Nascida de uma briga de irmãos, a PUMA literalmente brotou da costela da Adidas. As duas sedes ficam na mesma cidade, na mesma rua, uma quase em frente à outra. Porém as semelhanças param por aí. A marca une elegantemente moda, tecnologia e influências do esporte como poucas. Essa evolução pode ser notada nos calçados, bolsas e roupas dos modernos que passaram a usar mais os produtos da marca esportiva tornando-se um ícone e objeto de desejo no mundo fashion. Suas “coleções” são atreladas a movimentos culturais, à voz das ruas, a ondas como o hip-hop e o funk. Atualmente a marca do felino é admirada por adultos, crianças e idolatrada por adolescentes moderninhos. Atores de Hollywood admitem serem fãs da marca alemã. Até a cantora Madonna já apareceu usando PUMA, sem nada receber por isso.
A história
Tudo começou em 1948 na pequena cidade alemã de Herzogenaurach, encravada no coração da Francônia, depois que Rudolf Dassler (imagem abaixo) brigou com seu irmão, Adi, que pouco depois fundaria a Adidas, e resolveu encerrar a sociedade em uma pequena fábrica de calçados esportivos que operava desde 1920 e fundar no dia 1 de junho a Ruda Schuhfabrik Rudolf Dassler (Rudolf Dassler Shoe Factory), uma empresa para produção de artigos esportivos, então com apenas 14 funcionários. A recém-criada marca, que logo assumiu o nome PUMA, lançou no mercado a chuteira ATOM, iniciando assim um relacionamento duradouro com o futebol. Dois anos mais tarde a PUMA já exportava seus produtos para o exigente mercado americano. Na década de 1950 a marca conseguiu enormes feitos, como por exemplo, quando na primeira Copa do Mundo organizada após a Segunda Guerra Mundial, parte dos jogadores da seleção alemã usaram calçados da PUMA; em 1952 quando o atleta Joseph Barthel de Luxemburgo ganhou a primeira medalha olímpica em Helsinki vestindo equipamento PUMA; e dois anos depois, em Yokohama no Japão, quando Heinz Fütterer estabeleceu novo recorde mundial para os 100 metros utilizando tênis da marca alemã. Estes feitos consolidaram a marca PUMA no segmento do atletismo.
Em 1958, mesmo ano em que surgiu a tradicional listra em forma de onda (conhecida como “Formstripe”), abundantemente utilizada em suas chuteiras e tênis originalmente para estabilizar o pé dentro do calçado, e que se tornaria um dos símbolos da PUMA, as seleções de Brasil e Suécia vestiam a marca na disputa da Copa do Mundo de Futebol. Era a prova do sucesso. No ano seguinte a empresa passou a se chamar oficialmente PUMA-Sportschuhfabriken Rudolf Dassler KG. Em 1960 tornou-se a primeira marca esportiva a utilizar a técnica de vulcanização na produção de calçados. Isto resultou em um novo processo para fabricar chuteiras, o qual unia o solado às travas de uma maneira mais eficiente e durável. O processo tornou o produto tão bom que aproximadamente 80% das outras fábricas adotaram o método criado pela empresa.
Com um ritmo de crescimento acelerado e destacando-se no mundo dos esportes, em 1962 a PUMA já exportava seus produtos para aproximadamente 100 países em todos os continentes. As chuteiras da marca conseguiram grande reconhecimento durante a Copa do Mundo de 1962, realizada no Chile, e 1970, no México, quando o Brasil foi campeão. Pelé foi eleito melhor jogador da competição e usava chuteiras da marca alemã para realizar jogadas e fazer gols que encantaram o mundo. Outro grande marco ocorreu em 1968 com o lançamento do tênis PUMA SUEDE, que possuía cabedal de camurça azul marinho, “formstripe” (a famosa onda símbolo da marca), sola e entressola brancas. Eles seriam imortalizados nos Jogos Olímpicos do México ao acompanhar Tommie Smith e John Carlos (atletas patrocinados pela marca) no exato momento que fizeram o gesto “Black Power”, um protesto contra a segregação racial nos Estados Unidos naquela época, enquanto ouviam o hino nacional americano no pódio (os atletas estavam descalços e deixaram seus tênis no degrau do pódio).
Em 1974 com a morte de Rudi seus filhos, Armin e Gerd, assumiram o comando da empresa. Dois anos mais tarde, em 1976, a PUMA ingressou na NBA (principal liga americana profissional de basquete) tendo nomes como Isiah Thomas e Buck Williams como atletas patrocinados que endossavam seus produtos e arrastavam uma multidão de jovens para se tornarem fãs da marca. Outro feito de grande reconhecimento para a marca aconteceu em 1977 quando o tenista argentino Guillermo Villas conquistou os torneios US Open e Rolland Garros vestindo tênis PUMA. Ou ainda quando em 1982, Diego Maradona, disputou sua primeira Copa do Mundo utilizando chuteiras da marca, especialmente desenhadas para ele. Isto sem falar, que poucos anos depois, o tenista alemão Boris Becker venceu o torneio de Wimbledon usando uma raquete da marca PUMA.
Apesar de tudo isso, no início dos anos de 1990, a marca PUMA não possuía mais nenhuma relevância dentro ou fora da Alemanha. Encontrava-se à beira da falência e seus produtos eram vendidos em grandes liquidações de redes populares de varejo. “A marca está totalmente fora”. “Calçados e blusinhas estão sendo vendidas a preço de banana nas lojas”. “Puma novamente no vermelho”. “Três presidentes foram despachados em três anos”. “A concorrência americana ganha força e quer tirar a marca das prateleiras, inclusive na Alemanha”. Foram com estas frases e manchetes que o jornal Die Zeit definiu a situação em que a empresa se encontrava no final de 1992, quando atravessava sua pior crise. Até que em 1993, Jochen Zeitz, um jovem de 30 anos egresso da área de marketing, assumiu o comando da empresa. A marca alemã estava no vermelho havia sete anos. Naquele momento as dívidas já somavam mais de US$ 100 milhões. O jovem executivo cortou despesas e pessoal, fechou fábricas na Alemanha, terceirizou a produção para empresas na Ásia, negociou com os credores e, já no ano seguinte, conseguiu trazer a empresa de volta ao lucro.
Em 1996, a Monarchy Regency, uma das maiores distribuidoras e produtoras de filmes de Hollywood na época, já havia adquirido 12% da empresa alemã. A associação foi fundamental. Permitiu que a PUMA conseguisse inserções de seus produtos em roteiros de filmes como “Uma Linda Mulher” e “JFK”, além de seriados americanos de sucesso como “Friends” e “Will and Grace”. A resposta foi imediata. E as vendas também. Em 1998 a PUMA se uniu à americana LogoAthletic, uma fabricante de roupas de esporte e fornecedora de uniformes para a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL). A partir deste momento, a PUMA passou a fornecer uniformes não somente para nove times de basquete da liga profissional americana (NBA), mas também para 13 equipes da NFL, tornando-se uma das quatro empresas que equipavam os times.
Após arrumar as finanças, o executivo deu início a uma nova e decisiva etapa: reposicionamento da marca no mercado. Era o início do inédito “casamento” entre a moda e o esporte, criando uma imagem de grife de estilo de vida (lifestyle). Ele direcionou quase 70% dos lucros para as áreas de marketing, pesquisa e desenvolvimento. Com produtos de design mais arrojado em mãos, publicou anúncios em revistas de moda como a badalada Vogue e firmou parceria com a estilista alemã Jil Sander e a supermodelo americana Christy Turlington, que lançou uma coleção de roupas para a prática de ioga com o seu nome. Além disso, ofereceu submarcas alusivas a diversos esportes e atividades: Pumaville, Puma Football, Puma Running, Puma Cricket, Puma Baseball, Puma Motorsport.
As vendas globais passaram a crescer a um ritmo de 30% ao ano. Em 1999 inaugurou sua primeira loja própria, com o objetivo de identificar e transmitir aos consumidores o universo PUMA, na cidade de Santa Monica, estado da Califórnia. A PUMA continuou crescendo, ampliando seu mercado, as áreas de atuação e inaugurando novas lojas próprias em cidades cosmopolitas e ricas culturalmente, como Londres, Roma, Tóquio, Milão, Boston, Frankfurt, Seattle e Melbourne. Novos contratos foram firmados com atletas, equipes de diversos esportes e escuderias para o fornecimento de trajes e equipamentos. Neste momento a PUMA já se transformara em um ícone fashion, não só elevando seu faturamento, mas também fazendo de seu nome e imagem uma marca mundialmente conhecida.
O grande mérito de Jochen Zeitz foi disputar mercados nos quais nunca uma grife de equipamento esportivo havia competido, convocando estilistas de renome internacional para criar linhas premium e tornar as roupas esportivas usuais no dia a dia, associando a imagem da PUMA com eventos badalados como a Fórmula 1, o motociclismo, o golfe e, por último, regatas náuticas como a Volvo Ocean Race, onde a participação da PUMA visava reforçar a expansão em novas categorias de produtos, no caso, materiais esportivos para iatistas, assim como ampliar o reconhecimento e visibilidade da marca em todo o mundo. Especialmente para a competição a empresa desenvolveu a PUMA CITY, grande loja conceito e itinerante de três andares formada por 24 contêineres construídos na China e montada pela primeira no porto espanhol de Alicante em 2009. Ao todo, a PUMA City têm pouco mais de mil metros quadrados distribuídos entre os espaços para a loja, salão principal, escritórios, um bar e um lounge, além de espaços ao ar livre.
Resumindo: estilo de vida, moda, top models, artistas. Essa foi a receita para salvar da falência a fabricante alemã de equipamentos e roupas esportivas e recolocá-la entre os nomes fortes de um setor que tem Nike, Adidas e Mizuno. Em 2014 a PUMA lançou a maior campanha de marketing de sua história sob o slogan “Forever Faster” (Sempre Mais Rápido, em tradução livre), refletindo um objetivo de ser mais veloz ao oferecer produtos inovadores para alta performance. A campanha, que resgatava a história da marca alemã, colocando a PUMA como veloz e ousada, era estrelada pelo atleta mais veloz do mundo, o jamaicano Usain Bolt, além de um dos jogadores mais ousados dos últimos tempos, o atacante da seleção italiana Mario Balotelli.
A marca voltou a inovar em 2015 ao assinar contrato com a badalada cantora Rihanna, que se tornou diretora criativa e embaixadora da PUMA por cinco anos. Nesse período a cantora lançou coleções de roupas, calçados e acessórios em colaboração com a marca alemã. Como por exemplo, em 2016, quando apresentou sua primeira coleção de roupas Fenty x Puma em um desfile na Semana de Moda de Nova York. A grande estrela da Fenty x Puma era o creeper, calçado com solado grosso, que também ganhou uma versão camuflada, e se tornou best seller. Em colaboração com a PUMA a cantora introduziu o conceito de roupas esportivas como peças de luxo. E com isso a PUMA voltou a lucrar com o enorme sucesso desta colaboração. Mais recentemente, em 2018, a PUMA reingressou no mercado de tênis de basquete após 20 anos de ausência e anunciou Jay-Z como diretor criativo da divisão.
Compartilhar emoção nos esportes. Sempre com estilo e tecnologias avançadas. Inovar no golfe. Trazer estilo para corrida e treinamento. Oferecer alto desempenho no automobilismo. Técnica e magia no futebol. Com a missão de sempre proporcionar ao esporte emoção e competitividade, a PUMA eleva ao máximo o desempenho de milhares de atletas, quer seja em um campo de futebol, dentro de um carro de corrida, nas pistas de atletismo ou nas quadras de basquete.
A linha do tempo
1948
● Lançamento da PUMA ATOM, primeiro calçado (chuteira) da marca especializado para a prática do futebol, que fez sucesso desde o início. A chuteira foi utilizada pela seleção alemã de futebol em seu primeiro jogo pós-guerra no dia 22 de novembro de 1950 contra a Suíça.
1952
● Lançamento da PUMA SUPER ATOM, primeira chuteira do mundo com travas removíveis, desenvolvida com o auxílio de grandes especialistas, como por exemplo, Sepp Herberger, então técnico da seleção da Alemanha Ocidental.
1954
● Lançamento da chuteira PUMA BRASIL, uma evolução dos modelos anteriores, que ganhou destaque quando a equipe do Hannover 96 conquistou o título alemão de 1954 com boa parte de seus jogadores utilizando o equipamento.
1966
● Lançamento da chuteira PUMA WEMBLEY, predecessora da lendária KING.
1968
● Primeira empresa do segmento a oferecer velcro em calçados esportivos.
● Lançamento da lendária chuteira PUMA KING, que se tornou a favorita de craques como Eusébio, Pelé, Mario Kempes, Rudi Völler, Lothar Matthäus e Diego Maradona.
● Lançamento das primeiras sapatilhas para atletismo com a parte frontal da sola composta por 68 pequenas cerdas de apenas 4 mm de comprimento, proporcionando ao atleta mais tração no arranque e aderência na corrida.
1970
● Lançamento do PUMA ROMA, um tênis para corrida e treinamento que se transformou em um enorme sucesso.
● Lançamento da chuteira PUMA PELÉ com assinatura do maior jogador de futebol de todos os tempos.
1973
● Lançamento do tênis PUMA CLYDE, que nada mais era do que uma variação do Puma Suede (na verdade tinha um toebox mais largo). O nome do tênis foi inspirado no atleta de basquete americano do New York Knicks, Walt “Clyde” Frazier, então patrocinado pela marca. Foi a primeira parceria de uma marca esportiva com um jogador de basquete para desenvolver um tênis para a prática específica do esporte.
1976
● Introdução da revolucionária tecnologia S.P.A.
1982
● Lançamento da chuteira TORERO, equipada com uma sola DUOFLEX altamente flexível inspirada em um canudo, específica para solos naturais mais duros. Possuía duas zonas articulares que sustentavam o movimento natural do pé.
1989
● Introdução da tecnologia Trinomic, um sistema de amortecimento para absorver impactos com perfeição.
1990
● Lançamento da tecnologia para tênis infantil Inspector, que permitia acompanhar o crescimento da criança através de uma janela na meia-sola.
1991
● Lançamento da alta tecnologia PUMA DISC, um inovador sistema (sem cadarço) que proporcionava um ajuste uniforme do tênis na parte superior do pé garantindo a fixação ideal para maior estabilidade e segurança.
1996
● Lançamento da nova geração de chuteiras PITTARDS SOCCER 2000, utilizadas pela primeira vez por jogadores na Eurocopa disputada na Inglaterra.
● Apresentação da tecnologia PUMA CELL, primeira a não utilizar espuma na meia-sola do calçado.
1998
● Em parceria com a estilista Jil Sander a marca lança uma linha de calçado que mistura o estilo esportivo com o fashion.
1999
● Lançamento do PUMA MOSTRO, um calçado inovador que mais parecia uma tradicional sapatilha de alpinismo, extremamente flexível e elegante com o famoso sistema de fechamento Zig-Zag.
2000
● Introdução de calçados á prova de fogo para pilotos profissionais, desenvolvido em parceria com a Porsche e a Sparco.
2002
● Lançamento da PUMA SHUDOH, uma completa linha para a prática do futebol que incluía chuteiras e bolas.
● A seleção de Camarões, patrocinada pela PUMA, agita a Copa das Nações Africanas com as camisas sem mangas, até então inéditas no mundo do futebol.
2004
● Lançamento em parceria com o renomado designer Philippe Starck de uma linha de calçados e chuteiras.
2006
● Inauguração da primeira loja conceitual Black Label em Nova York. A unidade vendia linhas conceituais e sofisticadas da marca, direcionadas ao segmento de luxo, que fizeram muito sucesso entre moderninhos no Meatpacking District, em Nova York. Os produtos premium, para um público seleto, tinham um design arrojado e sofisticado, inspirado nos ícones da marca em fusão com o universo da moda.
● Lançamento de uma completa linha para a prática do golfe com roupas, calçados e acessórios elegantes.
2007
● O Grêmio foi a primeira equipe de futebol a utilizar a nova tecnologia empregada nas roupas esportivas.
2008
● Lançamento, em comemoração aos 40 anos da lendária PUMA KING, de uma chuteira em edição especial que levava o ano de seu lançamento em números romanos no solado. A nova chuteira do tipo FG (Firm Ground), para uso em terrenos com superfícies naturais, como grama média e baixa, tinha solado com travas de borracha, para maior aderência e tração.
2010
● Aquisição da marca de golfe Cobra Golf.
2012
● Lançamento da linha de roupas e calçados esportivos FAAS (que significa rápido, em patoá, o dialeto falado na terra de Usain Bolt). Apoiados no mote velocidade, os calçados são destinados aos praticantes de corrida de rua. Em comum, eles possuem o visual em branco, azul e vermelho e um desenho de relâmpago, a marca registrada de Bolt.
2013
● Lançamento da chuteira EvoSPEED 1.2 FG, cujo design é uma combinação otimizada de luz, ajuste e flexibilidade, que maximiza o desempenho sem sacrificar a estabilidade e o conforto. A estética moderna é inspirada em músculos, tendões e carros de corrida. Equipada com speedCELL, a chuteira tem a parte superior em microfibra ultraleve com uma película 3D transparente, para melhor aderência em condições úmidas.
2014
● Lançamento da chuteira PUMA evoPOWER, que apresentava as mais avançadas tecnologias da marca alemã e foi projetada para aprimorar a capacidade natural (poder e precisão) de chute de um jogador.
● Lançamento da PUMA SELECT, uma linha de roupas, calçados e acessórios em colaboração com designers, artistas, cantores e influenciadores, cujo objetivo era revigorar os estilos vintage do legado histórico da marca.
2019
● Lançamento das chuteiras ONE (através de uma tecnologia ultraleve proporciona ao jogador maior suporte lateral e estabilização do pé e do calcanhar, sem adicionar nenhum peso extra à chuteira) e FUTURE (utiliza tecnologias que aproximam o pé da bola para um melhor ajuste, recepção, toque e estabilidade).
● Lançamento do tênis para treinos e corridas leves PUMA FI, que apresenta um micromotor que alimenta um sistema de cabos configurado para a amarração dos cordões. O módulo FI, presente no cabedal, atua como uma interface ao sistema de amarração, que funciona com o movimento de rolagem (swipe) do dedo para cima ou para baixo. Além disso, a tecnologia apresenta um sistema inteligente ao redor de todo o tênis que lê o formato do pé e automaticamente se adapta.
Embalagens do bem
Após 21 meses testando mais de 40 protótipos, em 2010 a empresa introduziu a CLEVER LITTLE BAG, substituindo assim as tradicionais caixas de sapato por uma sacola reutilizável, e iniciando uma nova fase de seu programa de sustentabilidade. Foi estudado todo o sistema que envolvia as caixas: como dobrá-las, transportá-las e reduzi-las. A embalagem utilizava 65% menos papelão do que uma caixa convencional. Isto porque, A estrutura de papelão era cortada em um único pedaço de material plano, não tinha impressão ou montagem adicional, podia ser reciclada de forma rápida e eficiente, além de permitir um empilhamento seguro. O material totalmente reciclável exigia menos trabalho, menos energia elétrica, gerava menos resíduo, ocupava menos espaço e pesava menos, auxiliando até mesmo em seu transporte e, consequentemente, na poluição causada. E a PUMA não parou por aí. Continua melhorando a forma de embalar seus produtos, para que seja bom para o consumidor e ainda melhor para o planeta.
As lojas do felino
A inspiração não tem limites nas lojas da PUMA espalhadas pelas principais cidades do mundo. Baseado no conceito “Forever Faster”, os ambientes são esportivos, divertidos e impactantes, oferecendo aos consumidores uma imersão na principal missão da marca alemã: praticar esporte em alto nível. Algumas lojas da marca são batizadas como PUMA SELECT e oferecem o melhor da linha Sportstyle e de coleções especiais, com foco em seus produtos Premium.
Em agosto de 2019 a marca inaugurou sua maior Flagship Store em plena Fifth Avenue, na cidade de Nova York. O espaço foi projetado para oferecer uma experiência de compra imersiva, com zonas de engajamento esportivo, um estúdio de personalização e ofertas conectadas digitalmente. A flagship tem até uma pequena cafeteria. Com 1.670 m² distribuídos por dois andares, os clientes podem encontrar os mais recentes produtos da marca, correr pelas ruas da cidade de Nova York em simuladores de corridas de Fórmula 1, testar as mais recentes chuteiras em um estádio virtual ou personalizar suas compras em estúdio (PUMA x YOU), usando tintas, impressão a laser ou materiais reciclados. Outro espaço simula os assentos de uma arena e oferece uma experiência do jogo NBA 2K em uma tela gigante. Já os vestiários da loja são equipados com “espelhos mágicos”, que permitem aos clientes experimentar as roupas virtualmente e tirar selfies.
O marketing
Um fato marcou para sempre a história da PUMA, apresentando de vez a marca do felino para o mundo. Pelé havia sido campeão mundial em 1958 e 1962 utilizando chuteiras da marca e assinara contrato com a PUMA, pelo qual recebeu US$ 100 mil por quatro anos, além de US$ 25 mil exclusivos pelo Mundial do México e direito a 5% de royalties nas vendas dos tênis e chuteiras. Porém, um episódio colocaria a marca no mapa mundial dos esportes. O juiz belga Vital Loraux já levava o apito à boca. Preparava-se para autorizar o pontapé inicial do jogo entre Brasil e Peru, no Estádio de Jalisco, em Guadalajara, no México. Era 14 de junho de 1970. Pelé, com a autoridade de quem já era o rei do futebol, pediu um minuto. Abaixou-se, afrouxou os cadarços das chuteiras PUMA, número 39, e voltou a atá-los. Imediatamente (e inocentemente) todas as câmeras focalizaram o pé do Rei do Futebol por 30 infindáveis segundos e a listra branca que na época identificava a PUMA. O retorno foi imenso, uma vez que a Copa do Mundo foi a primeira a ser transmitida ao vivo. Afinal, por infindáveis segundos a marca alemã foi vista por pelo menos 200 milhões de pessoas, ao vivo.
Depois de Pelé, viria o holandês Johan Cruijff, o argentino Diego Maradona, um dos principais atletas da marca alemã durante muitos anos, e outras estrelas do futebol como Enzo Francescoli, Lothar Matthäus, Kenny Dalglish, Didier Deschamps, Hristo Stoichkov, Rudi Völler, Paul Gascoigne, Thierry Henry e a brasileira Marta. Atualmente os principais jogadores patrocinados pela marca alemã são: os belgas Romelu Lukaku e Vincent Kompany, o francês Antoine Griezmann, o argentino Kum Agüero, o alemão Marco Reus, o polêmico italiano Mario Balotelli, o uruguaio Luis Suárez, além dos goleiros Jan Oblak e Gianluigi Buffon. A marca alemã também é patrocinadora das seleções de futebol da Itália (campeã mundial de 2006 utilizando seus uniformes), Áustria, Uruguai, Paraguai, Suíça, República Checa, Gana, Costa do Marfim e Senegal; além de grandes clubes como Manchester City (contrato assinado em 2019 no valor de £650 milhões por 10 anos), Milan, Borussia Dortmund, Olympique Marseille, PSV, Palmeiras, Peñarol e Valencia.
Porém, nem somente de futebol vive a PUMA. Em 1977 o argentino Guillermo Villas ganhou Roland Garros e os Abertos dos Estados Unidos e da Austrália vestindo tênis e utilizando raquete da marca alemã; e, em 1985, o alemão Boris Becker venceu o torneio de Wimbledon utilizando tênis da marca. Além disso, a tenista Martina Navratilova se tornou uma das mais importantes garotas-propaganda da marca. Desde 1998 patrocina equipes de F1. A sapatilha Future Cat, com os logotipos da Ferrari e da marca alemã, confeccionada em vermelho e branco, nos modelos cano alto e baixo, são um verdadeiro sucesso de vendas. As sapatilhas PUMA já são tradicionais nas equipes de F1. A primeira foi usada por pilotos e equipes nos anos de 1970 e início dos anos de 1980. A parceria entre Ferrari e PUMA aumentou em 2005, quando foi assinado um contrato de licenciamento para venda de material com a marca da tradicional escuderia italiana. Hoje em dia, também a Mercedes AMG Petronas e a Red Bull Racing tem contrato com a PUMA. Em termos de atletas, a marca alemã foi campeã de exposição firmando patrocínio com ídolos como os pilotos Nico Rosberg e Michael Schumacher, além de Usain Bolt (atletismo), este último seu principal atleta durante anos, que recebe anualmente, segundo fontes não oficiais, mais de US$ 9 milhões da empresa.
Outra cena memorável que imortalizou a marca PUMA ocorreu mais recentemente: o jamaicano Usain Bolt se agacha, olha pra frente concentrado na linha final e dispara ao som do tiro de largada. Nove segundos e 69 centésimos depois, o atleta abre os braços e se consagra como o homem mais rápido do mundo. Antes mesmo de comemorar, saca a bandeira da Jamaica e, como se estivesse segurando um troféu, carrega suas sapatilhas douradas (com o felino saltitante estampado), uma em cada mão, e as alça para o alto. A cena, acompanhada por 1.2 bilhões de pessoas em todo o mundo, aconteceu no dia 16 de agosto de 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, e ainda traz dividendos para a marca, que ganhou tanto quanto Bolt - dono de três medalhas de ouro nos jogos. A PUMA havia apostado no jovem atleta bem antes de ele ser conhecido, desde 1998, quando tinha apenas 12 anos. Com isso a marca alemã colheu os louros da ousadia de apostar em um atleta desconhecido e jovem.
A PUMA tem uma história longa e rica com o atletismo mundial, patrocinando a Federação de Atletismo da Jamaica, um verdadeiro celeiro de talentos, desde 2002. A marca também patrocina outras federações nacionais, incluindo Cuba, Bahamas, Trinidad e Tobago, Barbados, Granada, República Dominicana, Noruega, Suíça e Portugal. Os patrocínios individuais a atletas incluem o medalhista olímpico e velocista canadense Andre De Grasse e o saltador triplo Will Claye, além de lendas do esporte como os jamaicanos Usain Bolt e Asafa Powel. E foi justamente esse esporte que proporcionou mais uma cena memorável a marca alemã. Em 1996 o velocista britânico Linford Christie provou em uma conferência de imprensa antes dos Jogos Olímpicos em Atlanta que era um verdadeiro atleta da PUMA. Ele apareceu usando lentes de contato com o símbolo do felino em branco.
Atualmente a PUMA tem como principais embaixadores a lenda do basquete Walt “Clyde” Frazier, o ex-tenista Boris Becker, o piloto britânico Lewis Hamilton e a estrela do atletismo Usain Bolt, que mesmo aposentado continua sendo o principal garoto-propaganda da marca alemã no mundo. Além disso, para atrair um público jovem, a PUMA também utiliza celebridades e grandes influenciadores como embaixadores, como por exemplo, Adriana Lima, Selena Gomez, Rihanna, Cara Delevingne, Sara Ali Khan, MC Mary Kom, Dutee Chand e a atriz indiana Kareen Kapoor Khan.
A guerra em família
Os irmãos Adolf e Rudolf Dassler (foto abaixo) tinham uma rivalidade tão forte que foram capazes de mudar as relações sociais de uma cidade inteira. Isto porque a Segunda Guerra Mundial deixou cicatrizes profundas na Alemanha. Na pequena cidade de Herzongenaurach, com aproximadamente 24.000 habitantes, localizada ao norte de Nuremberg, o legado foi uma disputa em família. Terminado o conflito mundial a família Dassler começou a presenciar outra guerra. Os irmãos romperam a sociedade que possuíam em uma pequena fábrica de calçados esportivos e foram tocar a vida separadamente. Mas porque os irmãos se separaram? Adi recusou-se a acatar as orientações do regime nazista de Hitler, nos anos de 1930. Já Rudi colaborou, fez campanha política, foi à guerra e até chegou a ser julgado depois de terminado o conflito. Adi criou então a Adidas. Rudi inventou a PUMA.
Um pôs seu negócio na margem esquerda do rio Aurach. O outro, na margem direita. O rio virou uma espécie de “Muro de Berlim” para os irmãos. A rivalidade cresceu chegando ao ponto de Herzogenaurach ficar conhecida como “a cidade dos pescoços tortos”, já que os moradores olhavam primeiro para os sapatos da outra pessoa antes de iniciar uma conversa. A cidade dividiu-se em dois grupos, uns não podiam casar com outros, chegando até frequentarem restaurantes diferentes. Já as lojas vendiam tênis de apenas uma das marcas. Nem com a morte de ambos os irmãos a rivalidade e o ódio diminuiu. No cemitério local, os túmulos também estão afastados. Até hoje os moradores mais velhos lembram do que ocorreu. Em 2004, Frank, neto de Rudolf, assumiu um cargo na Adidas. “Muitos familiares meus consideraram isso uma traição”, dizia Frank. No ano de 2009, em um ato simbólico de paz, funcionários das duas empresas disputaram uma partida de futebol amistosa em Herzogenaurach para selar a paz entre as famílias depois de 60 anos de brigas, mas uma coisa é certa: esta história está muito longe de acabar. A guerra de uma família passou definitivamente para as esferas comerciais e esportivas.
A origem do nome
A empresa foi inicialmente batizada de Ruda, um acrônimo formado pelas duas letras iniciais do nome (Rudolf) e sobrenome (Dassler) de seu fundador. A denominação teria permanecido assim se não fosse o comentário de um amigo de Rudi. Ele disse que o termo “Ruda” soava estranho, meio sem sentido. Rudolf concordou e resolveu mudar o nome da marca para PUMA, uma palavra com som bastante parecido e que ainda tinha a vantagem de se referir ao simbólico felino nativo do continente americano. O nome PUMA foi registrado no Instituto Alemão de Marcas e Patentes em 1º de outubro de 1948.
A evolução visual
Dificilmente hoje em dia o felino saltador, símbolo da marca alemã, não seja reconhecido em alguma parte do mundo. Em sua primeira versão de 1948 o felino, com traços bem rústicos, saltava por entre a letra D que existia acima da palavra PUMA. A letra D contida no logotipo original da marca tinha uma explicação: era a inicial de Dassler, sobrenome do fundador da empresa. E foi somente em 1968 que surgiria o símbolo do felino como conhecemos nos dias de hoje, chamado “Leaping Cat”. Pouco depois, em 1970, o felino ganharia um novo design e uma inclinação. Em 1974 seria apresentada a tipografia de letra utilizada atualmente pela marca. Nos anos seguintes o logotipo foi modernizado e, em 1988, adotou seu visual atual.
A identidade visual da marca alemã pode ser aplicada de várias formas, além da tradicional cor preta, também em vermelho, em verde e até mesmo branca com o fundo vermelho.
Dados corporativos
● Origem: Alemanha
● Fundação: 1 de junho de 1948
● Fundador: Rudolf Dassler
● Sede mundial: Herzogenaurach, Bavária, Alemanha
● Proprietário da marca: Puma SE
● Capital aberto: Sim (1986)
● Chairman: Jean-François Palus
● CEO: Bjørn Gulden
● Faturamento: €5.5 bilhões (2019)
● Lucro: €262 milhões (2019)
● Valor de mercado: €10.2 bilhões (junho/2020)
● Lojas: + 800
● Presença global: + 120 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Alemanha, Estados Unidos e China
● Funcionários: 14.700
● Segmento: Material esportivo
● Principais produtos: Calçados, relógios, óculos, roupas e acessórios
● Concorrentes diretos: Adidas, Nike, Reebok, Umbro, New Balance, Mizuno, Asics e Under Armour
● Ícones: O logotipo Leaping Cat
● Slogan: Forever Faster.
● Website: br.puma.com/
A marca no mundo
A marca está presente em mais de 120 países comercializando calçados, acessórios esportivos, relógios, roupas e perfumes, com vendas anuais de €5.5 bilhões (dados de 2019). A marca possui ainda mais de 800 lojas próprias espalhadas pelas principais cidades cosmopolitas do mundo. Hoje em dia a PUMA, terceira maior marca esportiva do planeta, é uma “coolbrand” sport-fashion com lojas conceituais e modernas, design premiado e dirigida a um público disposto a pagar mais por produtos de qualidade e beleza. Os maiores mercados da marca são Alemanha, Estados Unidos e China. Os calçados representam aproximadamente 45% do faturamento da empresa, seguidos pelas roupas (40%) e acessórios (15%). Além disso, a marca fatura mais de €150 milhões com licenciamento de produtos como relógios, perfumes e óculos.
Você sabia?
● A PUMA criou o mercado de moda esportiva em 1998. Ao agregar design aos atributos esportivos, mostrou que esporte poderia estar ligado a um estilo de vida.
● Na Copa do Mundo de 2006, em 36 dos 64 jogos realizados pelo menos uma seleção em campo vestia uniformes fornecidos pela PUMA.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, BusinessWeek, Época Negócios, Exame e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico, Folha, Estadão e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo do Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 30/6/2020
16 comentários:
Muito legal esse blog. Preciso apresentar um trabalho e essas informações me ajudaram muito. Obrigada.
Desde já os meu Parabens ,por este blog!
Informação rica, concisa e de facil leitura.
Parabéns! Muito informativo. Trabalho de primeira.
Eu queria informações sobre a marca e encontrei até mais do que desejava. Muito bom trabalho de pesquisa e divulgação de conhecimento! PARABÉNS!
Esse blog é demais, empresas que eu conhecia mas não tinha a miníma idéia de como nasceu e transformaram. Parabéns pelo blog.
mUITO BOM ..PARABÉNS A QUEM ESTUDOU E APRESENTOU ESSAS INFORMAÇÕES...ACHEI MUITO BOM O MATERIAL.
JAQUELINE CURITIBA
O blog é otimo, mas faltou o valor dessa marca !
gostei muito das informações contida neste blogger e fiquéi mas a saber a cerca da minha marca perferida e desejo continuação de um bom trabalho e muito sucesso ...
Muito bom esse seu Blogger, mas eu queria saber quando foi e comi a PUMA chegou ao Brasil?!
Gostei mto das informações contidas nesse site! Tenho um seminário p apresentar sobre a Puma e com esse blog, está me ajudando bastante!!!
ameiii saber a história da marca Puma...pois amooo essa marca
Trabalho de primeira.
PARABENS
Primeiramente, parabéns pelo blog ele é sensacional, mas creio que houve uma pequena confusão no texto acima, por pelo menos duas vezes é citado "símbolo de listras em forma de obras" acho que seria a marca da Adidas.
Ótimo adorei ajudou bastante
No início a Adidas tomou conta do mundo em áreas esportivas, mesmo eu fui um dos admiradores que comecei a dedicar me muito na compra do calçado e vestuário da mesma marka!
Mas depois da Puma ter ingressado no mercado foi tão é pressionante que até agora tomou conta de mim, e aos poucos fui ficando fã da Puma.
E até de momento gosto muito da Puma em que 75% do meu vestuário e calçado é da mesma.
Com esta história dos ambos deu para perceber que a Puma tomou a conta do mercado esportivo por ter ganhando a experiência com Adidas, então ele teve todo mecanismo para deixar a Marka por trás.
Mas fico tão indignado com esta história da Adidas e a Puma para mim foi tão triste de eles terem terminado a familiaridade por causa da fúria.
Eu não gostaria com que os seguidores dos ambos entra-se nesta onda!
Para mim as duas markas são boas.
D.Manhique
No início a Adidas tomou conta do mundo em áreas esportivas, mesmo eu fui um dos admiradores que comecei a dedicar me muito na compra do calçado e vestuário da mesma marca.
Mas depois da Puma ter ingressado no mercado foi tão é pressionante que até agora tomou conta de mim, e aos poucos fui ficando fã da Puma.
E até de momento gosto muito da Puma em que 75% do meu vestuário e calçado é da mesma.
Com esta história dos ambos deu para perceber que a Puma tomou a conta do mercado esportivo por ter ganhando a experiência com Adidas, então ele teve todo mecanismo para deixar a Marca por trás.
Mas fico tão indignado com esta história da Adidas e a Puma para mim foi tão triste de eles terem terminado a familiaridade por causa da fúria.
Eu não gostaria com que os seguidores dos ambos entra-se nesta onda!
Para mim as duas marcas são boas.
D.Manhique
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