Suas bolsas misturam de forma única o estilo clássico com grafismos, símbolos e cores chamativas criando uma ousadia luxuosa. São vistas a tiracolo desfilando junto a celebridades pelos ambientes mais descolados do mundo. Foi assim que a francesa LONGCHAMP, cujos produtos são focados no estilo das parisienses, conseguiu se transformar em uma das marcas de moda mais desejadas do segmento de luxo.
A história
A empresa iniciou suas atividades no dia 23 de setembro de 1948 quando o empresário Jean Cassegrain começou a vender produtos para tabaco e cachimbos na cidade de Paris. Batizou seu novo negócio com o nome LONGCHAMP (que traduzindo do francês significa “campo longo”), inspirado no famoso e tradicional hipódromo parisiense. O visionário transformou o negócio de tabaco da família em uma loja de exclusivos cachimbos envoltos por couro e fabricados por excelentes artesãos, que rapidamente se tornaram itens de luxo entre os franceses, especialmente pela qualidade superior do produto. Além disso, celebridades internacionais como Elvis Presley, também amavam esses cachimbos. Em 1955, o empresário expandiu seus negócios, abrindo uma fábrica em Segré, a 300 quilômetros de Paris, para produzir uma pequena linha de acessórios em couro, como capas de passaporte, carteiras, malas e bolsas para homens.
No início dos anos de 1970, a LONGCHAMP introduziu no mercado, inicialmente no Japão, sua primeira bolsa feminina, principal responsável por tornar a marca francesa reconhecida no segmento de acessórios de couro para mulheres. Além disso, a marca lançou no mercado as malas de viagem que misturavam náilon com couro - o que viria ser um grande best seller anos depois. Pela primeira vez, a bagagem havia se tornado leve, ao contrário das malas pesadas normalmente vendidas na época. A partir dessa época, a LONGCHAMP começou a se concentrar em malas e bolsas femininas. Com isso, os tradicionais cachimbos apareceram pela última vez no catálogo da empresa em 1978. E foi neste mesmo ano que a marca lançou a linha de bolsas femininas LM. Essa linha tinha como principal característica a estampa formada pelo tradicional símbolo do cavaleiro da marca entrelaçado com pequenos cintos formando vários quadrados. Esta década foi marcada também pela inauguração, em 1979, das primeiras boutiques da marca no Japão e em Hong Kong.
Nos anos de 1980, Philippe Cassegrain, filho do fundador da empresa, assumiu o comando e iniciou uma expansão internacional com a inauguração de lojas próprias pela Europa, abrindo unidades na Alemanha e Bélgica. Além disso, em 1984 a marca abriu sua primeira loja nos Estados Unidos, localizada na Madison Avenue em Manhattan. E por incrível que pareça, a primeira loja na França seria inaugurada somente em 1988 na cidade de Paris. O filho do fundador também foi o responsável pela diversificação da linha de produtos, passando a comercializar luvas, echarpes, gravatas, cintos, uma pequena coleção de roupas e até guarda-chuvas.
Em 1993 a marca francesa lançou a famosa Le Pliage (que significa “dobrar” em francês), uma ousada e informal bolsa que ao ser dobrada ficava do tamanho de uma pequena carteira. A bolsa se dobrava em um formato trapezoidal distinto, evocando a imagem de um envelope. Para manter a bolsa muito leve, a marca combinou alças de couro da Rússia com um corpo de lona de náilon. Essa bolsa ajudou a LONGCHAMP a se projetar internacionalmente e penetrar em outros mercados importantes, como por exemplo, o americano, onde o item se transformou em um enorme sucesso. O formato simples e a ampla variedade de cores e estilos a tornam o produto de maior sucesso da marca e uma das bolsas de mão mais populares do mundo. Desde a sua introdução, a Le Pliage já vendeu mais de 30 milhões de unidades no mundo todo, ganhando até versões em couro, diversas cores e quatro tamanhos (pequena, média, grande e extra grande).
A partir de 2000, a LONGCHAMP iniciou sua associação com artistas e estilistas badalados para renovar sua linha de produtos. O americano Jeremy Scott, o britânico Tracy Emin e o arquiteto inglês Thomas Heatherwick (responsável pela criação e decoração da moderna butique da marca no descolado bairro do SoHo, inaugurada em 2006) criaram modelos exclusivos que ajudaram a tradicional marca francesa a se reinventar no mundo da moda. Um exemplo disso foi o debochado estilista Jeremy Scott, que criou uma divertida linha de bolsas batizada de Ceci est un it bag (em tradução livre “Isso é a bolsa do momento”), uma brincadeira com o famoso quadro de René Magritte, de 1928, Ceci n’est pas une pipe (“Isso não é um cachimbo”), fazendo uma clara referência aos primórdios da marca, quando ainda era uma tabacaria.
Em 2005, mais uma prova de ousadia da LONGCHAMP: a polêmica modelo Kate Moss se transformou na garota-propaganda da marca. Pouco depois, em 2007, a LONGCHAMP lançou, inicialmente restrita ao mercado europeu, uma pequena coleção de prêt-à-porter, além de uma sofisticada linha de calçados. Depois de investir em lojas na Venezuela, no Chile e no México, a marca francesa desembarcou no Brasil com a inauguração, em maio de 2008, de uma loja no luxuoso shopping Cidade Jardim em São Paulo. Ainda este ano, ao comemorar 60 anos, além das festas realizadas em cidades como Paris, Tóquio e Nova York, a marca francesa lançou uma coleção exclusiva de 60 bolsas para comemorar tão importante data, criadas pelo designer belga Jean-Luc Moerman com grafismos inspirados na arte da tatuagem. Ainda para comemorar a importante data, a marca também relançou uma coleção dos anos de 1970 da linha LM, desenhada pelo fundador da empresa.
Em 2009 a marca iniciou a comercialização de produtos da linha náutica e esportiva, abrangendo assim um público ainda mais diverso. No ano seguinte a marca francesa deu mais uma demonstração de ousadia ao lançar no mercado uma coleção de bolsas assinada pela modelo Kate Moss, que rapidamente se transformou em um enorme sucesso de vendas. Com sofisticadas lojas inauguradas em Pequim, na China, e em Osaka, Japão, a marca francesa deu demonstrações de que esses mercados eram considerados prioritários para seu crescimento mundial. Para comemorar seu 70º aniversário, em setembro de 2018 a LONGCHAMP realizou seu primeiro desfile de moda em Nova York durante a Fashion Week. E foi nesse mesmo ano que a marca lançou suas primeiras coleções de armações e óculos de sol. Mais recentemente, em agosto de 2020, a marca lançou a Green District, sua primeira linha de bolsas projetadas em fibra reciclada de náilon.
A cada ano são lançados 300 novos modelos de bolsas, produzidos nas seis fábricas da empresa, todas localizadas na França, comprovando o sucesso da LONGCHAMP que prioriza a qualidade e o design único de seus produtos. As bolsas da grife são capazes de mesclar elementos como grafismos, símbolos e cores chamativas e formar belíssimas e ousadas combinações de luxo. E foi combinando um luxo acessível, habilidade e um toque francês, que a marca LONGCHAMP se tornou protagonista neste segmento tão disputado.
O logotipo da marca francesa passou por algumas atualizações ao longo da história. O tradicional símbolo de um jóquei montando em seu cavalo foi criado pelo cartunista Turenne Chevallereau. A evolução do logotipo da marca foi natural. Primeiro apresentou um novo design para o jóquei montado em seu cavalo e, depois, simplificou sua identidade visual apenas com o nome da marca e a palavra “Paris” abaixo. Atualmente, apesar de não utilizar mais o famoso jóquei montado em um cavalo longilíneo, este tradicional símbolo e ainda muito associado à marca francesa, aparece em algumas linhas de produtos e comunicação da LONGCHAMP.
● Origem: França
● Fundação: 23 de setembro de 1948
● Fundador: Jean Cassegrain
● Sede mundial: Paris, França
● Proprietário da marca: Longchamp S.A.S.
● Capital aberto: Não
● CEO: Jean Cassegrain
● Diretor criativo: Sophie Delafontaine
● Faturamento: €600 milhões (estimado)
● Lucro: Não divulgado
● Lojas: 300
● Presença global: 90 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 3.000
● Segmento: Moda de luxo
● Principais produtos: Bolsas, carteiras, malas, calçados e roupas
● Concorrentes diretos: Coach, Fendi, Furla, Bally, Marc Jacobs, Louis Vuitton, Tory Burch, Prada e Lancel
● Ícones: O jóquei montado em um cavalo
● Slogan: Très Paris.
● Website: www.longchamp.com
A marca no mundo
Atualmente a marca LONGCHAMP, que comercializa especialmente bolsas, carteiras, pastas e malas, além de roupas e calçados, está presente em 90 países ao redor do mundo, vendendo seus produtos através de mais de 300 lojas próprias e mais de 1.500 pontos de venda, geralmente localizados dentro de sofisticadas lojas de departamento, multimarcas e aeroportos. Anualmente a marca produz quatro milhões de bolsas, o que ajuda a alcançar um faturamento de €600 milhões (aproximadamente dois terços deste montante são provenientes da Europa). Os produtos da marca são produzidos, em boa parte, na França, principalmente nas oficinas localizadas em Maine-et-Loire, Mayenne, Vendee e Orne. Roupas e calçados são produzidos exclusivamente na França e na Itália.
Você sabia?
● Atualmente a LONGCHAMP é comandada pelo neto do fundador, Jean, que carrega o mesmo nome de seu avô. Além disso, outros dois netos, Sophie e Oliver estão na linha de frente da empresa, como diretora artística e diretor de butiques nos Estados Unidos, respectivamente.
● O filho do fundador da grife francesa, Philippe Cassegrain, morreu no dia 28 de novembro de 2020 em decorrência de complicações da COVID-19.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Elle, Vogue, Exame e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 19/3/2021
2 comentários:
Amigo, gostaria que voce publicasse a historia da marca GRAAL, restaurante concorrente do Frango Assado. Um abraço e obrigado pelo seu blog maravilhoso.
Gostaria de saber a história da marca FURLA
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