Tudo sobre estes carros revela classe. Desde a magnífica mascote popularmente conhecida “Dama Voadora”, ao suntuoso interior estofado. Do silencioso som do motor, ao abafado som emitido ao fechar a porta do carro. Os automóveis ROLLS-ROYCE, preferidos de realezas e celebridades mundo afora, é a mais pura representação de indulgência, sofisticação, luxo, personalidade e conforto. É a verdadeira “jóia da coroa” do universo automobilístico.
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A história
A história da tradicional montadora inglesa teve início quando em 1884, o engenheiro mecânico Frederick Henry Royce, fundou uma pequena oficina para prestar serviços na área eletrônica e mecânica. Ele construiu seu primeiro motor de automóvel somente em 1904 na fábrica de Manchester e em maio conheceu o aristocrata inglês Charles Stewart Rolls, um lorde apaixonado por automobilismo e cuja empresa vendia carros de luxo em Londres. Henry projetou um carro revolucionário e convenceu Charles a conhecê-lo. Em sua oficina, Charles não gostou do motor de 2 cilindros até perceber que o carro era silencioso. Depois de um passeio, ambos fecharam um acordo onde a Royce Limited produziria carros para serem vendidos com exclusividade somente nas lojas CS Rolls & Co. Era o primeiro ROLLS-ROYCE a ser construído.
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O sucesso dos carros levou a fundação da empresa ROLLS-ROYCE no dia 15 de março de 1906. O primeiro modelo colocado a venda pela nova empresa foi o Silver Ghost (fantasma prateado), apelidado assim por sua cor prateada e ausência de ruídos, que entrou em linha de produção na fábrica de Derby e foi responsável pela enorme reputação que a marca viria a conquistar nos próximos anos. Como já era tradição do fabricante inglês, o veículo possuía a mais avançada tecnologia da época. Dotado de um motor de 6 cilindros em linha com 12 válvulas (2 por cilindro) e 7036cc, o modelo desenvolvia 48cv, impelindo o veículo à fantástica marca de 101km/h. Exatas 6.173 unidades foram montadas e vendidas. Entre os proprietários estavam industriais, a realeza e uma nova geração de milionários como as estrelas de cinema. Desde então a marca se transformou em sinônimo de carros luxuosos, refinados e distintos.
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Charles Rolls viria a trocar a paixão dos automóveis pela dos aviões, e foi o primeiro britânico a atravessar o Canal da Mancha, além de ser também o primeiro inglês a morrer num desastre aéreo em 1910. A estatueta conhecida como “A Dama Voadora” (em inglês “Spirit of Ecstasy”), que adorna o capo dos automóveis ROLLS-ROYCE, foi criada no ano seguinte pelo escultor inglês Charles Sykes e adotada em todos os carros no ano seguinte. Em 1914, com o começo da Primeira Guerra Mundial, a empresa lançou seu primeiro produto voltado para a aviação, um motor que foi batizado de Eagle, além de produzir rifles. Na década de 20, a ROLLS-ROYCE desenvolveu inúmeros tipos de motores, que vieram a quebrar recordes de velocidade tanto na terra como no ar. Nesta época a obsessão pela qualidade era tanta que, em 1920, um ROLLS-ROYCE teve o eixo quebrado enquanto seu proprietário fazia um safári pela África e após telegrafar para a fábrica em apenas dois dias um novo eixo já estava instalado no veículo. Se já não bastasse a rapidez incrível com que o pedido foi atendido, quando o proprietário do carro retornou a Inglaterra entrou em contato com a ROLLS-ROYCE informando que não havia recebido a fatura para o pagamento da peça, transporte e mão-de-obra. Obteve como resposta uma carta com apenas a frase: “Os Rolls-Royce nunca quebram”.
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Em 1921, inaugurou sua segunda fábrica, localizada Springfield, estado americano de Massachusetts, para atender a grande demanda daquele mercado. Esta fábrica operou durante dez anos, sendo depois fechada. A década de 30 começou com a aquisição, em 1931, da montadora rival Bentley, aumentando seu poder de fogo no mercado de automóveis de luxo. Depois da morte de Henry, em 1933, a plaqueta com as letras RR (iniciais de ROLLS-ROYCE), que identifica a marca, passou a ter fundo preto, em vez do vermelho original. Em 1940, com a criação do motor Merlin e a grande demanda em virtude da Segunda Guerra Mundial, transformaram a ROLLS-ROYCE, até então uma pequena empresa, em um gigante na área de propulsão aérea. Em paralelo, a empresa começou a desenvolver turbinas aéreas a gás, resultando no lançamento da Welland em 1944. Em 1953 a empresa ingressou no mercado da aviação civil oferecendo turbinas.
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Na década de 60 a ROLLS-ROYCE se fundiu com pequenas empresas ganhando ainda mais força. Em 1971 foi dividida após vários problemas no desenvolvimento do motor de jato RB211, tendo por resultado a estatização da empresa. Dois anos mais tarde, o governo britânico vendeu a divisão de carros para que a Rolls-Royce Limited se concentrasse na produção de motores aéreos. A divisão de automóveis foi batizada oficialmente de ROLLS-ROYCE MOTORS, que veio a ser adquirida pela empresa britânica Vickers em 1980. Neste mesmo ano a empresa lançou o famoso modelo Silver Spirit. Em 1987 se tornou uma das poucas empresas a desenvolver motores terrestres, aéreos e aquáticos. No final da década de 90 a ROLLS-ROYCE esteve envolvida em uma verdadeira disputa de gigantes. Tudo começou em 1998, quando a britânica Vickers decidiu vender a divisão de carros, e para aquisição, a mais cotada era a montadora alemã BMW, que já fornecia os motores e outros componentes para os carros da ROLLS-ROYCE. A montadora alemã ofereceu £340 milhões pela ROOLS-ROYCE, mas foi superada pela Volkswagen que ofereceu £430 milhões. Era o início de uma verdadeira confusão.
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A Rolls-royce plc, detentora dos direitos da marca, decidiu que licenciaria determinadas marcas registradas essenciais (o nome e o logotipo) não para a VW, mas sim para a BMW, com quem tinha tido recentemente negócios em comum. Porém a VW havia comprado os direitos sobre a mascote “Espírito de Êxtase” e a forma da grade do radiador, mas faltaram os direitos do nome ROLLS-ROYCE para produzir os automóveis. Do mesmo modo, para a BMW faltaram os direitos à grade (desenho baseado um templo da antiguidade clássica) e a mascote. Como opção para encerrar o complicado impasse, a BMW licenciou o nome e o logotipo “RR” por £40 milhões para a VW, que logo afirmou que seu interesse era mesmo na tradicional marca Bentley (pertencente a ROLLS-ROYCE), que em termos de vendas era o modelo mais forte. BMW e VW chegaram a uma solução, de 1998 a 2002, a BMW continuaria a fornecer os motores para os carros e permitiria o uso das marcas, mas este acordo terminaria no dia 1 de janeiro de 2003. A partir dessa data somente a BMW poderia chamar seus carros de ROLLS-ROYCE, e a divisão anterior da Rolls Royce/Bentley, ficaria com a VW, que produziria os automóveis da marca Bentley.
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Atualmente a ROLLS-ROYCE ainda detém o título de fabricar os melhores carros do mundo (“The Best cars in the world”). Afinal, quem compra um ROLLS-ROYCE pode personalizar seu carro como quiser. São 44 mil opções de cores para a carroceria, seis opções de madeira para o acabamento, couro em tons variados, além dos desejos específicos de cada cliente. Pode-se escolher até a cor da linha de costura do couro no painel entre 349 opções. Não há restrições a opções excêntricas ou bregas - o objetivo é realizar o desejo do cliente, seja ele qual for. Os luxuosos automóveis foram utilizados pela aristocracia no século passado e atualmente continuam a ser usados por reis, rainhas e presidentes pelo mundo afora. Muitos atributos e qualidades vêm à mente quando pensamos na prestigiosa marca, porém, jovialidade certamente não é um deles. Ou melhor, não era. Os novos modelos da marca britânica comprovam que eles esbanjam design moderno, jovialidade e agilidade.
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A linha do tempo
1965
● Lançamento do SILVER SHADOW, equipado com um motor 6230, abandonando os chassis separados, e também o primeiro modelo da marca equipado com 4 rodas independentes. O modelo marcou a libertação estética da marca, deixando de lado as linhas típicas e aristocráticas inglesas, e uma rentável aposta comercial, batendo o recorde de produção da ROLLS-ROYCE.
1980
● Lançamento do SILVER SPUR, um sedã de grande porte equipado com motor V8.
1982
● Lançamento do SILVER SPUR LIMOUSINE, a versão limusine do famoso modelo.
1998
● Lançamento do SILVER SERAPH (Serafim de Prata), utilizando pela primeira vez um motor BMW, proveniente da Série 7. A melhor rigidez, a suspensão com gestão eletrônica e a direção com assistência interligada à suspensão conferiam ao modelo uma agilidade e uma doçura de condução espantosas, apesar do seu peso superior a 2 toneladas. Seus equipamentos eram excelentes tanto em quantidade quando em qualidade. Alguns exemplos: bancos com aquecimento e regulagem elétrica. Serafim é o anjo da primeira hierarquia das nove que existem na corte celestial.
1999
● Lançamento do CORNICHE, automóvel de duas portas para quatro passageiros, equipado com um motor 6.8 litros. Na época era o carro mais caro produzido pela tradicional marca inglesa, com seu preço mínimo de US$ 359.000.
2003
● Lançamento do luxuoso sedã PAHNTOM, nome que havia sido utilizado pela primeira vez em 1925 e primeiro carro desenvolvido e produzido sob o comando da BMW. Seu motor V12, 6.75 litros quase silencioso fazia com que o automóvel atingisse uma velocidade máxima de 240 km/h, produzindo força suficiente para envergonhar a maioria dos carros esportivos. Para produzir o forro e o estofado dos bancos deste modelo são necessárias 15 vacas. As peles curtidas cuidadosamente e em grande parte costuradas à mão são, de preferência, oriundas da Dinamarca e não podem apresentar sinais de picadas de mosquitos ou arranhões de arames farpados. Entre os opcionais oferecidos estão uma geladeira no banco de trás com um conjunto de garrafa e copos de cristal. O carro também vem com bandejas de prata e madeira para serem usadas pelos passageiros do banco traseiro, além de guarda-chuvas com cabos de prata que são acondicionados em compartimentos especiais de secagem, que ficam acessíveis quando as portas são abertas. A melhor definição para o modelo é: “Algo que poderia tanto estar no Museu do Louvre, como também em sua garagem” (caso você esteja disposto a pagar a bagatela de R$ 1.8 milhões – na versão “básica”). Afinal, o Phantom não é somente um carro, mas uma verdadeira obra de arte a ser guardada pela família e passada para as futuras gerações. E se você pensa que um carro como este é difícil de vender, está enganado. Só no ano de 2006 foram comercializadas 805 unidades em mais de 50 países, quebrando com isso, um recorde de 16 anos para a fábrica.
2007
● Lançamento do conversível PAHNTOM DROPHEAD COUPÉ, a versão conversível do famoso modelo. O grande desafio dos engenheiros foi criar a capota, a maior do mundo. Para não incomodar os passageiros com barulho, eles usaram cinco camadas de tecido, que tornam a capota um isolante acústico perfeito. O motor de 12 válvulas faz o carro atingir 100 quilômetros por hora em menos de 6 segundos, um fenômeno, dado seu peso de quase 3 toneladas.
2008
● Lançamento do PHANTOM na versão cupê.
2010
● Lançamento do GHOST, um modelo menor e mais jovem que o carro-chefe da marca, o Phantom. O público alvo deste modelo é o cliente ROLLS-ROYCE que dirige o próprio carro, e quer o desempenho dos grandes sedãs esportivos, mas com aparência sóbria e elegante. Sob seu capô descansa um motor turbo 6.6l V12 com 570 cavalos de potência. O câmbio é automático de oito velocidades. Um detalhe interessante: o tradicional ornamento da “Dama Voadora” que vai à frente do capô é retrátil eletricamente, não causando barulho nem atrapalhando a aerodinâmica em alta velocidade. O símbolo da ROLLS-ROYCE no centro das rodas não gira, é fixo, e permanece parado mesmo com elas em movimento, sempre na posição correta. A mais avançada tecnologia também está presente no modelo: Anti-Roll Estabilization, sistema que não permite que a carroceria se incline nas curvas; Night Vision System, que mostra na tela LCD do computador de bordo, imagens de uma câmera infra-vermelha posicionada na grade dianteira, permitindo assim que o motorista veja imagens nítidas de objetos que estão a mais de 300 metros de distância; e Head-Up Display, que projeta no pára-brisa informações como velocidade instantânea, velocidade permitida e informações do GPS. O preço inicial de tudo isso: a partir de US$ 272.000.
● Criação de um conjunto especial para piquenique de luxo que se encaixa ao porta-malas do veículo. A novidade faz parte do projeto Bespoke, que responde pelo desenvolvimento dos desejos de seus clientes. Composto por um faqueiro de alumínio folheado e uma caixa de couro e madeira, o kit é feito para um piquenique para quatro pessoas. A possibilidade de personalização dos luxuosos automóveis da marca atrai cada vez mais clientes do Oriente Médio, que são os responsáveis pela compra de 90% dos acessórios.
2011
● Apresentação do 102EX, versão experimental elétrica, que segundo a montadora não será produzido em larga escala tão breve. O carro será usado em pesquisas e também para testar a reação do público á idéia de um ROLLS-ROYCE elétrico
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Luxo, inovação e tecnologia são as palavras-chave do EX 101, um cupê de quatro lugares com motor V12 que a ROLLS-ROYCE afirma espelhar o futuro da marca, em termos de estilo e imagem. Apresentado oficialmente em 2006, o EX 101 é uma verdadeira obra prima que utiliza as mais modernas tecnologias empregadas pela montadora. O modelo ainda não tem data de lançamento oficial, afinal, a ROLLS-ROYCE afirma que o modelo não passa de um protótipo cujo objetivo é o desenvolvimento do estilo da marca.
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A dama voadora
A imagem da “Dama Voadora”, colocada sobre os capôs dos automóveis ROLLS-ROYCE, é hoje sua marca registrada. A primeira dessas estatuetas, conhecidas como Spirit of Ecstasy (Espírito de Êxtase), foi encomendada pelo aristocrata e militar inglês lorde John Scott Montagu, assim que recebeu seu carro feito a mão, em 1911. A modelo foi sua secretária, Eleonor Thorton, por quem o nobre tinha explícita admiração.
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O escultor Charles Sykes foi quem recebeu a tarefa do lorde para fazer uma escultura que representasse a amada sentindo o vento e a “música” do motor de sua nova máquina. Akyes cedeu os direitos de cópia à ROLLS-ROYCE, com a condição de que ele fosse o único a produzir as peças. Somente em 1939 a obra virou equipamento padrão da fabricante inglesa e passou a adornar os capôs de seus cobiçados automóveis. Para comemorar o centenário de seu maior e mais idolatrado ícone em 2011, a ROLLS-ROYCE anunciou o lançamento de edições especiais do modelo Phantom onde o comprador terá o ornamento do capô banhado em prata, além de uma réplica para colocar na mesa de seu escritório. Além disso, quatro cores exclusivas estarão disponíveis.
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O nome, logotipo e a cor cinza
Após inúmeras consultas, a procura de um nome ficou estabelecida: se os automóveis eram tão bons eles deveriam levar o nome de seus criadores, portanto a nova empresa seria batizada de Rolls and Royce Co., sendo posteriormente eliminado o “and” e adicionado um hífen em seu lugar. A adoção dos dois “R” sobrepostos no logotipo da empresa foi idéia dos dois fundadores, pois demonstrava a força da marca. Inicialmente o escudo era grafado em vermelho, porém, em 1930, Royce achou que a marca ficaria mais elegante se as letras fossem pretas. Entretanto, com sua morte em 1933, criou-se à lenda que o logotipo preto era em sinal de luto pelo falecimento de seus fundadores. Já a cor cinza de seus automóveis surgiu de uma forma inusitada. Ao lançar seu primeiro modelo oficialmente em 1906, a cor do veículo não estava definida. O carro estava sem tinta quando tiveram a idéia de poli-lo. Devido a sua aparência o chamaram de Silver Ghost (Fantasma de Prata). Até poucos anos atrás, a maioria dos automóveis da ROLLS-ROYCE saía de fábrica com o adjetivo SILVER.
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A sede
O conjunto de edifícios que abriga as áreas de pesquisa, desenvolvimento de projetos, produção e escritórios da ROLLS-ROYCE utiliza tecnologia de ponta em fachadas e coberturas, para garantir a eficiência energética e atender ao programa que norteia a fabricação de veículos. Os planos de construção de um novo complexo industrial para abrigar a fábrica, os centros de pesquisa e os escritórios começaram a se delinear em 1998, quando a multinacional alemã BMW adquiriu a marca que, ao longo de cem anos de existência, vem se perpetuando como ícone britânico. A cidade de Goodwood, na costa sul da Grã-Bretanha, foi escolhida por dispor de alguns fatores significativos para a implantação do empreendimento, como a disponibilidade de mão-de-obra especializada e de áreas apropriadas para testes de veículos, além de excelentes conexões com os sistemas de transportes. O objetivo dos empreendedores era criar um conjunto de edifícios que se transformasse em imagem arquitetônica para a cidade e, ao mesmo tempo, expressasse os conceitos de estilo e exclusividade da marca ROLLS-ROYCE.
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O projeto desenvolvido por Nicholas Grimshaw foi o que mais agradou à equipe técnica da BMW por vários motivos: atendimento ao programa de necessidades; adaptação às características do terreno de 170 mil metros quadrados, remanescente de uma antiga área de extração de pedras; além de ter sido submetido à um planejamento de estudo ambiental. A forma dos edifícios segue os contornos naturais da paisagem, enquanto a compensação ambiental das novas construções se dá pela criação de lagos e plantação de árvores no entorno. Arejadas e com farta iluminação natural, as construções compõem um complexo industrial diferenciado, em que a alta tecnologia relaciona-se harmoniosamente com ofícios tradicionais, como a marcenaria e o manejo de couro - necessários para a sofisticada produção dos veículos ROLLS-ROYCE, que exibem revestimentos de madeira e couro onde outros oferecem acabamento de plástico e tecido. Os três edifícios principais, destinados a administração, fábrica e centro tecnológico, compõem um único bloco construtivo, enquanto dois volumes independentes abrigam as áreas de armazenagem e estoque de componentes. Eles se organizam ao redor de um pátio central e se interligam por pontes sobre espelhos d’água.
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Desenvolvido com pé-direito duplo, o edifício da produção incorpora, em uma de suas extremidades, mezaninos que acomodam o Instituto Sir Henry Royce, um centro de treinamento em marketing, marcenaria e manejo de couro. Os edifícios de escritórios e do restaurante, que se destacam no conjunto pela posição e desenho, têm seu acesso através de um saguão desenhado para ser ponto de encontro dos funcionários. Coberto por telhas curvilíneas, o espaço, caracterizado por terraços, escada caracol e paredes de vidro, torna-se o coração do conjunto. Os edifícios se abrem para o entorno com amplas fachadas de vidro, enquanto o conjunto é repentinamente revelado. A implantação dos prédios principais ocorre em torno de um pátio central, que é o ponto de recepção de visitantes e pode ser alcançado a partir de uma entrada para carros, a oeste do terreno. Envolvido por fachadas de vidro, esse pátio define uma nova relação da empresa com seus clientes, ao oferecer-lhes a vista da área de produção - ao contrário das indústrias automobilísticas tradicionais, onde os visitantes e as áreas de fabricação são segregados.
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Rebaixadas e envidraçadas, as edificações têm coberturas diferenciadas, que ora abrigam clarabóias, ora se transformam em telhados verdes, sempre com o propósito de atender às solicitações de economia no consumo da energia utilizada em sistemas de ar condicionado e iluminação artificial. Como parte dessa proposta também foi desenvolvido um sistema automatizado que movimenta um conjunto de brises, necessários em função da incidência da luz solar nas fachadas. No edifício da produção de veículos, a iluminação natural entra por clarabóias circulares, produzidas com estrutura de aço e sustentadas por colunas feitas do mesmo material. Para os prédios onde não há clarabóias, foi desenvolvido um sistema de lajes impermeabilizadas cobertas por vegetação. Nesse telhado verde, as plantas mudam de cor conforme as estações do ano. Proporcionam, além do apelo visual, o isolamento térmico da cobertura, reduzindo perdas de calor desnecessárias. O conceito de eficiência energética também está presente em outros elementos do complexo industrial, como nos lagos que ocupam parte da área livre do terreno. Além do armazenamento de águas pluviais, eles oferecem suprimento de refrigeração de ar a todos os edifícios do conjunto. Outro detalhe que impressiona da fábrica: tudo lá é produzido de forma artesanal, e há apenas dois robôs na linha de produção, responsáveis pela pintura.
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Os slogans
Experience the extraordinary. (2006)
Designed and engineered without compromise. (2004)
The spirit of Rolls Royce. (1980)
Makers of the best car in the world. (1977)
The best car in the world. (1950)
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Dados corporativos
● Origem: Inglaterra
● Fundação: 15 de março de 1906
● Fundador: Frederick Henry Royce e Charles Stewart Rolls
● Sede mundial: Goodwood, Inglaterra
● Proprietário da marca: BMW AG
● Capital aberto: Não (subsidiária)
● Chairman: Joachim Milberg (BMW AG)
● CEO: Torsten Müller-Ötvös
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Produção anual: 2.711 unidades (2010)
● Presença global: 100 países
● Presença no Brasil: Sim (através do Grupo BMW)
● Funcionários: 900
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Carros de luxo
● Ícones: Spirit of Ecstase
● Slogan: Design without compromise.
● Website: www.rolls-roycemotorcars.com
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A marca no mundo
A ROLLS-ROYCE vende seus preciosos automóveis somente por encomenda, que demoram em média 6 meses para ser entregue. Apesar de ter sua produção limitada, em 2010 a montadora vendeu mais de 2.700 em 100 países. O recorde de vendas da marca aconteceu em 1978 quando 3.357 foram comercializados.
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Você sabia?
● O ROLLS-ROYCE mais antigo do mundo foi leiloado recentemente, em Londres. A expectativa era que o modelo de 1904 seria vendido por 1 milhão de libras, porém o lance final foi três vezes maior, arrecadando 3.2 milhões de libras. Entre 1904 e 1907 foram fabricadas apenas 16 unidades do ROLLS-ROYCE.
● A ROLLS-ROYCE que fabrica motores e turbinas para aviões é controlada hoje em dia pelo grupo inglês Vickers, e não tem relação nenhuma com a montadora de automóveis.
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As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
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Última atualização em 2/3/2011
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Charles Rolls viria a trocar a paixão dos automóveis pela dos aviões, e foi o primeiro britânico a atravessar o Canal da Mancha, além de ser também o primeiro inglês a morrer num desastre aéreo em 1910. A estatueta conhecida como “A Dama Voadora” (em inglês “Spirit of Ecstasy”), que adorna o capo dos automóveis ROLLS-ROYCE, foi criada no ano seguinte pelo escultor inglês Charles Sykes e adotada em todos os carros no ano seguinte. Em 1914, com o começo da Primeira Guerra Mundial, a empresa lançou seu primeiro produto voltado para a aviação, um motor que foi batizado de Eagle, além de produzir rifles. Na década de 20, a ROLLS-ROYCE desenvolveu inúmeros tipos de motores, que vieram a quebrar recordes de velocidade tanto na terra como no ar. Nesta época a obsessão pela qualidade era tanta que, em 1920, um ROLLS-ROYCE teve o eixo quebrado enquanto seu proprietário fazia um safári pela África e após telegrafar para a fábrica em apenas dois dias um novo eixo já estava instalado no veículo. Se já não bastasse a rapidez incrível com que o pedido foi atendido, quando o proprietário do carro retornou a Inglaterra entrou em contato com a ROLLS-ROYCE informando que não havia recebido a fatura para o pagamento da peça, transporte e mão-de-obra. Obteve como resposta uma carta com apenas a frase: “Os Rolls-Royce nunca quebram”.
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Em 1921, inaugurou sua segunda fábrica, localizada Springfield, estado americano de Massachusetts, para atender a grande demanda daquele mercado. Esta fábrica operou durante dez anos, sendo depois fechada. A década de 30 começou com a aquisição, em 1931, da montadora rival Bentley, aumentando seu poder de fogo no mercado de automóveis de luxo. Depois da morte de Henry, em 1933, a plaqueta com as letras RR (iniciais de ROLLS-ROYCE), que identifica a marca, passou a ter fundo preto, em vez do vermelho original. Em 1940, com a criação do motor Merlin e a grande demanda em virtude da Segunda Guerra Mundial, transformaram a ROLLS-ROYCE, até então uma pequena empresa, em um gigante na área de propulsão aérea. Em paralelo, a empresa começou a desenvolver turbinas aéreas a gás, resultando no lançamento da Welland em 1944. Em 1953 a empresa ingressou no mercado da aviação civil oferecendo turbinas.
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Na década de 60 a ROLLS-ROYCE se fundiu com pequenas empresas ganhando ainda mais força. Em 1971 foi dividida após vários problemas no desenvolvimento do motor de jato RB211, tendo por resultado a estatização da empresa. Dois anos mais tarde, o governo britânico vendeu a divisão de carros para que a Rolls-Royce Limited se concentrasse na produção de motores aéreos. A divisão de automóveis foi batizada oficialmente de ROLLS-ROYCE MOTORS, que veio a ser adquirida pela empresa britânica Vickers em 1980. Neste mesmo ano a empresa lançou o famoso modelo Silver Spirit. Em 1987 se tornou uma das poucas empresas a desenvolver motores terrestres, aéreos e aquáticos. No final da década de 90 a ROLLS-ROYCE esteve envolvida em uma verdadeira disputa de gigantes. Tudo começou em 1998, quando a britânica Vickers decidiu vender a divisão de carros, e para aquisição, a mais cotada era a montadora alemã BMW, que já fornecia os motores e outros componentes para os carros da ROLLS-ROYCE. A montadora alemã ofereceu £340 milhões pela ROOLS-ROYCE, mas foi superada pela Volkswagen que ofereceu £430 milhões. Era o início de uma verdadeira confusão.
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A Rolls-royce plc, detentora dos direitos da marca, decidiu que licenciaria determinadas marcas registradas essenciais (o nome e o logotipo) não para a VW, mas sim para a BMW, com quem tinha tido recentemente negócios em comum. Porém a VW havia comprado os direitos sobre a mascote “Espírito de Êxtase” e a forma da grade do radiador, mas faltaram os direitos do nome ROLLS-ROYCE para produzir os automóveis. Do mesmo modo, para a BMW faltaram os direitos à grade (desenho baseado um templo da antiguidade clássica) e a mascote. Como opção para encerrar o complicado impasse, a BMW licenciou o nome e o logotipo “RR” por £40 milhões para a VW, que logo afirmou que seu interesse era mesmo na tradicional marca Bentley (pertencente a ROLLS-ROYCE), que em termos de vendas era o modelo mais forte. BMW e VW chegaram a uma solução, de 1998 a 2002, a BMW continuaria a fornecer os motores para os carros e permitiria o uso das marcas, mas este acordo terminaria no dia 1 de janeiro de 2003. A partir dessa data somente a BMW poderia chamar seus carros de ROLLS-ROYCE, e a divisão anterior da Rolls Royce/Bentley, ficaria com a VW, que produziria os automóveis da marca Bentley.
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Atualmente a ROLLS-ROYCE ainda detém o título de fabricar os melhores carros do mundo (“The Best cars in the world”). Afinal, quem compra um ROLLS-ROYCE pode personalizar seu carro como quiser. São 44 mil opções de cores para a carroceria, seis opções de madeira para o acabamento, couro em tons variados, além dos desejos específicos de cada cliente. Pode-se escolher até a cor da linha de costura do couro no painel entre 349 opções. Não há restrições a opções excêntricas ou bregas - o objetivo é realizar o desejo do cliente, seja ele qual for. Os luxuosos automóveis foram utilizados pela aristocracia no século passado e atualmente continuam a ser usados por reis, rainhas e presidentes pelo mundo afora. Muitos atributos e qualidades vêm à mente quando pensamos na prestigiosa marca, porém, jovialidade certamente não é um deles. Ou melhor, não era. Os novos modelos da marca britânica comprovam que eles esbanjam design moderno, jovialidade e agilidade.
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A linha do tempo
1965
● Lançamento do SILVER SHADOW, equipado com um motor 6230, abandonando os chassis separados, e também o primeiro modelo da marca equipado com 4 rodas independentes. O modelo marcou a libertação estética da marca, deixando de lado as linhas típicas e aristocráticas inglesas, e uma rentável aposta comercial, batendo o recorde de produção da ROLLS-ROYCE.
1980
● Lançamento do SILVER SPUR, um sedã de grande porte equipado com motor V8.
1982
● Lançamento do SILVER SPUR LIMOUSINE, a versão limusine do famoso modelo.
1998
● Lançamento do SILVER SERAPH (Serafim de Prata), utilizando pela primeira vez um motor BMW, proveniente da Série 7. A melhor rigidez, a suspensão com gestão eletrônica e a direção com assistência interligada à suspensão conferiam ao modelo uma agilidade e uma doçura de condução espantosas, apesar do seu peso superior a 2 toneladas. Seus equipamentos eram excelentes tanto em quantidade quando em qualidade. Alguns exemplos: bancos com aquecimento e regulagem elétrica. Serafim é o anjo da primeira hierarquia das nove que existem na corte celestial.
1999
● Lançamento do CORNICHE, automóvel de duas portas para quatro passageiros, equipado com um motor 6.8 litros. Na época era o carro mais caro produzido pela tradicional marca inglesa, com seu preço mínimo de US$ 359.000.
2003
● Lançamento do luxuoso sedã PAHNTOM, nome que havia sido utilizado pela primeira vez em 1925 e primeiro carro desenvolvido e produzido sob o comando da BMW. Seu motor V12, 6.75 litros quase silencioso fazia com que o automóvel atingisse uma velocidade máxima de 240 km/h, produzindo força suficiente para envergonhar a maioria dos carros esportivos. Para produzir o forro e o estofado dos bancos deste modelo são necessárias 15 vacas. As peles curtidas cuidadosamente e em grande parte costuradas à mão são, de preferência, oriundas da Dinamarca e não podem apresentar sinais de picadas de mosquitos ou arranhões de arames farpados. Entre os opcionais oferecidos estão uma geladeira no banco de trás com um conjunto de garrafa e copos de cristal. O carro também vem com bandejas de prata e madeira para serem usadas pelos passageiros do banco traseiro, além de guarda-chuvas com cabos de prata que são acondicionados em compartimentos especiais de secagem, que ficam acessíveis quando as portas são abertas. A melhor definição para o modelo é: “Algo que poderia tanto estar no Museu do Louvre, como também em sua garagem” (caso você esteja disposto a pagar a bagatela de R$ 1.8 milhões – na versão “básica”). Afinal, o Phantom não é somente um carro, mas uma verdadeira obra de arte a ser guardada pela família e passada para as futuras gerações. E se você pensa que um carro como este é difícil de vender, está enganado. Só no ano de 2006 foram comercializadas 805 unidades em mais de 50 países, quebrando com isso, um recorde de 16 anos para a fábrica.
2007
● Lançamento do conversível PAHNTOM DROPHEAD COUPÉ, a versão conversível do famoso modelo. O grande desafio dos engenheiros foi criar a capota, a maior do mundo. Para não incomodar os passageiros com barulho, eles usaram cinco camadas de tecido, que tornam a capota um isolante acústico perfeito. O motor de 12 válvulas faz o carro atingir 100 quilômetros por hora em menos de 6 segundos, um fenômeno, dado seu peso de quase 3 toneladas.
2008
● Lançamento do PHANTOM na versão cupê.
2010
● Lançamento do GHOST, um modelo menor e mais jovem que o carro-chefe da marca, o Phantom. O público alvo deste modelo é o cliente ROLLS-ROYCE que dirige o próprio carro, e quer o desempenho dos grandes sedãs esportivos, mas com aparência sóbria e elegante. Sob seu capô descansa um motor turbo 6.6l V12 com 570 cavalos de potência. O câmbio é automático de oito velocidades. Um detalhe interessante: o tradicional ornamento da “Dama Voadora” que vai à frente do capô é retrátil eletricamente, não causando barulho nem atrapalhando a aerodinâmica em alta velocidade. O símbolo da ROLLS-ROYCE no centro das rodas não gira, é fixo, e permanece parado mesmo com elas em movimento, sempre na posição correta. A mais avançada tecnologia também está presente no modelo: Anti-Roll Estabilization, sistema que não permite que a carroceria se incline nas curvas; Night Vision System, que mostra na tela LCD do computador de bordo, imagens de uma câmera infra-vermelha posicionada na grade dianteira, permitindo assim que o motorista veja imagens nítidas de objetos que estão a mais de 300 metros de distância; e Head-Up Display, que projeta no pára-brisa informações como velocidade instantânea, velocidade permitida e informações do GPS. O preço inicial de tudo isso: a partir de US$ 272.000.
● Criação de um conjunto especial para piquenique de luxo que se encaixa ao porta-malas do veículo. A novidade faz parte do projeto Bespoke, que responde pelo desenvolvimento dos desejos de seus clientes. Composto por um faqueiro de alumínio folheado e uma caixa de couro e madeira, o kit é feito para um piquenique para quatro pessoas. A possibilidade de personalização dos luxuosos automóveis da marca atrai cada vez mais clientes do Oriente Médio, que são os responsáveis pela compra de 90% dos acessórios.
2011
● Apresentação do 102EX, versão experimental elétrica, que segundo a montadora não será produzido em larga escala tão breve. O carro será usado em pesquisas e também para testar a reação do público á idéia de um ROLLS-ROYCE elétrico
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Luxo, inovação e tecnologia são as palavras-chave do EX 101, um cupê de quatro lugares com motor V12 que a ROLLS-ROYCE afirma espelhar o futuro da marca, em termos de estilo e imagem. Apresentado oficialmente em 2006, o EX 101 é uma verdadeira obra prima que utiliza as mais modernas tecnologias empregadas pela montadora. O modelo ainda não tem data de lançamento oficial, afinal, a ROLLS-ROYCE afirma que o modelo não passa de um protótipo cujo objetivo é o desenvolvimento do estilo da marca.
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A dama voadora
A imagem da “Dama Voadora”, colocada sobre os capôs dos automóveis ROLLS-ROYCE, é hoje sua marca registrada. A primeira dessas estatuetas, conhecidas como Spirit of Ecstasy (Espírito de Êxtase), foi encomendada pelo aristocrata e militar inglês lorde John Scott Montagu, assim que recebeu seu carro feito a mão, em 1911. A modelo foi sua secretária, Eleonor Thorton, por quem o nobre tinha explícita admiração.
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O escultor Charles Sykes foi quem recebeu a tarefa do lorde para fazer uma escultura que representasse a amada sentindo o vento e a “música” do motor de sua nova máquina. Akyes cedeu os direitos de cópia à ROLLS-ROYCE, com a condição de que ele fosse o único a produzir as peças. Somente em 1939 a obra virou equipamento padrão da fabricante inglesa e passou a adornar os capôs de seus cobiçados automóveis. Para comemorar o centenário de seu maior e mais idolatrado ícone em 2011, a ROLLS-ROYCE anunciou o lançamento de edições especiais do modelo Phantom onde o comprador terá o ornamento do capô banhado em prata, além de uma réplica para colocar na mesa de seu escritório. Além disso, quatro cores exclusivas estarão disponíveis.
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O nome, logotipo e a cor cinza
Após inúmeras consultas, a procura de um nome ficou estabelecida: se os automóveis eram tão bons eles deveriam levar o nome de seus criadores, portanto a nova empresa seria batizada de Rolls and Royce Co., sendo posteriormente eliminado o “and” e adicionado um hífen em seu lugar. A adoção dos dois “R” sobrepostos no logotipo da empresa foi idéia dos dois fundadores, pois demonstrava a força da marca. Inicialmente o escudo era grafado em vermelho, porém, em 1930, Royce achou que a marca ficaria mais elegante se as letras fossem pretas. Entretanto, com sua morte em 1933, criou-se à lenda que o logotipo preto era em sinal de luto pelo falecimento de seus fundadores. Já a cor cinza de seus automóveis surgiu de uma forma inusitada. Ao lançar seu primeiro modelo oficialmente em 1906, a cor do veículo não estava definida. O carro estava sem tinta quando tiveram a idéia de poli-lo. Devido a sua aparência o chamaram de Silver Ghost (Fantasma de Prata). Até poucos anos atrás, a maioria dos automóveis da ROLLS-ROYCE saía de fábrica com o adjetivo SILVER.
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A sede
O conjunto de edifícios que abriga as áreas de pesquisa, desenvolvimento de projetos, produção e escritórios da ROLLS-ROYCE utiliza tecnologia de ponta em fachadas e coberturas, para garantir a eficiência energética e atender ao programa que norteia a fabricação de veículos. Os planos de construção de um novo complexo industrial para abrigar a fábrica, os centros de pesquisa e os escritórios começaram a se delinear em 1998, quando a multinacional alemã BMW adquiriu a marca que, ao longo de cem anos de existência, vem se perpetuando como ícone britânico. A cidade de Goodwood, na costa sul da Grã-Bretanha, foi escolhida por dispor de alguns fatores significativos para a implantação do empreendimento, como a disponibilidade de mão-de-obra especializada e de áreas apropriadas para testes de veículos, além de excelentes conexões com os sistemas de transportes. O objetivo dos empreendedores era criar um conjunto de edifícios que se transformasse em imagem arquitetônica para a cidade e, ao mesmo tempo, expressasse os conceitos de estilo e exclusividade da marca ROLLS-ROYCE.
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O projeto desenvolvido por Nicholas Grimshaw foi o que mais agradou à equipe técnica da BMW por vários motivos: atendimento ao programa de necessidades; adaptação às características do terreno de 170 mil metros quadrados, remanescente de uma antiga área de extração de pedras; além de ter sido submetido à um planejamento de estudo ambiental. A forma dos edifícios segue os contornos naturais da paisagem, enquanto a compensação ambiental das novas construções se dá pela criação de lagos e plantação de árvores no entorno. Arejadas e com farta iluminação natural, as construções compõem um complexo industrial diferenciado, em que a alta tecnologia relaciona-se harmoniosamente com ofícios tradicionais, como a marcenaria e o manejo de couro - necessários para a sofisticada produção dos veículos ROLLS-ROYCE, que exibem revestimentos de madeira e couro onde outros oferecem acabamento de plástico e tecido. Os três edifícios principais, destinados a administração, fábrica e centro tecnológico, compõem um único bloco construtivo, enquanto dois volumes independentes abrigam as áreas de armazenagem e estoque de componentes. Eles se organizam ao redor de um pátio central e se interligam por pontes sobre espelhos d’água.
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Desenvolvido com pé-direito duplo, o edifício da produção incorpora, em uma de suas extremidades, mezaninos que acomodam o Instituto Sir Henry Royce, um centro de treinamento em marketing, marcenaria e manejo de couro. Os edifícios de escritórios e do restaurante, que se destacam no conjunto pela posição e desenho, têm seu acesso através de um saguão desenhado para ser ponto de encontro dos funcionários. Coberto por telhas curvilíneas, o espaço, caracterizado por terraços, escada caracol e paredes de vidro, torna-se o coração do conjunto. Os edifícios se abrem para o entorno com amplas fachadas de vidro, enquanto o conjunto é repentinamente revelado. A implantação dos prédios principais ocorre em torno de um pátio central, que é o ponto de recepção de visitantes e pode ser alcançado a partir de uma entrada para carros, a oeste do terreno. Envolvido por fachadas de vidro, esse pátio define uma nova relação da empresa com seus clientes, ao oferecer-lhes a vista da área de produção - ao contrário das indústrias automobilísticas tradicionais, onde os visitantes e as áreas de fabricação são segregados.
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Rebaixadas e envidraçadas, as edificações têm coberturas diferenciadas, que ora abrigam clarabóias, ora se transformam em telhados verdes, sempre com o propósito de atender às solicitações de economia no consumo da energia utilizada em sistemas de ar condicionado e iluminação artificial. Como parte dessa proposta também foi desenvolvido um sistema automatizado que movimenta um conjunto de brises, necessários em função da incidência da luz solar nas fachadas. No edifício da produção de veículos, a iluminação natural entra por clarabóias circulares, produzidas com estrutura de aço e sustentadas por colunas feitas do mesmo material. Para os prédios onde não há clarabóias, foi desenvolvido um sistema de lajes impermeabilizadas cobertas por vegetação. Nesse telhado verde, as plantas mudam de cor conforme as estações do ano. Proporcionam, além do apelo visual, o isolamento térmico da cobertura, reduzindo perdas de calor desnecessárias. O conceito de eficiência energética também está presente em outros elementos do complexo industrial, como nos lagos que ocupam parte da área livre do terreno. Além do armazenamento de águas pluviais, eles oferecem suprimento de refrigeração de ar a todos os edifícios do conjunto. Outro detalhe que impressiona da fábrica: tudo lá é produzido de forma artesanal, e há apenas dois robôs na linha de produção, responsáveis pela pintura.
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Os slogans
Experience the extraordinary. (2006)
Designed and engineered without compromise. (2004)
The spirit of Rolls Royce. (1980)
Makers of the best car in the world. (1977)
The best car in the world. (1950)
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Dados corporativos
● Origem: Inglaterra
● Fundação: 15 de março de 1906
● Fundador: Frederick Henry Royce e Charles Stewart Rolls
● Sede mundial: Goodwood, Inglaterra
● Proprietário da marca: BMW AG
● Capital aberto: Não (subsidiária)
● Chairman: Joachim Milberg (BMW AG)
● CEO: Torsten Müller-Ötvös
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Produção anual: 2.711 unidades (2010)
● Presença global: 100 países
● Presença no Brasil: Sim (através do Grupo BMW)
● Funcionários: 900
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Carros de luxo
● Ícones: Spirit of Ecstase
● Slogan: Design without compromise.
● Website: www.rolls-roycemotorcars.com
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A marca no mundo
A ROLLS-ROYCE vende seus preciosos automóveis somente por encomenda, que demoram em média 6 meses para ser entregue. Apesar de ter sua produção limitada, em 2010 a montadora vendeu mais de 2.700 em 100 países. O recorde de vendas da marca aconteceu em 1978 quando 3.357 foram comercializados.
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Você sabia?
● O ROLLS-ROYCE mais antigo do mundo foi leiloado recentemente, em Londres. A expectativa era que o modelo de 1904 seria vendido por 1 milhão de libras, porém o lance final foi três vezes maior, arrecadando 3.2 milhões de libras. Entre 1904 e 1907 foram fabricadas apenas 16 unidades do ROLLS-ROYCE.
● A ROLLS-ROYCE que fabrica motores e turbinas para aviões é controlada hoje em dia pelo grupo inglês Vickers, e não tem relação nenhuma com a montadora de automóveis.
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As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
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Última atualização em 2/3/2011
2 comentários:
Ainda compro um carro desses
Ótimo conteúdo. Parabéns pelo site, grande ideia de excelente ajuda.
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