17.7.06

AMSTERDAM SAUER


Existem várias formas de medir a importância de uma grife. O reconhecimento entre seus concorrentes, o prestígio amealhado entre os clientes e sua capacidade de resistir à passagem do tempo. A brasileira AMSTERDAM SAUER se destaca nestes três quesitos, sendo vista como referência mundial no segmento de joias cravejadas de gemas (esmeralda, opala, água-marinha, turmalina e ametista). O sucesso da marca ao longo do tempo é resultado direto de sua determinação em oferecer produtos e serviços de alta qualidade, expertise única em joias finas com pedras preciosas e dedicação pessoal de consultores poliglotas que conquistam uma extensa clientela internacional. Com design único e qualidade incomparável, a AMSTERDAM SAUER faz sucesso com suas belas joias, que aliam a última palavra em tecnologia a técnicas artesanais tradicionais para obter os mais altos padrões na criação de suas peças únicas. 

A história 
Tudo começou quando Jules Roger Sauer (foto abaixo), um francês que nasceu na região de Alsácia-Lorena, imigrou para o Brasil, sozinho, em 1939, quando tinha apenas 18 anos, fugindo da perseguição contra os judeus na Europa. Embora falasse quatro idiomas, o português não estava entre eles. Jules era muito jovem e não tinha ainda muita ideia de que caminho profissional seguir. Em seu primeiro contato com as pedras preciosas, tornou-se imediatamente fascinado por esse mundo colorido e enigmático e decidiu estabelecer-se na cidade de Belo Horizonte. A capital do estado de Minas Gerais tinha, na época, a maior diversidade de gemas de cor do mundo. Viajando pelas vastas e selvagens paisagens de Minas Gerais, ele se envolveu primeiramente com a prospecção de diamantes. Entretanto, após algum tempo, ele vislumbrou o futuro potencial do inexplorado negócio das gemas de cor. De posse deste conhecimento, passou a se dedicar, em tempo integral, ao misterioso e fascinante mundo dos garimpos e comércio de pedras preciosas.


Com um capital inicial de aproximadamente US$ 10 mil, Jules fundou sua empresa em 1941. Ele a chamou de Lapidação Amsterdam Limitada. A nova empresa recebeu este nome porque a cidade de Amsterdã, na Holanda, era o berço de excelência na lapidação e comércio de diamantes na época. Além disso, Jules tinha lembranças maravilhosas e uma tremenda admiração pelo povo holandês. Em poucos anos, a Amsterdam Limitada transformou-se em uma importante empresa no comércio de pedras preciosas, que abrangia mineração, compra, lapidação e vendas por atacado de gemas de cor de alta qualidade. Na época, a empresa trabalhava principalmente com águas-marinhas, turmalinas, topázios imperiais, ametistas e citrinos. Jules casou-se em 1950 com a polonesa naturalizada brasileira Zilda Waks, sua assistente na época, e decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, então capital e centro financeiro do Brasil. Em meados desta década, ele comprou a água-marinha mais famosa do país. Batizou-a então de “Martha Rocha”, inspirado nos olhos azuis da Miss Brasil mais badalada de todos os tempos. A pedra pesava 36.5 quilos e suas gemas lapidadas importantes joias que correram o mundo.


Lá, o casal acrescentou a fabricação de joias à lista de atividades da empresa. A primeira loja de varejo foi inaugurada no ano de 1956, no térreo do edifício Chopin, ao lado do famoso Hotel Copacabana Palace na charmosa Avenida Atlântica. A loja (que funciona até hoje) foi inicialmente chamada de SAUER, e seguia o padrão de atendimento das joalherias da Place Vendôme, em Paris. Na época, a loja da Avenida Atlântica só rivalizava em glamour com a da Avenida Central (atual Av. Rio Branco), que, aliás, foi onde a joalheria inaugurou sua segunda loja. Até então, a alta sociedade torcia o nariz para as pedras preciosas brasileiras, preferindo os diamantes, mas Jules tratou logo de alçá-las à condição de objeto do desejo. Mais tarde, a empresa se tornou uma única entidade, chamada AMSTERDAM SAUER, como é hoje conhecida. Jules e Zilda juntos construíram a AMSTERDAM SAUER como a única empresa brasileira verticalmente integrada. Da prospecção à venda no varejo. E quantas vezes, ao saber que uma turma de gringos poderosos estava embarcando para o Brasil, o casal pegava o mesmo navio, onde Zilda desfilava peças inacreditáveis e despertava a curiosidade das mulheres.


Pesquisador, minerador, lapidador, exportador, colecionador, atacadista e varejista, Jules Sauer, uma lenda na história da joalheria brasileira, percorreu as mais importantes minas de gemas do planeta colhendo experiências e histórias fantásticas. Como por exemplo, em 1963, quando ele interrompeu suas férias em família na Bahia para ver de perto as pedras verdes que garimpeiros haviam encontrado na região de Salininha, a leste do Rio São Francisco. Não eram simples berilos verdes como haviam pensado, e sim, verdadeiras esmeraldas. Como especialistas alemães e ingleses recusaram-se a reconhecer a qualidade das pedras, Jules recorreu então ao Instituto Gemológico Americano (Gemological Institute of America), a mais prestigiosa instituição de gemologia do mundo, e conseguiu a certificação das primeiras esmeraldas produzidas no país. A partir daí, o mundo passou a reconhecer o Brasil como um grande produtor de esmeraldas – um marco e um momento decisivo na história do comércio brasileiro de gemas. Até então, apesar de séculos de procura, não tinham sido registradas ocorrências da gema no país. O mesmo aconteceu com a descoberta e o reconhecimento internacional da opala brasileira. A AMSTERDAM SAUER evoluiu com estas mudanças, transformando-se na mais respeitada especialista em esmeraldas brasileiras e colombianas da América do Sul.


Em 1966, a AMSTERDAM SAUER conquistou seu primeiro prêmio Diamond International Awards, a consagração máxima da joalheria internacional, por conta do anel Constellation, criado pelo designer Marcel Küng. Nos anos seguintes a empresa investiu na diversificação de sua linha de produtos e a expansão da sua rede de lojas, sempre localizadas em pontos sofisticados e frequentados por turistas endinheirados, na vizinhança de hotéis de luxo e em aeroportos internacionais. E continuou conquistando grandes e importantes prêmios internacionais, como por exemplo, em 1992, com o bracelete Luna, joia em ouro branco e amarelo com diamantes, criada por Iany Inoue; e o colar Fireworks, criação da designer Bialice Duarte, em 2000. Foi também pioneira ao criar o primeiro site de compras do segmento de alta joalheria no Brasil, em 1997. Além das joias, a AMSTERDAM SAUER desenvolveu uma linha sofisticada de relógios, em parceria com os melhores laboratórios suíços, e representa com exclusividade algumas grifes mundiais, como por exemplo, Ulysse Nardin, Breguet e Dior. Em 2002 lançou o Tourbillon Amsterdam Sauer, primeiro relógio de uma marca brasileira a oferecer essa sofisticação tecnológica. Abotoaduras, prendedores de gravata e pingentes também passaram a fazer parte do portfólio de produtos masculinos da marca. Em 2011 a joalheria completou 70 anos de existência e para comemorar tal data lançou uma coleção especial, composta por sete linhas limitadas e únicas, como brincos, anéis, colares e braceletes.


Em 2016, a joalheria lançou sua primeira linha específica para noivas. Batizada de Bridal Collection, a novidade apresentava anéis de noivado (que fogem do óbvio ao serem adornado com gemas coloridas como esmeraldas, rubis, safiras, turmalinas e diamantes, em tons branco, rosa e amarelo), alianças e outras joias como colares, tiaras, braceletes, brincos, criadas para serem usadas no dia do enlace. No final do ano, para comemorar os 75 anos, a marca apresentou a TRIBES. A nova coleção da joalheria foi inspirada nos adornos de tribos de sociedades africanas, ameríndias pré-colombianas, indígenas brasileiras e navajo. Além disso, a AMSTERDAM SAUER lançou um luxuoso livro composto por fotografias de 75 mulheres de diferentes áreas, clicadas pelo renomado fotógrafo Bob Wolfenson. A renda obtida com a venda da publicação foi destinada à ONG Spectaculu, de Gringo Cardia e Marisa Orth. No dia 1 de fevereiro de 2017, Jules Sauer morreu aos 95 anos, de causas naturais. Viúvo desde 2013, ele deixou dois filhos, sete netos e quatro bisnetos, além de um enorme legado para a alta joalheria brasileira e mundial.


Além das pedras preciosas mais tradicionais, a AMSTERDAM SAUER tem sido também responsável, ao longo dessas mais de sete décadas, pela introdução e divulgação de gemas inicialmente menos conhecidas no país, mas igualmente valiosas e raras. Foi o caso do Topázio Imperial, encontrado apenas no Brasil, da Tanzanita, de produção exclusiva da Tanzânia e, mais recentemente, da fascinante Turmalina Paraíba, a pedra preciosa do momento, com seu tom azul neon incomparável. Os diamantes também têm lugar de destaque nas joias da marca. Além dos diamantes tradicionais, a empresa oferece com exclusividade a seus clientes os Diamantes Legacy Amsterdam Sauer, lapidados com 82 facetas, que exibem brilho e beleza incomparáveis. Por isso, a AMSTERDAM SAUER representa a alta joalheria com pedras preciosas desde 1941 com design brasileiro premiado mundialmente.


A exclusividade 
AMSTERDAM SAUER é a única joalheria do país a manter controle completo do ciclo produtivo: desde a mineração, lapidação e polimento da pedra preciosa, passando pela criação e confecção da joia, até sua venda. Os produtos da grife são resultado de um principal desafio: realizar desejos. Esse controle torna suas peças mais exclusivas e diferenciadas. O nascimento de uma joia AMSTERDAM SAUER pode ser visto clicando no ícone abaixo.

   

A joalheria desenvolve outro belo trabalho com as gemas de cor. Trata-se de uma linha exclusiva de objetos de arte esculpidos em pedras preciosas. As peças são únicas, confeccionadas manualmente por uma equipe talentosa de artesãos. A qualidade e o design único, que mistura o tradicional com o contemporâneo, renderam à AMSTERDAM SAUER diversos prêmios importantes, como os três Diamond International Awards (o prêmio máximo da joalheria mundial), conquistados em 1966, 1992 e 2000, conferido pela prestigiada De Beers, e o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente, por seis anos vezes, 2004, 2006, 2007, 2008, 2010 e 2012. Nas joalherias da rede, a filosofia permanece a mesma dos tempos em que Jules e Zilda atendiam, pessoalmente, seus clientes de todo o mundo: número reduzido de pontos de vendas com atendimento individualizado em ambientes que privilegiam a atmosfera mais intimista e exclusiva.


O museu 
Instalado em Ipanema desde 1989, o Museu Amsterdam Sauer de Pedras Preciosas e Minerais Raros é uma preciosidade no bairro mais fashion do Rio de Janeiro. É a maior coleção privada de pedras preciosas da América do Sul. Em um cenário típico das regiões produtoras de gemas, o visitante pode observar réplicas cenográficas de minas de esmeraldas (como por exemplo, a de Santa Terezinha de Goiás), águas-marinhas (com sua suave cor azul cristalina com sombras de verde), opalas e turmalinas, pedras típicas brasileiras. Estão em exibição mais de três mil pedras brutas e lapidadas - esmeraldas, rubilitas, águas-marinhas (incluindo um exemplar de 635 quilates), turmalinas e topázios imperiais, que formam um acervo de raridade e beleza. Algumas delas são destaques no Guinness Book - O Livro dos Recordes - tal a sua raridade e importância. Também é possível encontrar diamantes, que possuem diferentes cores, incluindo rosa, verde e azul. Podem ser vistos também cristais gigantes, como um topázio transparente de 68 quilos, um dos maiores já encontrados no mundo; um aglomerado de cristais de quartzo transparente, de 64.5 quilos, que lembra uma fantástica escultura; e rubelitas brutas da mais importante descoberta mundial – a mina do Jonas, em Minas Gerais. O museu é o único no mundo com réplicas de minas em tamanho natural que transportam o visitante para o interior do Brasil.


Em cada vitrine, o visitante vive um momento de deslumbramento. Uma coleção completa de gemas brasileiras, que somente a paixão e obstinação de seu fundador, Jules Roger Sauer, ao longo das últimas mais de sete décadas, poderia tornar realidade. Atualmente o museu faz parte do roteiro dos mais importantes pontos turístico-culturais do Rio de Janeiro. Outro ponto a favor do museu: ele possui a única réplica da Coroa Imperial de D. Pedro II, a joia mais importante do acervo histórico brasileiro. Há alguns anos atrás, o prédio, que também abriga uma loja AMSTERDAM SAUER, recebeu mais um pavimento. A área, localizada no terceiro andar, funciona como um misto de espaço cultural e de eventos (palestras, cursos e treinamento), além de servir para o atendimento de clientes vips. O projeto mistura elementos da natureza (casca de coco, madeiras amazônicas e palmeiras, por exemplo) com móveis contemporâneos de estilo urbano. O desafio foi harmonizar o ambiente, criando uma atmosfera agradável para os clientes, mas sem ofuscar as joias. Afinal, elas são as maiores estrelas.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou apenas por uma grande remodelação em toda sua história. Isto aconteceu quando a joalheria mudou de nome: de SAUER para AMSTERDAM SAUER.


Dados corporativos 
● Origem: Brasil 
● Fundação: 1941 
● Fundador: Jules Roger Sauer 
● Sede mundial: Rio de Janeiro, Brasil 
● Proprietário da marca: Amsterdam Sauer Joalheiros Ltda. 
● Capital aberto: Não 
● Presidente: Daniel Sauer 
● Diretor criativo: Stephanie Wenk 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 15 
● Presença global: 10 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 350 
● Segmento: Alta joalheria 
● Principais produtos: Anéis, colares, pulseiras, brincos e relógios 
● Concorrentes diretos: HStern, Tiffany & Co., Cartier, Antonio Bernardo e Carla Amorim 
● Ícones: As pedras preciosas 
● Slogan: Alta Joalheria desde 1941. 

A marca no mundo 
Atualmente a rede conta com 15 lojas exclusivas, espalhadas pelas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Foz do Iguaçu, Nova York e Los Angeles. A empresa possui ainda representantes em grandes cidades do mundo, assim como também oferece seus produtos a bordo de navios de cruzeiros de luxo. A AMSTERDAM SAUER também negocia peças prontas e pedras lapidadas com joalherias dos Estados Unidos, Europa e Ásia. 

Você sabia? 
Filho de pais judeus e nascido na região da Alsácia, na França, Jules Sauer vivia na Bélgica quando teve de fugir da perseguição aos judeus em 1939, alertado pelo diretor da Escola Politécnica onde estudava. Então com 18 anos, pedalou mais de 1.500 quilômetros em sua bicicleta até a Espanha, onde foi detido, sem documentos, pela polícia. Conseguiu escapar pela fresta do basculante do pequeno quarto em que estava preso e seguiu pra Portugal, onde embarcou num navio que estava rumando pra América do Sul. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Isto é Dinheiro, Época Negócios, Vogue e Exame), jornais (Valor Econômico, Estadão, Folha e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 28/9/2017

Um comentário:

Anônimo disse...

Senhores...
Eu também sou SAUER...descedente de HERNESTINA SAUER...e meu nome, após muitas gerações, acolheu o sobrenome OLAVO....
Sou ourives e DESIGNER de jóias (será que isso é uma coincidência genética ?) e já conquistei prêmios de DESIGN, inclusive o PREMIO DE DESIGN DO PARANÁ)...versão 1995...com uma coleção de jóias unédita no Planeta...denominada ANÉIS DE SATURNO...que também ganhou Prêmio na Itália, entre os 200 melhores DESIGNERS de JÓIAS do MUNDO...
É isso...meu email é...
ecodesigning@gmail.com
e terei grande satisfação em ouvir algo de vocês....

Edu Olavo (antes SAUER agora OLAVO)
product designer UFPR 1994
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skype: olavo.ecodesign
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