11.6.06

AMNESTY INTERNATIONAL


Imagine uma organização global integrada por pessoas, em sua maioria colaborando de forma voluntária, que trabalham para que os direitos humanos sejam respeitados em todo o mundo. Assim é a ANISTIA INTERNACIONAL, uma organização que luta para que todas as pessoas desfrutem de todos os direitos humanos proclamados na Declaração Internacional dos Direitos Humanos e em outros instrumentos internacionais – direitos civis, políticos, culturais, econômicos e sociais. Há mais de 50 anos a AI, como é popularmente conhecida, é a voz de milhões de pessoas oprimidas e uma das marcas mais respeitadas do terceiro setor. 

A história 
A semente para a fundação da ANISTIA INTERNACIONAL (AMNESTY INTERNATIONAL, em inglês) começou após os terríveis dias da Segunda Guerra Mundial, quando um conjunto de países reunido na sede das Nações Unidas elaborou e promulgou, em 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esse documento era um código de leis, destinado a proteger os direitos de todas as pessoas no mundo: homens, mulheres, crianças, jovens e idosos, de qualquer raça, idioma, crença religiosa ou convicção política. Fundada no mês de julho de 1961, pelo advogado britânico Peter Benenson, a ANISTIA INTERNACIONAL, surgiu como uma organização internacional não-governamental, que atuava denunciando tortura e discriminação, defendendo o respeito aos Direitos Humanos, com ênfase nos direitos à liberdade e à livre expressão. A criação da organização aconteceu quando Benenson leu uma notícia publicada no jornal Daily Telegraph sobre dois estudantes portugueses, que haviam sido condenados a sete anos de prisão apenas por terem erguido um brinde à liberdade em um bar no centro de Lisboa, durante a ditadura salazarista.


Indignado, o advogado começou a pensar em formas de persuadir o governo português a libertar aqueles estudantes, e teve a ideia de bombardear as autoridades com cartas de protesto. Para chamar a atenção da opinião pública sobre a situação dos presos políticos, Benenson e outros ativistas organizaram, em 1961, uma campanha com um ano de duração, a que deram o nome de “Apelo por Anistia”. A campanha foi lançada através de um artigo intitulado “Os Prisioneiros Esquecidos”, publicado no jornal The Observer no dia 28 de maio de 1961. Nesse artigo, pedia-se que os leitores protestassem, imparcial e pacificamente, contra o encarceramento de homens e mulheres somente porque sua ideologia ou religião não coincidia com a dos seus governantes. Essas pessoas passaram a ser chamadas de “prisioneiros de consciência”, uma nova expressão acrescentada ao vocabulário humanitário internacional. O artigo teve uma grande repercussão.


Em um mês, mais de mil leitores haviam enviado cartas de apoio e ofertas de ajuda prática; além disso, alguns deles remeteram dados envolvendo casos de muitos outros prisioneiros de consciência. Talvez sem perceber, Benenson havia formado um novo tipo de ativismo que daria excelentes resultados na luta contra a injustiça: a ação de numerosas pessoas anônimas em favor de outras pessoas, vítimas de violações dos direitos humanos. Este acontecimento viria a ser o motor propulsor da ANISTIA INTERNACIONAL: a ação popular de inúmeras pessoas, “simples cidadãos” planetários. Em consequência do apoio recebido, seis meses depois da publicação do seu artigo Benenson anunciou o passo seguinte.


Estava nascendo aquilo que viria a ser a maior organização mundial de defesa dos Direitos Humanos. Ao final de um ano, a nova organização já havia enviado delegações a quatro países para protestar em favor de vários prisioneiros e havia se encarregado de 210 casos. O primeiro presidente do Comitê Executivo Internacional da organização, eleito em 1963, foi o político irlandês Sean Mac Bridea. Na medida em que a ANISTIA INTERNACIONAL foi crescendo, seu foco de atenção foi se ampliando para vítimas de outros abusos dos direitos humanos, como por exemplo, a tortura, os “desaparecimentos” forçados e a pena de morte. O primeiro relatório global sobre tortura feito pela organização foi sobre o Brasil, em 1972. Naquela época o país vivia o regime militar e o documento foi o primeiro a trazer uma lista de supostos torturados e torturadores. Após o lançamento da publicação, a imprensa e órgãos do governo brasileiro ficaram proibidos de mencionar o nome da organização.


Pouco depois, em 1977, a ANISTIA INTERNACIONAL recebeu o Prêmio Nobel da paz pela sua contribuição em “assegurar bases sólidas em favor da liberdade e da justiça e, portanto, a favor da paz no mundo”; e, em 1978, a organização foi homenageada com o Prêmio de Direitos Humanos das Nações Unidas. Em 1979 apresentou um primeiro informe com 2.665 casos de pessoas desaparecidas na Argentina durante a ditadura do General Videla. Em 1982, para marcar 10 de dezembro, Dia Mundial dos Direitos Humanos, a organização lançou um apelo para todos os prisioneiros de consciência. Mais de um milhão de pessoas participaram assinando petições que foram apresentadas à ONU, um ano depois.


Em 1991, no seu 30º aniversário, a AI ampliou sua atuação para incluir trabalhos sobre abusos por parte de grupos armados, tomada de reféns e pessoas presas por sua orientação sexual. Em 1996, a ANISTIA INTERNACIONAL iniciou uma campanha em favor do Tribunal Penal Internacional permanente, aprovado pela Assembléia Geral da ONU em julho de 1998 e hoje reconhecido por mais de 105 países, contribuindo para o retrocesso da impunidade. No dia 25 de fevereiro de 2005, morreu aos 83 anos Peter Benenson, fundador da ANISTIA INTERNACIONAL, no hospital John Radcliffe de Oxford (sul da Inglaterra). Em 2009, a organização lançou a campanha Exija Dignidade, com foco na mortalidade materna, favelas, responsabilidade corporativa e a transformação de direitos em leis. Pouco depois, em 2011, a ANISTIA INTERNACIONAL celebrou seus 50 anos com um brinde à liberdade, recordando o momento definidor da sua concepção. Ações globais ocorreram durante todo o ano no mundo, com foco em pena de morte, liberdade de expressão, direitos reprodutivos, justiça internacional e abuso corporativo. No ano seguinte, como parte da estratégia de se aproximar dos países do hemisfério sul e incorporar ativistas desses países ao movimento global pelos direitos humanos, a AI veio para o Brasil e abriu uma sede na cidade do Rio de Janeiro.


Em 2014, a organização lançou uma ferramenta para jornalistas e ativistas que trabalham em locais perigosos. Em cooperação com o laboratório Information Innovation Lab (Iilab) e outros parceiros, a organização de direitos humanos desenvolveu o Panic Button, um aplicativo para telefones celulares que transforma o botão de ligar e desligar em um botão de pânico. Em caso de emergência – como uma prisão ou sequestro, por exemplo – jornalistas e ativistas podem acioná-lo para pedir socorro rapidamente. O dispositivo foi projetado especificamente para que indivíduos sob ameaça possam chamar ajuda, sem despertar a atenção. Se o botão principal é pressionado várias vezes em um período breve, o aplicativo envia uma mensagem de texto, com a localização GPS do remetente, a três contatos de emergência pré-definidos.


Hoje em dia, a ANISTIA INTERNATIONAL, maior organização pró-direitos humanos independente do mundo, averigua denúncias de prisões políticas, torturas ou execuções. Para isso, o Secretariado Internacional, através do seu Departamento de Investigação, recolhe toda a informação possível relacionada com os casos suspeitos, e, se necessário, envia missões de investigação ou para a observação de julgamentos. Mas o movimento obriga-se à imparcialidade das suas tomadas de decisão e, para isso, impõe às suas estruturas operacionais, as suas células de base, que não recebam nem tratem casos relacionados com o próprio país. As únicas exceções são o trabalho de divulgação ativa dos direitos humanos, a luta contra a pena de morte ou a proteção dos refugiados objeto de perseguição política nos seus países de origem. Todos os anos, a ANISTIA INTERNACIONAL publica um relatório sobre as violações de direitos humanos e as situações mais flagrantes que ocorrem nos países analisados.


O que representa o logotipo 
O logotipo da ANISTIA INTERNACIONAL, adotado em 1963, apresenta uma vela envolta por um arame farpado. O arame simboliza a opressão, e a vela, a esperança da organização de acabar com essa opressão. O verdadeiro significado do logotipo da organização está em um trecho de um discurso de Peter Benenson: 

“A vela não arde para nós, mas para aqueles que não pudemos resgatar da prisão, para os que foram baleados rumo à prisão, para os que foram torturados, para os que foram sequestrados, para aqueles que desapareceram. Esta vela é para eles”.


O tradicional logotipo passou por pequenas remodelações ao longo dos anos, especificamente quanto à tipografia de letra, a cor (com um fundo amarelo) e o posicionamento da vela.


Dados corporativos 
● Origem: Inglaterra 
● Fundação: Julho de 1961 
● Fundador: Peter Benenson 
● Sede mundial: Londres, Inglaterra 
● Proprietário da marca: Amnesty International 
● Capital aberto: Não (organização sem fins lucrativos) 
● Secretário Geral: Salil Shetty 
● Arrecadação: Não divulgado 
● Membros: 7 milhões 
● Presença global: + 150 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Segmento: Organização não governamental 
● Principais produtos: Campanhas, lutas e investigações a favor dos direitos humanos 
● Concorrentes diretos: Human Rights Watch e Federação Internacional de Direitos Humanos 
● Ícones: Uma vela envolta em arame farpado 
● Slogan: Support Our Fight of Human Rights. 
● Website: www.anistia.org.br 

A marca no mundo 
Atualmente a ANISTIA INTERNACIONAL é considerada uma das mais respeitadas instituições em defesa dos direitos humanos do mundo, está representada em mais de 150 países (dos quais mais de 70 deles com escritórios) e possui mais de 7 milhões de apoiadores, membros e ativistas. Os recursos financeiros do movimento provêm de doações, das contribuições de seus membros e de campanhas. Para manter sua independência política, a ANISTIA INTERNACIONAL não aceita doações dos cofres públicos. 

Você sabia? 
A ANISTIA INTERNACIONAL utiliza como lema a frase: It is better to light a candle than to curse the darkness (“É melhor acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão” em português), de autoria do filósofo chinês Confúcio e que se tornou um popular provérbio. 
Inspirada pela esperança de um mundo mais justo, a ANISTIA INTERNACIONAL trabalha através de pressão da opinião pública e solidariedade internacional. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Exame), jornais (Valor Econômico, Estadão e Folha), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 8/12/2016

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