Ela já esteve nos pés de monstros sagrados do esporte como Pelé, Dan Marino, Muhammad Ali, Carlos Monzón, Guillermos Vilas e George Foreman. Outrora dominante no mundo dos esportes profissionais, a tradicional PONY se reinventou para transformar-se em uma marca de lifestyle, carregando em seus produtos seu DNA histórico e a cultura da cidade de Nova York. Uma marca de atitude, que se inspira no esporte e desenvolve modelos de tênis com design moderno, sem deixar o conforto de lado.
A história
Para falar sobre os primórdios da PONY é preciso voltar para a Nova York de 1969. A cidade era o epicentro dos esportes americanos, já que suas equipes profissionais, os Mets (beisebol), os Jets (futebol americano) e os Knicks (basquete) haviam conquistado títulos de suas respectivas ligas profissionais. E, claro, os atletas dessas equipes usavam tênis para competir. A indústria do vestuário esportivo, por sua vez, buscava a criação de modelos que pudessem se adaptar a diferentes disciplinas olímpicas, mesmo as mais populares. Nesse cenário, o uruguaio Roberto Muller, um engenheiro químico e têxtil formado pela Universidade de Leeds na Inglaterra, conseguiu identificar que calçados e roupas esportivas poderiam se tornar um elemento-chave do guarda-roupa, além das competições esportivas. Para concretizar a ideia, Muller falou com um grupo de investidores, entre os quais Horst Dassler, então chairman da alemã Adidas, e, em 1972, fundou a PONY, cujo primeiro escritório estava localizado em plena Madison Avenue em Nova York.
A ideia era criar tênis esportivos, mas acima de tudo, mergulhados no espírito efervescente de Nova York. Basta lembrar que o nome da marca decorre do acrônimo “A Product Of New York”. E mais, transformá-los em peças do uso diário nas ruas. Mas para isso ele precisaria dos esportes profissionais e dos atletas. E para isso lançou modelos de tênis com alta tecnologia para atletismo, basquete, futebol americano, beisebol e soccer. O sucesso foi tão rápido quanto incomum. Em alguns anos, a marca patrocinava grandes estrelas esportivas como Pelé, a tenista Tracy Austin e o boxeador Muhammad Ali, bem como uma longa lista de atletas profissionais das ligas de basquete, beisebol e futebol americano, como os jogadores O.J. Simpson e Dan Marino. E apareceu com destaque em grandes momentos da história do esporte mundial, como por exemplo, em 1976 quando Pelé marcou seu gol de número 1.245 e foi premiado com uma réplica dourada da chuteira PONY que ele usou durante a façanha; ainda em 1976 quando a marca participou pela primeira vez dos Jogos Olímpicos de Montreal e atletas vestindo equipamentos da marca conquistaram medalhas de ouro, prata e bronze no basquete, boxe e atletismo; em 1977 quando aproximadamente 50 jogadores da NBA utilizavam tênis da marca; em 1978 quando os calçados da marca foram vistos tanto em Larry Holmes quanto em Ken Norton na luta pelo título dos pesos pesados do boxe; em 1979 quando o jogador de basquete David Thompson juntou-se à equipe PONY e ganhou o prêmio MVP do All Star (jogo das estrelas da NBA); ou mesmo quando os jogadores de futebol Paolo Rossi e Sócrates utilizaram chuteiras da PONY nas Copas do Mundo da Argentina em 1978 e da Espanha em 1982. O sucesso da PONY rapidamente chegou a outros países, onde a marca firmou acordos de licenciamento e distribuição.
Em pouco mais de uma década, a PONY já gozava de presença e prestígio em mais de 100 países e conseguiu se estabelecer como uma marca global em termos de desempenho, imagem e posicionamento, algo que as marcas esportivas alemãs levaram décadas para alcançar. E pensar na PONY naquela época era lembrar as glórias esportivas de grandes atletas usando roupas e calçados da marca que foram além das competições. Os produtos da marca eram tão legais e descolados que os atletas rapidamente transferiram esse estilo para as ruas. Tênis, camisas e calças esportivas se transformaram em elementos de moda e estilo. Neste momento houve uma explosão nas vendas. Em 1983 a marca lançou no mercado um de seus maiores sucessos: o tênis de basquete Pro 80, introduzido em um momento em que o couro branco era um design comumente utilizado na indústria do calçado esportivo. Sua silhueta foi inspirada em um tênis de 1979, endossado pelo jogador de basquete David Thompson, e se tornou um sucesso em vendas, tanto dentro como fora das quadras. Apesar do enorme sucesso da marca, Muller deixou a empresa em 1986, alegando questões financeiras. Neste mesmo ano o jogador de basquete Spud Webb, que com apenas 1.70 metros, vestindo tênis PONY ganhou a famosa competição de enterradas anual da NBA, o Slam Dunk Contest, batendo o gigante Dominique Wilkins de 2.03 metros. Mais um feito que proporcionou uma enorme visibilidade para a marca. Nesta época o faturamento da marca ultrapassava os US$ 800 milhões.
Nos anos seguintes a PONY se inseriu cada vez mais no mundo da cultura e da arte, patrocinando 90% dos grupos de breakdance em Nova York, com seus calçados sendo escolhidos por alguns skatistas mais icônicos da época, e com grandes celebridades e artistas do rock e hip hop vestindo sua marca. Era definitivamente a infiltração do esporte no mundo da moda. Já no final da década de 1990, a PONY tinha perdido sua relevância no campo esportivo e as vendas despencavam. Depois de passar pelas mãos de vários proprietários a marca PONY foi relançada em 2001 e os sneakers foram clicados em pés de famosos, incluindo Justin Timberlake, Korn, Snoop Dogg e Paris Hilton. Era um novo posicionamento: uma marca de lifestyle, mas sem esquecer sua enorme herança esportiva. Em 2005, a marca lançou uma linha em colaboração com o rapper Snoop Dogg. No ano seguinte, a marca foi adquirida (exceto na América do Norte) pela Symphony Holdings, uma empresa pública com sede em Hong Kong. Os novos proprietários contrataram Jim Stroesser, que foi um parceiro-chave na reconstrução da Converse, para mais uma vez reconstruir a PONY. E isto culminou, em 2008, com a campanha publicitária “Back In the Game”. Afinal, a marca PONY sempre foi um clássico do segmento. Desde a sua incubação nas ruas de Nova York até a competitividade nos campos e quadras profissionais.
O relançamento da PONY no mercado mundial como uma marca com um ar de estilo de vida urbano, inspirada pela música, arte, cultura, referências ao Brooklyn, fusões de vanguarda e estilo único, foi um sucesso. Uma marca de tênis que representa a cultura do streetwear, que propõe moda e estilo de vida, perfeito para aqueles que procuram imprimir um toque único para o visual da cidade. Hoje em dia, a PONY, que nasceu nas ruas movimentadas de Nova York e nunca mais saiu da vida dos jovens apaixonados por movimento, se denomina uma marca “Sneakers for real peolple”.
A evolução visual
O tradicional logotipo da marca, conhecido como “Pony Chevron” passou por algumas pequenas modificações ao longo de sua história. Originalmente com o nome da marca em vermelho e o símbolo em azul, a identidade visual ganhou ares mais modernos com nova tipografia de letra e aumento do tradicional Chevron. O logotipo pode ser aplicado na tradicional cor vermelha ou em azul e preto.
Os slogans
Sneakers for real people.
Back In the Game. (2008)
The mark with the Chevron. (1981)
Built to Win.
When sports are more than just a game. (década de 1980)
Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 1972
● Fundador: Roberto Muller
● Sede mundial: New York City, New York, Estados Unidos
● Proprietário da marca: Pony International LLC
● Capital aberto: Não
● CEO: John Haugh
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Presença global: 70 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 100
● Segmento: Esportivo
● Principais produtos: Tênis, sneakers e roupas
● Ícones: O Chevron de seu logotipo
● Slogan: Sneakers for real people.
● Website: ponybrasil.com.br/site/
A marca no mundo
A PONY oferece uma completa linha de tênis casuais e sneakers, além de roupas, em mais de 70 países ao redor do mundo. Atualmente a marca PONY pertence ao Iconix Brand Group (América do Norte) e a Symphony Holdings (resto do mundo).
Você sabia?
● Um dos modelos mais icônicos da PONY, o M-100, criado em 1988, representou um marco na prática do basquete mundial.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 6/2/2018
Um comentário:
qual é o nome do modelo do tenis da segunda foto, tenis branco com o logo azul?
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