Tornar-se uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo não acontece de repente. A primeira palavra que vem à cabeça quando se ouve falar em TOYOTA é qualidade. A empresa, não é de hoje, virou uma colecionadora de prêmios de excelência produtiva. Seus carros são objeto de desejo de milhares de consumidores em todo o mundo, não por acaso, a TOYOTA tem um alto índice de fidelização de clientes. Os mais de 70 anos da TOYOTA revelam uma história de respeito e dedicação total com foco no cliente.
A história
Não há como falar da TOYOTA sem mencionar os feitos da família Toyoda. No final do século XIX quando o Japão iniciava seu processo de modernização, o senhor Sakichi Toyoda, filho de um humilde carpinteiro, procurava maneiras de melhorar o tear manual. Ele vivia em um pequeno povoado no qual as mulheres trabalhavam com esse objeto e procurou usar sua grande habilidade com carpintaria para facilitar o trabalho da mãe. Em 1907, ele fundou a empresa Toyoda Loom Works com um capital de 1 milhão de ienes. Foi depois de muito trabalho e de ter criado o tear elétrico que, em 1924, ele criou o primeiro tear automático com a ajuda do seu filho Kiichiro, revolucionando a indústria têxtil do país com sua visão inovadora. Os teares Toyoda ganharam mercado por apresentarem preços menores e assim começaram a ser exportados.
Sakichi e suas empresas sofreram com as crises econômicas vividas pelo Japão devido às guerras pelas quais o país passou. Mas o espírito empreendedor e criativo que Kiichiro herdou do pai não permitiu que o sucesso da família parasse. Na década de 20 ele viajou aos Estados Unidos e à Europa em busca de novidades. Nessas viagens pôde entrar em contato com a indústria automotiva. Por se tratar ainda de algo bastante novo no mercado, esse setor atraiu o senso inovador de Kiichiro. Depois de um ano da morte de seu pai, em 1930, ele começou a trabalhar no desenvolvimento de motores de combustão movidos à gasolina. Em 1933, fundou a Divisão Automobilística da Toyota Automatic Loom Works para cuidar da produção de veículos. Nesta época, o nome original da família Toyoda, foi mudado por questões de facilidade na pronuncia passando a se chamar TOYOTA.
Finalmente, em 1935, ele conseguiu produzir o primeiro protótipo de um caminhão e de um automóvel de passageiros (o modelo A1) com a renda conseguida na venda da patente do tear automático que seu pai havia inventado para uma empresa britânica e fundou, no dia 28 de agosto de 1937, a TOYOTA MOTOR CORPORATION, considerada a primeira montadora japonesa. Já no ano seguinte, a montadora começou a implantar o sistema “just-in-time” em sua produção. Defendia-se que deveria ser produzido apenas aquilo que era estritamente necessário e que era preciso observar o momento adequado e as quantidades certas. Essa filosofia de se buscar fazer mais com menos gerou o conhecido Sistema de Produção Toyota, que é estudado e admirado atualmente por sua constante preocupação em aperfeiçoar-se e pela valorização do comprometimento dos seus empregados. Em seu primeiro ano de pleno funcionamento, a nova montadora vendeu exatos 4.013 automóveis.
Com uma década de vida, em 1947, a TOYOTA já contabilizava 100.000 veículos produzidos, número bastante relevante para uma época em que a indústria automotiva ainda dispunha de uma tecnologia muito débil se comparada com a atual. Além disso, o valor desse número fica ainda mais evidente quando se pensa nos prejuízos econômicos que a Segunda Guerra Mundial trouxe para a empresa. Foi, sem dúvida, uma importante marca. Os negócios da empresa começaram a se expandir para outros países, e a exportação de automóveis ganhou importância cada vez maior.
Em 1950, a empresa detinha 40% do mercado de vendas de automóveis do Japão, sendo a maior fabricante de veículos do país. Pouco tempo depois, em 1957, exportou o primeiro carro japonês (o jipe Land Cruiser) para os Estados Unidos. Mas ainda isso não era nada em relação ao que estava por vir. A TOYOTA conheceu um êxito ainda maior quando decidiu inserir-se no mercado internacional. Foi em 1958 quando fundou a sua primeira fábrica longe de terras nipônicas, aumentando seu reconhecimento e seu crescimento. O destino: Brasil.
Em 1964, além de uma forte campanha para divulgação da marca em solo norte-americano, a TOYOTA introduziu no mercado a primeira picape da montadora com o lançamento da Stout 4x2. Nesse ano foram exportados 2.029 veículos para o mercado americano, porém com a forte campanha, o número passou para 38.073 unidades em 1967, dobrando no ano seguinte com a introdução do modelo Corolla. Nos anos seguintes a montadora japonesa introduziu no mercado modelos que se tornariam líderes em vendas como a picape Hilux, o luxuoso sedã Camry, o utilitário esportivo RAV4 e o compacto híbrido Prius. Além disso, em 2002 a montadora criou a Scion, uma marca voltada para o mercado americano com o objetivo de desenvolver modelos especificamente voltados para o público jovem, onde a TOYOTA poderia inovar, testar coisas novas e criar novos designs de automóveis.
A eficiência e sua obsessão em tornar-se a maior montadora do mundo já pode ser vista em 2005, quando, segundo uma matéria na Newsweek International, a TOYOTA obteve lucros recordes de US$ 11 bilhões, que ultrapassaram os ganhos da GM, Ford e DaimlerChrysler, juntas. Finalmente, em 2007, a TOYOTA tornou-se a maior empresa automobilística do mundo, o que era previsto somente para o ano seguinte, desbancando a gigante americana General Motors. Mas a grave crise financeira que assolou o mundo em 2008, colocou em xeque a eficiência da TOYOTA: um prejuízo líquido de US$ 4.4 bilhões. Esta foi a primeira vez que a TOYOTA encerrou um exercício fiscal com resultado operacional no vermelho desde que começou a publicar seus resultados financeiros, em 1941. No início de 2009, Akio Toyoda, neto do fundador da empresa, e um executivo com ampla experiência internacional, foi escolhido para o cargo de presidente com a missão de conduzir a montadora em meio à crise econômica e à queda global nas vendas. Mas o período negro não parou por aí: recentemente um recall de mais de 10 milhões de veículos colocou em cheque a sempre inabalável qualidade da montadora japonesa, e custou bilhões de dólares para os cofres da empresa. Mesmo assim, sua imagem parece não ter sido tão abalada e os resultados financeiros positivos recentes provam que a TOYOTA é uma empresa diferenciada no setor automobilístico.
A linha do tempo
1950
● Desenvolvimento do jipe LAND CRUISER, que estreou internacionalmente somente em 1953.
1966
● Lançamento do TOYOTA COROLLA, um dos maiores sucessos de venda da história da indústria automobilística. Atualmente o modelo está em sua 10ª geração.
1967
● Lançamento do TOYOTA CELICA, um carro esportivo equipado com motor 1.6 litros, disponível nas versões ST e Sport-Coupe.
1968
● Lançamento da TOYOTA HILUX, uma caminhonete 4x2 que podia ser utilizada para lazer ou trabalho, estando apta para enfrentar as condições de terreno mais adversas. O modelo já vendeu mais de 12 milhões de unidades desde seu lançamento.
1982
● Lançamento do TOYOTA CELICA TURBO no Japão.
1983
● Lançamento do TOYOTA CAMRY, um sedã luxuoso de médio porte com motor 2.0 de quatro cilindros que veio substituir o TOYOTA CORONA. O modelo, que passou a ser produzido nos Estados Unidos em 1988, é o carro mais vendido do mercado americano em sua categoria.
1984
● Lançamento do TOYOTA 4RUNNER, um utilitário esportivo de médio-grande porte.
1989
● Lançamento da LEXUS, marca de automóveis de luxo da montadora japonesa.
1990
● Lançamento da TOYOTA ESTIMA, uma van de porte grande.
1994
● Lançamento do TOYOTA RAV4, um utilitário esportivo compacto. A sigla do modelo por si só demonstrava as pretensões da montadora japonesa: Recreational Active Vehicle (algo como veículo de recreação ativa).
1995
● Lançamento da TOYOTA TACOMA, uma caminhonete compacta.
● Lançamento do TOYOTA AVALON, um sedã de grande porte com motor V6 de 3.0 litros.
1997
● Lançamento, no mercado japonês, do TOYOTA PRIUS, um carro compacto híbrido movido à gasolina e eletricidade. O modelo seria lançado oficialmente no mercado americano somente em 2000. Em 2010 foi o carro mais vendido do Japão, confirmando ser o modelo mais importante da TOYOTA, uma vez que montadoras ao redor do mundo preparam uma nova geração de veículos de baixa emissão de poluentes. O TOYOTA PRIUS ultrapassou em 2011 a marca de 3 milhões de unidades vendidas desde seu lançamento.
1998
● Lançamento do TOYOTA AVENSIS, um sedã de porte médio especialmente desenvolvido para o mercado europeu. O modelo, que atualmente é produzido na Inglaterra e oferece além da versão sedã, a perua, está na sua terceira geração.
● Lançamento da TOYOTA SIENNA, uma minivan de porte médio que compartilha motor e plataforma com o TOYOTA CAMRY.
1999
● Lançamento do TOYOTA YARIS, um carro compacto e primeiro modelo desenhado pela divisão européia da montadora (no Design Center, agora chamado de ED2 situado em Nice, França).
2000
● Lançamento da TOYOTA TUNDRA, uma picape de porte grande e um dos grandes sucessos da montadora no mercado americano.
● Lançamento da TOYOTA SEQUOIA, um utilitário esportivo de grande porte.
2001
● Lançamento da TOYOTA HIGHLANDER, um utilitário de porte grande.
● Lançamento do TOYOTA NOAH, uma van de grande porte com capacidade para oito passageiros comercializada somente na Ásia.
2002
● Lançamento da TOYOTA MATRIX, um hatchback compacto desenvolvido para o mercado da América do Norte. É conhecido como a versão compacta do modelo Corolla.
2003
● Lançamento do TOYOTA WISH, uma minivan compacta.
2005
● Lançamento do TOYOTA AYGO, nome que surgiu da conjugação verbal em inglês I go (eu vou). É um automóvel hatch de pequeno porte para quatro passageiros desenvolvido especialmente para o mercado europeu em parceria com a PSA Peugeot Citroën.
● Lançamento do TOYOTA FIELDER, versão perua do modelo Corolla.
2006
● Lançamento do TOYOTA FJ CRUISER, um jipe com estilo retro baseado no designer do famoso Land Cruiser da década de 60.
2008
● Lançamento do TOYOTA VENZA, um crossover de porte médio. O novo modelo esbanja agressividade e lembra o Camry, com a grade cromada do radiador aliada aos faróis que acompanham o desenho dos pára-lamas. Quando visto de perfil, o automóvel passa uma ligeira idéia de sedã, devido ao desenho da área envidraçada. No interior, muito luxo.
2009
● Lançamento do TOYOTA VERSO, uma minivan compacta de cinco portas, com excelente espaço interno para seus cinco ocupantes.
2011
● Apresentação do TOYOTA GT 86, modelo que marca a volta da montadora japonesa no segmento de carros esportivos. O design do GT 86 carrega a nova linguagem em design da TOYOTA, com atenção focada na parte inferior do carro. A grade dá ao modelo uma aparência mais poderosa, com mais detalhes esportivos, incluindo spoiler traseiro e escapamentos duplos.
Um ícone japonês
O TOYOTA COROLLA celebrou em 2011 seu 45º aniversário com inúmeras conquistas a serem comemoradas. A montadora já buscava com o Corolla fabricar um veículo de alta qualidade, que superasse não só as expectativas do mercado japonês como também de clientes espalhados pelo mundo, oferecendo, principalmente, desempenho, segurança e conforto. Para isso, a TOYOTA construiu uma fábrica somente para a construção desse primeiro modelo, que hoje conta com 1.1 milhões de m² e capacidade para 600 mil carros por ano. Neste primeiro modelo, quando os carros no Japão eram equipados com motores 1.0 litros, a montadora desenvolveu um motor de 1.1 litros que fez sucesso no mercado local. O Corolla foi introduzido com o slogan: “Ser o carro mais procurado pelo mercado global, apresentando ao mundo a essência da tecnologia da Toyota”. Além de seu design atraente, o modelo, já na primeira geração, introduziu novos recursos e equipamentos comparáveis aos encontrados em automóveis mais sofisticados. Como resultado, o Corolla conquistou o público e alcançou um sólido primeiro lugar em vendas no mercado interno, apenas três anos após seu lançamento. O nome Corolla foi definido após intensa pesquisa da equipe de desenvolvimento com o objetivo de criar uma marca visando o mercado internacional. Uma série de dicionários em inglês, italiano, francês e livros da antologia japonesa foram consultados até se chegar na palavra em latim, que significa “coroa de flores”. Logo após o início das vendas, 15 unidades do modelo foram exportados para a Austrália e, no ano seguinte, o número subiu para 15 mil unidades. Em 1968, teve início as exportações para os Estados Unidos e, um ano depois, mais de 100 mil Corolla já corriam pelo mundo.
A infraestrutura rodoviária no Japão estava em franco desenvolvimento no período e, em 1969, a estrada que liga Tóquio ao sul do país foi inaugurada, com aproximadamente 500 km. O desafio do segundo Corolla foi cobrir toda a distância dessa rodovia sem reabastecer. Assim, foi idealizado o inédito tanque de 45 litros para a segunda geração do modelo. Em 1970, quatro anos após seu lançamento, a primeira geração do Corolla já havia se tornado o carro mais exportado do mundo. A terceira geração do Corolla foi introduzida em 1974 com características de segurança e conforto equivalente aos carros considerados luxuosos e, ao mesmo tempo, mantendo o aspecto de carro de família. Em 1979, para ser um verdadeiro concorrente internacional, a quarta geração do modelo passou por testes rigorosos. Protótipos de veículos foram enviados pelo mundo, onde ocorreram testes de compatibilidade local. A quinta geração, introduzida em 1983, foi marcada pelo intenso investimento em pesquisas de segurança. A carroceria do Corolla deveria absorver a energia do impacto e proteger os passageiros em caso de colisão do veículo. No ano de 1987, para a sexta geração do modelo foram feitos esforços para a redução de ruídos sentidos no interior do carro e provocados, por exemplo, pelo motor, pela rodagem na estrada e pelo vento.
Em 1994, o desenvolvimento da sétima geração sofreu transformações importantes para levar o carro a uma nova dimensão. A montadora se baseou principalmente em três pontos cruciais: design externo e interno para oferecer visual agradável para quem vê de fora e conforto os passageiros; desempenho para ter o desempenho de um veículo robusto e; segurança para manter a confiança dos clientes com o Corolla. Quase uma década mais tarde, em 2002, a nona geração do modelo estabeleceu novos parâmetros no segmento e redefiniu o conceito de sedã médio, oferecendo a qualidade de um carro de luxo. Em 2008, a décima geração do Corolla foi desenvolvida com design mais moderno, esportivo e sofisticado, além de novos equipamentos de série, acabamento interno aprimorado e uma nova família de motores e transmissões.
Através das 10 gerações cada modelo (clique na imagem abaixo para acompanhar a evolução) sempre buscou superar as expectativas de seus clientes e criar uma harmonia entre os ciclos da indústria e da natureza. Hoje, a TOYOTA foi classificada, dentre diversas empresas, como a mais verde do mundo, segundo o ranking “Best Global Green Brands 2011”, publicado pela Interbrand, consultoria especializada em gestão de marcas. Desde a primeira geração do Corolla, a montadora desenvolve tecnologias para criar um produto com conforto, segurança e desempenho, características que estão no DNA da marca de qualidade, confiabilidade e durabilidade.
No mercado brasileiro, o Corolla chegou em 1994, já em sua sétima geração, e começou a ser fabricado em 1998, na fábrica da montadora em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Em 2002 foi desenvolvido o motor Flex, um trabalho em conjunto das engenharias da subsidiária brasileira com a matriz japonesa. Foi a primeira vez que a empresa desenvolveu a tecnologia bicombustível e, no caso, exclusivamente voltada ao mercado brasileiro. Nos últimos 10 anos, o Corolla foi líder no segmento de sedãs médios em sete anos. Em 2010, foram comercializadas no Brasil 55 mil unidades, atingindo participação de 31.2% do mercado nacional de sedãs médios. Em 2011 foram vendidos aproximadamente 45 mil unidades. Comercializado aproximadamente 150 países, o Corolla, desde seu lançamento em novembro de 1966 até 2010, já tinha comercializado mais de 35 milhões de unidades, sendo reconhecido como o carro global mais vendido da indústria automotiva mundial.
O modelo TOYOTA
O famoso e eficiente sistema de produção da TOYOTA surgiu quando a empresa passava por sua pior crise, após o final da Segunda Guerra Mundial. À beira da falência, o então presidente da empresa, Eiji Toyoda (primo do fundador, Kichiro Toyoda), pediu a seu principal executivo, o engenheiro Taiichi Ohno, que reinventasse o processo produtivo da montadora. Os tempos de aperto não permitiam mais o desperdício e os estoques altos, comuns às indústrias da época. Para encontrar a resposta ao problema, ele não recorreu à consultorias, foi para dentro da fábrica e passou um pente-fino em cada etapa do processo de fabricação de automóveis. Nascia ali o que veio a ser chamado de Sistema Toyota de Produção. O padrão TOYOTA, que se opõe radicalmente ao sistema de produção convencional inventado pelas gigantes do setor automobilístico americano, ganhou até definição acadêmica: TOYOTISMO.
Na prática, a metodologia permitiu que a TOYOTA fizesse e desenvolvesse carros pela metade do tempo, metade do custo, em metade do espaço. E, obviamente, sem comprometer a qualidade. Ao contrário. Na TOYOTA, a qualidade não é medida por amostragem de produtos acabados, mas feita peça por peça, processo por processo. Não por acaso, a empresa ousou lançar no mercado veículos com três anos de garantia. O que a TOYOTA faz na fábrica é se restringir às necessidades do mercado. Ela atende aos apelos de seus clientes proporcionando conforto e tecnologia na medida certa, mas eliminando desperdícios, inclusive descartando valores agregados ao produto que o cliente nem está disposto a pagar. O Corolla, por exemplo, é oferecido ao mercado em apenas cinco cores. Os concorrentes têm mais de dez. Uma pesquisa mostrou que 70% dos consumidores preferem este tipo de veículo nos tons prata e preto. Com isso, a montadora fez uma economia brutal.
Outro segredo da excelência produtiva é a relação com os fornecedores. Se a montadora identifica um preço elevado praticado por um bom fornecedor, prefere ajudá-lo operacionalmente para que ele chegue ao valor justo para as duas partes. Parceiro bom, na filosofia TOYOTA, é garantia de qualidade. Em questão de pontualidade na entrega de encomendas, por exemplo, exige 100% de desempenho. Mas os fornecedores não reclamam. Outro ponto importante do sistema é: trabalhadores multifuncionais, ou seja, desenvolvem mais do que uma única tarefa e operam mais que uma única máquina. A base de sustentação do SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO é a absoluta eliminação do desperdício e os três pilares necessários à sustentação é o Just-in-time (Produção Linear), Kaizen (Melhora Contínua) e Jidoka (Autonomação). Os 7 desperdícios que o sistema visa eliminar são:
● Superprodução, a maior fonte de desperdício.
● Tempo de espera, refere-se a materiais que aguardam em filas para serem processados.
● Transporte, nunca gera valor agregado ao produto.
● Processamento, algumas operações de um processo poderiam nem existir.
● Estoque, a redução ocorrerá através de sua causa raiz.
● Movimentação.
● Defeitos, fabricar produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, mão-de-obra, movimentação de materiais defeituosos e outros.
Durante cinco décadas, a TOYOTA dedicou-se a aperfeiçoar seu método de trabalho, tornando a produção cada vez mais enxuta e eficiente. Aos poucos, virou referência não apenas para outras montadoras, as fábricas da GM, da Ford ou da Volkswagen, por exemplo, são praticamente idênticas às da montadora japonesa, mas também para empresas de outros setores, casos de Alcoa e Bosch, duas de suas seguidoras. É justamente essa paciência e atenção aos detalhes que as rivais, por mais que tentem, não conseguem replicar.
Por dentro da gigante
A TOYOTA é um verdadeiro tédio. Na montadora asiática não há “executivos celebridade”, seu presidente, o japonês Akio Toyoda, é um sujeito discreto, pouco afeito a entrevistas, festas ou frases bombásticas. As maiores inovações da empresa levam anos até sair das pranchetas e ganhar as ruas, o híbrido PRIUS, por exemplo, seu modelo mais revolucionário, demorou quase 50 meses para ser idealizado e atingir o nível de desempenho exigido pelos engenheiros da montadora. Na matriz, os funcionários têm emprego vitalício, uma instituição decrépita até mesmo na conservadora sociedade japonesa; e a alta cúpula trabalha com um conceito muito particular do que seja meritocracia: para galgar posições na hierarquia é preciso ter não apenas talento, mas também idade (mais de 50 anos, no caso dos vice-presidentes, e perto de 60 para assumir a presidência). Nenhum julgamento é feito da noite para o dia ou baseado no argumento de “aproveitar oportunidades de mercado”, na TOYOTA, a tomada de decisão é um processo consensual. Tudo é lento, planejado, modorrento. Mas tudo é também praticamente perfeito.
A fórmula, apoiada em discrição, busca pela qualidade, longo relacionamento com empregados e fornecedores e crescimento meticulosamente calculado, conduziu a TOYOTA à inédita liderança do mercado mundial de automóveis no fim de abril de 2007, ultrapassando a americana General Motors, que há 73 anos ocupava o posto. Tratava-se de um daqueles momentos históricos em que um sistema mais forte e competitivo finalmente deixava para trás outro envelhecido. Passo após passo, a montadora conseguiu se reinventar nas últimas décadas. A GM, um dos símbolos máximos do capitalismo americano, perdeu-se em sua teia de ineficiência e agora tenta desvencilhar-se dela. Esse fato é mais importante que os números em si. E os japoneses parecem saber disso. No primeiro trimestre de 2007, a TOYOTA produziu 2.35 milhões de veículos em todo o mundo, ante 2.26 milhões fabricados pela GM no mesmo período. O recorde, porém, não mereceu grandes comemorações na matriz. Ao contrário. Seus executivos tentaram a todo custo minimizar o feito. “Nossa maior luta é para ser a número 1 em termos de qualidade, não em quantidade”, afirmou o presidente da empresa na época, Katsuaki Watanabe, poucos dias depois da TOYOTA assumir a liderança do mercado mundial de automóveis. O ano de 2007 fechou com um recorde: 8.91 milhões de veículos produzidos. Há anos a montadora japonesa vem mostrando que é mais eficiente que suas concorrentes americanas. Com praticamente o mesmo número de funcionários da GM, a TOYOTA ganha mais dinheiro e tem um valor de mercado muito superior.
Para entender como a montadora japonesa se tornou uma máquina de crescimento, capaz de gerar lucros contínuos (isto até 2007), é preciso visitar sua sede, em Toyota City, uma cidadezinha próxima a Nagoya, no interior do Japão. Em frente ao imponente edifício, inaugurado há pouco mais de dois anos, uma enorme cerejeira florida, a árvore símbolo do Japão, chama a atenção dos visitantes. Dentro do prédio, recepcionistas miúdas e risonhas encarregam-se de dar boas-vindas a quem chega. Ao lado do edifício principal fica o centro de inovação da montadora, área em que a circulação de visitantes é, obviamente, restrita. Olhada por dentro, fica claro que nada é mais forte na TOYOTA do que sua cultura. Tudo mais, como a produção enxuta, a logística super afiada, os carros que fazem sucesso com o consumidor, são apenas reflexo do jeito TOYOTA de pensar e agir. Qualquer um dos 317.700 funcionários da montadora sabe exatamente quais os princípios e os valores da empresa. Como seguidores de uma doutrina, eles parecem acreditar em cada palavra que dizem. Da lista de “preceitos” da montadora constam recomendações como “Seja gentil e generoso, lute para criar uma atmosfera calorosa e caseira”. Enquanto em boa parte das empresas o principal motor do crescimento é o reconhecimento do sucesso individual, que se manifesta no pagamento de bônus atrelados ao cumprimento de metas, em programas de opções de ações e na ascensão meteórica na carreira, na TOYOTA o que move os funcionários é a certeza de que é possível fazer mais e melhor a cada dia, o chamado kaizen. Todos os empregados devem ser eternos insatisfeitos, buscando obsessivamente a qualidade, uma lógica que se aplica do operário ao presidente e que privilegia o trabalho em grupo.
Para que todos saibam exatamente qual é seu papel na engrenagem, os recém-contratados passam por um treinamento de cinco meses antes de assumir seu posto: 30 dias dedicados à cultura TOYOTA, dois meses numa fábrica, para ver de perto como os carros são produzidos, e o restante dentro de uma concessionária, porque é preciso saber o que quer o consumidor. A sensação de que todos estão remando juntos por um objetivo comum é reforçada pela política salarial. Na matriz, o salário do presidente não é nem dez vezes superior ao de um funcionário do chão de fábrica. Só para efeito de comparação, é comum em empresas americanas que o presidente ganhe mais de cem vezes o salário de um operário. O conservadorismo manifesta-se também na seleção dos principais executivos, quase todos recrutados logo depois do término da faculdade e treinados pela própria empresa. Com 51 fábricas espalhadas por 27 países, a TOYOTA hoje produz quase metade de seus veículos fora do Japão. Mesmo assim, na alta administração, que conta com aproximadamente 30 executivos, há apenas um estrangeiro, o americano Jim Press, responsável pela operação nos Estados Unidos (a maior fora da matriz). Mulheres são minoria. Somente 10% da força de trabalho da empresa no Japão é feminina. Há apenas uma mulher em um cargo de liderança: Mayasyo Hasegawa, chefe do departamento de responsabilidade social.
A ascensão da TOYOTA ao topo da indústria deveu-se, em parte, à crise aguda pela qual passaram as montadoras americanas. Atoladas em dívidas, GM e Ford chegaram perto da insolvência e hoje tentam desesperadamente reverter a situação. Com a liderança do mercado, a TOYOTA agora passa também a ser mais visada. O principal temor é que os consumidores tenham uma reação ANTI-TOYOTA, sobretudo nos Estados Unidos, onde os problemas das montadoras locais ganharam ampla repercussão na mídia e, em alguns estados, serviram de combustível para campanhas nacionalistas. Para não ser vista como “a forasteira que devastou Detroit”, a montadora japonesa tem feito uma ampla campanha de relações públicas. Segundo reportagem publicada recentemente pela revista americana Business Week, desde 2002 a empresa investiu mais de US$ 5 milhões por ano em campanhas para reforçar sua imagem perante consumidores, políticos e formadores de opinião. Paralelamente, tem contratado fornecedores americanos e instalado fábricas em estados mais conservadores, como o Texas, de onde saem as picapes Tundra. O outro desafio é continuar desenvolvendo carros que caiam no gosto dos consumidores. Para alcançar a meta, a montadora alicerça seu processo de inovação em um longo planejamento em seus 11 centros de Pesquisa & Design e num investimento mais que generoso, em 2010 foram 3.8% do faturamento total aplicados em pesquisa e desenvolvimento.
O museu
O TOYOTA AUTOMOBILE MUSEUM (Museu do Automóvel Toyota) foi inaugurado no mês de abril de 1989 para contar a rica história da montadora japonesa, mostrando sua inovações e modelos ao longo dos anos. O museu está localizado em uma área de 46.700 m² na cidade de Nagakute, na província de Aichi e conta com um acervo de aproximadamente 120 veículos. Para os nostálgicos, a TOYOTA expõe os automóveis mais importantes da sua história,, como por exemplo o primeiro Corolla fabricado em 1966 com motor de mil cilindradas. Há também outros carros de passeio como o Crown 1955, Corona 1973, Camry 1982, ESV 1970, Celsior 1989, Progres 1998 e o recente veículo híbrido e campeão de vendas, Prius. Entre os principais veículos comerciais expostos estão: Truck G1 1935, SKB 1954 e a réplica em madeira do BX Truck. Além da evolução dos modelos é possível observar a interessante evolução dos acessórios e equipamentos dos veículos, como por exemplo, retrovisores, cintos de segurança, airbags, sistemas elétricos e até rádios toca-fita.
A visita ao museu não poderia acabar de forma diferente: no futuro. Há um vídeo onde a TOYOTA conta o que pretende para o futuro e para ilustrar isso há também em exposição alguns dos veículos conceitos de mobilidade pessoal. Apesar do nome, o museu conta também com veículos de inúmeras montadoras de todo o mundo. Isso permite que o visitante conheça não só a história da TOYOTA, mas também a história dos veículos automotores.
A comunicação
A TOYOTA também investe em eventos para divulgar ainda mais a sua marca. O mais importante deles era sua participação nas competições automobilísticas de Fórmula 1. Desde 2002, a equipe Panasonic Toyota Racing vinha conquistando respeito nesse esporte, o que comprovava a sua fase de crescimento. Mas a crise global de 2008 caiu como uma bomba devastadora na empresa e a montadora japonesa se viu obrigada a sair da principal competição automobilística do mundo em 2009.
O emblema
No dia 2 de outubro de 1990 a empresa apresentou oficialmente ao mundo o novo símbolo da marca TOYOTA. Este emblema simboliza as características avançadas e a confiabilidade do produto e, hoje em dia, é utilizado em todos os modelos da montadora. O desenho consiste em 3 elipses entrelaçadas. Em termos geométricos, uma elipse possui dois pontos centrais: um deles representa o coração dos clientes e o outro o coração do produto. A elipse maior unifica os dois corações. A combinação das elipses vertical e horizontal simboliza o “T” de TOYOTA. O espaço do fundo representa o contínuo avanço do desenvolvimento tecnológico da TOYOTA e as ilimitadas oportunidades à nossa frente.
A evolução visual
O logotipo da TOYOTA passou apenas uma única vez por uma transformação radical. Isto ocorreu em 1990 quando o logotipo ganhou o tradicional símbolo da marca japonesa.
Os slogans
Moving forward. (2007)
Today. Tomorrow. Toyota. (2006)
Get the feeling. (2004)
What moves you? (2003)
For everyday people. (1998)
Live a little. Everyday. (1999)
The car in front is a Toyota. (1999)
People drive us. (1997)
The most reliable car in the world. (1994)
I love what you do for me, Toyota! (1990)
Who could ask for anything more. (1986)
Think it over. (1980)
Oh, what a feeling! (1978)
Pensando mais longe. (Brasil, 2009)
Ampliando horizontes. (Brasil, 2008)
Dados corporativos
● Origem: Japão
● Fundação: 28 de agosto de 1937
● Fundador: Kichiro Toyoda
● Sede mundial: Toyota City (Aichi), Japão
● Proprietário da marca: Toyota Motor Corporation
● Capital aberto: Sim
● Chairman: Fujio Cho
● Presidente: Akio Toyoda
● Faturamento: US$ 235.8 bilhões (2010)
● Lucro: US$ 5.82 bilhões (2010)
● Valor de mercado: US$ 112.8 bilhões (dezembro/2011)
● Valor da marca: US$ 27.764 bilhões (2011)
● Fábricas: 51
● Subsidiárias: 522
● Vendas globais: 8.418.000 (2010)
● Presença global: + 170 países
● Presença no Brasil: Sim (4 fábricas)
● Maiores mercados: Japão, América do Norte e Europa
● Funcionários: 317.700
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis, caminhões e ônibus
● Principais concorrentes: Honda, Nissan, GM, Ford, VW, Kia e Hyundai
● Outras marcas: Lexus, Scion, Daihatsu e Hino (caminhões)
● Slogan: Moving Forward.
● Website: www.toyota.com.br
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca TOYOTA está avaliada em US$ 27.764 bilhões, ocupando a posição de número 11 no ranking das marcas mais valiosas do mundo. É a marca de automóvel mais valiosa. Além disso, a TOYOTA é a 8ª maior empresa do mundo de acordo com a Fortune 500 de 2011.
A marca no Brasil
A aventura em terras Tupiniquins começou no dia 23 de janeiro de 1958, quando a TOYOTA inaugurou um escritório no centro da cidade de São Paulo. Ele serviu de base para que a empresa conhecesse e compreendesse melhor o mercado brasileiro. Depois de 11 meses, a empresa deu início às suas atividades como montadora e instalou, no bairro do Ipiranga, a sua primeira fábrica em território nacional. Os brasileiros puderam conhecer o modelo Land Cruiser em maio do ano seguinte. Em 1962, a empresa montou em São Bernardo do Campo sua nova fábrica, primeira unidade industrial da empresa fora do Japão, e começou a fabricar o modelo Bandeirante, equipado com motor a diesel, tração nas quatro rodas e disponível nas versões jipe e caminhonete de carga e de uso misto, que atuou por 40 anos como referência no mercado de utilitários. No ano de 1998, a TOYOTA do Brasil inaugurou em Indaiatuba, no interior do estado de São Paulo, a sua principal fábrica no país. Com cerca de 1.500.000 m², esse estabelecimento destinava-se à produção do modelo Corolla: o carro mais vendido do mundo.
E esse sucesso aumentou ainda mais quando foram investidos mais US$ 300 milhões na modernização e ampliação da estrutura da fábrica para que ela abrigasse a produção da nova geração do Corolla, que se deu a partir do mês de junho de 2002. Em 2003, a América Latina sentiu os benefícios trazidos pela implantação da TOYOTA MERCOSUL. Surgida da união da TOYOTA do Brasil com a TOYOTA Argentina, essa união se transformou em um pólo de produção e exportação voltado para toda a América Latina, incluindo-se México e Caribe. A consolidação do Novo Corolla fez com que a TOYOTA decidisse lançar um novo modelo derivado do sedã: o FIELDER, veículo que redefiniu o segmento de peruas (station wagons).
Com a injeção de US$ 15 milhões, a fábrica de Indaiatuba começou em maio de 2004 a produzir o TOYOTA FIELDER, que imediatamente assumiu a posição de liderança, conseguindo reavivar esse segmento no mercado automobilístico nacional. Em 2007, passou a fabricar em Indaiatuba, com novo investimento de US$ 15 milhões, a linha Corolla Flex, composta pelo tradicional sedã e pela versão perua. Para atender à crescente demanda pelos seus veículos, TOYOTA também ampliou sua rede de distribuição, passando de 90 concessionárias, em dezembro de 2004, para 122 em 2007 (atualmente são 134 concessionárias). Com mais de 5.000 pessoas empregadas nas duas unidades, a TOYOTA Mercosul contribuiu para o crescimento sócio-econômico desses países, gerando bem-estar social. Hoje, a TOYOTA do Brasil tem 50 anos de história e uma cobertura que atinge aproximadamente 90% do território brasileiro. Seus 3.800 colaboradores se espalham pelas 4 unidades de produção da empresa no país e confirmam a filosofia de que a TOYOTA está “ampliando horizontes” no Brasil. A TOYOTA bateu seu recorde histórico de vendas no Brasil, em 2010, com a comercialização de 99.570 unidades. A montadora japonesa tem, atualmente, 3% de participação no mercado nacional de automóveis. A linha de produtos da TOYOTA no Brasil é composta, atualmente, pelo Corolla, produzido em Indaiatuba (SP), pela Hilux e SW4, fabricados na unidade industrial da TOYOTA Argentina em Zárate, e pelos modelos importados do Japão: os utilitários esportivos Land Cruiser Prado e RAV4, o sedã Camry, além dos luxuosos Lexus.
A marca no mundo
Pelo mundo a TOYOTA, maior montadora de veículos do mundo, respondendo por 12% da produção de carros do planeta, encontra-se presente em mais de 170 países (possui 51 fábricas em 27 deles) e sua marca está entre as mais valiosas do planeta, graças à constante busca pela satisfação do cliente através da durabilidade e confiabilidade dos produtos e serviços pós-vendas. Em 2010, excluindo as marcas Daihatsu e Hino, a TOYOTA vendeu 7.528.000 de unidades. Líder incontestável do mercado japonês e asiático, a TOYOTA é o maior vendedor de veículos não americanos nos Estados Unidos e a marca japonesa líder na Europa. Atualmente a TOYOTA tem uma linha de 70 modelos diferentes, incluindo sedãs, cupês, vans, picapes, híbridos, utilitários esportivos e crossovers.
Você sabia?
● A empresa japonesa é proprietária ainda de 51% da Daihatsu; 16.7% da Fuji Heavy Industries, fabricante dos veículos Subaru; e 5.9% da Isuzu Motors.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 16/12/2011
A história
Não há como falar da TOYOTA sem mencionar os feitos da família Toyoda. No final do século XIX quando o Japão iniciava seu processo de modernização, o senhor Sakichi Toyoda, filho de um humilde carpinteiro, procurava maneiras de melhorar o tear manual. Ele vivia em um pequeno povoado no qual as mulheres trabalhavam com esse objeto e procurou usar sua grande habilidade com carpintaria para facilitar o trabalho da mãe. Em 1907, ele fundou a empresa Toyoda Loom Works com um capital de 1 milhão de ienes. Foi depois de muito trabalho e de ter criado o tear elétrico que, em 1924, ele criou o primeiro tear automático com a ajuda do seu filho Kiichiro, revolucionando a indústria têxtil do país com sua visão inovadora. Os teares Toyoda ganharam mercado por apresentarem preços menores e assim começaram a ser exportados.
Sakichi e suas empresas sofreram com as crises econômicas vividas pelo Japão devido às guerras pelas quais o país passou. Mas o espírito empreendedor e criativo que Kiichiro herdou do pai não permitiu que o sucesso da família parasse. Na década de 20 ele viajou aos Estados Unidos e à Europa em busca de novidades. Nessas viagens pôde entrar em contato com a indústria automotiva. Por se tratar ainda de algo bastante novo no mercado, esse setor atraiu o senso inovador de Kiichiro. Depois de um ano da morte de seu pai, em 1930, ele começou a trabalhar no desenvolvimento de motores de combustão movidos à gasolina. Em 1933, fundou a Divisão Automobilística da Toyota Automatic Loom Works para cuidar da produção de veículos. Nesta época, o nome original da família Toyoda, foi mudado por questões de facilidade na pronuncia passando a se chamar TOYOTA.
Finalmente, em 1935, ele conseguiu produzir o primeiro protótipo de um caminhão e de um automóvel de passageiros (o modelo A1) com a renda conseguida na venda da patente do tear automático que seu pai havia inventado para uma empresa britânica e fundou, no dia 28 de agosto de 1937, a TOYOTA MOTOR CORPORATION, considerada a primeira montadora japonesa. Já no ano seguinte, a montadora começou a implantar o sistema “just-in-time” em sua produção. Defendia-se que deveria ser produzido apenas aquilo que era estritamente necessário e que era preciso observar o momento adequado e as quantidades certas. Essa filosofia de se buscar fazer mais com menos gerou o conhecido Sistema de Produção Toyota, que é estudado e admirado atualmente por sua constante preocupação em aperfeiçoar-se e pela valorização do comprometimento dos seus empregados. Em seu primeiro ano de pleno funcionamento, a nova montadora vendeu exatos 4.013 automóveis.
Com uma década de vida, em 1947, a TOYOTA já contabilizava 100.000 veículos produzidos, número bastante relevante para uma época em que a indústria automotiva ainda dispunha de uma tecnologia muito débil se comparada com a atual. Além disso, o valor desse número fica ainda mais evidente quando se pensa nos prejuízos econômicos que a Segunda Guerra Mundial trouxe para a empresa. Foi, sem dúvida, uma importante marca. Os negócios da empresa começaram a se expandir para outros países, e a exportação de automóveis ganhou importância cada vez maior.
Em 1950, a empresa detinha 40% do mercado de vendas de automóveis do Japão, sendo a maior fabricante de veículos do país. Pouco tempo depois, em 1957, exportou o primeiro carro japonês (o jipe Land Cruiser) para os Estados Unidos. Mas ainda isso não era nada em relação ao que estava por vir. A TOYOTA conheceu um êxito ainda maior quando decidiu inserir-se no mercado internacional. Foi em 1958 quando fundou a sua primeira fábrica longe de terras nipônicas, aumentando seu reconhecimento e seu crescimento. O destino: Brasil.
Em 1964, além de uma forte campanha para divulgação da marca em solo norte-americano, a TOYOTA introduziu no mercado a primeira picape da montadora com o lançamento da Stout 4x2. Nesse ano foram exportados 2.029 veículos para o mercado americano, porém com a forte campanha, o número passou para 38.073 unidades em 1967, dobrando no ano seguinte com a introdução do modelo Corolla. Nos anos seguintes a montadora japonesa introduziu no mercado modelos que se tornariam líderes em vendas como a picape Hilux, o luxuoso sedã Camry, o utilitário esportivo RAV4 e o compacto híbrido Prius. Além disso, em 2002 a montadora criou a Scion, uma marca voltada para o mercado americano com o objetivo de desenvolver modelos especificamente voltados para o público jovem, onde a TOYOTA poderia inovar, testar coisas novas e criar novos designs de automóveis.
A eficiência e sua obsessão em tornar-se a maior montadora do mundo já pode ser vista em 2005, quando, segundo uma matéria na Newsweek International, a TOYOTA obteve lucros recordes de US$ 11 bilhões, que ultrapassaram os ganhos da GM, Ford e DaimlerChrysler, juntas. Finalmente, em 2007, a TOYOTA tornou-se a maior empresa automobilística do mundo, o que era previsto somente para o ano seguinte, desbancando a gigante americana General Motors. Mas a grave crise financeira que assolou o mundo em 2008, colocou em xeque a eficiência da TOYOTA: um prejuízo líquido de US$ 4.4 bilhões. Esta foi a primeira vez que a TOYOTA encerrou um exercício fiscal com resultado operacional no vermelho desde que começou a publicar seus resultados financeiros, em 1941. No início de 2009, Akio Toyoda, neto do fundador da empresa, e um executivo com ampla experiência internacional, foi escolhido para o cargo de presidente com a missão de conduzir a montadora em meio à crise econômica e à queda global nas vendas. Mas o período negro não parou por aí: recentemente um recall de mais de 10 milhões de veículos colocou em cheque a sempre inabalável qualidade da montadora japonesa, e custou bilhões de dólares para os cofres da empresa. Mesmo assim, sua imagem parece não ter sido tão abalada e os resultados financeiros positivos recentes provam que a TOYOTA é uma empresa diferenciada no setor automobilístico.
A linha do tempo
1950
● Desenvolvimento do jipe LAND CRUISER, que estreou internacionalmente somente em 1953.
1966
● Lançamento do TOYOTA COROLLA, um dos maiores sucessos de venda da história da indústria automobilística. Atualmente o modelo está em sua 10ª geração.
1967
● Lançamento do TOYOTA CELICA, um carro esportivo equipado com motor 1.6 litros, disponível nas versões ST e Sport-Coupe.
1968
● Lançamento da TOYOTA HILUX, uma caminhonete 4x2 que podia ser utilizada para lazer ou trabalho, estando apta para enfrentar as condições de terreno mais adversas. O modelo já vendeu mais de 12 milhões de unidades desde seu lançamento.
1982
● Lançamento do TOYOTA CELICA TURBO no Japão.
1983
● Lançamento do TOYOTA CAMRY, um sedã luxuoso de médio porte com motor 2.0 de quatro cilindros que veio substituir o TOYOTA CORONA. O modelo, que passou a ser produzido nos Estados Unidos em 1988, é o carro mais vendido do mercado americano em sua categoria.
1984
● Lançamento do TOYOTA 4RUNNER, um utilitário esportivo de médio-grande porte.
1989
● Lançamento da LEXUS, marca de automóveis de luxo da montadora japonesa.
1990
● Lançamento da TOYOTA ESTIMA, uma van de porte grande.
1994
● Lançamento do TOYOTA RAV4, um utilitário esportivo compacto. A sigla do modelo por si só demonstrava as pretensões da montadora japonesa: Recreational Active Vehicle (algo como veículo de recreação ativa).
1995
● Lançamento da TOYOTA TACOMA, uma caminhonete compacta.
● Lançamento do TOYOTA AVALON, um sedã de grande porte com motor V6 de 3.0 litros.
1997
● Lançamento, no mercado japonês, do TOYOTA PRIUS, um carro compacto híbrido movido à gasolina e eletricidade. O modelo seria lançado oficialmente no mercado americano somente em 2000. Em 2010 foi o carro mais vendido do Japão, confirmando ser o modelo mais importante da TOYOTA, uma vez que montadoras ao redor do mundo preparam uma nova geração de veículos de baixa emissão de poluentes. O TOYOTA PRIUS ultrapassou em 2011 a marca de 3 milhões de unidades vendidas desde seu lançamento.
1998
● Lançamento do TOYOTA AVENSIS, um sedã de porte médio especialmente desenvolvido para o mercado europeu. O modelo, que atualmente é produzido na Inglaterra e oferece além da versão sedã, a perua, está na sua terceira geração.
● Lançamento da TOYOTA SIENNA, uma minivan de porte médio que compartilha motor e plataforma com o TOYOTA CAMRY.
1999
● Lançamento do TOYOTA YARIS, um carro compacto e primeiro modelo desenhado pela divisão européia da montadora (no Design Center, agora chamado de ED2 situado em Nice, França).
2000
● Lançamento da TOYOTA TUNDRA, uma picape de porte grande e um dos grandes sucessos da montadora no mercado americano.
● Lançamento da TOYOTA SEQUOIA, um utilitário esportivo de grande porte.
2001
● Lançamento da TOYOTA HIGHLANDER, um utilitário de porte grande.
● Lançamento do TOYOTA NOAH, uma van de grande porte com capacidade para oito passageiros comercializada somente na Ásia.
2002
● Lançamento da TOYOTA MATRIX, um hatchback compacto desenvolvido para o mercado da América do Norte. É conhecido como a versão compacta do modelo Corolla.
2003
● Lançamento do TOYOTA WISH, uma minivan compacta.
2005
● Lançamento do TOYOTA AYGO, nome que surgiu da conjugação verbal em inglês I go (eu vou). É um automóvel hatch de pequeno porte para quatro passageiros desenvolvido especialmente para o mercado europeu em parceria com a PSA Peugeot Citroën.
● Lançamento do TOYOTA FIELDER, versão perua do modelo Corolla.
2006
● Lançamento do TOYOTA FJ CRUISER, um jipe com estilo retro baseado no designer do famoso Land Cruiser da década de 60.
2008
● Lançamento do TOYOTA VENZA, um crossover de porte médio. O novo modelo esbanja agressividade e lembra o Camry, com a grade cromada do radiador aliada aos faróis que acompanham o desenho dos pára-lamas. Quando visto de perfil, o automóvel passa uma ligeira idéia de sedã, devido ao desenho da área envidraçada. No interior, muito luxo.
2009
● Lançamento do TOYOTA VERSO, uma minivan compacta de cinco portas, com excelente espaço interno para seus cinco ocupantes.
2011
● Apresentação do TOYOTA GT 86, modelo que marca a volta da montadora japonesa no segmento de carros esportivos. O design do GT 86 carrega a nova linguagem em design da TOYOTA, com atenção focada na parte inferior do carro. A grade dá ao modelo uma aparência mais poderosa, com mais detalhes esportivos, incluindo spoiler traseiro e escapamentos duplos.
Um ícone japonês
O TOYOTA COROLLA celebrou em 2011 seu 45º aniversário com inúmeras conquistas a serem comemoradas. A montadora já buscava com o Corolla fabricar um veículo de alta qualidade, que superasse não só as expectativas do mercado japonês como também de clientes espalhados pelo mundo, oferecendo, principalmente, desempenho, segurança e conforto. Para isso, a TOYOTA construiu uma fábrica somente para a construção desse primeiro modelo, que hoje conta com 1.1 milhões de m² e capacidade para 600 mil carros por ano. Neste primeiro modelo, quando os carros no Japão eram equipados com motores 1.0 litros, a montadora desenvolveu um motor de 1.1 litros que fez sucesso no mercado local. O Corolla foi introduzido com o slogan: “Ser o carro mais procurado pelo mercado global, apresentando ao mundo a essência da tecnologia da Toyota”. Além de seu design atraente, o modelo, já na primeira geração, introduziu novos recursos e equipamentos comparáveis aos encontrados em automóveis mais sofisticados. Como resultado, o Corolla conquistou o público e alcançou um sólido primeiro lugar em vendas no mercado interno, apenas três anos após seu lançamento. O nome Corolla foi definido após intensa pesquisa da equipe de desenvolvimento com o objetivo de criar uma marca visando o mercado internacional. Uma série de dicionários em inglês, italiano, francês e livros da antologia japonesa foram consultados até se chegar na palavra em latim, que significa “coroa de flores”. Logo após o início das vendas, 15 unidades do modelo foram exportados para a Austrália e, no ano seguinte, o número subiu para 15 mil unidades. Em 1968, teve início as exportações para os Estados Unidos e, um ano depois, mais de 100 mil Corolla já corriam pelo mundo.
A infraestrutura rodoviária no Japão estava em franco desenvolvimento no período e, em 1969, a estrada que liga Tóquio ao sul do país foi inaugurada, com aproximadamente 500 km. O desafio do segundo Corolla foi cobrir toda a distância dessa rodovia sem reabastecer. Assim, foi idealizado o inédito tanque de 45 litros para a segunda geração do modelo. Em 1970, quatro anos após seu lançamento, a primeira geração do Corolla já havia se tornado o carro mais exportado do mundo. A terceira geração do Corolla foi introduzida em 1974 com características de segurança e conforto equivalente aos carros considerados luxuosos e, ao mesmo tempo, mantendo o aspecto de carro de família. Em 1979, para ser um verdadeiro concorrente internacional, a quarta geração do modelo passou por testes rigorosos. Protótipos de veículos foram enviados pelo mundo, onde ocorreram testes de compatibilidade local. A quinta geração, introduzida em 1983, foi marcada pelo intenso investimento em pesquisas de segurança. A carroceria do Corolla deveria absorver a energia do impacto e proteger os passageiros em caso de colisão do veículo. No ano de 1987, para a sexta geração do modelo foram feitos esforços para a redução de ruídos sentidos no interior do carro e provocados, por exemplo, pelo motor, pela rodagem na estrada e pelo vento.
Em 1994, o desenvolvimento da sétima geração sofreu transformações importantes para levar o carro a uma nova dimensão. A montadora se baseou principalmente em três pontos cruciais: design externo e interno para oferecer visual agradável para quem vê de fora e conforto os passageiros; desempenho para ter o desempenho de um veículo robusto e; segurança para manter a confiança dos clientes com o Corolla. Quase uma década mais tarde, em 2002, a nona geração do modelo estabeleceu novos parâmetros no segmento e redefiniu o conceito de sedã médio, oferecendo a qualidade de um carro de luxo. Em 2008, a décima geração do Corolla foi desenvolvida com design mais moderno, esportivo e sofisticado, além de novos equipamentos de série, acabamento interno aprimorado e uma nova família de motores e transmissões.
Através das 10 gerações cada modelo (clique na imagem abaixo para acompanhar a evolução) sempre buscou superar as expectativas de seus clientes e criar uma harmonia entre os ciclos da indústria e da natureza. Hoje, a TOYOTA foi classificada, dentre diversas empresas, como a mais verde do mundo, segundo o ranking “Best Global Green Brands 2011”, publicado pela Interbrand, consultoria especializada em gestão de marcas. Desde a primeira geração do Corolla, a montadora desenvolve tecnologias para criar um produto com conforto, segurança e desempenho, características que estão no DNA da marca de qualidade, confiabilidade e durabilidade.
No mercado brasileiro, o Corolla chegou em 1994, já em sua sétima geração, e começou a ser fabricado em 1998, na fábrica da montadora em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Em 2002 foi desenvolvido o motor Flex, um trabalho em conjunto das engenharias da subsidiária brasileira com a matriz japonesa. Foi a primeira vez que a empresa desenvolveu a tecnologia bicombustível e, no caso, exclusivamente voltada ao mercado brasileiro. Nos últimos 10 anos, o Corolla foi líder no segmento de sedãs médios em sete anos. Em 2010, foram comercializadas no Brasil 55 mil unidades, atingindo participação de 31.2% do mercado nacional de sedãs médios. Em 2011 foram vendidos aproximadamente 45 mil unidades. Comercializado aproximadamente 150 países, o Corolla, desde seu lançamento em novembro de 1966 até 2010, já tinha comercializado mais de 35 milhões de unidades, sendo reconhecido como o carro global mais vendido da indústria automotiva mundial.
O modelo TOYOTA
O famoso e eficiente sistema de produção da TOYOTA surgiu quando a empresa passava por sua pior crise, após o final da Segunda Guerra Mundial. À beira da falência, o então presidente da empresa, Eiji Toyoda (primo do fundador, Kichiro Toyoda), pediu a seu principal executivo, o engenheiro Taiichi Ohno, que reinventasse o processo produtivo da montadora. Os tempos de aperto não permitiam mais o desperdício e os estoques altos, comuns às indústrias da época. Para encontrar a resposta ao problema, ele não recorreu à consultorias, foi para dentro da fábrica e passou um pente-fino em cada etapa do processo de fabricação de automóveis. Nascia ali o que veio a ser chamado de Sistema Toyota de Produção. O padrão TOYOTA, que se opõe radicalmente ao sistema de produção convencional inventado pelas gigantes do setor automobilístico americano, ganhou até definição acadêmica: TOYOTISMO.
Na prática, a metodologia permitiu que a TOYOTA fizesse e desenvolvesse carros pela metade do tempo, metade do custo, em metade do espaço. E, obviamente, sem comprometer a qualidade. Ao contrário. Na TOYOTA, a qualidade não é medida por amostragem de produtos acabados, mas feita peça por peça, processo por processo. Não por acaso, a empresa ousou lançar no mercado veículos com três anos de garantia. O que a TOYOTA faz na fábrica é se restringir às necessidades do mercado. Ela atende aos apelos de seus clientes proporcionando conforto e tecnologia na medida certa, mas eliminando desperdícios, inclusive descartando valores agregados ao produto que o cliente nem está disposto a pagar. O Corolla, por exemplo, é oferecido ao mercado em apenas cinco cores. Os concorrentes têm mais de dez. Uma pesquisa mostrou que 70% dos consumidores preferem este tipo de veículo nos tons prata e preto. Com isso, a montadora fez uma economia brutal.
Outro segredo da excelência produtiva é a relação com os fornecedores. Se a montadora identifica um preço elevado praticado por um bom fornecedor, prefere ajudá-lo operacionalmente para que ele chegue ao valor justo para as duas partes. Parceiro bom, na filosofia TOYOTA, é garantia de qualidade. Em questão de pontualidade na entrega de encomendas, por exemplo, exige 100% de desempenho. Mas os fornecedores não reclamam. Outro ponto importante do sistema é: trabalhadores multifuncionais, ou seja, desenvolvem mais do que uma única tarefa e operam mais que uma única máquina. A base de sustentação do SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO é a absoluta eliminação do desperdício e os três pilares necessários à sustentação é o Just-in-time (Produção Linear), Kaizen (Melhora Contínua) e Jidoka (Autonomação). Os 7 desperdícios que o sistema visa eliminar são:
● Superprodução, a maior fonte de desperdício.
● Tempo de espera, refere-se a materiais que aguardam em filas para serem processados.
● Transporte, nunca gera valor agregado ao produto.
● Processamento, algumas operações de um processo poderiam nem existir.
● Estoque, a redução ocorrerá através de sua causa raiz.
● Movimentação.
● Defeitos, fabricar produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, mão-de-obra, movimentação de materiais defeituosos e outros.
Durante cinco décadas, a TOYOTA dedicou-se a aperfeiçoar seu método de trabalho, tornando a produção cada vez mais enxuta e eficiente. Aos poucos, virou referência não apenas para outras montadoras, as fábricas da GM, da Ford ou da Volkswagen, por exemplo, são praticamente idênticas às da montadora japonesa, mas também para empresas de outros setores, casos de Alcoa e Bosch, duas de suas seguidoras. É justamente essa paciência e atenção aos detalhes que as rivais, por mais que tentem, não conseguem replicar.
Por dentro da gigante
A TOYOTA é um verdadeiro tédio. Na montadora asiática não há “executivos celebridade”, seu presidente, o japonês Akio Toyoda, é um sujeito discreto, pouco afeito a entrevistas, festas ou frases bombásticas. As maiores inovações da empresa levam anos até sair das pranchetas e ganhar as ruas, o híbrido PRIUS, por exemplo, seu modelo mais revolucionário, demorou quase 50 meses para ser idealizado e atingir o nível de desempenho exigido pelos engenheiros da montadora. Na matriz, os funcionários têm emprego vitalício, uma instituição decrépita até mesmo na conservadora sociedade japonesa; e a alta cúpula trabalha com um conceito muito particular do que seja meritocracia: para galgar posições na hierarquia é preciso ter não apenas talento, mas também idade (mais de 50 anos, no caso dos vice-presidentes, e perto de 60 para assumir a presidência). Nenhum julgamento é feito da noite para o dia ou baseado no argumento de “aproveitar oportunidades de mercado”, na TOYOTA, a tomada de decisão é um processo consensual. Tudo é lento, planejado, modorrento. Mas tudo é também praticamente perfeito.
A fórmula, apoiada em discrição, busca pela qualidade, longo relacionamento com empregados e fornecedores e crescimento meticulosamente calculado, conduziu a TOYOTA à inédita liderança do mercado mundial de automóveis no fim de abril de 2007, ultrapassando a americana General Motors, que há 73 anos ocupava o posto. Tratava-se de um daqueles momentos históricos em que um sistema mais forte e competitivo finalmente deixava para trás outro envelhecido. Passo após passo, a montadora conseguiu se reinventar nas últimas décadas. A GM, um dos símbolos máximos do capitalismo americano, perdeu-se em sua teia de ineficiência e agora tenta desvencilhar-se dela. Esse fato é mais importante que os números em si. E os japoneses parecem saber disso. No primeiro trimestre de 2007, a TOYOTA produziu 2.35 milhões de veículos em todo o mundo, ante 2.26 milhões fabricados pela GM no mesmo período. O recorde, porém, não mereceu grandes comemorações na matriz. Ao contrário. Seus executivos tentaram a todo custo minimizar o feito. “Nossa maior luta é para ser a número 1 em termos de qualidade, não em quantidade”, afirmou o presidente da empresa na época, Katsuaki Watanabe, poucos dias depois da TOYOTA assumir a liderança do mercado mundial de automóveis. O ano de 2007 fechou com um recorde: 8.91 milhões de veículos produzidos. Há anos a montadora japonesa vem mostrando que é mais eficiente que suas concorrentes americanas. Com praticamente o mesmo número de funcionários da GM, a TOYOTA ganha mais dinheiro e tem um valor de mercado muito superior.
Para entender como a montadora japonesa se tornou uma máquina de crescimento, capaz de gerar lucros contínuos (isto até 2007), é preciso visitar sua sede, em Toyota City, uma cidadezinha próxima a Nagoya, no interior do Japão. Em frente ao imponente edifício, inaugurado há pouco mais de dois anos, uma enorme cerejeira florida, a árvore símbolo do Japão, chama a atenção dos visitantes. Dentro do prédio, recepcionistas miúdas e risonhas encarregam-se de dar boas-vindas a quem chega. Ao lado do edifício principal fica o centro de inovação da montadora, área em que a circulação de visitantes é, obviamente, restrita. Olhada por dentro, fica claro que nada é mais forte na TOYOTA do que sua cultura. Tudo mais, como a produção enxuta, a logística super afiada, os carros que fazem sucesso com o consumidor, são apenas reflexo do jeito TOYOTA de pensar e agir. Qualquer um dos 317.700 funcionários da montadora sabe exatamente quais os princípios e os valores da empresa. Como seguidores de uma doutrina, eles parecem acreditar em cada palavra que dizem. Da lista de “preceitos” da montadora constam recomendações como “Seja gentil e generoso, lute para criar uma atmosfera calorosa e caseira”. Enquanto em boa parte das empresas o principal motor do crescimento é o reconhecimento do sucesso individual, que se manifesta no pagamento de bônus atrelados ao cumprimento de metas, em programas de opções de ações e na ascensão meteórica na carreira, na TOYOTA o que move os funcionários é a certeza de que é possível fazer mais e melhor a cada dia, o chamado kaizen. Todos os empregados devem ser eternos insatisfeitos, buscando obsessivamente a qualidade, uma lógica que se aplica do operário ao presidente e que privilegia o trabalho em grupo.
Para que todos saibam exatamente qual é seu papel na engrenagem, os recém-contratados passam por um treinamento de cinco meses antes de assumir seu posto: 30 dias dedicados à cultura TOYOTA, dois meses numa fábrica, para ver de perto como os carros são produzidos, e o restante dentro de uma concessionária, porque é preciso saber o que quer o consumidor. A sensação de que todos estão remando juntos por um objetivo comum é reforçada pela política salarial. Na matriz, o salário do presidente não é nem dez vezes superior ao de um funcionário do chão de fábrica. Só para efeito de comparação, é comum em empresas americanas que o presidente ganhe mais de cem vezes o salário de um operário. O conservadorismo manifesta-se também na seleção dos principais executivos, quase todos recrutados logo depois do término da faculdade e treinados pela própria empresa. Com 51 fábricas espalhadas por 27 países, a TOYOTA hoje produz quase metade de seus veículos fora do Japão. Mesmo assim, na alta administração, que conta com aproximadamente 30 executivos, há apenas um estrangeiro, o americano Jim Press, responsável pela operação nos Estados Unidos (a maior fora da matriz). Mulheres são minoria. Somente 10% da força de trabalho da empresa no Japão é feminina. Há apenas uma mulher em um cargo de liderança: Mayasyo Hasegawa, chefe do departamento de responsabilidade social.
A ascensão da TOYOTA ao topo da indústria deveu-se, em parte, à crise aguda pela qual passaram as montadoras americanas. Atoladas em dívidas, GM e Ford chegaram perto da insolvência e hoje tentam desesperadamente reverter a situação. Com a liderança do mercado, a TOYOTA agora passa também a ser mais visada. O principal temor é que os consumidores tenham uma reação ANTI-TOYOTA, sobretudo nos Estados Unidos, onde os problemas das montadoras locais ganharam ampla repercussão na mídia e, em alguns estados, serviram de combustível para campanhas nacionalistas. Para não ser vista como “a forasteira que devastou Detroit”, a montadora japonesa tem feito uma ampla campanha de relações públicas. Segundo reportagem publicada recentemente pela revista americana Business Week, desde 2002 a empresa investiu mais de US$ 5 milhões por ano em campanhas para reforçar sua imagem perante consumidores, políticos e formadores de opinião. Paralelamente, tem contratado fornecedores americanos e instalado fábricas em estados mais conservadores, como o Texas, de onde saem as picapes Tundra. O outro desafio é continuar desenvolvendo carros que caiam no gosto dos consumidores. Para alcançar a meta, a montadora alicerça seu processo de inovação em um longo planejamento em seus 11 centros de Pesquisa & Design e num investimento mais que generoso, em 2010 foram 3.8% do faturamento total aplicados em pesquisa e desenvolvimento.
O museu
O TOYOTA AUTOMOBILE MUSEUM (Museu do Automóvel Toyota) foi inaugurado no mês de abril de 1989 para contar a rica história da montadora japonesa, mostrando sua inovações e modelos ao longo dos anos. O museu está localizado em uma área de 46.700 m² na cidade de Nagakute, na província de Aichi e conta com um acervo de aproximadamente 120 veículos. Para os nostálgicos, a TOYOTA expõe os automóveis mais importantes da sua história,, como por exemplo o primeiro Corolla fabricado em 1966 com motor de mil cilindradas. Há também outros carros de passeio como o Crown 1955, Corona 1973, Camry 1982, ESV 1970, Celsior 1989, Progres 1998 e o recente veículo híbrido e campeão de vendas, Prius. Entre os principais veículos comerciais expostos estão: Truck G1 1935, SKB 1954 e a réplica em madeira do BX Truck. Além da evolução dos modelos é possível observar a interessante evolução dos acessórios e equipamentos dos veículos, como por exemplo, retrovisores, cintos de segurança, airbags, sistemas elétricos e até rádios toca-fita.
A visita ao museu não poderia acabar de forma diferente: no futuro. Há um vídeo onde a TOYOTA conta o que pretende para o futuro e para ilustrar isso há também em exposição alguns dos veículos conceitos de mobilidade pessoal. Apesar do nome, o museu conta também com veículos de inúmeras montadoras de todo o mundo. Isso permite que o visitante conheça não só a história da TOYOTA, mas também a história dos veículos automotores.
A comunicação
A TOYOTA também investe em eventos para divulgar ainda mais a sua marca. O mais importante deles era sua participação nas competições automobilísticas de Fórmula 1. Desde 2002, a equipe Panasonic Toyota Racing vinha conquistando respeito nesse esporte, o que comprovava a sua fase de crescimento. Mas a crise global de 2008 caiu como uma bomba devastadora na empresa e a montadora japonesa se viu obrigada a sair da principal competição automobilística do mundo em 2009.
O emblema
No dia 2 de outubro de 1990 a empresa apresentou oficialmente ao mundo o novo símbolo da marca TOYOTA. Este emblema simboliza as características avançadas e a confiabilidade do produto e, hoje em dia, é utilizado em todos os modelos da montadora. O desenho consiste em 3 elipses entrelaçadas. Em termos geométricos, uma elipse possui dois pontos centrais: um deles representa o coração dos clientes e o outro o coração do produto. A elipse maior unifica os dois corações. A combinação das elipses vertical e horizontal simboliza o “T” de TOYOTA. O espaço do fundo representa o contínuo avanço do desenvolvimento tecnológico da TOYOTA e as ilimitadas oportunidades à nossa frente.
A evolução visual
O logotipo da TOYOTA passou apenas uma única vez por uma transformação radical. Isto ocorreu em 1990 quando o logotipo ganhou o tradicional símbolo da marca japonesa.
Os slogans
Moving forward. (2007)
Today. Tomorrow. Toyota. (2006)
Get the feeling. (2004)
What moves you? (2003)
For everyday people. (1998)
Live a little. Everyday. (1999)
The car in front is a Toyota. (1999)
People drive us. (1997)
The most reliable car in the world. (1994)
I love what you do for me, Toyota! (1990)
Who could ask for anything more. (1986)
Think it over. (1980)
Oh, what a feeling! (1978)
Pensando mais longe. (Brasil, 2009)
Ampliando horizontes. (Brasil, 2008)
Dados corporativos
● Origem: Japão
● Fundação: 28 de agosto de 1937
● Fundador: Kichiro Toyoda
● Sede mundial: Toyota City (Aichi), Japão
● Proprietário da marca: Toyota Motor Corporation
● Capital aberto: Sim
● Chairman: Fujio Cho
● Presidente: Akio Toyoda
● Faturamento: US$ 235.8 bilhões (2010)
● Lucro: US$ 5.82 bilhões (2010)
● Valor de mercado: US$ 112.8 bilhões (dezembro/2011)
● Valor da marca: US$ 27.764 bilhões (2011)
● Fábricas: 51
● Subsidiárias: 522
● Vendas globais: 8.418.000 (2010)
● Presença global: + 170 países
● Presença no Brasil: Sim (4 fábricas)
● Maiores mercados: Japão, América do Norte e Europa
● Funcionários: 317.700
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis, caminhões e ônibus
● Principais concorrentes: Honda, Nissan, GM, Ford, VW, Kia e Hyundai
● Outras marcas: Lexus, Scion, Daihatsu e Hino (caminhões)
● Slogan: Moving Forward.
● Website: www.toyota.com.br
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca TOYOTA está avaliada em US$ 27.764 bilhões, ocupando a posição de número 11 no ranking das marcas mais valiosas do mundo. É a marca de automóvel mais valiosa. Além disso, a TOYOTA é a 8ª maior empresa do mundo de acordo com a Fortune 500 de 2011.
A marca no Brasil
A aventura em terras Tupiniquins começou no dia 23 de janeiro de 1958, quando a TOYOTA inaugurou um escritório no centro da cidade de São Paulo. Ele serviu de base para que a empresa conhecesse e compreendesse melhor o mercado brasileiro. Depois de 11 meses, a empresa deu início às suas atividades como montadora e instalou, no bairro do Ipiranga, a sua primeira fábrica em território nacional. Os brasileiros puderam conhecer o modelo Land Cruiser em maio do ano seguinte. Em 1962, a empresa montou em São Bernardo do Campo sua nova fábrica, primeira unidade industrial da empresa fora do Japão, e começou a fabricar o modelo Bandeirante, equipado com motor a diesel, tração nas quatro rodas e disponível nas versões jipe e caminhonete de carga e de uso misto, que atuou por 40 anos como referência no mercado de utilitários. No ano de 1998, a TOYOTA do Brasil inaugurou em Indaiatuba, no interior do estado de São Paulo, a sua principal fábrica no país. Com cerca de 1.500.000 m², esse estabelecimento destinava-se à produção do modelo Corolla: o carro mais vendido do mundo.
E esse sucesso aumentou ainda mais quando foram investidos mais US$ 300 milhões na modernização e ampliação da estrutura da fábrica para que ela abrigasse a produção da nova geração do Corolla, que se deu a partir do mês de junho de 2002. Em 2003, a América Latina sentiu os benefícios trazidos pela implantação da TOYOTA MERCOSUL. Surgida da união da TOYOTA do Brasil com a TOYOTA Argentina, essa união se transformou em um pólo de produção e exportação voltado para toda a América Latina, incluindo-se México e Caribe. A consolidação do Novo Corolla fez com que a TOYOTA decidisse lançar um novo modelo derivado do sedã: o FIELDER, veículo que redefiniu o segmento de peruas (station wagons).
Com a injeção de US$ 15 milhões, a fábrica de Indaiatuba começou em maio de 2004 a produzir o TOYOTA FIELDER, que imediatamente assumiu a posição de liderança, conseguindo reavivar esse segmento no mercado automobilístico nacional. Em 2007, passou a fabricar em Indaiatuba, com novo investimento de US$ 15 milhões, a linha Corolla Flex, composta pelo tradicional sedã e pela versão perua. Para atender à crescente demanda pelos seus veículos, TOYOTA também ampliou sua rede de distribuição, passando de 90 concessionárias, em dezembro de 2004, para 122 em 2007 (atualmente são 134 concessionárias). Com mais de 5.000 pessoas empregadas nas duas unidades, a TOYOTA Mercosul contribuiu para o crescimento sócio-econômico desses países, gerando bem-estar social. Hoje, a TOYOTA do Brasil tem 50 anos de história e uma cobertura que atinge aproximadamente 90% do território brasileiro. Seus 3.800 colaboradores se espalham pelas 4 unidades de produção da empresa no país e confirmam a filosofia de que a TOYOTA está “ampliando horizontes” no Brasil. A TOYOTA bateu seu recorde histórico de vendas no Brasil, em 2010, com a comercialização de 99.570 unidades. A montadora japonesa tem, atualmente, 3% de participação no mercado nacional de automóveis. A linha de produtos da TOYOTA no Brasil é composta, atualmente, pelo Corolla, produzido em Indaiatuba (SP), pela Hilux e SW4, fabricados na unidade industrial da TOYOTA Argentina em Zárate, e pelos modelos importados do Japão: os utilitários esportivos Land Cruiser Prado e RAV4, o sedã Camry, além dos luxuosos Lexus.
A marca no mundo
Pelo mundo a TOYOTA, maior montadora de veículos do mundo, respondendo por 12% da produção de carros do planeta, encontra-se presente em mais de 170 países (possui 51 fábricas em 27 deles) e sua marca está entre as mais valiosas do planeta, graças à constante busca pela satisfação do cliente através da durabilidade e confiabilidade dos produtos e serviços pós-vendas. Em 2010, excluindo as marcas Daihatsu e Hino, a TOYOTA vendeu 7.528.000 de unidades. Líder incontestável do mercado japonês e asiático, a TOYOTA é o maior vendedor de veículos não americanos nos Estados Unidos e a marca japonesa líder na Europa. Atualmente a TOYOTA tem uma linha de 70 modelos diferentes, incluindo sedãs, cupês, vans, picapes, híbridos, utilitários esportivos e crossovers.
Você sabia?
● A empresa japonesa é proprietária ainda de 51% da Daihatsu; 16.7% da Fuji Heavy Industries, fabricante dos veículos Subaru; e 5.9% da Isuzu Motors.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 16/12/2011
4 comentários:
Grande TOYOTA só não vê quem não quer continuem a ser os melhores
A TOYOTA É TUDO ISSO MESMO, QUEM TEM UM AUTOMÓVEL DA MARCA SABE MUITO BEM.
Jair Bandieira
A Toyota é uma marca que produz carros de boa resistência, velocidade e segurança! Experimentei tudo isso no meu Toyota Avensis. Bem haja à Toyota!
Tenho duas hilux atualmente,satisfeitíssimo!!! Dá-lhe TOYOTA.
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