7.5.06

PLAYBOY


Depois que surgiu a revista PLAYBOY o universo masculino nunca mais foi o mesmo. Ela transformou-se no maior porta-voz da comunidade masculina traduzindo desejos e tendências de um mundo exclusivamente másculo. A revista foi responsável por uma verdadeira revolução sexual, em letra de forma e papel couchê. Desde a publicação do seu primeiro número, há mais de seis séculos, que os leitores da revista juram, sempre de pés juntos, que compram PLAYBOY em virtude dos excelentes artigos contidos na revista e não pelas fotos das belas e cobiçadas mulheres em poses provocantes e sensuais. 

A história 
A ideia do que viria a ser a revista PLAYBOY começou a perseguir em 1951 o jovem psicólogo Hugh Marston Hefner, filho de pais protestantes e conservadores descendentes de uma longa linhagem de puritanos do estado de Massachusetts, depois de alguns empregos irrelevantes e uma breve passagem como redator na tradicional revista Esquire. Quando esta se mudou para Nova York e lhe negou um aumento semanal de US$ 5, preferiu ficar em sua cidade natal, Chicago, e criar sua própria revista. Acreditou que havia um nicho não explorado para uma publicação masculina sofisticada que refletisse os novos valores da sociedade americana do pós-guerra, já que a maioria das revistas direcionadas aos homens falavam sobre caça, armas e carros, ignorando o assunto que mais os preocupava: mulheres. Para isso, convocou um amigo que possuía uma gráfica e outro, dono de uma distribuidora. Levantou US$ 8 mil com os pais e familiares e mais US$ 600 no banco, resultado da penhora de móveis de sua casa, e fundou no dia 1 de outubro de 1953 a empresa HMH Publishing Co. E assim a primeira edição da revista, com as famosas fotos que Marilyn Monroe fez antes da fama para um calendário em 1948, que foram adquiridas por míseros US$ 500, foi inteiramente produzida na cozinha do apartamento da família Hefner no sul de Chicago.


O nome sugerido para a revista seria Stag Party (“despedida de solteiro” em português) e o símbolo, um veado (ou cervo) fumando à espera de uma boa companhia feminina. Na véspera do lançamento, porém, Hefner descobriu que havia uma publicação com esse nome e acabou mudando de ideia depois de ser ameaçado de um processo pelo dono dessa revista chamada Stag (“machão”), sobre esportes radicais. Pensou em vários outros nomes, Top Hat, Bachelor, Gentlemen, até que um amigo sugeriu PLAYBOY, nome de uma fábrica de carros falida. Hefner encomendou ao desenhista e diretor de arte da revista, Arthur Paul, uma nova mascote para o produto que iria ser lançado. Desde então, o coelho (um dos poucos animais que acasalam apenas por prazer, não por reprodução) vestindo uma gravata borboleta apareceu na capa de todos os exemplares da revista, exceto do exemplar número 1, transformando-se em um ícone mundial da marca.


A chegada às bancas aconteceu no mês de dezembro de 1953, custando apenas US$ 50 cents de dólar, sem data na capa já que ele não tinha certeza se haveria um segundo número. Porém, a venda de 53 mil exemplares não só foi suficiente para pagar as despesas da primeira edição como também para financiar a segunda. A nova publicação tinha 44 páginas, incluindo, além de uma foto de Marilyn Monroe vestida sensualmente na capa e outras nuas nas páginas internas; uma história de Sherlock Holmes, escrita por Sir Arthur Conan Doyle; um artigo sobre o grupo musical Dorsey Brothers; alguns desenhos feitos pelo próprio Hugh Hefner; e alguns outros pequenos artigos. Diferentemente de outras revistas direcionadas ao público masculino americano naquela época, a PLAYBOY foi pioneira em mostrar mulheres totalmente nuas.


Então, o segundo passo foi contratar uma pequena equipe, jovem e entusiasmada: dois redatores, um diretor de arte e mais pessoas para cuidar da publicidade e assinaturas da revista. E logo vieram outras edições, publicadas mensalmente. Todas elas seguiam o mesmo padrão: a capa da revista com uma estrela principal (chamada de Playmate do mês), uma entrevista e reportagens sobre assuntos variados do universo masculino. Quase que instantaneamente PLAYBOY se tornou o maior fenômeno editorial da imprensa americana de revistas da década de 1950. Começou a explorar a força de sua marca e comercializar em 1955 as famosas abotoaduras no formato de cabeça de coelho. Foi em 1956 que o primeiro pôster no meio da revista (com o tamanho de três páginas) foi publicado na edição de março: uma fotografia da atriz e modelo Marian Stafford. Em 1959 a revista atingiu um milhão de cópias vendidas mensalmente. Esse ano também marcou a primeira incursão da marca na televisão com o Playboy’s Penthouse, um programa de variedades que durou dois anos e apresentou ícones culturais como Ella Fitzgerald, Carl Sandburg e Lenny Bruce. Em 1960 inaugurou o primeiro PLAYBOY CLUB (espécie de boate e cassino) na cidade de Chicago. As famosas entrevistas feitas pela revista começaram em 1962 com o trompetista Mile Davis. Ao longo dos anos, personalidades famosas e marcantes como Jimmy Carter, Fidel Castro, Malcom X, Salvador Dali, Martin Luther King, Yasser Arafat, Muhammad Ali, Orson Welles, entre outros, concederam entrevistas históricas para a revista. Em 1970 a revista inovou mais uma vez ao lançar uma edição impressa em braile. Nesta época, o sucesso era tamanho que dois em cada cinco americanos entre 18 e 35 anos liam a revista.


Em 1971, a empresa abriu seu capital na Bolsa de Valores e passou a se chamar Playboy Enterprises, compreendendo a revista que vendia 7 milhões de exemplares por mês; 23 Playboy Club, resorts, hotéis e cassinos com mais de 900 mil associados em todo o mundo; uma editora de livros; várias linhas de produtos licenciados; uma agência de modelos; um serviço de limusines; uma gravadora e uma produtora de cinema e televisão. Tudo dirigido por um único homem. As primeiras edições internacionais da revista foram lançadas na Alemanha e na Itália em 1972. Mas essa década foi difícil para a empresa e não por conta de feministas ou puritanos. Primeiro pelo surgimento e avanço de suas grandes concorrentes: as revistas Penthouse e Hustler. Depois pela chamada “Guerra Pubiana”. No início, a PLAYBOY mostrava apenas seios e bundas, mas não o púbis. Com as flexibilizações das leis e costumes, desceu-se aos pêlos. A cada mês, alguém mostrava mais, porém quando seus concorrentes abriram as pernas das modelos, puseram mulheres se beijando e expuseram línguas, a PLAYBOY pisou no freio. Não chegaria lá, havia um limite e bom senso. E assim ficou em um incômodo meio-termo: pornográfica para seus inimigos, discreta demais para leitores potenciais.


A crise financeira veio com a queda gradativa de circulação e uma onda governamental que culminou na cassação das licenças de clubes e cassinos. Outro fato marcante aconteceu quando a Playmate do ano de 1980, Dorothy Stratten, foi assassinada por um ex-namorado ciumento, e o caso levou a revista às manchetes de jornais de uma forma negativa. Porém, a revista superou todos esses percalços, e continuou sua revolução no mundo masculino, incluindo a inauguração de lojas próprias (para vender seus inúmeros produtos licenciados) a partir de 2000. Mas, a partir de 2008, a PLAYBOY começou a viver seu pior momento, assolada por uma crise financeira e queda nas vendas de todos os seus produtos, que culminou com a demissão do principal executivo da empresa, mas não estancou os enormes prejuízos. Se o império PLAYBOY se manteve em pé foi graças ao licenciamento de produtos com a marca do coelhinho (que responde por mais de 50% do faturamento da empresa), pelo site da internet e pelo canal de televisão, já que as vendas da revista despencaram nos Estados Unidos, dos 7 milhões de exemplares por edição nos anos de 1970, para os atuais 640 mil. Uma prova disso, é que a partir de dezembro de 2009 a revista reduziu suas edições anuais apenas para 10, combinando os meses de julho/agosto e janeiro/fevereiro.


E o principal motivo dessa crise está na tecnologia (entenda-se internet). Isto porque, as pessoas podem facilmente ter acesso às imagens de cunho sexual e de graça através da internet. Era preciso fazer alguma coisa para encerrar a crise existencial “dessa senhora sexagenária”. Foi então, que a empresa tomou uma histórica decisão, considerada por muitos como radical. Entre março de 2016 e fevereiro de 2017 a edição americana da PLAYBOY não estampou em suas páginas fotos de mulheres totalmente nuas, apenas em poses provocantes e sensuais. Porém, esta atitude durou pouco e, em 2017, a revista voltou a publicar fotografias de mulheres nuas.


O coelhinho no mundo 
A revista masculina mais famosa do planeta está ou já esteve presente em muitos países, entretendo e divertindo gerações de marmanjos:
● África do Sul (1993–1996, 2011-2013) 
● Alemanha (1972-presente) 
● Argentina (1985-1995, 2006-presente) 
● Austrália (1979–2000) 
● Brasil (1975-presente) 
● Bulgária (2002-presente) 
● Colômbia (2008-presente) 
● Croácia (1997-presente) 
● Eslováquia (1997-2002, 2005-presente) 
● Eslovênia (2001-presente) 
● Espanha (1978-presente) 
● Estados Unidos (1953-presente) 
● Estônia (2007-presente) 
● Filipinas (2008-presente) 
● França (1973-2011) 
● Geórgia (2007-2009) 
● Grécia (1985-presente) 
● Hong Kong (1986-1993) 
● Hungria (1989-1993, 1999-presente) 
● Indonésia (2006-2007) 
● Itália (1972-2003, 2008-presente) 
● Japão (1975-2009) 
● Letônia (2010-presente) 
● Lituânia (2008-presente) 
● México (1976-1998, 2002-presente) 
● Moldávia (2012-presente) 
● Mongólia (2012-presente) 
● Noruega (1998-1999) 
● Holanda (1983-presente) 
● Polônia (1992-presente) 
● República Checa (1991-presente) 
● Romênia (1999-presente) 
● Rússia (1995-presente) 
● Sérvia (2004-presente) 
● Suécia (1998-1999) 
● Tailândia (2012-presente) 
● Taiwan (1990-2003) 
● Turquia (1986-1995) 
● Ucrânia (2005-presente) 
● Venezuela (2006-presente)


As estrelas 
A edição da PLAYBOY mais vendida do mundo foi a de novembro de 1972, que estampava na capa a modelo Pamela Rawlings. Mesmo sem dados oficiais (já que as vendas da revista começaram a ser auditadas apenas em 1994), a PLAYBOY estima que essa edição tenha superado a marca de 7.16 milhões de exemplares vendidos. Depois que as vendas começaram a ser monitoradas, os números ficaram bem mais modestos. Nos últimos vinte anos, a edição campeã de vendas estampava na capa a modelo e ex-lutadora de Wrestling Joanie Laurer, mais conhecida como Chyna, com 1.389.200 cópias vendidas. Durante todos esses anos várias beldades estamparam seus belos corpos nas capas da revista: Jayne Mansfield (1956), Sophia Loren (1957), Brigitte Bardot (1958), Kim Novak (1959), Elizabeth Taylor (1963), Ursula Andress (1965), Jane Fonda (1966), Joan Collins (1969), Vanessa Redgrave (1969), Linda Evans (1971), Jane Seymour (1973), Melanie Griffith (1976), Raquel Welch (1977), Farrah Fawcett (1978), Margaux Hemingway (1978), Nastassja Kinski (1979), Bo Derek (1980), Mariel Hemingway (1982), Kim Basinger (1983), Sonia Braga (1984), Madonna (1985), Brigitte Nielsen (1985), Janet Jones (1987), Cindy Crawford (1988), Latoya Jackson (1989), Sharon Stone (1990), Mimi Rogers (1993), Elle MacPherson (1994), Drew Barrymore (1995), Nancy Sinatra (1995), Samantha Fox (1996) e Carmen Electra (1996). A atriz americana que apareceu mais vezes na capa da revista foi Pamela Anderson (14 vezes, entre outubro de 1989 e janeiro de 2014).


Além disso, apenas dez homens foram capa da revista: o britânico Peter Sellers (abril de 1964), Burt Reynolds (outubro de 1979), Steve Martin (janeiro de 1980), Donald Trump (março de 1990), Dan Aykroyd (agosto de 1993), Jerry Seinfeld (outubro de 1993), Leslie Nielsen (fevereiro de 1996), Gene Simmons (1999), Seth Rogen (2009) e Bruno Mars (2012).


Diversas mídias 
A empresa se utiliza de vários tipos de mídias para se comunicar e vender seus produtos aos consumidores. A PLAYBOY TV, lançada no dia 1 de novembro de 1982 com o nome de PLAYBOY CHANNEL, está disponível atualmente em 65 milhões de lares somente nos Estados Unidos, e países como Brasil, Canadá, Nova Zelândia, Espanha, Grécia, Inglaterra, Irlanda, Portugal e Noruega. A programação do canal inclui conteúdo adulto leve, com filmes, séries, reality shows e programas de comportamento que exploram erotismo e sensualidade. Em 2002 foi lançada a PLYABOY RADIO, que atualmente atinge um público estimado de 20 milhões de pessoas. O website da marca, lançado em 1994, recebe mensalmente mais de cinco milhões de internautas, que geram mais de 45 milhões de visualizações de páginas. Já o Playboy Cyber Club é um site (lançado em 1995) que oferece serviço premium baseado em assinatura, que serve como complemento online para a revista, contendo conteúdo original, como fotos extras, vídeos, bate-papos ao vivo e arquivo das edições anteriores da revista. Além disso, através do serviço PLAYBOY MOBILE, distribui conteúdo para plataformas móveis como imagens, jogos, vídeo clipes e filmes de TV.


As garotas de Hefner 
Hugh Hefner pode ser considerado o Midas da sensualidade e erotismo. Não por menos, no dia 7 de agosto de 2005, sua marca apimentou o mundo dos reality shows com a estreia do The Girls of the Playboy Mansion. Durante quase cinco anos, o trio (Kendra Wilkinson, Holly Madison e Bridget Marquardt) teve o posto oficial de namoradas do “bon vivant”, com direito a terem suas vidas filmadas pelas câmeras de TV. À primeira vista, o programa parecia um convite a um universo de futilidade e luxúria. Mas o que se viu foi um show divertido, com ótimas histórias protagonizadas pelas carismáticas “Playmates”, que amealhou milhares de fãs pelo mundo afora. As garotas amadureceram desde então e foram substituídas em 2009 por outras três jovens loiras platinadas: as gêmeas Karissa Shannon e Kristina Shannon e Crystal Harris (então futura esposa de Hefner). O programa durou até agosto de 2010 e teve 91 episódios.


A censura 
Em várias partes da Ásia, como a China (apesar da revista já ter sido vendida em Hong Kong), Coréia do Sul, Índia, Malásia, Taiwan, Cingapura e Brunei, a venda e distribuição da revista PLAYBOY é proibida. Em adição a essa lista de países, a revista também é banida em quase todos os países muçulmanos da Ásia, Oriente Médio e da África. O Japão possuía até 2009 uma edição própria da revista, mas era proibido que as modelos mostrassem suas regiões púbicas nas fotos. Em 1986, a rede americana de lojas de conveniência 7-Eleven baniu a revista de seus estabelecimentos. Somente em 2003, a PLAYBOY voltou a ser comercializada nas lojas da rede. Em várias comunidades pequenas dos Estados Unidos a revista PLAYBOY não é vendida nas lojas da rede. Em outras comunidades, é vendida apenas em lojas de bebidas. Em comunidades ou cidades onde a venda de bebidas alcoólicas é proibida, a venda de PLAYBOY também costuma ser. Outro adversário da revista ao longo dos anos foi o feminismo. Nos anos de 1960, a militante Gloria Steinem disfarçou-se de “coelhinha” em um clube da PLAYBOY para escrever um artigo contra Hefner. A crítica fundamental do feminismo contra revistas do gênero é que elas transformam as mulheres em objetos. Hefner responde a isso com ironia: “Se nenhuma mulher fosse encarada como objeto, não existiria uma próxima geração. E muitas mulheres aprenderam a usar a PLAYBOY como um meio de aumentar o seu poder sexual”. O detalhe irônico é que os “repressores” ajudaram a fundar a revista: a mãe de Hefner emprestou dinheiro para a arrancada no empreendimento, e o pai foi o primeiro contador da empresa.


A mansão 
Um lugar de sonhos! É como entrar em um parque de diversões que não tem nem roda gigante nem montanha russa. É assim que pode ser definida a Mansão Palyboy (Playboy Mansion), morada que exala sexualidade e libertinagem, onde vive o lendário Hugh Hefner. A propriedade não poderia estar localizada em outra cidade: Los Angeles, na ensolarada Califórnia. Construída no ano de 1927 em falso estilo gótico, a mansão, situada no subúrbio chique de Holmby Hills, ocupa um terreno ajardinado de 2 hectares que Hefner comprou por US$ 1.05 milhões em 1971. A mansão (com 2.042 m² de área construída), que conta com 22 quartos, adega de vinho, cinema, quadra de tênis e basquete, cachoeira, zoológico particular e aviário (com diversas aves exóticas), já foi palco de milhares de festas, muitas delas inesquecíveis atraindo convidados que curtem o ambiente de diversão livre, principalmente na lendária piscina da gruta subterrânea. “Sou o homem mais sortudo do mundo”, costuma dizer Hugh. Como prova, ele constantemente mencionava as três namoradas que dividiram, por um bom tempo, a mansão com ele – as oxigenadas Holly Madison, Bridget Marquardt e Kendra Wilkinson, então estrelas do The Girls of the Playboy Mansion, um reality show da televisão americana.


De acordo com as lendas, a mansão já foi palco de acontecimentos históricos: Elvis Presley dormiu com oito “Playmates” lá dentro; enquanto John Lennon queimou um quadro de Matisse ao esquecer um cigarro aceso; e duas mulheres acusaram o ex-astro da TV Bill Cosby, amigo de Hefner, de agressão sexual na mansão. Em agosto de 2016 o vizinho de Hefner, Daren Metropoulos, comprou a célebre mansão por US$ 100 milhões. Porém o contrato inclui entre suas cláusulas que Hefner poderá residir até o fim da vida na mansão.


Os clubes privados 
Exatamente dia 29 de fevereiro de 1960 a empresa decidiu levar seu entretenimento e diversão para o mundo físico com a inauguração do primeiro PLAYBOY CLUB (espécie de boate) no centro da cidade de Chicago, estado de Illinois. Ao preço de US$ 25 a entrada e cobrando US$ 1.50 por bebidas, cigarros e refeições, era uma diversão garantida para os associados, que pareciam andar pelas páginas da revista. Durante os três primeiros meses de seu funcionamento, aproximadamente 132 mil pessoas visitaram o lugar para admirar as meninas com orelhas de coelho. Com um prestígio inigualável na época, a unidade de Chicago chegou a ser o clube noturno mais frequentado do mundo. Rapidamente, essas boates, com suas garçonetes vestidas sensualmente de coelhinhas (conhecidas como “Playboy Bunnies”), se expandiram para outras cidades como Miami, Nova Orleans, Nova York, Boston, Dallas, Denver, Atlanta e San Diego, e até em outros países como Inglaterra, Jamaica e Filipinas. O clube de Londres teve entre seus visitantes famosos Frank Sinatra, Jean-Paul Belmondo, James Garner e Ursula Andress. O estabelecimento era muito popular entre os intelectuais, como jornalistas, escritores e críticos literários. Entretanto, não havia nada de imoral nestes clubes noturnos: eram estabelecimentos de luxo com um sistema de inscrição. Eles eram uma espécie de cassino com restaurante e bar, onde as pessoas podiam fumar um charuto e assistir a concertos. Por mais de 20 anos fizeram sucesso, chegando a ter 2.5 milhões de associados, Mas ainda que durante este período a maior parte da receita da empresa viesse da jogatina de clubes como esses, uma grave crise financeira fez com que todos eles fossem fechados no final da década de 1980.


Mas os ares de nostalgia que sopraram nos Estados Unidos nos últimos anos trouxeram junto o retorno de um dos ícones mais kitsch (um termo utilizado para designar o mau gosto artístico e produções consideradas de qualidade inferior) e libertinos do país: o PLAYBOY CLUB. O retorno triunfal do multimilionário Hugh Hefner aos clubes não poderia ter um cenário mais apropriado do que Las Vegas, a cidade do vício, que em agosto de 2006 assistiu à inauguração de um estabelecimento que funcionava como clube e cassino, em associação com o Palms Cassino Resort. Desde o fechamento do seu clube de Manila (Filipinas) em 1991, a indústria pornô e as reivindicações feministas colocaram a PLAYBOY em uma encruzilhada que trouxe muitos prejuízos para a empresa ao longo dos anos. A boate, localizada nos últimos três andares do hotel-cassino Palms, oferecia muita diversão, além de restaurante, bar e lounge. Os três andares eram repletos de ícones do universo PLAYBOY que iam desde os botões em formato de coelhinho nas almofadas até o papel de parede: uma colagem de fotografias mostrando todas as mulheres que ilustraram os pôsteres centrais da revista nas últimas duas décadas. O empreendimento fechou em junho de 2012. Atualmente existem unidades do Playboy Club em Londres (inaugurada em 2011), Hanoi, Hyderabad, Nova Déli e Mumbai. Além disso, no dia 28 de fevereiro de 2017 ocorreu a inauguração do primeiro PLAYBOY CAFÉ, localizado na cidade de Bangkok na Tailândia, que oferece uma variedade de delícias culinárias em uma atmosfera única para que as pessoas se reúnam e acessem o universo da marca americana.


O gênio por trás da marca 
Hugh Marston Hefner nasceu na cidade de Chicago no dia 9 de abril de 1926, no seio de uma família conservadora e protestante. Já na escola se interessou pelo jornalismo, criando um jornal e desenhando quadrinhos. No último ano do ensino médio, após ser rejeitado por uma garota por quem era apaixonado, resolveu se reinventar como “Hef”, uma figura sofisticada que logo lhe garantiu popularidade entre os colegas. Após se formar em 1944, serviu o exército trabalhando como secretário e cartunista, antes de ser dispensado em 1946. Hugh Hefner fez aulas de arte no renomado Art Institute of Chicago e em seguida entrou na Universidade de Illinois, onde se formou em apenas dois anos e meio em psicologia. Em seguida estudou sociologia na Northwestern University, enquanto trabalhava como cartunista e editor. Em 1951 conseguiu trabalho na revista Esquire. Depois trabalhou na editora Publisher’s Development e, pasmem, na revista infantil Children’s Activities, até decidir criar sua própria revista em 1953.


Mais do que editor, Hugh Hefner é o perfeito garoto-propaganda da marca PLAYBOY (se é que se pode falar assim de um senhor com mais de 90 anos). Foi nesse papel que ele apareceu no programa The Girls of the Playboy Mansion: o “bon vivant” que namorava três jovens mulheres tão belas quanto avoadas (ele já chegou a ter sete namoradas, mas achou aconselhável, naquele momento, fazer o que chama de downsize). Sobrevivente de dois casamentos, até aquele momento, jura que foi fiel às suas mulheres enquanto durou o matrimônio. Mas não quer repetir a experiência. “É mais fácil lidar com três namoradas do que com uma esposa”, diz. Hugh Hefner se considera um dos papas da revolução sexual que varreu o mundo há umas seis décadas. Todavia, ele era um protótipo do americano bem comportado, com família estável, boa carreira e uma casa, quando ele resolve aloprar de vez e lançar uma revista dirigida ao público masculino, com dicas de moda, comportamento, entrevistas e, principalmente, mostrando mulheres nuas. Em um país de formação puritana como os Estados Unidos, o bom e velho sexo para fins recreativos sempre foi um assunto marginal, e até idos dos anos sessenta qualquer material erótico tinha um quê de clandestino. Claro que havia as pin-ups, mas essas, por maior que fosse o apelo sexy, não apresentavam nudez total nem parcial. Por isso, revistas masculinas “sérias” falavam de tudo, menos do que realmente importava: mulheres. Se um jovem queria ver uns peitinhos, tinha que apelar para material pornográfico, de circulação restrita e quase ilegal. E foi esse nicho que o jovem resolveu explorar. Amado ou odiado, ninguém duvida da influência dele na história da cultura norte-americana.


Como editor de revista, ele fez pelo sexo o que Ray Kroc (idealizador do McDonald’s) fez pela comida de beira de estrada: tornou-o mais “limpo” para uma classe média emergente. Hugh foi obrigado a deixar a presidência da empresa em 1985, depois de ter sofrido um ataque cardíaco. Quem assumiu o posto foi sua filha Christine Hefner. No entanto, ele continuou a atuar na revista como editor chefe, cargo que ocupa desde então. Pode ser que Hefner, a quem boatos associaram com dezenas de mulheres (muitas ao mesmo tempo) ao longo de sua vida, tenha sossegado com sua esposa, Crystal Harris, ex-coelhinha da PLAYBOY e 60 anos mais nova, com quem se casou no final de 2012. Hefner já havia casado duas vezes antes. Ele e sua segunda esposa, Kimberley Conrad, também uma ex-coelhinha, divorciaram-se em 2010 depois de uma longa separação. Seu primeiro casamento com Mildred Williams acabou em 1959. Ele tem dois filhos de cada casamento.


Algumas curiosidades sobre Hugh Hefner: conceder entrevistas ou aparecer em conferências usando um robe (de preferência vermelho-escuro) é uma de suas marcas registradas; uma espécie de coelho foi batizada em sua homenagem (Sylvilagus Palustris Hefneri); apesar do alto QI (152), ele era considerado um estudante sem entusiasmo; pode-se dizer que ele é um grande fã de Marilyn Monroe, tanto que comprou a cripta ao lado da diva, no cemitério Westwood Memorial Park (Los Angeles), para passar a eternidade ao lado da loira; em sua tradicional festa de aniversário, apenas para família e amigos, ele sempre organiza uma exibição do filme “Casablanca” – seu favorito – e à qual os convidados devem comparecer vestidos de acordo com a atmosfera do longa-metragem.


Dados corporativos 
● Origem: Estados Unidos 
● Lançamento: Dezembro de 1953 
● Criador: Hugh Hefner 
● Sede mundial: Beverly Hills, Califórnia, Estados Unidos 
● Proprietário da marca: Playboy Enterprises Inc. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Ben Kohn 
● Editor chefe: Hugh Hefner 
● Faturamento: US$ 200 milhões (estimado) 
● Faturamento: Não divulgado 
● Circulação: 1.5 milhões de cópias 
● Presença global: 180 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 400 
● Segmento: Entretenimento 
● Principais produtos: Revistas, sites, canais de TV e produtos licenciados 
● Concorrentes diretos: Maxim, Penthouse, Hustler, Esquire, Men’s Health, FHM, GQ e sites pornográficos 
● Ícones: O coelho e as belas Playmates 
● Slogan: Entertainment for Men. 
● Website: www.playboy.com.br 

A marca no Brasil 
A edição brasileira da revista foi lançada em agosto de 1975 com o título de “A Revista do Homem”, pois o original tinha sido vetado pela censura, estrelando a bela modelo Lívia Mund. Apenas em 1978 a revista pôde ostentar seu nome verdadeiro. Isto aconteceu na edição 36 (julho), com Debra Jo Fondren na capa. Por anos, ostentou o título de uma das revistas mais vendidas do Brasil, contribuindo para que o mercado brasileiro se tornasse no maior do mundo para revistas eróticas. Já posaram para a edição brasileira atrizes famosas como Regina Duarte (1976), Betty Faria (1978), Lucélia Santos (1980), Lídia Brondi (1980), Dina Sfat (1982), Vera Fischer (1982), Christiane Torloni (1983), Sônia Braga (1984), Maria Zilda (1985), Cláudia Raia (1985), Yoná Magalhães (1986), Maitê Proença (1987), Bruna Lombardi (1991), Luiza Tomé (1993), Cissa Guimarães (1994), Adriane Galisteu (1995), Marisa Orth (1997), Mylla Christie (1997), Danielle Winitis (1998), Deborah Secco (1999), Alessandra Negrini (2000), Juliana Paes (2004), Mel Lisboa (2004), Flávia Monteiro (2005), Grazielli Massafera (2005), Flávia Alessandra (2006), Karina Bacchi (2006), Bárbara Paz (2007) e Cléo Pires (2010); apresentadoras e modelos como Xuxa (1982), Luíza Brunet (1983), Monique Evans (1986), Luma de Oliveira (1987) e Isadora Ribeiro (1991); cantoras, como Marina Lima (1999), Elba Ramalho (1989) e Kelly Key (2002), dançarinas como Carla Perez (1996); esportistas como Hortência (1988); e até mesmo a bela bandeirinha de futebol Ana Paula Oliveira (2007).


Aqui no Brasil as edições de maior circulação tiveram em suas capas mulheres sensuais como a Feiticeira (Joana Prado) em 1999 com mais de 1.25 milhões de cópias; Tiazinha (Suzana Alves) em 1999 com 1.22 milhões de cópias; Adriane Galisteu em 1995 com 960 mil cópias; a cantora Kelly Key em 2002 com 850 mil exemplares; Scheila Carvalho em 1998 com 845 mil cópias; e Marisa Orth em 1997 com 836 mil cópias. Originalmente publicada pela Editora Abril, onde teve sua edição inaugural em 1975 e foi encerrada 40 anos depois (2015) com 487 edições, é desde abril de 2016 publicada pela editora PBB Entertainment. O relançamento da revista contou com a atriz Luana Piovani na capa. Devido à crise neste setor, a partir de julho de 2016 a revista teve circulação bimestral, e em março de 2017 passou a ser trimestral. A revista tem circulação mensal de 100 mil cópias.


A marca no mundo 
Atualmente a revista é publicada em mais de 25 países, tendo somente nos Estados Unidos aproximadamente 6 milhões de leitores, atingindo um total de 18 milhões em todo o mundo, sendo a revista masculina mais vendida do planeta com pouco mais de 640 mil unidades comercializadas por mês, somente nos Estados Unidos. No mundo a circulação é superior a 1.5 milhões de unidades. A revista deu origem a um império com mais de 2.500 produtos licenciados (incluindo roupas, acessórios, calçados, lingeries, joias, óculos e perfumes), que geram mais de US$ 1 bilhão em vendas em 180 países. Além disso, o império ainda inclui publicações, canais de televisão, websites, distribuição de conteúdo para plataformas móveis e uma rádio, que faturam mais de US$ 200 milhões anualmente. 

Você sabia? 
A maior edição da revista foi lançada em 1979, em comemoração aos seus 25 anos, contendo 414 páginas. 
A atriz Ilka Soares foi a mulher brasileira mais velha a posar para a revista. Tinha 52 anos em 1984, data do ensaio. Nos Estados Unidos, a façanha coube à Nancy Sinatra, filha do cantor Frank Sinatra, que despiu-se aos 54 anos, em 1995. 
Embora seja bastante conhecido o comentário irônico de que alguns leem a PLAYBOY por seus artigos, o certo é que a revista ganhou parte de sua reputação graças à qualidade e profundidade de suas reportagens. Por ali desfilaram textos de Hunter S. Thompson e Truman Capote, além de incendiárias entrevistas com figuras como Martin Luther King e Malcolm X. 
No Brasil a PLAYBOY ficou conhecida por seu popular slogan “A revista do homem”


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Exame), jornais (Valor Econômico, O Globo, Folha e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 13/5/2017

3 comentários:

lilihhcoelhinhoplayboy disse...

amo o coelhinho da playboy não a playboy mas sim o coelhinho, ele é a coisinha mais linda do mundinho de eu!!!!!!!

..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
.AdorO.te
..AdorO.te
...AdorO.te
....AdorO.te
.....AdorO.te
......AdorO.te
.......AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
........AdorO.te
.......AdorO.te
......AdorO.te
.....AdorO.te
....AdorO.te
...AdorO.te
..AdorO.te
.AdorO.te

_COELHINHO DA PLAYBOY_

*parabéns Hugh Hefner por este brilhante trabalho de principalmente fazer com que eu conhece`se a coisinha mais lindah do mudo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

bjinhux coelhinho

kaka disse...

oi amo o coelhinho da playboy e lindo mesmo!queria ver varias coias da marka pois e muito lindo e sensual!!!!!!!!!!!!!bjinhos!

Brunno Felix disse...

Ta aí.. bem escrito! xD
Gostei do cunho histórico da "marca", porém as fotos chamam bem + atenção.. rs!