21.12.15

CHOPARD


Não é sem motivos, e muitos deles cravejados de diamantes, que a suíça CHOPARD se transformou em uma das marcas de luxo preferidas das estrelas de Hollywood. Com mais de 155 anos de história e tradição, a marca se tornou referência máxima quando o assunto são joias, relógios e acessórios de luxo, o que lhe garante os holofotes tão almejados do mundo das celebridades. É por isso que nos dias de hoje, em qualquer premiação artística badalada, CHOPARD é o que não falta. Oscar e Cannes que o digam. 

A história 
A história começou na região suíça do Vallée de Joux, que ficava isolada das planícies durante os rigorosos meses de inverno em virtude da enorme quantidade de neve. Os fazendeiros, então, impossibilitados de fazer os trabalhos rurais, dedicavam-se à arte da relojoaria. Inclinados sobre as suas mesas de trabalho instaladas debaixo de janelas, as mãos habilidosas meticulosamente cortavam as rodas dentadas e as pequenas espirais para os precisos relógios de bolso suíços. Foi neste cenário que um dos moradores dessa região, um jovem de 24 anos chamado Louis-Ulysse Chopard, iniciou em 1860 seu próprio negócio no pequeno vilarejo de Sonvilier. Inicialmente, a relojoaria do jovem Chopard tinha a intenção de produzir apenas cronógrafos e relógios de bolso. Porém, com o passar do tempo, a oficina L.U.C. (as iniciais de seu nome) começou a se destacar pela precisão e qualidade dos seus relógios. Como os pequenos relojoeiros encontravam dificuldades para acompanhar o desenvolvimento desta indústria, foi nesta lacuna que Chopard começou a fazer sucesso, já que ele estava convicto de que haveria uma clientela para seus relógios precisos e confiáveis, produzidos artesanalmente.


Visionário, ele decidiu tentar sua sorte na Europa Oriental. Foi então, que em 1912, ele colocou seus mais finos relógios em dois baús de viagem marrons e iniciou uma longa jornada através da Polônia, Hungria, países bálticos e Rússia. O ambicioso ato teve enorme sucesso. Isto porque, em seu retorno a Sonvilier, os baús estavam vazios e Louis tinha a satisfação de saber que seus cronômetros marcavam os dias e as horas na corte do Czar Nicolau II. Com os negócios evoluindo, a empresa mudou sua sede para a cidade de Genebra, em 1937. E esta atitude foi tomada, pois a cidade de Genebra se solidificava cada vez mais como a capital mundial da relojoaria, facilitando assim os contatos internacionais e as vendas da CHOPARD, sem a necessidade de exaustivas e longas viagens. Enquanto para muitos relojoeiros o período entre as duas grandes guerras mundiais foi de enorme crise, desemprego e reestruturação, ele foi benéfico para os precisos cronômetros feitos pela “Le Fils de L.U.Chopard”, como a empresa era conhecida. Naquela época, o filho de Louis-Ulysse já havia assumido a empresa, que então empregava 150 pessoas.


Em 1963, Paul-André Chopard, neto do fundador e aos 65 anos de idade, tomou uma decisão fundamental que iria mudar a história da marca. Percebendo que seus filhos não tinham interesse em assumir a empresa, uma nova estratégia precisava ser tomada. Foi então que Karl Scheufele III, herdeiro de uma tradicional relojoaria alemã, assumiu o controle da CHOPARD. O negócio se mostrava interessante: a CHOPARD necessitava de um sucessor financeiramente sólido e confiável para perpetuar sua marca, já Karl Scheufele procurava a independência de fabricantes de movimentos com a aquisição de sua própria manufatura. O resultado deste negócio fez com que a CHOPARD, enfim, se transformasse em referência no mercado de luxo nos anos seguintes. Em 1974, a fábrica da CHOPARD foi transferida do centro de Genebra para Meyrin (nos arredores da cidade), iniciando assim uma nova fase na empresa com a produção de relógios femininos e suntuosas joias. Pouco depois, em 1976, ocorreu o lançamento da coleção de relógios Happy Diamonds, onde diamantes móveis flutuam livremente entre dois cristais de safira. Uma verdadeira obra-prima da relojoaria de luxo que conquistaria os mais exigentes consumidores pelo mundo afora.


Em 1980, a marca lançou no mercado seus primeiros relógios esportivos com pulseiras de couro, batizados de St. Moritz. Em 1985, Karl-Friedrich Scheufele e Caroline são nomeados vice-presidente da empresa. Caroline Scheufele também assumiu o cargo de diretora criativa e criou um palhaço com pernas articuladas e reforçadas por diamantes coloridos e pedras no ventre. O palhaço se tornou emblema da CHOPARD e encarnou a primeira linha de joias de alto luxo da marca. Além disso, nesta década a CHOPARD inaugurou suas primeiras lojas próprias em Hong Kong (1983), Genebra (1986) e Viena (1989). Em 1992 a marca lançou no mercado sua primeira fragrância (chamada Casmir) e nos anos seguintes ampliou sua oferta de produtos com a introdução de óculos, instrumentos de escrita, artigos de couro e bolsas. Com isso, a marca levou seu luxo a outras categorias de produtos. Para ter ideia, os óculos Jewel (joia, em inglês) estão na lista dos mais caros do mundo. O preço, US$ 408 mil, é justificado não apenas pelo requinte de sua fabricante, mas por sua composição, que leva 60 gramas de ouro 24 quilates e diamantes incrustados no logotipo da CHOPARD. O sucesso no segmento de perfumes foi tamanho que a CHOPARD ampliou a oferta de sua linha de fragrâncias em frascos que lembram uma pedra preciosa (Wish, por exemplo, lançado em 1999). Além disso, o lançamento de fragrâncias passaram à coincidir com coleções de relógios ou joias.


A CHOPARD pertence a um seleto círculo de marcas de relógios suíças, que podem legitimamente reclamar o título de Manufaturas. Isto significa que a empresa é capaz de fabricar os seus próprios relógios mecânicos, graças às habilidades e talentos de seus relojoeiros, de engenheiros projetistas a ajustadores de precisão. Para atingir tais altas demandas, a CHOPARD estabeleceu novas oficinas, nos anos de 1990, na região do Jura, mais especificamente em Fleurier, no coração do Val-de-Travers. Esta escolha de local, simbolizando um retorno às raízes, foi tudo menos acidental, constituindo ao invés disso em uma deliberada, lógica e justificada decisão. O primeiro relógio com o novo movimento automático L.U.C 1.96, que recebeu como nome as iniciais do fundador da marca (L.U.C 1860), foi apresentado oficialmente em 1997 e foi eleito “Relógio do Ano” na Suíça. A CHOPARD estava definitivamente solidificada no topo da alta relojoaria suíça.


Em 1998, a CHOPARD, através de uma grande jogada de marketing fechou um badalado acordo de patrocínio com o tradicional Festival de Cinema de Cannes para produzir anualmente a Palma de Ouro (Palme d’Or) da premiação. Caroline Gruosi-Scheufele, então co-presidente e diretora artística da marca, foi quem encarou o desafio de renovar artesanalmente a peça na ocasião, apresentada oficialmente no dia 24 de maio. Até hoje a CHOPARD é responsável pela produção da cobiçada Palma de Ouro. Com a chegada do novo milênio, a marca lançou o relógio Chopard L.U.C Quattro, dotado por um calibre altamente técnico, equipado com quatro barris, o que proporciona uma reserva de nove dias. No ano de 2001, o primeiro movimento não circular com micro-rotor foi criado para um magnífico modelo em formato de tonel (batizado de L.U.C Tonneau). Já em 2005, a marca apresentou ao mercado a coleção Copacabana, uma linha de joias (brincos, colares e pulseiras) inspirada no Rio de Janeiro. Em 2007 a marca suíça comemorou a inauguração de sua centésima loja própria, localizada na sofisticada Avenida Madison em Nova York.


Dando prosseguimento à parceria firmada com o Festival de Cannes, em 2008 a marca lançou uma coleção batizada “Red Carpet”, inspirada no famoso festival e composta por 61 peças de elegância e beleza únicas. Em 2010, a CHOPARD celebrou seu 150º aniversário com a apresentação de suas coleções em edição limitada, entre as quais, Mundo Animal, composta por 150 peças de alta joalharia inspirada no exclusivo universo dos animais. Em 2012, a CHOPARD em parceria com a tradicional loja de departamento Harrod’s lançou uma coleção de joias com 10 peças inspiradas no mundo mágico das princesas mais famosas do mundo, como Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel, Bela, Mulan, Pocahontas, entre outras. A Disney Princess Collection contava com pedras como safiras, rubis, diamantes e esmeraldas, transformando a ficção em um sonho tangível.


Ao longo dessa rica e inovadora história, é possível entender por que a CHOPARD, uma das marcas líder no segmento de relógios e joalharia de luxo, está para os tapetes vermelhos assim como as celebridades estão para os holofotes. Afinal, seus relógios chegam a custar mais de US$ 50 mil. Alguns dos colares alcançam US$ 70 mil. E mesmo suas fragrâncias, são um luxo estonteante. Quem compra CHOPARD, compra status.


O ícone 
Para contar a história de um dos ícones da marca CHOPARD é preciso falar da Mille Miglia, uma lendária corrida de automóvel que se realizou entre os anos de 1927 e 1957, ligando as cidades italianas de Roma e Brescia, em um percurso que totalizava, como indica o nome, mil milhas (cerca de 1.600 km). Circunstâncias variadas, incluindo trágicos acidentes, levaram ao cancelamento da corrida, mas desde 1977 o evento foi recuperado, já não tanto como uma competição de velocidade, mas como um desfilar (na verdade um rali) de carros clássicos, em um dos mais belos e clássicos eventos do gênero: apenas participam automóveis datados de 1927 a 1957, precisamente os anos em que se realizou a competição. Desde 1988, a CHOPARD patrocina a histórica corrida. E foi neste ano que a marca criou uma coleção sob a designação Chopard Mille Miglia, com o logotipo da célebre Freccia Rossa (Flecha Vermelha), símbolo da corrida. Os relógios são oferecidos aos participantes e cada edição da prova é comemorada com um novo modelo, que depois é comercializado ao público, mas sempre em produção restrita, cujas peças são muito procuradas por colecionadores.


Um dos grandes clássicos da CHOPARD o modelo Mille Miglia ganhou novas versões para o ano de 2015. Os novos modelos foram apresentados durante a Baselworld, que aconteceu em meados de março, na cidade de Basiléia. As novas peças apresentam as iniciais GTS, para Grand Turismo Sport, e uma delas apresenta indicação de reserva de energia, o modelo Mille Miglia GTS Power Control. Com uma caixa de 43 mm de diâmetro em aço ou ouro rosa 18 quilates, o relógio é equipado com o calibre automático Chopard 01.08-C, que proporciona 60 horas de reserva de energia e operação a 28.800 vph. É possível apreciar o movimento por meio de uma abertura em cristal de safira no verso da caixa. O relógio ainda proporciona 100 metros de resistência à água e é finalizado por uma pulseira de borracha com traços inspirados em pneus de corrida Dunlop dos anos de 1960. A versão em aço também está disponível com pulseira de aço. Até hoje a marca suíça mantém uma relação intrínseca entre os automóveis e os relógios – os brinquedos e as joias culturalmente aceites para serem exibidas pelo homem.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por pequenas alterações ao longo dos anos, como mostrado na imagem abaixo.


Dados corporativos 
● Origem: Suíça 
● Fundação: 1860 
● Fundador: Louis-Ulysse Chopard 
● Sede mundial: Meyrin, Suíça 
● Proprietário da marca: Le Petit-Fils de L.-U. Chopard & Cie S.A. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Karl Freidrich Scheufele 
● Presidente: Caroline Gruosi Scheufele 
● Faturamento: US$ 800 milhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 149 
● Presença global: 130 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 1.000 
● Segmento: Relojoaria e joalheria de luxo 
● Principais produtos: Relógios, joias e acessórios de luxo 
● Concorrentes diretos: Cartier, Boucheron, Montblanc, Audemars Piguet, Patek Philippe, Jaeger Le Coultre, Piaget e Vacheron Constantin 
● Ícones: O relógio Mille Miglia 
● Slogan: The passion for excellence. 
● Website: www.chopard.com 

A marca no mundo 
A CHOPARD vende sua luxuosa linha de produtos, que inclui relógios, joias, instrumentos de escrita, artigos de couro, bolsas, perfumes e óculos, em 130 países ao redor do mundo através de renomadas joalherias. Além disso, a marca suíça possui 149 sofisticadas lojas próprias em países como China, Suíça, França, Alemanha, Itália, Índia, Estados Unidos, Jordânia, Irã, Macau, Hong Kong, entre outros. No Brasil os produtos da marca são vendidos nas redes de joalherias Frattina e Sara Joias. O faturamento estimado da marca é superior a US$ 800 milhões anualmente. A CHOPARD tem oficinas em Meyrin e Fleurier na Suíça e Pforzheim na Alemanha, onde ocorrem a fabricação de joias, relógios, movimentos e outros componentes. Por exemplo, em Meyrin a marca fabrica suas ligas e pulseiras de ouro; em Pforzheim são confeccionadas principalmente as joias; e em Fleurier produz modelos de alta relojoaria. 

Você sabia? 
A produção anual da CHOPARD é de aproximadamente 80.000 relógios. Os modelos básicos da marca custam entre US$ 4.000 e US$ 12.000, enquanto as edições especiais e os modelos top de linha superam facilmente US$ 90.000. 
O mais antigo relógio da marca está em exibição no Museu Chopard, inaugurado na cidade de Genebra em 2006. A assinatura “Chopard à Sonvilier” está pintada de maneira ornamental na superfície esmaltada do mostrador ligeiramente curvo. 
A marca já produziu peças lendárias para a indústria cinematográfica. Em 2002, no filme Femme Fatale, a atriz Rebecca Romijn-Stamos interpretou uma ladra que rouba um bustiê de ouro avaliado em US$ 10 milhões, confeccionado pela CHOPARD. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 21/12/2015

14.12.15

TCM


O TURNER CLASSIC MOVIES é sinônimo do melhor entretenimento clássico e o único canal a oferecer o melhor do cinema de Hollywood e do mundo produzido ao longo de sete décadas, entre os anos de 1930 e 1990. O TCM, como ficou conhecido, é muito mais que um simples canal por assinatura, é um conceito que traz uma forma única de ver, escutar e viver toda a magia do melhor entretenimento clássico. 

A história 
Tudo começou quando o visionário da mídia Ted Turner, que já havia criado a estação de televisão WTBS e o canal de notícias CNN, comprou em 1986 por US$ 1.5 bilhões o lendário, porém endividado estúdio de cinema MGM/UA. Após a aquisição, Turner assumiu uma enorme dívida e não teve escolha senão vender partes da nova empresa, como o estúdio em Culver City, na Califórnia. Porém, ele manteve a vasta e rica biblioteca de filmes do MGM/UA, o que incluía praticamente todo o material feito pelos dois estúdios antes da fusão e uma pequena porção das propriedades de cinema e televisão da United Artists como a série Gilligan’s Island e a biblioteca da Warner Bros., com filmes de antes de 1948. Com este vasto tesouro em mãos, Ted Turner colocou seu estilo visionário em prática. Em 1988, ele laçou o canal de filmes Turner Network Television (conhecido como TNT). O TNT foi, pelo menos inicialmente, um veículo para filmes e programas de TV mais antigos, mas aos poucos começou a adicionar programação original e reprises mais recentes.


Foi então, que para aproveitar esse rico acervo de filmes antigos e clássicos, ele lançou no dia 14 de abril de 1994, com uma cerimônia em plena Times Square, o TURNER CLASSIC MOVIES (ou simplesmente TCM), um canal por assinatura 24 horas dedicado a transmitir, sem cortes e intervalos comerciais, filmes clássicos, produzidos entre as décadas de 1930 a 1980, da biblioteca do MGM, como por exemplo, Chinatown e Ordinary People. A data de lançamento não foi escolhida ao acaso. Foi escolhida por sua importância, já que representava exatamente o centenário do primeiro filme exibido ao público na cidade de Nova York. O primeiro filme transmitido pelo canal foi Gone with the Wind (de 1939), conhecido no Brasil como E o Vento Levou. O canal tinha como uma de suas grandes atrações o respeitado historiador de cinema Robert Osborne, que ancorava um programa em horário nobre. O novo canal iniciou com uma coleção de 4.000 filmes, 21 funcionários, um orçamento operacional de US$ 15 milhões e 1 milhão de assinantes. Em apenas um ano o TCM tinha aumentado sua base de assinaturas para 4.3 milhões de lares e sua biblioteca de filmes clássicos tinha crescido para 5.600 filmes.


Nessa época, o TCM tinha como principal objetivo ser a marca líder em filmes clássicos. Para ajudar a alcançar esta meta, a rede lançou em 1995 a campanha de marketing “31 Days of Oscar” (em português, “31 Dias de Oscar”), que incluía mostrar, durante todo mês de março, apenas filmes que tinham sido indicados ou ganho a “estatueta dourada” de Hollywood. Desde então a campanha se tornou um clássico do canal e uma importante ferramenta de marketing. A partir de 1996, o TCM também passou a transmitir filmes clássicos do estúdio Warner Bros. Em 1999 o TCM foi lançado oficialmente no Reino Unido, onde faz enorme sucesso desde então. No mês de novembro de 2004, em resposta a remoção dos desenhos animados clássicos do canal Cartoon Network, também de propriedade da Time Warner, o TCM começou a transmitir meia hora mensal com desenhos animados da chamada “Idade Dourada da animação”. Pouco depois, em 1 de novembro de 2005, o TCM foi lançado no Canadá. Nos anos seguintes, além de ampliar a variedade de filmes e acrescer documentários especiais sobre cinema, o canal foi lançado em diversos países do mundo.


No mês de abril de 2010, o canal realizou o primeiro TCM Classic Film Festival, um evento - agora realizado anualmente - em Hollywood. Hospedado por Robert Osborne, os quatro dias de festival celebram Hollywood e seus filmes, contando com participações de celebridades, eventos especiais e exibições de aproximadamente 50 filmes clássicos, incluindo vários recém-restaurados pela Film Foundation, uma organização dedicada a preservar o clássico legado de Hollywood. Há alguns anos atrás o TCM começou adquirir os direitos de transmissão de filmes clássicos de outros estúdios como Columbia Pictures, Paramount Pictures, 20th Century Fox e Universal Studios. Além disso, o canal lançou sua versão em alta definição (TCM HD) e a versão para dispositivos móveis (onde é possível acessar um enorme conteúdo relacionado aos clássicos filmes de Hollywood). Ao longo de mais de 20 anos, o TCM desfilou por sua tela clássicos do cinema mundial, como por exemplo, Cidadão Kane, Bem-Hur, O Mágico de Oz, Drácula, Lawrence da Arábia, Laranja Mecânica, Psicose, Cantando na Chuva, Casablanca e Tubarão.


Em 2015, a Walt Disney Company anunciou uma parceria inédita com o canal de TV por assinatura TCM, que incluía a exibição de clássicos Disney na programação do canal e uma revitalização na icônica atração do parque Disney Hollywood Studios, conhecida como The Great Movie Ride. Nada mais justo que a atração seja patrocinada pelo TCM, já que é um grande passeio por cenas de grandes filmes de Hollywood como Casablanca, O Mágico de Oz, Mary Poppins, Alien – O Oitavo Passageiro, só para citar alguns.


No Brasil o TCM, que estreou no dia 1 de setembro de 2004, tem sua programação dirigida ao público acima de 35 anos, e tem como principais características exibir todos os filmes dublados em português e sem cortes comerciais. Nele, o assinante encontra os melhores clássicos mundiais, desde a época de ouro do cinema, até as séries que fizeram história na televisão, como Jeannie é um Gênio, A Feiticeira e ALF. Outro ponto forte do TCM é que a programação é toda em português com legendas e também dublada.


A evolução visual 
A versão original do logotipo do TURNER CLASSIC MOVIES destacava aproximadamente 30 desenhos de personagens diferentes do cinema que poderiam ser colocados acima do nome TCM, cada um representando uma categoria de filme. Com isso, além da versatilidade da identidade visual, tornava sua aplicação bastante divertida e impactante.


Em 2004 a marca resolveu simplificar seu logotipo, excluindo os desenhos. Depois de adotar um logotipo mais sóbrio (preto e branco), em 2013 o TCM apresentou uma nova identidade visual: as bordas sumiram, o fundo adotou um tom de verde água e a palavra CLASSIC ganhou destaque em negrito.


Em novembro de 2015, somente para a América Latina, o canal apresentou uma nova identidade visual. Trocou o tradicional formato retangular pelo redondo, adotou novas cores e apresentou uma nova tipografia de letra (onde a letra C remete a seta de “review”, um recurso que reforça o conceito de que “todas as histórias que nos conectam com emoções e momentos únicos podem ser revividas e reinterpretadas através da proposta de entretenimento da marca”).


Os slogans 
Let’s Movie. (2015) 
Inspired by Classics. 
Classic Entertainment. 
El cine que ya tenías que haber visto.


Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: 14 de abril de 1994 
● Fundador: Ted Turner 
● Sede mundial: Atlanta, Georgia, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Turner Broadcasting System, Inc. 
● Capital aberto: Não (subsidiária da Time Warner Inc.) 
● CEO: John Martin 
● Diretor Geral: Jennifer Dorian 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 60 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 350 
● Segmento: Mídia (canal de TV) 
● Principais produtos: Filmes e seriados clássicos 
● Concorrentes diretos: AMC, FOX Movie Channel, The Movie Channel e Cinemax 
● Slogan: Let’s Movie. 
● Website: www.tcmbrasil.com 

A marca no mundo 
O canal por assinatura TCM está presente aproximadamente em 60 países na América do Norte (com forte presença nos Estados Unidos, onde mais de 26 milhões de pessoas por semana assistem a sua programação), Europa (especificamente no Reino Unido, França, Espanha e países nórdicos), Oriente Médio, Ásia e América Latina. O canal tem em seus valiosos arquivos mais de 12 mil filmes e séries, que rendem dinheiro também através da venda de DVD para colecionadores e edições especiais. 

Você sabia? 
Enquanto nos Estados Unidos o TCM exibe apenas filmes clássicos, na América Latina o canal também traz em sua programação séries que fizeram história na televisão, como por exemplo, As Panteras, Agente 86, Dallas, I Love Lucy, Os Três Patetas, entre outras. 
Alguns dados curiosos sobre o TCM: os filmes mais antigos de sua biblioteca são “Annie Oakley” “Bucking Broncho” e “Sioux Ghost Dance”, todos de 1894; o filme mais transmitido foi Casablanca, com mais de 125 reapresentações; e os filmes mais requisitados pelos telespectadores do canal são “The High and the Mighty” (1954), “Northwest Passage” (1937) e “The African Queen” (1951). 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Time, BusinessWeek e Exame), jornais (Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 14/12/2015

4.12.15

BuzzFeed


Assuntos e notícias relevantes, mas também irrelevantes. Intermináveis listas dos mais variados assuntos. Testes bem-humorados. Fotos de animais com legendas divertidas. O uso frequente de GIFs (animações curtas). A criação de memes (uma espécie de piada interna da internet). Vídeos que se tornam virais. E uma linguagem própria das redes sociais. Muito prazer, eu sou o BuzzFeed, site que se tornou um dos maiores fenômenos da internet. Talvez você nunca tenha entrado diretamente no BuzzFeed, mas certamente já esbarrou em algum assunto que surgiu ali. Pode ser a lista das “48 coisas que vão te fazer chorar de saudade dos anos 90” ou o teste “Quem é você na novela das 9”. 

A história 
Para contar a história do BuzzFeed é preciso voltar ao ano de 2001, época em que o mundo online vivia sua pré-história. Afinal, a internet servia basicamente para acessar sites pouco interativos, trocar e-mails e mensagens por programas de bate-papo. No mês de fevereiro desse ano, Jonah Peretti, um americano de 27 anos, navegava na web à procura de uma distração, pois estava sem inspiração para finalizar o trabalho da pós-graduação do Media Lab, laboratório de tecnologia do renomado MIT (Massachusetts Institute of Technology). Foi então que ele encontrou o anúncio de um tênis em uma loja virtual da Nike que podia ser personalizado com uma palavra enviada online. Mandou a expressão “sweatshop” (em inglês, um local de trabalho com condições precárias). Nesta época a Nike sofria acusações de trabalho infantil nas fábricas da Ásia. E ele recebeu uma resposta por e-mail dizendo que o pedido violava as regras da loja. Após uma troca de mensagens, ele escreveu: “Vou pedir o tênis com outra palavra. Só gostaria de um pequeno favor: vocês teriam como me enviar a foto da garota vietnamita de 10 anos que irá fabricá-lo?”. A Nike não lhe respondeu. Peretti pegou a troca de e-mails e a enviou a dez amigos contando o ocorrido, que mandaram para mais dez, e assim a história se espalhou. Em poucos dias, ele havia recebido mais de 3.500 mensagens comentando a iniciativa. O fato virou notícia, e ele foi parar na bancada de um programa popular de TV para debater o caso com um executivo da Nike. Sem querer, Peretti havia criado seu primeiro viral na internet.


Essa história da Nike seria a faísca para aquilo que anos mais tarde se transformaria em um dos maiores fenômenos da internet: o BuzzFeed. Depois de ser um dos fundadores em 2005 do site de jornalismo e notícias The Huffington Post, no ano de 2006 o empreendedor digital, juntamente com Kenneth Lerer e John S. Johnson III, fundou na cidade de Nova York o BuzzFeed Labs, como um laboratório experimental para testar, controlar e criar conteúdo viral na internet. A ideia inicial era simplesmente listar automaticamente os principais conteúdos virais que corriam na internet, com uma produção eventual de material próprio. Sem agenda de lançamento eles incluíram: tentar quebrar uma garrafa de cerveja pela metade para uso como um canivete em uma briga de bar, jornalismo cidadão investigando um incêndio na ponte de Manhattan e a criação de uma bebida energética de licor usando cerveja e uma lata de Red Bull. Mas em 2008 os rumos mudaram: em vez de acompanhar os memes — aquele tipo de postagem em que há uma foto com uma frase supostamente engraçada, por exemplo —, o BuzzFeed passou a criá-los.


Nos anos seguintes o BuzzFeed foi aumentando seu conteúdo e, consequentemente, seu alcance, principalmente com a popularização das redes sociais. Uma lista bem-humorada de imagens relacionando “30 coisas que somente hipocondríacos vão entender”. Outra, irresistível, mostrando fotos de “32 gatos curiosos demais para o seu próprio bem”. E até matérias jornalísticas. Foi a partir de combinações inusitadas de chamadas como essas que o BuzzFeed se tornou sinônimo de relevância e conteúdo viral na internet. E esse jeito de fazer as coisas, adotado pelo site, provou-se incrivelmente popular entre os jovens internautas nos anos seguintes.


Em 2011, Peretti trouxe para o time do BuzzFeed o jornalista Ben Smith, um blogueiro e colunista de política de enorme sucesso nos Estados Unidos. A ideia era fazer o site ir além das listas engraçadinhas e das fotografias de bichos fofos. Peretti queria fazer jornalismo. Entre testes engraçados e gatos, começaram a surgir notícias e reportagens. E deu certo. Não demorou muito para que a nova parceria rendesse frutos. No início de janeiro de 2012, menos de 15 dias depois de Smith ter assumido o cargo de editor-chefe, o BuzzFeed furou diversos veículos jornalísticos tradicionais ao revelar que o republicano John McCain apoiaria a candidatura de Mitt Romney à presidência dos Estados Unidos nas eleições daquele ano. Com repercussão em grandes nomes da imprensa americana, como o The New York Times e o Washington Post, o furo mostrou uma faceta até então pouco conhecida do site: sua capacidade de produzir jornalismo sério, político e de impacto. O BuzzFeed também teve papel fundamental na cobertura dos atentados na maratona de Boston em 2013. A partir de então o BuzzFeed começou a expandir seu conteúdo de notícias em editoriais tradicionais como Política, Negócios, Tecnologia e Mundo, além de produzir reportagens especiais.


O que possibilitou Peretti investir em jornalismo foi um caminhão de dinheiro depositado por investidores americanos. Primeiro o BuzzFeed recebeu US$ 50 milhões do fundo de investimento Andreessen Horowitz, um dos mais influentes do Vale do Silício. A empresa abriu escritório em diversos países, incluindo o Brasil, onde o site em português foi lançado em 2013, em sua primeira investida fora dos países de língua inglesa. Por aqui, há uma redação de jornalistas. Além disso, a empresa criou a divisão de vídeos, sob o pomposo nome de BuzzFeed Motion Pictures, e construiu um moderno estúdio em Los Angeles para produção de vídeos com conteúdo original e sob encomenda para anunciantes — outra nova fonte de receita. Ao mesmo tempo, tem correspondentes internacionais em zonas de conflito. E mais recentemente criou um núcleo de reportagens investigativas, liderado por Mark Schoofs, jornalista vencedor do Prêmio Pulitzer. Ao longo de 2014, o número de funcionários saltou de 350 para 700 e o faturamento ultrapassou a marca dos US$ 100 milhões. O que começou como uma coleção de fotos de gatos e listas divertidas agora cobre a crise em Gaza (sem abandonar, claro, os gatos e listas). O sucesso é tamanho, que o BuzzFeed foi avaliado em mais de três vezes o valor do tradicional jornal The Washington Post, famoso por revelar o escândalo de Watergate que derrubou o presidente americano Richard Nixon.


Mesmo uma simples imagem pode virar um enorme sucesso em poucos minutos pelas mãos do BuzzFeed. Um exemplo recente foi a polêmica envolvendo a cor de um vestido que estava na vitrine de uma loja em Londres. Dependendo de quem olhava a foto, via o vestido branco e dourado ou preto e azul. A repercussão foi global. Apresentadores de TV brincavam ao vivo para saber quais eram as cores corretas. A jornalista Poliana Abritta chegou a apresentar o Fantástico, da Rede Globo, com o vestido. Mas o segredo do sucesso do BuzzFeed como empresa não está em somente atrair audiência com conteúdo superficial. A empresa conseguiu adequar seu modelo editorial às demandas do mercado publicitário. Por exemplo, empresas como Pepsi-Cola e BMW pagam ao BuzzFeed para que se crie listas, jogos e outros conteúdos relacionados. Cada campanha pode custar até US$ 100 mil.


Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Fundação: 2006 
● Fundador: Jonah Peretti, Kenneth Lerer e John S. Johnson III 
● Sede mundial: New York City, New York, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: BuzzFeed Inc. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Jonah Peretti 
● Presidente: Gregory Coleman 
● Faturamento: US$ 100 milhões (2014) 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 100 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 780 
● Segmento: Mídia digital 
● Principais produtos: Site de notícias e entretenimento 
● Concorrentes diretos: The Huffington Post, Play Buzz, FOX News, NBC News e Yahoo! 
● Ícones: As listas bem-humoradas 
● Slogan: The Media Company for the Social Age. 

A marca no mundo 
Atualmente o BuzzFeed, que possui sites em idiomas como português, inglês, espanhol, alemão e francês, tem mais de 200 milhões de visitantes mensais, provenientes de mais de 100 países. A maior parte da audiência, 75%, vem de textos do BuzzFeed publicados em redes sociais, como Facebook e Twitter. O agregador de conteúdos virais não apenas tem alguns dos artigos mais compartilhados na internet, como também é um dos sites mais influentes do mundo, segundo o Technorati. Hoje em dia emprega 780 pessoas em Nova York, Londres, Sydney e Paris, entre outras cidades, sendo mais de 250 envolvidos diretamente com a cobertura de política, esporte, negócios, entretenimento e viagem. O BuzzFeed está avaliado, segundo estimativas do mercado, em aproximadamente US$ 1 bilhão. 

Você sabia? 
O BuzzFeed é reconhecido como a “bíblia dos modernos”: seus textos mesclam notícias a conteúdos descompromissados, humor e, evidentemente, memes. Seu valor: vender distração, assim como fazem seus concorrentes Twitter e Facebook. 
Graças aos avançados recursos analíticos e investimentos em ferramentas capazes de cruzar uma série de informações e serviços, os editores do BuzzFeed sabem exatamente o que precisa ser dito – e como – para conseguir que o maior número possível de pessoas compartilhem um conteúdo. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Exame, Ito é Dinheiro e Época Negócios), jornais (Meio Mensagem e O Globo), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 4/12/2015