31.3.23

TAITTINGER


Champanhe é o rei absoluto quando se pensa em vinhos espumantes. Nesta seleta corte, encontra-se uma marca icônica: a Taittinger. Como o compromisso da prestigiada marca francesa sempre foi com a qualidade e a busca da excelência, com o propósito de oferecer ao cliente um champanhe único, a Taittinger se tornou um ícone no segmento. Reconhecida mundialmente por sua qualidade e sofisticação únicas, é uma das marcas de champanhe mais presentes em casamentos ao redor do mundo. 

A história 
Se existe uma coisa que a Taittinger tem, é uma história envolvente. Pierre-Charles Taittinger, o criador da marca, descobriu os vinhedos de champagne de Reims quando era um jovem oficial de cavalaria durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1932, ele comprou o Château de La Marquetterie do produtor de champanhe Forest-Fourneaux. A vinícola era uma das mais importantes e contava com adegas de 18 metros de profundidade. Ela foi construída em 1734, pelos monges beneditinos, que também levantaram ali a abadia de Saint Nicaise. Na verdade, Charles conheceu a região vinícola enquanto lutava pelo exército francês. Após sofrer ferimentos em combate, ele foi transferido para o Château de la Marquetterie, propriedade de extrema importância para a produção de vinhos espumantes que estava sendo usada como posto de comando durante o conflito. Na época, ele prometera que, se sobrevivesse, compraria a propriedade para sua família. Além de adquirir as vinícolas e o Château de la Marquetterie, Pierre “herdou” o savoir-faire dos monges beneditinos.
   

A família Taittinger, porém, era comerciante de vinho há mais de 50 anos antes de entrar na produção de champanhe. O primeiro champanhe lançado por Tattinger se chamava Les Folies de la Marquetterie (produzido até hoje), um single-vineyard feito a partir do vinhedo do château, que foi plantado pelo monge beneditino Jean Oudart, colega de Dom Pérignon (conheça essa outra marca aqui). Nos anos seguintes, ele comprou centenas de hectares de vinhedos nas melhores áreas produtoras de Champagne, aproveitando o baixo preço das terras causado pela crise econômica de 1930.
   

François Taittinger, terceiro filho do fundador, homem com espírito visionário e audacioso, administrou a empresa a partir de 1945. Muito jovem - tinha apenas 20 anos quando assumiu a direção dos negócios - ele batizou a marca com o nome da família e lançou as bases do que se tornaria o grupo familiar Taittinger. Partiu dele também a ideia de ter a Chardonnay como variedade de uva dominante da marca, antecipando o que os consumidores do século 20 tanto apreciariam: um champanhe que reunisse atributos como requinte, leveza e elegância. Nascia ali o estilo Taittinger. A estratégia se mostrou acertada, pois, com essa bebida, a marca ganhou reputação mundial e começou a ser exportada para diversos países.
   

Em 1949, a marca Taittinger adotou o slogan “Sellers of happiness” (em português algo como “vendedores de felicidade”) ao divulgar seu notável champanhe, que começaria ser comercializado nos Estados Unidos em 1951. Devido à sua localização privilegiada - a marca ocupa um dos melhores hectares para o cultivo de uva - Taittinger se consagrou como sinônimo de qualidade e, em 1950, passou a fazer parte da União das Casas de Champagne. Esse sindicato inclui 76 dos melhores produtores da bebida.
   

Em 1952 surgiria a grande joia da coroa da marca francesa: Taittinger Comtes de Champagne, a cuvée prestige (nome dado ao melhor champanhe da casa, normalmente safrado). Essa grande estrela é uma das maiores referências de champanhe Blanc de Blancs, isto é, feito unicamente a partir das uvas Chardonnay. Para esta linha são utilizados apenas 5 vinhedos (em Avize, Chouilly, Cramant, Oger, Mesnil-sur-Oger), todos classificados como Grand Cru. Cerca de 5% do vinho base estagia por cinco meses em barris de carvalho e reforça a estrutura da Chardonnay. O Comtes de Champagne Blanc de Blancs e seu irmão na versão Rosé, são amadurecidos na sede da vinícola, a Abadia Saint-Nicaise, cujas caves, escavadas no solo calcário a 18 metros abaixo da superfície, criam condições ideias de temperatura e umidade para a lenta e gradual evolução desta cuvée especial da Taittinger. Desde seu lançamento em 1952 foram produzidas pouco mais de 35 safras de Taittinger Comtes de Champagne.
   

Após a morte de François Taittinger num trágico acidente de carro, em 1960, seu irmão mais novo, Claude, assumiu a empresa, transformando a Taittinger em uma casa de champanhe de renome mundial. Pierre Taittinger e dois de seus filhos, François e Claude, se revezaram no comando da empresa até 2005, quando a vinícola foi comprada pelo grupo de hotelaria Starwood Hotel. Porém, a nova gestão durou apenas um ano, quando Pierre-Emmanuel Taittinger, sobrinho de François Taittinger, capitaneou o fundo familiar, com o apoio financeiro do banco Nord Est Crédit Agricole, e recomprou a vinícola no dia 31 de maio de 2006, em uma operação que, especula-se, superou €600 milhões e também incluiu o Domaine Carneros, conhecido produtor de espumantes na Califórnia que Claude Taittinger havia inaugurado no ano de 1987.
   

Em 2016, a marca lançou mais uma edição da Taittinger Collection: champanhe em edição limitada assinada pelo renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Essa coleção, criada por Claude Taittinger em 1983, tinha como objetivo estabelecer fortes laços com vários artistas da arte contemporânea de renome mundial, para mostrar seus talentos através das garrafas de seus champanhes Grands Crus Vintage. A primeira versão dessa série, lançada em 1983, trouxe o pintor e escultor húngaro, radicado na França, Victor Vasarely, considerado o pai da “OP ART”. Desde então, desfilaram suas artes pelas garrafas do champanhe Taittinger artistas como o surrealista francês André Masson e o artista pop americano Robert Rauschenberg. O conceito de unir a arte aos lançamentos produtos provou ser um sucesso o que fez a marca francesa manter o conceito para comemorar suas safras especiais.
   

Uma das maiores e mais distintas marcas de champanhe do mundo, a Taittinger, é uma das poucas casas de champanhe da França que há quase um século continua nas mãos da mesma família. Dona de clássicos, como o cuvée Comtes de Champagne, que fazem parte da wish list dos amantes da bebida, a Taittinger é uma das joias da cidade de Reims. Vale ressaltar, que a BestChampagne, publicação especializada, destaca que a Taittinger prolonga o período de envelhecimento de seus champanhes além do tempo mínimo legal - três a quatro anos para o Brut Réserve e quase dez para o cuvée Comtes de Champagne. Esse processo apurado garante mais qualidade e estilo à bebida, tornando a especial.
  

A qualidade indiscutível 
O vinhedo da família Taittinger atualmente cobre uma área de 288 hectares, o terceiro maior da região de Champagne, o que faz dela também a terceira maior Maison de champanhes do mundo. No vinhedo, 37% da área plantada são videiras de Chardonnay, 48% de Pinot Noir e 15% de Pinot Meunier, que se destacam entre as melhores uvas da denominação de Champagne. As videiras são cultivadas com as mais modernas técnicas agrícolas e também métodos de cultivo orgânico. Aproximadamente 45% das uvas utilizadas no processo de produção do champanhe são de videiras próprias, o que é importante para manter o rigoroso controle de qualidade da bebida. Os champanhes amadurecem em caves a 18 metros de profundidade, incrustadas na terra calcária, o que traz singularidade ao sabor dos champanhes Taittinger. Os excepcionais Comtes de Champagne Blanc de Blancs e Comtes de Champagne Rosé (o mais raro da marca) são armazenados em túneis de quatro quilômetros de comprimento e 18 quilômetros de profundidade. Originalmente erguida por romanos, essa construção cria as condições perfeitas para que o champanhe possa maturar por décadas e adquirir seu sabor inigualável. Apenas cinco marcas no mundo inteiro utilizam essa técnica.
  

Tradicional e mundialmente conhecida, a marca Taittinger se apresenta no mercado nas versões Brut Réserve, Brut Milésimé, Prestige Rosé (que tem o toque das frutas vermelhas), Demi-Sec, Nocturne (que passou por período de maturação nas caves), Prélude Grands Crus e Comtes de Champagne - Blanc de Blancs e Rosé (este último feito de uma mistura de 70% Pinot Noir e 30% Chardonnay, que oferece bolhas extraordinariamente delicadas e uma mousse fina). A marca tem grande presença de uvas Chardonnay em seus champanhes. Até mesmo sua cuvée de entrada, a Brut Réserve, leva 40% de Chardonnay (mínimo de três anos de repouso nas caves antes de ir ao mercado), proporção incomum na categoria e que reforça o sentido de elegância da Taittinger. Essa diferença torna o champanhe Tattinger fácil de beber, surpreende no paladar e é perfeito para casamentos, em que há diferentes idades e gostos.
  

O marketing 
A estratégia de marketing da marca francesa constantemente busca novas e prestigiadas parcerias em todo o mundo. Escolhida pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) como a marca de champanhe oficial da Copa do Mundo desde 2014, a Taittinger levou sua tradição e elegância para o campeonato mundial que aconteceu no Qatar em 2022. Para esta edição, a Taittinger reuniu a emoção e magia que o champanhe e o futebol compartilham em uma garrafa vestida em tons dourado e bege. A criação do rótulo foi inspirada nas cores que cercam o emirado, bem como às tonalidades do troféu da Copa do Mundo, e na ondulação das dunas do Qatar, que se assemelham aos fios sinuosos das borbulhas de champanhe.
  

Outra importante estratégia de marketing da marca francesa foi associar seu champanhe a James Bond, o espião inglês que se tornou um ícone da literatura e do cinema mundial, cujos gostos são conhecidos (e imitados) mundo a fora. E como amante do bom gosto, James Bond não poderia deixar de ser mais um fã dos champanhes Taittinger, sendo seu favorito nos livros de Ian Fleming. Já no cinema, a marca francesa foi mencionada pela primeira vez no filme Da Rússia com Amor (1963). Essa exposição e endosso foram de suma importância para alçar a Taittinger mundialmente como um produto sofisticado e de luxo.
   

A evolução visual 
O logotipo da Taittinger é mais sobre evolução do que revolução. Reflete os valores da marca de qualidade, sofisticação e requinte. Como todos os líderes da indústria de champanhe, Taittinger tem um logotipo clássico, refletindo elegância atemporal. O logotipo da Taittinger tem um emblema semelhante a um brasão. O símbolo consiste na expressão “Sigill Theubaldi Comitis Campanie et Brie Palatini” (algo como “Selo de Thibaut Conde de Campanie, Brie e Palatin”) em fonte estilizada usada como selo em dois círculos concêntricos com um cavaleiro de armadura no centro em um cavalo com uma bandeira cruzada e segurando uma espada e escudo. Ao longo dos anos esse logotipo passou por remodelações, como mostra a imagem abaixo.
  

Os slogans 
#TheInstantWhen. (2019) 
L’instant Taittinger. (1988) 
Anything else is just champagne. (1985) 
Sellers of happiness. (1949)
   

Dados corporativos 
● Origem: França 
● Lançamento: 1932 
● Criador: Pierre-Charles Taittinger 
● Sede mundial: Reims, França 
● Proprietário da marca: Taittinger CCVC 
● Capital aberto: Não 
● Chairman: Pierre-Emmanuel Taittinger 
● CEO: Vitalie Taittinger 
● Faturamento: €155.9 milhões (2022) 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 150 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 250 
● Segmento: Bebidas alcoólicas 
● Principais produtos: Champanhes 
● Concorrentes diretos: Moët & Chandon, Pol Roger, Mumm, Veuve Clicquot, Perrier Jouët, Pommery, Piper-Heidsieck, Louis Roederer, Lanson e Bollinger 
● Slogan: L’instant Taittinger. 
● Website: www.taittinger.com 

A marca no mundo 
Com produção anual de aproximadamente 7 milhões de garrafas, número que faz com que a marca esteja entre as cinco maiores produtoras da bebida, a Taittinger vende sua prestigiada linha de champanhes em mais de 150 países ao redor do mundo. A Taittinger, cujo faturamento anual é de €155.9 milhões (dados de 2022) com aproximadamente 75% das vendas fora da França, tem sua em Reims, conhecida como “Ville des Sacres” (Cidade Sagrada) devido ao grande número de reis da França que foram coroados na famosa Catedral de Notre Dame de Reims, entre os anos de 1027 e 1825. 

Você sabia? 
Em 1967, Claude Taittinger, criou o Prix Pierre Taittinger, uma competição internacional de gastronomia, conhecida popularmente como “Everest da culinária”, devido ao seu alto nível de dificuldade. A disputa revelou importantes nomes da gastronomia, como Joël Robuchon e Pierre Troisgros, pai do querido Claude Troisgros. 
A partir de 1 de janeiro de 2020, Pierre-Emmanuel passou a presidência da Tattinger para sua filha Vitalie, que já trabalhava na vinícola há 12 anos. Com isso, a quarta geração da família está fortemente envolvida na produção dos magníficos champanhes Taittinger. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 31/3/2023 

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