Pequenos chicletes de bola rosa envoltos em populares embalagens nas cores da bandeira americana e enrolados em papéis com tirinhas em quadrinhos do personagem Bazooka Joe se tornaram um ícone da cultura americana. O chiclete Bazooka® divertiu gerações de americanos que cresceram mastigando e fazendo enormes bolas rosa, e ainda é popular pelo sabor, textura e quadrinhos que o tornaram famoso.
A história
Tudo começou em 1947, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, quando os irmãos Abram, Ira, Philip e Joseph Shorin, filhos do fundador da empresa americana Topps Chewing Gum, que desde 1938 produzia chicletes, resolveram introduzir no mercado uma nova e divertida goma de mascar: o Bazooka® Bubble Gum, um chiclete de bola quadrado rosa brilhante, de mastigação inicialmente dura, um cheiro doce e um forte sabor açucarado de frutas e algodão-doce. O novo produto - fabricado no parque industrial da empresa localizado no bairro Brooklyn em Nova York - provavelmente recebeu esse nome em homenagem à arma conhecida como lança-foguete, desenvolvida pelo exército americano durante a Primeira Guerra, que por sua vez recebeu esse nome de um instrumento musical de metal, criado pelo comediante Bob Burns na década de 1930. Sua embalagem patriótica - nas cores vermelha, azul e branca - ajudaram a tornar o produto ainda mais popular no período do pós-guerra. Inicialmente o novo chiclete foi anunciado como sendo barato, macio, saboroso e divertido, pela possibilidade de se fazer enormes bolas.
O chiclete - vendido a um centavo de dólar - começou a se tornar popular em 1949, quando passou a contar com pequenas tirinhas de quadrinho do personagem Atom Bubble Boy, cujo objetivo era incentivar o consumo junto ao público jovem. O nome do personagem era a propósito da Guerra Fria, que havia acabado de começar. Nas tirinhas, o jovem Atom Bubble Boy apresentava muitas habilidades, a mais notável delas soprar bolas gigantescas, permitindo-lhe acesso a viagens espontâneas muito antes dos dias de passagens aéreas mais baratas. Mas apesar disso, o personagem parece não ter caído no gosto popular.
O sucesso derradeiro veio somente em 1953, quando o personagem Bazooka Joe - um menino loirinho que utilizava boné de beisebol e tapa-olho preto, criado pelo cartunista Wesley Morse a pedido da empresa - passou a ser o astro principal das tirinhas em quadrinhos que envolviam os chicletes, que a marca Bazooka® conquistou definitivamente os jovens americanos e chamou a atenção do mercado pelo sucesso estrondoso. Nas tirinhas, Joe enfrentava várias desventuras junto á sua turma, que incluía personagens como Tuffy (um sujeito esperto que usa chapéu de marinheiro), Pesty (irmão mais novo de Joe), Mort (um garoto desengonçado que usa um suéter vermelho de gola alta puxado sobre a boca), Jane (namorada de Joe), Hungry Herman (o amigo gordinho de Joe) e Walkie Talkie (um vira-lata da vizinhança). Seguindo a tradição de quadrinhos de gangues infantis, cada tira continha uma piada. Com isso, as vendas da marca, e muito em virtude das crianças, que frequentemente trocavam ou colecionavam as tirinhas para colar no papel e montarem seus próprios gibis.
Em 1960 o chiclete ganhou um novo formato mais alongado. Pouco depois, em 1965, a marca lançou os sabores de uva e cereja. A década foi marcada também pelo início das exportações do chiclete para outros países como Canadá (onde as histórias do personagem eram escritas em inglês e francês), Reino Unido e Israel (com as tirinhas escritas em hebraico), onde Bazooka® se tornou a marca de chiclete favorita das crianças israelenses - um ícone rosa que é parte inseparável da infância e cultura do país até os dias de hoje. Em 1975 a marca lançou no mercado mais uma novidade: a versão sem açúcar de seu chiclete de bola.
Nos anos seguintes o universo lúdico da marca cresceu e o garoto-propaganda Bazooka Joe ganhou em 1983 a companhia de uma nova turminha de amigos, composta por Jake (seu cachorro), DJ Chen (seu amigo DJ), Kevin Griffin (seu amigo “nerd”), Cindy Lewis (sua amiga), Casey McGiven (sua outra amiga) e Wolfgang (seu amigo alemão de escola). Além disso, novos sabores foram lançados no mercado, como por exemplo, morango. E o sucesso de Bazooka Joe era tanto nessa época, que a Topps passou a licenciá-lo para que outras empresas pudessem estampá-lo em diversos produtos como camisetas, canecas, bonés, canetas, entre outros itens. Na década de 1990 o personagem mudou de aparência: apesar de continuar com seu tradicional tapa-olho, passou a vestir calças jeans largas e de cintura baixa e ganhou uma imagem de adolescente, com longas pernas.
No ano de 2007, Michael Eisner - o poderoso ex-executivo da Disney (conheça essa outra história aqui) - adquiriu a empresa com a intenção de reviver Bazooka Joe e transformá-lo em um grande personagem de mídia, comparando-ao seu “Novo Mickey Mouse”. Mas, em 2012, em uma decisão polêmica, a marca anunciou que não incluiria mais histórias em quadrinho em seus chicletes, passando a usar quebra-cabeças desafiadores em uma tentativa de modernizar a marca e atrair um novo público consumidor. Além disso, mudou radicalmente suas embalagens (que passaram a conter gráficos em estilo grafite) e até lançou novos sabores, como framboesa azul em 2013. Criaram também novos tamanhos de embalagens. Foi um fracasso total. Afinal, o público queria o Bazooka® original. Com isso, em abril de 2019, a Bazooka®, aproveitando o ressurgimento da onda retrô, especialmente na indústria de doces, relançou seus chicletes com as embalagens originais em vermelho, branco e azul, e a volta das tirinhas originais de Bazooka Joe (com os quadrinhos mais populares das décadas de 1970 e 1980).
Em dezembro de 2022, a Bazooka® comemorou seu 75º aniversário e lançou um documentário de 16 minutos intitulado “Bazooka® Bubble Gum Turns 75” (assista aqui). No mês de outubro de 2023, Michael Eisner vendeu por US$ 700 milhões a divisão de doces da empresa, incluindo a marca Bazooka®, para a empresa britânica de private equity Apax Partners.
Atualmente a marca continua a oferecer “Entretenimento Comestível” (afinal, une chiclete com tirinhas em quadrinhos) para uma nova geração de consumidores, com o chiclete Bazooka® podendo ser encontrado em uma grande variedade de embalagens e formatos, além das edições sazonais para o período do “Dia das Bruxas” e do tradicional balde com 225 pequenos chicletes.
A identidade visual da marca passou por algumas remodelações ao longo dos anos, mas sempre manteve a patriótica combinação de cores. A última remodelação ocorreu em 2019.
Nas embalagens o logotipo da marca Bazooka® é aplicado com uma inclinação, como mostra a imagem abaixo.
A Classic In Every Way.
Classic style. Classic good taste.
Say It With a Smile.
Absurdly Good. (2013)
● Origem: Estados Unidos
● Lançamento: 1947
● Criador: Abram, Ira, Philip e Joseph Shorin
● Sede mundial: New York City, New York, Estados Unidos
● Proprietário da marca: The Bazooka Companies LLC
● Capital aberto: Não (subsidiária da Apax Partners)
● CEO: Tony Jacobs
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Presença global: 40 países
● Presença no Brasil: Não
● Segmento: Confeitos
● Principais produtos: Chicletes de bola
● Concorrentes diretos: Hubba Bubba, Dubble Bubble, Bubblicious, Bubble Yum, Airheads Gum e Big League Chew
● Ícone: Bazooka Joe
● Slogan: A Classic In Every Way.
● Website: www.bazookajoe.com
A marca no mundo
A marca Bazooka®, um dos chicletes de bola mais populares e vendidos nos Estados Unidos, é comercializada em mais de 40 países ao redor do mundo, com forte presença na América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), além de Reino Unido, Israel e Argentina. Bazooka® pertence a Bazooka Brands (The Bazooka Companies LLC), que fabrica e comercializa pirulitos e balas com as marcas populares Ring Pop®, Push Pop®, Baby Bottle Pop® e Juicy Drop®.
Você sabia?
● Até os dias de hoje, foram criadas mais de 1.535 tirinhas em quadrinhos diferentes de Bazooka Joe e sua turma, sendo as mais antigas disputadíssimas por colecionadores que chegam a pagar fortunas por um pedacinho de papel com histórias do personagem.
● Bazooka® foi uma das primeiras marcas de doces a oferecer aos consumidores um pacote múltiplo de goma de mascar, que incluía um total de seis unidades e era vendido por apenas cinco centavos de dólar.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas).
Última atualização em 8/9/2025
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2 comentários:
Olá. Só para ampliar o conhecimento geral... Na década de 80... (aproximadamente em 1987) foi lançada uma versão "pomada" do chiclete, nos sabores maçã-verde, limão e uva. Ambos vinham em tubos plásticos, similares aos de creme dental de hoje, só que mais curtos e bojudos, onde o chiclete poderia ser retirado ao apertar o tubo, numa consistência muito parecida a um creme que, ao levado à boca, nas primeiras mastigadas, ja adquiria a sua consistência tradicional de goma.
Meu pai me trouxe alguns exemplares, durante uma viagem de negócios, na época.
Obrigado pelo site fantástico, de onde podemos retirar informações muito boas.
Eu lembro de mascar bazooka antes de existir o ping pong. Eu e outros achávamos o ping pong uma imitação que não fazia bolas tão bem como o bazzooka. Será que era importado?
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