O WSJ, abreviatura que designa o THE WALL STREET JOURNAL, considerado com razão “a bíblia dos homens de negócios”, não é somente o mais completo jornal especializado em política, economia e finanças do mundo, mas também o mais influente entre os poderosos que tomam as decisões mais importantes do planeta. Afinal, se a verdade é sempre essencial para o jornalismo objetivo, ela está no DNA do THE WALL STREET JOURNAL mais do que em qualquer outro jornal americano.
A história
O famoso e conceituado jornal THE WALL STREET JOURNAL foi criado no ano de 1889 pelos três jovens repórteres Charles Henry Dow, Edward Davis Jones e Charles Milford Bergstresser, também fundadores, em 1882, da empresa Dow & Jones Company, que na época entregava boletins financeiros para clientes da região de Manhattan. A primeira edição do jornal, que tinha seu nome derivado da Rua Wall Street, considerada o coração financeiro de Manhattan e dos Estados Unidos, circulou no dia 18 de julho contendo apenas quatro páginas ao preço de 2 centavos de dólar, oferecendo notícias do mercado financeiro e preços das ações a investidores individuais. No ano de 1898 a edição matinal do jornal foi introduzida, contando agora com 6 páginas. No ano seguinte adotou o formato de cinco colunas por página. Outro grande fato que ocorreu neste ano foi o início da publicação da coluna de opinião Review & Outlook, que existe até hoje, escrita na época pelo próprio Charles Dow.
No início do próximo século, em 1902, o jornalista e seu correspondente em Boston, Clarence Barron, comprou a empresa por US$ 130 mil. Nesta época a circulação diária do jornal era de aproximadamente 7.000 cópias. No ano seguinte, o THE WALL STREET JOURNAL, introduziu o slogan “The Newspaper for the Investor” (em português “O jornal para o investidor”), deixando bastante claro o público que queria atingir. A primeira edição da Costa Pacífica foi lançada em 21 de outubro de 1929, apenas oito dias antes do famigerado Crash da Bolsa de Valores de Nova York, que desencadeou a mais devastadora crise econômica da história dos Estados Unidos, considerando-se a abrangência e a duração dos seus efeitos. Nesta época a circulação diária havia atingido 50 mil cópias.
No início da década de 1940, o THE WALL STREET JOURNAL perdera metade de sua circulação, pois sua informação básica estava amplamente disseminada por uma nova mídia, o rádio, que dava informações sobre o mercado financeiro em tempo real. Foi então, que o lendário editor Bernard (Barney) Kilgore, percebeu que o jornal necessitava de mudanças para não sumir. O jornal então passou também a dar notícias políticas e internacionais, além de analisar os acontecimentos. Um exemplo disso acorreu no chamado “Day After” ao ataque japonês a base naval de Pearl Harbor no dia 7 de dezembro de 1941. Enquanto os outros jornais relataram os fatos amplamente conhecidos naquele domingo, graças ao rádio, a primeira página do jornal em 8 de dezembro foi um marco do jornalismo. O texto começou com a frase “Guerra com o Japão significa revolução industrial nos Estados Unidos”. O artigo delineou as implicações do conflito para a economia e os mercados financeiros. Era o material que o leitor do THE WALL STREET JOURNAL mais precisava naquele momento.
Após a Segunda Guerra Mundial, em 1947, o jornal introduziu em suas páginas uma famosa coluna que fazia uma avaliação política escrita por William Henry Grimes. Foi neste ano que o jornal ganhou seu primeiro prêmio Pulitzer, o mais importante do jornalismo mundial. Até hoje, o WSJ foi agraciado com 40 prêmios Pulitzer, além de aproximadamente duas mil premiações por reportagens sobre economia. Também nesta época, para ampliar sua cobertura além do mundo das bolsas, o WSJ passou a investir em jornalismo investigativo, que não poupou os podres das grandes corporações americanas. A coragem e a isenção da redação passaram a incomodar os poderosos de plantão. No ano de 1966, o jornal atingiu a marca de mais de 1 milhão de cópias diárias, se tornando um dos mais importantes no cenário e cotidiano dos americanos. Na década seguinte, em 1976, surgiu a versão asiática do tradicional jornal, chamada de The Asian Wall Street Journal, inicialmente impressa em Hong Kong. No final desta década, em 1979, o THE WALL STREET JOURNAL se tornou o jornal pago de maior circulação dos Estados Unidos.
A partir de 1980, o jornal começou a publicar vários cadernos especiais que tratavam de assuntos específicos. O ano de 1983 foi marcado pela estreia da edição europeia, editada na cidade de Bruxelas na Bélgica. Na década de 1990, com o início da mudança de hábitos da população e o surgimento de várias novas mídias, o WSJ, como o jornal é popularmente conhecido, introduziu sua edição eletrônica em 1996 (paga), e que constantemente renovada, praticamente compete com as agências de informação econômica de forma contínua. No final de 2004, o tradicional jornal passou a disponibilizar seu conteúdo também via celular. Pouco depois, em agosto de 2007 a empresa News Corporation, pertencente ao magnata das comunicações, o australiano Rupert Murdoch, anunciou a compra da Dow Jones & Company por US$ 5.6 bilhões, e com isso passou a ser proprietária do THE WALL STREET JOURNAL, que acompanhou durante mais de um século o desenvolvimento das finanças americanas, tornando-se seu porta-voz inevitável.
A linha do tempo
1980
● Lançamento no dia 23 de junho do caderno Marketplace, que circula de segunda à sexta-feira abordando assuntos como saúde, tecnologia, mídia e marketing.
1988
● Lançamento no dia 3 de outubro do caderno Money and Investing, com cobertura e análises dos principais mercados financeiros internacionais.
1998
● Lançamento no dia 20 de março do caderno Weekend Journal, publicado as sextas-feiras abordando assuntos de interesse dos leitores como mercado imobiliário, viagens e esportes.
2002
● Lançamento no dia 9 de abril do caderno Personal Journal, com circulação de terça à quinta-feira abordando assuntos como investimentos pessoais, carreira e culturas corporativas.
2005
● Lançamento no dia 17 de setembro do caderno Pursuits abordando assuntos como gastronomia, bebidas, restaurantes, entretenimento, cultura, compras e livros.
● Lançamento, em setembro, da edição de fim de semana para todos os assinantes, que marcou o retorno da edição de sábado depois de um lapso de 50 anos.
2006
● Propagandas aparecem na primeira página pela primeira vez na história do jornal.
2008
● Lançamento da revista WSJ, que abrange arte, moda, entretenimento, design, gastronomia, arquitetura, viagens e muito mais. Inicialmente trimestral, a revista cresceu para 12 edições por ano.
2010
● Lançamento no dia 25 de setembro das colunas Off Duty, que aborda assuntos como moda, gastronomia, design e viagens, e Review, com foco em ensaios, comentários, opiniões e ideias.
2011
● Lançamento do WSJ Live, um aplicativo com programas ao vivo sobre notícias.
2012
● Lançamento no dia 5 de outubro da coluna Mansion, focada no mercado imobiliário de luxo.
O poder e a influência do WSJ
Considerado poderoso e influente, o WSJ é leitura obrigatória para os principais homens de negócios e estadistas do mundo. Mas, afinal, porque tanta influência? Em primeiro lugar pelo o alto padrão de suas reportagens, que estão longe de se restringir somente ao universo da atividade produtiva e do dinheiro. As suas matérias sobre política nacional e assuntos internacionais competem rotineiramente com as do The New York Times – ainda a referência planetária do jornalismo de qualidade –, embora as deste sejam mais numerosas e variadas. Segundo, pelo seu padrão de rigorosa distinção entre informação e juízo de valor. Ela complementa a proverbial barreira – própria das publicações preocupadas com a ética e o respeito ao público – entre “Estado” (os interesses negociais das empresas editoras e os de seus anunciantes) e “Igreja” (os critérios estritamente jornalísticos na abordagem dos fatos).
O layout do jornal
Ao longo dos anos o design do WSJ mudou significativamente: mudou de tamanho, ganhou cores e até anúncios na primeira página. A última modificação significativa ocorreu no ano de 2007. As edições internacionais, asiática e europeia, são mais compactas e menores.
Os slogans
Live in the know. (2010)
The Daily Diary of the American Dream. (1985)
Business. And The Business of Life.
The Newspaper for the Investor. (1903)
Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Lançamento: 8 de julho de 1889
● Criador: Charles Henry Dow, Edward Davis Jones e Charles Milford Bergstresser
● Sede mundial: New York City, New York, Estados Unidos
● Proprietário da marca: Dow Jones & Company Inc.
● Capital aberto: Não (subsidiária da News Corp.)
● Chairman: Rupert Murdoch
● CEO: William Lewis
● Editor chefe: Gerard Baker
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Circulação diária: 3.8 milhões de cópias
● Presença global: 100 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 2.000
● Segmento: Comunicação
● Principais produtos: Jornais, cadernos especiais e sites de notícias
● Concorrentes diretos: The New York Times, Financial Times, The Washington Post, The Huffington Post, Reuters e Bloomberg
● Slogan: Live in the know.
● Website: www.wsj.com
A marca no mundo
Atualmente o WSJ tem circulação diária superior a 2.5 milhões de cópias (incluindo 1 milhão de assinaturas online) somente nos Estados Unidos, sendo um dos maiores e mais respeitados jornais de negócios do mundo, comercializado em quase 100 países com 3.8 milhões de cópias diárias. O jornal tem um staff de 2.000 jornalistas e correspondentes em 85 escritórios espalhados por 51 países. O WSJ também possui edições na Europa e Ásia. Cada edição norte-americana tem uma média de 96 páginas. O jornal não é editado no domingo.
Você sabia?
● Apesar de ser um dos jornais mais respeitados do mundo, houve uma época em que os jornalistas do WSJ utilizavam o espaço que tinham no jornal para orientar as notícias de acordo com seus interesses, já que eram também grandes negociantes de ações na Bolsa de Valores.
● O WSJ, conhecido simplesmente como “O Jornal” nos Estados Unidos, é considerado uma das fontes mais confiáveis de informação econômica. Mas também é conhecido, e às vezes criticado, por seus editoriais ultra-conservadores.
● O WSJ tinha uma edição online em português. Mas, a partir de 17 de fevereiro de 2017, deixou de publicar conteúdo em português e a edição WSJ BRASIL foi encerrada.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), portais (G1), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 4/5/2017
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