26.10.11

HAVANA CLUB


O rum é a bebida que associamos aos piratas, além de ser um forte símbolo cultural de Cuba. Para os conhecedores, a Ilha de Fidel produz os melhores entre os melhores runs do mundo. E não existe uma marca que represente melhor a tradição cubana em produzir rum que a HAVANA CLUB. A força de sua origem autêntica, a fidelidade à tradição de elaboração do rum na ilha e sua indiscutível qualidade proporcionam à marca o status de “El Ron de Cuba”

A história 
A ligação entre Cuba e o rum começou em 1493 quando Cristóvão Colombo introduziu a cana de açúcar na ilha caribenha. Rapidamente o clima favorável e o solo fértil fizeram com que a cana-de-açúcar se desenvolvesse bem e também fosse utilizada para fazer uma espécie de suco fermentado e forte chamado “tafia” (antecessor do rum). A partir de 1800 a qualidade desta bebida melhorou sensivelmente com a introdução dos alambiques de cobre e do processo de envelhecimento. Em 1878, com a alta demanda por um rum superior (mais suave ao paladar), especialmente por parte da Corte Espanhola, José Arechabala Aldama, um jovem imigrante espanhol, fundou uma pequena destilaria (chamada La Vizcaya) na cidade de Cárdenas que iniciou a produção de runs de qualidade superior utilizando sobras de melaço da florescente indústria açucareira cubana. Com sabor único, o rum produzido por ele apresentava um aroma leve e delicado, resultado das condições únicas de clima e solo cubano.
   

Após o fim da Lei Seca nos Estados Unidos em 1933, uma nova oportunidade se abriu para a empresa e, no dia 19 de março de 1934, a destilaria iniciou a exportação de seu rum para o mercado americano. Para isso resolveu criar e registrar a marca HAVANA CLUB. Apesar do sucesso nos Estados Unidos e em Cuba, a empresa esteve à beira da falência durante o regime de Fulgêncio Batista e com a Revolução de 1959, co-liderada por Che Guevara e Fidel Castro, o governo nacionalizou grande parte do comércio de açúcar e rum da ilha, incluindo a empresa José Arechabala S.A., então proprietária da marca HAVANA CLUB. Isso fez com que a maioria da família Arechabala fugisse do país logo depois, sem compensação alguma. Mas essa mudança política resultou na imposição de um embargo às exportações cubanas pelos Estados Unidos, cortando assim o mercado que o HAVANA CLUB foi concebido para atender.
  

Para recuperar o HAVANA CLUB como a imagem oficial do rum cubano, o governo de Fidel Castro resolveu relançar a marca na década de 1960 e a registrou em 80 países ao redor do mundo. Mesmo nacionalizada a empresa não deixou de inovar e, no final dos anos de 1960, lançou o HAVANA CLUB 7 AÑOS, um rum superior e cujo processo de envelhecimento possuI uma peculiaridade: uma porção do rum sempre é mantida em barris, em um processo chamado de “envelhecimento contínuo”. Por isso toda garrafa de HAVANA CLUB 7 recebe uma porção desse rum envelhecido por mais de 50 anos.
  

Com o embargo imposto pelos americanos, a antiga União Soviética e a Europa Oriental tornaram-se um mercado-chave para o HAVANA CLUB na década de 1970. A empresa foi considerada uma “joia nacional” pelo governo cubano e, em 1977, a fabricação foi transferida para uma nova e moderna fábrica em Santa Cruz del Norte. Após o colapso da URSS em 1991, o governo cubano foi forçado a buscar novos mercados para os runs da marca. E isto acabou forçando o grande passo para tornar a marca HAVANA CLUB global, quando em novembro de 1993 foi constituída a Havana Club International, uma joint-venture entre o governo cubano (responsável pela distribuição nacional) e a multinacional francesa Pernod-Ricard (responsável pela distribuição internacional). Com isso, nos anos seguintes os excepcionais e lendários runs da marca foram lançados em diversos novos mercados pelo mundo afora, ganhando eficiência na distribuição ao utilizar toda a poderosa estrutura da empresa francesa.
  

Além disso, a Pernod-Ricard também investiu em marketing, como por exemplo, através da criação em 1996 do Havana Club International Cocktail Grand Prix, uma aclamada competição internacional de bartenders, que ajudou sensivelmente a divulgar a marca e o rum cubano pelo mundo. Outro importante fator de crescimento da marca no mundo foi a divulgação maciça de coquetéis tradicionais como mojito e daiquiri, onde utilizar um rum cubano superior faz toda diferença.
   

Mas essa época também foi marcada por batalhas intermináveis nos tribunais contra a Bacardi (conheça essa outra história aqui) pelo uso da marca HAVANA CLUB, especialmente em território americano. Isto porque, em 1995 a Bacardi começou a produzir um rum, originalmente nas Bahamas, sob o nome Havana Club. A última atualização dessa batalha jurídica data de 2022, quando o Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos (PTO) reafirmou que a marca HAVANA CLUB é propriedade cubana. A decisão da agência de marcas dos Estados Unidos permitirá que a ilha, outrora de Fidel, traga para território americano o rum produzido em Cuba, assim que o bloqueio seja definitivamente eliminado.
  

Entre as mais recentes novidades da marca estão o Havana Club Verde (2020), o primeiro rum da marca elaborado com vegetais e frutas cítricas, introduzido primeiramente no mercado alemão; o Havana Club Cuban Spiced (2021), inspirado no vasto universo tropical de Cuba, combina o rum duplamente envelhecido com sabores exóticos e especiarias mais picantes, fazendo com que combine perfeitamente com refrigerantes de cola e também sirva de ingrediente para enriquecer coquetéis clássicos, como Spiced Daiquiri ou Spiced Espresso Martini; e o Havana Club Cuban Smoky (2021), utiliza em sua composição runs envelhecidos em barris de uísques de Islay, na Escócia, conferindo-lhe complexidade e notas defumadas, que podem ser totalmente apreciadas com gelo. A marca também vem investindo no segmento de bebidas prontas para consumo em latas com o lançamento de rum misturado com Cola e de rum aromatizado misturado com tônica.
   

Hoje em dia a marca HAVANA CLUB oferece diversas versões de seus excepcionais rum: Havana Club 3 (autêntico rum branco cubano, sendo o mais jovem da linha, envelhecido três anos e ideal para coquetéis), Havana Club Reserva (considerado o rum premium envelhecido mais aromático do mundo), Havana Club Especial (rum envelhecido quatro anos), Havana Club 7 Años (referência mundial em rum, com produção muito limitada e próprio para ser degustado puro com os melhores charutos cubanos), Havana Club 15 Años (um verdadeiro clássico dos runs cubanos), Havana Club Selección de Maestros (rum ultra-premium cuja criação baseia-se na seleção cuidadosa de reservas envelhecidas que se distinguem pelas suas qualidades excepcionais), Havana Club Máximo Extra Añejo (um rum ultra-premium lançado em 2006 e cuja garrafa, de cristal, pode custar mais de US$ 1.700), Havana Club Unión (rum luxuoso desenvolvido para ser perfeitamente harmonizado com os tradicionais charutos cubanos) e Havana Club Tributo (uma série de lançamentos em edição limitada que homenageia a excepcional variedade de runs cubanos e o know-how de seus mestres).
  

A evolução visual 
A identidade visual da marca cubana passou apenas por modernizações ao longo dos anos, mas sempre utilizou como símbolo a Giraldilla, uma estatueta que simboliza a cidade de Havana, além do reconhecível círculo vermelho brilhante com uma borda amarela como fundo. A última remodelação ocorreu em 2015, quando o logotipo apresentou uma nova tipografia de letra.
  

O logotipo da marca HAVANA CLUB também pode ser aplicado todo em preto ou sob um fundo vermelho, como mostra a imagem abaixo.
  

Os slogans 
Cuba Made Me. (2021) 
Nothing compares to Havana. (2015) 
El culto a la vida. (2007) 
El Ron de Cuba. (2003) 
Do it the Hemingway. (1993)
  

Dados corporativos 
● Origem: Cuba 
● Lançamento: 19 de março de 1934 
● Criador: José Arechabala S.A. 
● Sede mundial: Havana, Cuba 
● Proprietário da marca: Havana Club International S.A. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Christian Barré 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 124 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Maiores mercados: Cuba, Alemanha, Espanha e França 
● Funcionários: 650 
● Segmento: Bebidas alcoólicas 
● Principais produtos: Runs 
● Concorrentes diretos: Legendario, Bacardi, Captain Morgan, Barceló, Mount Gay, McDowell’s No. 1, Tanduay, Zacapa e Malibu 
● Slogan: El ron de Cuba. 
● Website: www.havana-club.com 

A marca no mundo 
Os mais puros runs cubanos da HAVANA CLUB, terceira mais popular marca do segmento no mundo, são comercializados em mais de 120 países, com vendas anuais superiores a 4.6 milhões de caixas de nove litros. A marca tem como maiores e mais importantes mercados Cuba, Alemanha, Espanha, França, Reino Unido e Grécia, além da Índia. A HAVANA CLUB, que atualmente pertence ao Governo cubano (50%) e a Pernod Ricard (50%), está listada entre as 100 marcas premium mais vendidas no mundo. Os runs da marca são produzidos em duas destilarias em Cuba, localizadas em Santa Cruz del Norte (construída em 1977) e San José de las Lajas (inaugurada em 2007). 


Você sabia? 
Devido ao embargo americano à Ilha de Fidel, os runs da HAVANA CLUB não são comercializados nos Estados Unidos. 
A marca HAVANA CLUB é um ícone de Cuba, assim como os charutos Cohiba (conheça essa outra história aqui). 
A marca mantém o MUSEO DEL RON HAVANA CLUB, localizado junto à Plaza de San Francisco de Asís, em frente ao porto de Havana. No museu, que já recebeu mais de 2 milhões de visitantes, é possível explorar o processo de fabricação do rum, desde a cana-de-açúcar recém-cortada até um surpreendente modelo de fábrica; e conhecer como funciona a destilaria e os armazéns de envelhecimento da marca. É possível ainda desfrutar de coquetéis cubanos contemporâneos em um aconchegante bar e comprar os runs da HAVANA CLUB em uma loja especializada. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 


Última atualização em 3/9/2023 

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