Amarelo intenso, brilhante, quase luminoso e espuma cremosa, densa, com muito perfume de lúpulo e deliciosos toques frutados. Uma cerveja única, de sabor inconfundível, produzida com cuidado e devoção. Assim é a DUVEL (pronuncia-se Dú-véu, em português), considerada uma das melhores cervejas do mundo por ser extremamente complexa e alcoólica e ao mesmo tempo agradável e fácil de beber. É uma cerveja clássica que deu início ao estilo Belgian Golden Strong Ale.
A história
A história começou no dia 12 de setembro de 1871 quando Jan-Léonard Moortgat, descendente de uma família de cervejeiros, juntamente com a mulher, Maria Hendrika De Block, construiu a cervejaria Moortgat no centro de Breendonck, uma pequena aldeia flamenca ao norte da cidade de Bruxelas. Era uma cervejaria familiar com a produção vendida somente no mercado local. Com perseverança ele conseguiu construir uma clientela fiel para suas cervejas de alta fermentação, conhecidas como ALE. Quase na virada do século, seus filhos, Albert e Victor, assumiram os negócios. Albert virou o mestre-cervejeiro e Victor distribuía os produtos, utilizando para isso uma modesta charrete. Como muitas empresas, as cervejarias belgas sofreram nesse período. Os alemães confiscaram os tanques de cobre e os cavalos das cervejarias. Como não conseguiam comprar malte, era quase impossível produzir cerveja.
A história da cervejaria começou a mudar no ano de 1918 quando Albert viajou para a Escócia com o objetivo de obter uma amostra da levedura da cerveja McEwan’s, que seria empregada na produção de uma nova cerveja semelhante às inglesas, que eram muito populares nesta época entre os belgas. A nova cerveja foi lançada no mercado e recebeu inicialmente o nome de Victory Ale (em português “a Ale da vitória”) para celebrar o final da Primeira Guerra Mundial. A cerveja era diferente de tudo que era servido na Bélgica e sua produção inicial era bastante limitada. Segundo a cervejaria, foi Van De Wouwer, um sapateiro e amigo de Albert, que descreveu a cerveja como um verdadeiro diabo (“nen echten Duvel”, que em português significa algo como “que diabo de cerveja”), isto porque sua graduação alcoólica era extremamente alta, aproximadamente 8.5%. Deste fato, surgiu em 1923 o nome para a cerveja que passaria a ser conhecida como DUVEL, que em idioma flamenco significa diabo.
Outras cervejarias belgas começaram a lançar suas versões para a mesma cerveja e algumas até mesmo as batizavam com nomes que também se aproximavam do significado da original, como por exemplo, Lucifer, Satan ou Belzebuth. Durante muito tempo a DUVEL não foi a principal cerveja da empresa. A Moortgat tinha uma Pilsen conhecida como Bel Pils, que era o carro-chefe da cervejaria. Mas isso mudou após a Segunda Guerra Mundial, quando a terceira geração da família assumiu o controle da empresa. Os filhos de Victor, Leon e Emile, e de Albert, Bert e Marcel, foram os responsáveis pelo crescimento da DUVEL no segmento.
Em 1966, a cervejaria fechou um contrato com a tradicional Carlsberg para produzir e engarrafar a cerveja Tuborg. Esse contrato foi o primeiro passo para a cervejaria crescer e investir no sucesso internacional da DUVEL, que antes era conhecida apenas regionalmente. A DUVEL original não tinha a mesma cor que apresenta hoje. Tinha uma cor âmbar, que lembrava as cervejas inglesas. Apenas depois de 50 anos, em 1969, foi que a cor ganhou os aspectos que mantém até hoje, com a utilização de maltes claros, que entraram para a receita da DUVEL devido ao sucesso de cervejas claras na época. Esta mistura resultou em uma cerveja com aparência clara e brilhante de uma Lager como uma Pilsener, com a robustez e a complexidade de uma Ale. Desde então, a tradicional cerveja é produzida com malte do tipo Pilsener. Foi também na década de 1960 que a cerveja ganhou uma versão mais leve (graduação alcoólica de 7%), batizada de GREEN DUVEL e criada especialmente para um dos maiores festivais ao ar livre da Europa, apesar de muitos afirmarem que foi criada para agradar ao paladar americano.
Na década de 1980 a cerveja foi introduzida no mercado americano e nos anos seguintes conquistou vários mercados internacionais. A partir de 2000, teve início uma forte internacionalização da marca com a exportação da DUVEL para países como França e Reino Unido. Em 2007, os mestres cervejeiros da DUVEL resolveram fazer um experimento onde se adicionou uma terceira variedade de lúpulo (que todo ano é mudado, fazendo dela uma cerveja de safra) à sua versão original. O resultado foi uma cerveja mais densa, alcoólica (9,5%), com maior amargor e aroma especial. Batizada de DUVEL TRIPLE HOP, toda a produção foi vendida em apenas 3 dias.
A DUVEL é uma cerveja peculiar: feita com maltes claros franceses, levedura derivada das cervejas tipo ales escocesas, lúpulos Saaz (tcheco) e Styrian Golding (esloveno) vindos do leste europeu. E somente a água utilizada em sua fabricação é belga. Tudo isso resulta em uma cerveja forte, dourada e encorpada, de amargor marcante, com toques frutados, casca de laranja, florais e lúpulo, com lindíssima espuma densa e persistente. Linda aparência, generosa espuma, e paladar marcante. Assim é a DUVEL.
O ritual
Uma das melhores coisas em se de degustar uma DUVEL é o ritual para servi-la. A tradicional tulipa da cerveja, criada no final da década de 1960 e primeira a acomodar 330 ml, já é um espetáculo por si só. A temperatura deve estar entre 8 e 10°C para garantir a melhor percepção dos aromas e sabores da cerveja. Ao manipular a garrafa, se deve tomar o cuidado para não misturar a levedura que está decantada no fundo. Este mesmo cuidado deve ser tomado ao servi-la na taça, deixando a levedura na garrafa com um pouco da cerveja. Este ritual serve para deixar a cerveja límpida e transparente. A formação de espuma impressiona pela densidade. Em 2007, a marca deixou o ritual ainda mais divertido ao lançar a DUVEL COLLECTION, uma incrível coleção de taças customizadas por artistas de segmentos variados.
Dados corporativos
● Origem: Bélgica
● Lançamento: 1923
● Criador: Albert e Victor Moortgat
● Sede mundial: Puurs, Bélgica
● Proprietário da marca: Duvel Moortgat Brewery S.A.
● Capital aberto: Não
● CEO: Michel Moortgat
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Presença global: + 60 países
● Presença no Brasil: Sim
● Segmento: Cervejarias
● Principais produtos: Cervejas
● Concorrentes diretos: Delirium Tremens, Stella Artois, Leffe e Hoegaarden
● Ícones: A distinta garrafa bojuda
● Slogan: Different for a reason.
● Website: www.duvel.com
A marca no mundo
Atualmente a DUVEL é exportada para mais de 60 países, sendo a marca mais importante do grupo cervejeiro Duvel Moortgat. A produção anual da DUVEL é de superior a 265.000 hectolitros. Hoje em dia a DUVEL pode ser encontrada em garrafas de 330 ml e 750 ml, além da Magnum, (garrafa de 1.5 litros) e Jeroboam (garrafa de 3 litros), vendidas sazonalmente.
Você sabia?
● Devido à alta utilização do CO2 em sua formulação, a DUVEL não é comercializada em barris e não é pasteurizada; além disso, sua validade é de três anos.
● A propaganda mais famosa da marca é uma grande fotografia de sua icônica taça cheia até a borda com a espetacular cerveja dourada. Para a marca, a taça é uma ferramenta de marketing e um forte elo de ligação com o consumidor. Afinal, muitos deles somente bebem DUVEL se for nessa taça.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Isto é Dinheiro), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas).
Última atualização em 4/9/2013
5 comentários:
sou, como muitos, um grande apreciador da bebida. não conhecia a marca desde produto,mas pela propaganda e a história do mesmo, vou procurar essa cerveja pra ver se realmente é tudo isso mesmo, espero que sim.
Meu irmão,acabei de degustar esta cerveja e só posso dizer que é parecido como beijar de língua a primeira namorada! Fácil de beber, alcoólica pra dedeu, espuma abundante, cheiro de flores e frutas amargor equilibrado, leve e persistente, inclusive embaixo da língua, resumindo, vou beber muito esta moça chamada DIABO HEHEHEHE....
TOMEI ESSA CERVEJA HOJE E CONFESSO QUE QUASE CHOREI DE PRAZER,FOI A MELHOR QUE JA DEGUSTEI, PENA SER TAO CARA.
Adimiro ou sabor e tenho-na divulgado a todos que adimitam um nom paladar... Parabéns Albert e Victor.
Acabei de preciar esse néctar dos deuses, realmente, sem mais comentários! Experimentem!
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