábricas na Áustria, Hungria, Suíça, Polônia e Sérvia. A marca austríaca oferece sucos concentrados de frutas, aromas de frutas, purê de frutas/polpa, chás, sucos diretamente prensados e outros produtos. A maioria de seus sucos e smoothies são 100% veganos, certificados pela Vegan Society Austria. O emprego de processos de filtragem mecânica de última geração ao clarificar os sucos de frutas garante que não seja necessária a adição de gelatina. 

Você sabia? 
A RAUCH é uma das poucas produtoras de sucos de frutas que opera toda a cadeia de produção, desde o cultivo das frutas até a produção e o próprio envasamento. 
A quarta geração da família Rauch continua trazendo deliciosos sucos de frutas para milhões de pessoas mundo afora. Tradição, responsabilidade pela natureza e uma sensação de frescor são poderosos alicerces da marca por 100 anos. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 20/7/2019

12.7.19

HOEGAARDEN


Leve, refrescante e, principalmente, aromática. Assim é a Hoegaarden, uma das cervejas belgas mais famosas no mundo. De coloração amarelada e turva (devido à presença de proteínas e fermento no líquido) e espuma branca e abundante, a Hoegaarden se tornou um enorme sucesso em muitos países pelo mundo afora. 

A história 
Para começar a contar a história da Hoegaarden, que é sinônimo de cerveja artesanal Witbier, é preciso retornar ao longínquo ano de 1445. Nesta época a Bélgica ainda era parte integrante da Holanda, formada por uma série de colônias. Um tempo em que os europeus viajavam rumo às Índias em busca de novos temperos, o que fez com que especiarias exóticas como o cravo chegassem às mãos de um grupo de monges fabricantes de cerveja na pequena vila de Hoegaarden, distante a menos de uma hora da cidade de Bruxelas. Registros históricos indicam que as cervejas de trigo eram extremamente azedas, até que os monges de Hoegaarden passaram a adicionar algumas novidades à receita, como cascas de laranja e coentro, trazido diretamente de Curaçau, na época, uma colônia holandesa. Essa foi uma descoberta que mudou o mundo da cerveja, transformando a Witbier em uma bebida leve e prazerosa. E essa transformação mudou também o ambiente na pequena e pacata vila de Hoegaarden: em 1709, a cidade já contava com mais de 12 cervejarias, número que aumentou para 36 em pouco mais de 15 anos. Nessa mesma época, Hoegaarden já tinha mais de 110 espaços para o armazenamento de malte.


Mas toda essa popularidade da cerveja artesanal Witbier acabou junto com a fatídica Segunda Guerra Mundial. Como decorrência deste grave conflito mundial e também devido ao enorme crescimento das cervejas lagers douradas, em 1957, a última cervejaria da região encerrou sua produção, colocando um fim na venda desse estilo de cerveja artesanal. Mas para sorte dos apreciadores de cervejas de alta qualidade, em 1966, Pierre Celis, um leiteiro da cidade e que havia trabalhado quando jovem na Cervejaria Tomsin, uma das últimas produtoras de Witbier locais a fechar, resolveu tomar uma atitude para preservar a receita original desta obra-prima, com suporte financeiro de seu pai e a ajuda de um mestre-cervejeiro experiente. Foi então, com base nas próprias memórias e na de moradores da região, que ele começou a fabricar artesanalmente uma tradicional Witbier dando a ela o nome da região, marca utilizada até os dias de hoje. O primeiro lote da cerveja, produzido no estábulo da fazenda de sua família, usando apenas uma caldeira de cobre, foi lançado no mercado exatamente no dia 19 de março de 1966. O sucesso do renascimento deste estilo de cerveja foi bem recebido pelos habitantes da região, tornando-se uma lenda e muito procurado como uma bebida altamente refrescante, e demonstrado pela quantidade de produção e na mudança para um prédio maior, batizado de “De Kluis” (“o cofre”), uma referência sutil aos monges da região.


No primeiro ano foram produzidos apenas 350 hectolitros, mas nos anos seguintes, cresceu exponencialmente, atingindo em 1985 a marca de 75.000 hectolitros de cerveja por ano. Isto só foi possível, porque com o aumento da demanda, Celis comprou a Hougardia, uma fábrica abandonada de limonada, para expandir suas operações de fabricação da cerveja Hoegaarden. Este ano também foi marcado pelo lançamento da primeira extensão da marca, a Hoegaarden Grand Cru, uma cerveja do estilo Belgian Golden Strong Ale com 8,5% de teor alcoólico, cuja cor era alaranjada, o paladar seguia o aroma de frutas cristalizadas, como laranja, cravo e damascos. A cerveja fazia sucesso, especialmente na Bélgica e outros poucos países europeus, mas importantes mercados como Holanda, França e Reino Unido. O sucesso da Hoegaarden foi ajudado em parte pelo copo de seis lados em que era servida a cerveja: por acaso, Celis encontrou o protótipo italiano em uma loja da cidade. Porém, ainda em 1985, quando ele estava prestes a começar a exportar para os Estados Unidos, mais uma vez uma catástrofe atingiu a indústria da cerveja branca belga. A fábrica da Hoegaarden foi severamente destruída por um grande incêndio. Para reconstruir a fábrica, Pierre Celis teve que obter um empréstimo e, ele encontrou isso, com a cervejaria Interbrew, então proprietária e produtora da marca Stella Artois. Mas Celis sentiu que o empréstimo era uma forma de pressioná-lo a adequar a receita de sua cerveja para torná-la mais comercializável. Em vez de mudar a receita, ele decidiu vender a cervejaria em 1987 e se mudar para o estado do Texas, onde fundou a Celis Brewery para fabricar a “Celis White”, uma cerveja que ele descrevia como a “Hoegaarden original”. Com isso a Interbrew assumiu a cervejaria Hoegaarden (que hoje pertencente ao poderoso grupo AB-Inbev).


Com isso, a marca Hoegaarden ganhou investimentos, aumentou a capacidade de produção, poder de marketing e passou a ser exportada para vários mercados mundiais. E nos anos seguintes ampliou a linha de cervejas da marca com o lançamento em 1995 da Hoegaarden Spéciale (rica e encorpada cerveja de trigo de estilo belga, disponível apenas entre outubro e janeiro, com sabor frutado característico e notas picantes claras de cravo e coentro, além de um toque levemente tostado); em 2007 da Hoegaarden Rosée (naturalmente doce e refrescante, com 4,5% de teor alcoólico, possui cor rubi, infusionada com sabores de framboesa, um rico aroma frutado e notas leves de especiarias e coentro); em 2008 da Hoegaarden Citrus (com apenas 3% de teor alcoólico, possui coloração amarela clara, média turbidez e espuma branca, de pouca persistência, além de um aroma tradicional com toques de semente de coentro e muito limão); da Hoegaarden Forbidden Fruit (inspirada no fruto proibido - a maçã -, que possui coloração avermelha e é suavemente adocicada, além de ser feita com malte torrado e lúpulos que oferecem um aroma tipicamente herbal); da Hoegaarden Agrum (uma cerveja original de trigo belga com apreciados frutos locais cítricos, como por exemplo, o agrume), e da Hoegaarden Cherry (com um toque de suco natural de cereja).


Mais recentemente, no início de 2019, a AB-InBev começou a investir na marca belga no mercado brasileiro. Com isso, inaugurou o primeiro bar temático da marca no mundo, batizado de Hoegaarden Greenhouse, no bairro de Pinheiros em São Paulo, que traz um pouco do estilo de vida simples e rústico do vilarejo belga de Hoegaarden, fazendo com que consumidores repensem suas prioridades em meio ao caos urbano. Com uma decoração exótica, que conta com 264 plantas de 38 espécies, o espaço oferece além de boa cerveja (para abastecer os copos, a aposta é o chope Witbier da marca – uma novidade, já que a cerveja só chegava engarrafada ao Brasil) e petiscos deliciosos (cardápio idealizado por um chef), com uma programação extensa, exibições de cinema aberto, feiras de produtores locais e de alimentos orgânicos e workshops de jardinagem.


A Hoegaarden possui um processo de fabricação único e complexo e, justamente por isso, é virtualmente diferente de qualquer outra cerveja no mundo. A primeira etapa é um processo de alta fermentação. Depois, a cerveja é engarrafada sem pasteurização e permanece em repouso por mais três semanas para que aconteça a re-fermentação dentro da própria garrafa. A aparência final é de uma cor amarelo ouro e opaco típico das cervejas de trigo belgas.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por algumas alterações ao longo dos anos, adquirindo uma imagem mais moderna, mas sem perder a rica herança de sua história.


Os slogans 
The Original Belgian Wheat Beer. 
Naturally Different. (2012)


Dados corporativos 
● Origem: Bélgica 
● Lançamento: 19 de março de 1966 
● Criador: Pierre Celis 
● Sede mundial: Bruxelas, Bélgica 
● Proprietário da marca: Brouwerij Hoegaarden 
● Capital aberto: Não (subsidiária da Anheuser-Busch InBev SA/NV) 
● Presidente: Carlos Brito
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 70 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Segmento: Cervejaria 
● Principais produtos: Cervejas de trigo 
● Concorrentes diretos: Erdinger, Vedett, Paulaner, Franziskaner, Weihenstephan, Löwenbräu
e Hofbräu 
● Ícones: O formato do copo chamado de Tumbler 
● Slogan: The Original Belgian Wheat Beer. 
● Website: hoegaarden.com/pt/  

A marca no mundo 
A Hoegaarden, que pertence a poderosa AB-InBev, está presente com sua linha de cervejas de trigo em mais de 70 países, com enorme e disseminada popularidade no continente europeu. Hoje em dia, além do sucesso mundial da marca, 9 a cada 10 cervejas de trigo vendidas na Bélgica são da marca Hoegaarden, além de que o estilo se espalhou pelo mundo e agora podemos encontrar facilmente a cerveja artesanal Witbier. Hoegaarden é detentora de dez medalhas na Copa do Mundo de Cervejas, o World Beer Cup, e com seu sabor único é apreciado e premiado em toda a Europa, América do Norte, Austrália, Singapura e China. 

Você sabia? 
Tumbler é o copo utilizado para as cervejas do tipo Witbier, como a Hoegaarden. Há uma lógica na forma hexagonal do copo (inspirado nos tradicionais copos de geleias), pois se abre para cultivar uma espuma robusta, com uma boca mais larga que deixa os aromas cítricos, temperados e cheios de ervas catapultarem-se pelo ar. Como estas cervejas não formam muito creme, o copo não precisa ter a boca fechada. Robustos e pesados, também facilitam a vida dos bares por serem mais difíceis de serem quebrados, por isso não é incomum serem usados para servir também coquetéis, refrigerantes e chás gelado. 
Como as pessoas pronunciam o nome da cerveja em outras partes do mundo é outra história, mas, para esclarecer: é pronunciado “RUgaarden”. 
Você deve estar se perguntando, se é cerveja de trigo, por que não se chama Weiss, como as tradicionais alemãs? As duas são feitas de trigo e os nomes Weissbier ou Witbier significam a mesma coisa, cerveja branca, mas há uma diferença na produção. A Weiss alemã, geralmente usa trigo maltado e nenhum adjunto em sua receita. Já a Witbier belga, é produzida com trigo não-maltado e temperada com coentro e casca de laranja (que são responsáveis pela notas condimentadas e cítricas). De maneira geral as cervejas Witbiers são claras, mas por não serem filtradas são turvas. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Veja, Exame, Forbes, Newsweek e BusinessWeek), jornais (Estadão e Folha), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 12/7/2019