Uma história italiana. Um ícone global. Seus carros, ou melhor, bólidos são a mais pura representação da exclusividade, elegância, estilo e prestígio. A vida a bordo deles é das melhores para quem gosta de automóveis esportivos, garante quem já teve a oportunidade de dirigi-los. Todos os modelos possuem o longo capô com sua grande e proeminente grade de radiador onde paira o famoso tridente da marca italiana MASERATI.
A história
A tradicional montadora foi fundada exatamente no dia 1 de dezembro de 1914 na cidade italiana de Bologna com o nome de Societá Anonima Officine Alfieri Maserati por Alfieri Maserati, com a ajuda de seus irmãos, Ettore, Ernesto, Mario e Bindo. No começo a empresa comercializava carros da marca Isotta Fraschini, desenvolvia especialmente motores, além de produzir velas de ignição. Interrompida a produção da fábrica em virtude da Primeira Guerra Mundial, os quatro irmãos reabriram a montadora, agora em lugar maior e mais espaçoso, e somente em 1926 produziram o modelo para competição Tipo 26 (montado sobre o chassi do Isotta Fraschini), primeiro carro conhecido como MASERATI e também primeiro a levar a marca registrada do tridente, ideia do irmão e artista plástico Mario, inspirada na estátua de Netuno fincada em uma praça da cidade de Bolonha. Era um modelo bastante avançado para a época: oito cilindros em linha com capacidade de apenas 1.500 cm3 de cc, mas ampliada por um sistema chamado volumetric charger, que aumentava a potência para aproximadamente 130 cv. Com esse carro, em 13 de junho de 1926, a MASERATI conseguiu sua primeira vitória geral em uma prova. A corrida era uma competição de velocidade em quilômetro realizada em Bolonha e ao volante estava o mais novo dos irmãos, Ernesto. Três anos mais tarde, o piloto Baconin Borzacchini, conduzindo uma MASERATI, estabeleceu o recorde mundial de velocidade atingindo impressionantes 246.029 km/h. Era a publicidade que a montadora italiana precisava na época para se tornar conhecida.
Em 1937, os irmãos venderam a empresa para Adolfo Orsi, um homem de negócios de Modena, que mudou sua sede para esta cidade. Apesar da venda, os irmãos Maserati continuaram como chefes de engenharia da empresa até 1944, quando Alfieri faleceu. Em 30 de maio de 1939 um carro MASERATI, pilotado por Wilbur Shaw, venceu as 500 milhas de Indianápolis, fato que se repetiria no ano seguinte. Essas vitórias provaram a competência da marca italiana em competições de nível internacional. Durante a Segunda Guerra Mundial a empresa interrompeu sua produção de automóveis para fabricar componentes para a indústria bélica, retornando após o término do conflito com o lançamento em 1948 do novo GT, o A6 (a letra A em honra à Alfieri e o número 6 indicando o número de cilindros do motor). Nos anos seguinte, fabricou dois modelos projetados para a nova categoria do automobilismo mundial, a Fórmula 1, além de inéditos modelos de rua que rivalizariam com a Ferrari. Com isso, em 1957, a MASERATI se sagrou campeã mundial de automobilismo com o modelo 250F (equipado com motor de 6 cilindros em linha) pilotado pela lenda argentina Juan Manuel Fangio. Porém, apesar das glórias, nesse mesmo ano a montadora foi forçada a abandonar as competições esportivas em virtude da delicada situação financeira por qual passava.
Voltada exclusivamente para a criação e produção de automóveis comerciais, a montadora lançou o primeiro modelo sem fins de competição, chamado MASERATI 3500 GT, seguido pelo modelo MISTRAL em 1963 (primeiro carro da marca a ser identificado com o nome de um vento famoso) e a série QUATTROPORTE, que como o nome sugeria, era um automóvel de quatro portas de grande porte, com cinco metros de comprimento e motor V8 de 4,1 litros e 260 cv, apto a alcançar 230 km/h. Um dos grandes sucessos dessa década foi o SEBRING, uma evolução do modelo 3500 GT, que iniciou em 1965 uma longa relação entre a MASERATI e o grande tenor Luciano Pavarotti. Além disso, a montadora lançou em 1966 o modelo GHIBLI, um esportivo de 2+2 lugares que foi o carro mais veloz de sua época: 280 km/h na versão SS, que extraía 335 cv do motor V8 de 4,95 litros. Na década de 1970, a empresa passou a ter um suporte de desenvolvimento da montadora francesa Citröen. Com o suporte financeiro da montadora francesa, a MASERATI lançou o BORA no Salão do Automóvel de Genebra em 1971, um esportivo com motor central-traseiro V8 de 4,7 litros, e cujos 330 cv lançavam o bólido a 280 km/h de velocidade final.
Uma década depois, em março de 1981, a montadora italiana apresentava no Salão do Automóvel de Genebra, o BITURBO, uma ampla linha de cupês, sedãs e conversíveis com linhas equilibradas e imponentes, que levavam esse nome em alusão aos dois turbos compressores aplicados ao compacto motor V6 de 2.0 litros. Os europeus, e em particular os italianos, receberam bem a novidade. Logo se formaram enormes filas de espera e as unidades iniciais foram comercializadas com ágio. No entanto, problemas de qualidade e confiabilidade esfriaram o interesse pelo novo MASERATI. Enquanto buscava aprimorar esses aspectos, a marca investia na ampliação de sua linha. O automóvel de quatro portas, chamado 420, adicionou classe, mas retirou esportividade do design. Dois anos mais tarde foi a vez da estreia do modelo Spyder, como o italianos costumam chamar seus conversíveis. Nos anos seguintes, inúmeros modelos foram introduzidos, mas a marca já não possuía mais o glamour de antigamente.
Em 1997, a tradicional Ferrari comprou 50% da MASERATI e assumiu o controle operacional da montadora. Teve então início a renovação da fábrica, sob o comando de Luca di Montezemolo, de onde saíram o Quattroporte Evoluzione, uma nova versão do sedã de luxo Quattroporte, e o 3200 GT Coupé, o primeiro automóvel da marca MASERATI em sua nova fase. Em 1999 a Ferrari assumiu totalmente o controle da MASERATI e partiu para uma revolucionária inovação da fábrica, não só em termos operacionais, tais como prédios, departamentos, maquinários, tecnologia, infraestrutura, mas também em termos pessoais, buscando formar uma equipe motivada de profissionais altamente competentes, investindo em tecnologia, engenharia, design, marketing, vendas, pós-vendas e principalmente inovando seus produtos. Tudo para resgatar o prestígio que a MASERATI havia perdido.
O primeiro passo foi consolidar a marca e os produtos MASERATI nos mercados europeu, asiático e latino americano, onde iniciou um árduo trabalho de reposicionamento da marca, que mesmo sendo tradicional, havia caído no esquecimento e se desgastado com o tempo devido aos períodos conturbados de sua história. Vencida esta primeira batalha, no ano de 2000, a MASERATI partiu para a conquista do mercado norte-americano, um desafio emocionante, visto que a marca havia se retirado deste potencial mercado há cerca de dez anos. Sob o comando e experiência de Luca di Montezemolo, a MASERATI iniciou a retomada do mercado americano fazendo uma verdadeira revolução em seus conceitos: a criação da subsidiária americana, com novo posicionamento da marca, jovialidade da equipe, altos investimentos em marketing e comunicação, tecnologia, design e releitura de seus produtos, especialmente voltados para atingir com precisão o público alvo e sob medida para o exigente consumidor norte-americano. Desse desafio nasceram da fábrica de Modena, dois novos modelos absolutamente exuberantes, brindando o mundo dos esportivos com as novas MASERATI nas versões conversível e cupê, com motor em alumínio e câmbio tipo F1, trazendo toda tecnologia e conhecimento da escuderia vermelha ao conforto luxuoso das novas máquinas.
Nos últimos anos a marca italiana renovou sua gama de veículos, com a apresentação de um sedã de médio porte, (MASERATI GHIBLI), que representou o começo de uma nova era para a montadora, já que este carro é um grande passo adiante no futuro do segmento de sedãs dentro da empresa. Além disso, ingressou em novos segmentos com o lançamento de seu primeiro veículo utilitário esportivo, batizado de MASERATI LEVANTE. Esses lançamentos fizeram com que a MASERATI batesse seu recorde histórico de vendas em 2016, com 42.100 comercializadas em todo o mundo. A montadora italiana também deve ingressar no segmento de carros elétricos, com o desenvolvimento de um modelo cuja estréia está prevista até 2020.
A linha do tempo
1973
● Lançamento do MASERATI KHAMSIN, que apesar de ser apresentado no início da crise do petróleo, foi produzido por dez anos. O grande esportivo usava um motor V8 de 4,95 litros e 280 cv, oferecia câmbio automático e alcançava 270 km/h.
1998
● Lançamento da MASERATI 3200 GT, primeiro modelo desenvolvido após a montadora ser adquirida pela Ferrari. O superesportivo, lembrado pelas esguias lanternas traseiras, era equipado com motor V8, de 3.2 litros, e 370 cv de potência, acelerando de 0 km a 100 km em apenas 5.12 segundos e atingindo a velocidade máxima de 280 km/h. Seu desempenho estava aliado ao conforto, pois oferecia amplo espaço para quatro pessoas, confortavelmente instaladas em bancos de couro inglês. Inicialmente, o nome deste “torpedo luxuoso” era para ser Mistral, mas, como outro fabricante já possuía esta marca registrada, a MASERATI optou pela denominação de 3200 GT, relembrando o antigo 3500 GT, lançado em 1957.
● Lançamento da MASERATI EVOLUZIONE (“evolução” em italiano), luxuoso sedã de quatro portas que acelerava de 0 a 100 km/h em 5.8 segundos e atingia velocidade máxima de 270 km/h, tudo equipado com um motor biturbo V8, de 3200 cc e potência de 335 cv.
2002
● Lançamento da MASERATI SPYDER, modelo especialmente desenvolvido para o mercado norte-americano. O conversível foi desenvolvido durante três anos e apresentava detalhes requintados: a capota de lona era totalmente eletrônica e levava poucos segundos para ser recolhida, não ocupando sequer um litro da capacidade do porta-malas. Durante o projeto foram tomadas providências para que o consumo de combustível fosse reduzido, além de atingir um nível de segurança surpreendente: além do tradicional Santo Antonio, comum em conversíveis, contava com um controle elétrico e preciso na tração e na frenagem, além de quatro airbags. O motor era feito de alumínio e dotado de recursos como os comandos de válvulas variáveis, que mantêm os cilindros sempre cheios em qualquer rotação. Eram impressionantes 390 cavalos de potência.
2003
● Lançamento da MASERATI QUATTROPORTE V, que imediatamente conquistou a atenção da mídia e dos entusiastas por carros esportivos em razão de sua sofisticação e do design elegante, além de sua motorização – um 4.2 V8 (oito cilindros em “V”) de 400 cavalos. Dados da montadora indicavam aceleração de 0 a 100 km/h em 5.6 segundos e velocidade máxima de 270 km/h. Seu design levava a assinatura do Studio Pininfarina, que proporcionou a suas formas musculares e elegantes, um interior com senso de harmonia e personalidade, por meio do uso inteligente do estilo mais famoso da marca: o longo capô com sua grande e proeminente grade de radiador e atraentes faróis. O modelo recebeu 29 prêmios da imprensa internacional especializada, um sinal de popularidade na indústria e de público.
2004
● Lançamento da MASERATI MC12, um carro que a montadora desenvolveu para disputar corridas de turismo, como o campeonato FIA GT, e competições de prestígio como a 24 Horas de Le Mans e a série americana ALMS (American Le Mans Series). O nome MC12 vem das iniciais de MASERATI CORSE (“corridas” em italiano) e 12 é o número de cilindros do motor. Feito em parceria com a Ferrari, o superesportivo tinha traços que lembravam vagamente os da “irmã” Ferrari Enzo, assinado pelo renomado estúdio chefiado por Giorgio Giugiaro, além de potência e sofisticação de sobra e a vantagem de vir com vidros elétricos. Como um legítimo targa, o MC12 podia ter a capota removida sem prejudicar a rigidez de torção da estrutura, feita de fibra de carbono, Nomex (material leve e resistente) e sub-chassi de alumínio. A montadora usou o chamado “efeito solo”, que aproveita a pressão do ar em movimento para manter o carro firme nas curvas, afinal o motor com 12 cilindros em V a 65º tinha seis litros, sendo capaz de gerar 630 cavalos com aceleração de 0 a 100 km/h em justos 3.8 segundos. Para atender ao regulamento da FIA, a fábrica precisou construir e vender 50 unidades homologadas para as ruas, batizadas MASERATI STRADALE. Entre 2004 e 2005, foram produzidos exatos 50 modelos, vendidos a US$ 800 mil cada um. O MC12 era vendido apenas nas cores oficiais da MASERATI: branco perolizado na parte superior e azul na inferior, enquanto a versão de corrida era toda azul.
2005
● Lançamento da MASERATI QUATTROPORTE EXECUTIVE GT, versão executiva e luxuosa da famosa linha com apliques de madeira de lei no interior, grade dianteira e saídas de ar laterais cromadas, rodas de 19 polegadas e volante em couro e madeira.
● Lançamento da MASERATI QUATTROPORTE SPORT GT, versão esportiva e luxuosa da famosa linha equipada com rodas de 20 polegadas, acabamento interno no padrão titânio, volante esportivo e pedais de alumínio.
2007
● Lançamento da MASERATI GRANTURISMO, um cupê superesportivo para quatro pessoas com conforto de sedã de luxo desenvolvido em parceria com a Ferrari. O esportivo italiano remete ao A6 GranTurismo, lançado em 1947, dando origem a uma linhagem de grande sucesso nos anos de 1950. O modelo também leva assinatura do estúdio Pininfarina. Seu motor era um Ferrari 4.2 V8 de 405 cv, acoplado a câmbio automático ZF de seis marchas, com opção de trocas manuais por aletas atrás do volante. A tração é traseira. Quanto à aceleração: de 0 a 100 km/h em 5.2 segundos, com velocidade final de 285 km/h.
● Lançamento da MASERATI QUATTROPORTE AUTOMATICA, equipado com um motor V8 de 4.2 litros com 400 cavalos de potência e uma velocidade máxima de 270 km/h, acelerando de 0 a 100 km/h em 5.6 segundos. Sua principal inovação é a caixa de transmissão hidráulica de seis velocidades com a sexta marcha alongada para reduzir consumo e ruído.
2008
● Apresentação da MASERATI QUATTROPORTE COLLEZIONE CENTO, que como o próprio nome já indica, era uma série limitada a 100 unidades. A versão trazia uma cor marfim diferenciada, interior de couro com nova tonalidade e sistema multimídia de entretenimento. A bordo desta obra-prima era possível desfrutar de acesso à internet e filmes em DVD, exibidos em uma tela de 10 polegadas com comando por meio de toques. Além disso, havia as “básicas” entradas USB e auxiliar (para iPod e iPhone).
2009
● Lançamento da MASERATI GRANCABRIO, primeiro conversível de quatro lugares da marca italiana. O modelo era equipado com um motor de 4.7 litros V8 que rendia 440 cavalos de potência, que conseguia atingir de 0 a 100 km/h em apenas 5,4 segundos, chegando a 283 km/h de velocidade final.
2013
● Lançamento da MASERATI GHIBLI, um sedã médio de quatro portas que para manter a tradição, possui uma grade dianteira que ostenta uma dezena de barras. No modelo são 13, incluindo a central, que leva a insígnia da marca do tridente. Uma das novidades que este novo sedã apresentou foi o motor a diesel, o primeiro na história da marca. O carro foi concebido para ser o modelo de entrada da marca italiana.
2016
● Lançamento da MASERATI LEVANTE, primeiro veículo utilitário esportivo de luxo de médio porte na história da montadora. Basta uma rápida olhada no exterior do modelo para ter certeza de que se trata de um puro MASERATI. A natureza de um veículo utilitário esportivo não prejudica em nada a adoção da forte identidade visual da montadora italiana. O interior exala luxo, conforto e alta tecnologia. O acabamento de alta qualidade, mesclando couro, fibra de carbono, alumínio e madeira de alta qualidade passam um requinte impressionante. Inicialmente o modelo foi oferecido em duas versões, Sport e Luxury. O utilitário de luxo oferecia suspensão eletrônica com diferentes níveis de ajuste, tração integral nas 4 rodas, transmissão automática de 8 velocidades e opção a diesel.
O futuro revelado
No ano de 2014, em comemoração ao centenário da marca italiana, foi revelado um protótipo que será o futuro de seus carros, através de uma obra-prima que honra um dos mais proeminentes irmãos fundadores da montadora. Batizado de MASERATI ALFIERI, o protótipo (um cupê esportivo) é uma prova, uma vez mais, de que a montadora italiana é, na sua essência, uma marca de automóveis esportivos, e definiria o caminho para a continuação do legado em competições automobilísticas. O modelo é uma redução da complexidade, mais compacto e agressivo, que assume uma interpretação moderna do espírito da marca e recria algo completamente novo. Com visual moderno, imponente e harmonioso, o modelo se destaca, na dianteira, pela ampla entrada de ar central e faróis estreitos bi-xenon compostos por LEDs com formato semelhante aos mais recentes lançamentos da montadora. Na lateral, além das rodas de liga leve de 20 polegadas na dianteira e 21 polegadas na traseira, a alta linha de cintura somada ao extenso capô e aos sutis vincos faz do cupê um carro fluído e harmônico. Por fim, a traseira traz lanternas com layout semelhante aos novos carros da marca, saliências laterais que deixam o veículo com aspecto musculoso e uma caída acentuada do teto, típico de carros cupê. Em 2016, a marca revelou que o modelo entrará em produção em um futuro próximo e será idêntico à versão conceito.
As competições
As competições sempre foram muito importantes na história da MASERATI. Entre 1926 e 1957, a montadora teve intensa participação em competições automobilísticas de prestígio. Neste período foram conquistados 23 títulos em diferentes campeonatos; entre os quais 32 grandes prêmios de Fórmula 1 e duas vitórias consecutivas nas 500 Milhas de Indianápolis. Em 1957, o piloto Juan Manuel Fangio conquistou o título do Campeonato Mundial de Fórmula 1 guiando uma MASERATI 250F (imagem abaixo), ao vencer o Grande Prêmio da Alemanha, disputado no autódromo de Nürburgring, no dia 4 de agosto. Mas também foi o ano em que a montadora retirou-se das pistas por problemas financeiros. Na última corrida uma faixa segurada por mecânicos e pilotos em Monza dizia: “Grazie per tutti, Maserati!”.
Embora a MASERATI tivesse abandonado as pistas de corrida, o desejo de competir permaneceu nas suas veias. Foi na década de 1960 que o engenheiro chefe da montadora Giulio Alfieri criou o lendário Tipo 60. Conhecido pela sua alcunha Birdcage (com suas cores azul e branca), não participou em competições oficiais sob o nome da MASERATI, embora tenha sido utilizado pelas mais prestigiadas equipes e tenha vencido corridas importantes, caso das suas duas vitórias consecutivas, em 1960 e 1961, nos 1.000 km de Nürburgring, assim como de outras vitórias ainda mais importantes nos Estados Unidos. Em 2004, a marca italiana regressou também às vitórias nas competições internacionais com o seu extraordinário modelo de corrida, o MC12, que conseguiu acumular uma impressionante série de troféus. A participação da marca no FIA GT, de 2005 a 2010, foi coroada com catorze títulos (e dezanove vitórias): dois títulos de construtores (2005 e 2007), cinco campeonatos de pilotos; seis campeonatos de equipes; uma Citation Cup em 2007, conquistada pelo piloto Ben Aucott, da equipa JMB Racing; e ainda três vitórias absolutas nas 24 Horas de Spa (2005, 2006 e 2008). Nos últimos anos, como parte do plano de rejuvenescimento da marca, a MASERATI voltou as competições automobilísticas com o modelo Squadre Clienti Maserati na classe GT4.
Marketing de velocidade
Uma das principais ferramentas de marketing da montadora italiana durante nãos foi o MASERATI TROFEO, um campeonato monomarca da MASERATI. Antes do lançamento oficial da competição e do carro, foi constituída a Ufficio Maserati Corse, sob o comando de Claudio Berro e Giorgio Ascanelli, ambos com larga experiência em F-1, responsável pela idealização e coordenação do campeonato. Ainda no primeiro semestre de 2002 foram iniciados exaustivos testes com o Maserati Trofeo, um carro de competição derivado do modelo Maserati Coupè Cambiocorsa, com o mesmo motor V8, aspirado, de 4.2 litros, mas com 413 cavalos de potência, mais leve (1.370 kg contra 1.580 kg) e com introdução de kits de sistema aerodinâmico, de frenagem, de segurança e de suspensão. A velocidade final chegava a 285 Km/h.
O primeiro teste, aliás, foi feito pelo piloto brasileiro Luciano Burti, em Fiorano. Seguiram-se as avaliações de pilotos como Luca Badoer, Fabrizio Giovanardi, Fábio Babini, Rubens Barrichello, Michael Schumacher e Felipe Massa, em circuitos como Ímola, Mugello, Vallelunga, Nürburgring e Varano de Mellegari. O primeiro campeonato aconteceu em 2003, com a participação de 26 carros e pilotos, também conhecidos como Gentlemen Drivers (chamados assim porque eles não são proprietários dos carros, participam por meio do sistema de aquisição de cotas - três temporadas custam US$ 155 mil, mais R$ 32 mil por prova a título de manutenção dos carros), nos circuitos mais famosos de Itália, do Reino Unido, Alemanha, França e Espanha. Em 2004 a competição ganhou a versão brasileira, seguindo os mesmos fundamentos da competição europeia, ou seja, proporcionar aos pilotos a comodidade de possuir toda infra-estrutura esportiva, técnica e de logística, pelo simples prazer de guiar. A competição teve sua última edição em 2015 com a etapa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
A fábrica
Uma visita à fábrica da montadora (batizada carinhosamente de Casa do Tridente) é uma oportunidade única para ver o tradicional e o moderno em completa harmonia. A montadora disponibiliza aos visitantes uma experiência única para conhecer sua fábrica através de uma visita monitorada ao complexo operacional, situado na via Ciro Menotti, em Modena, local onde a MASERATI está instalada desde 1937. O tour passa pelas linhas de produção e por todas as outras áreas onde a tradição, a paixão pela construção artesanal e a tecnologia de precisão estão combinadas para produzir automóveis realmente excepcionais. Ainda hoje os modelos são montados um a um manualmente. As ferramentas eletrônicas só servem para ajudar o trabalho de 300 operários. Aliás, os sortudos operários que trabalham na linha de montagem têm várias características diferenciadas se comparadas com outras plantas de montagem. São jovens com média entre 20 a 30 anos e totalmente apaixonados pelo que fazem. São quatro linhas de produção com quatro funcionários em cada estação. O carro fica por exatos 25 minutos em cada uma delas. São 14 operações deste tipo para que o carro saia totalmente montado. Todos os modelos fabricados são testados um a um. Além dos testes de qualidade na fábrica, os bólidos rodam aproximadamente de 80 quilômetros. Só então depois desse processo, seguem para as mãos do comprador.
A evolução visual
Ao longo dos anos a identidade visual da MASERATI passou por inúmeras modificações, mas sempre manteve o tradicional TRIDENTE como símbolo principal. O primeiro logotipo com a marca do tridente apareceu em 1926, desenhado por Mario Maserati (imagem abaixo) e inspirado na famosa estátua de Netuno (em italiano, La Fontana del Nettuno), localizada no centro da cidade de Bolonha, na famosa Piazza Maggiore. Para compor o emblema, Mario escolheu o tridente do deus romano dos mares, um símbolo forte, ideal para uma fabricante de automóveis.
Em 1943 ocorreu a primeira modificação com a adoção da cor azul e o tridente se tornou vermelho. Pouco depois, em 1951, o logotipo adotou o tradicional formato oval, que durante anos estaria associado à marca italiana. Três anos depois o logotipo passou por uma pequena remodelação, adotando uma tonalidade de azul mais escura. Em 1983 o tradicional logotipo oval passou por sua remodelação mais radical: o tridente ganhou a cor azul-clara e um novo design.
Porém, a mudança radical durou pouco e, em 1985, um novo logotipo baseado no anterior foi adotado pela marca. Em 1997 o logotipo ganhou um visual mais afinado. Quase uma década mais tarde, em 2006, o tradicional logotipo adotou efeitos visuais como reflexos e 3D, além de uma nova tipografia de letra. E ainda neste ano, um segundo logotipo sem o fundo oval, apenas com o tridente e o nome da marca também foi adotado. Este logotipo é utilizado atualmente pela marca.
Os slogans
Luxury, sports and style cast in exclusive cars. (2014)
The absolute opposite of ordinary. (2014)
Excellence through passion. (2008)
Move in different circles. (2003)
The legend continues. (1998)
You only live once. Do it in a Maserati. (1991)
The Italian tradition. (1984)
Dados corporativos
● Origem: Itália
● Fundação: 1 de dezembro de 1914
● Fundador: Alfieri Maserati
● Sede mundial: Modena, Itália
● Proprietário da marca: Maserati S.p.A.
● Chairman: Sergio Marchione
● CEO: Reid Bigland
● Faturamento: €3.47 bilhões (2016)
● Lucro: €339 milhões (2016)
● Vendas globais: 42.100 unidades (2016)
● Presença global: 75 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 1.100
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis esportivos
● Concorrentes diretos: Lamborghini, Ferrari, Porsche, Aston Martin, Jaguar, BMW, Mercedes-Benz, Audi e Bugatti
● Ícones: O tridente
● Slogan: Luxury, sports and style cast in exclusive cars.
● Website: www.maserati.com
A marca no mundo
A MASERATI, que atualmente pertence a Fiat Chrysler Automobiles, é uma das marcas de automóveis mais exclusivas do mundo, produzindo carros esportivos luxuosos para poucos que podem pagar os altos preços de seus bólidos. A montadora italiana, tradicionalmente instalada na cidade italiana de Modena, vendeu 42.100 veículos em 2016 nos mais de 75 países onde está presente. O mercado que mais comprou carros da marca foi o americano, seguido pelo chinês, italiano, britânico e alemão. A MASERATI através de parcerias com marcas de luxo como Ermenegildo Zegna, Bulgari e La Martina oferece uma completa coleção que incluí relógios, calçados, roupas, gravatas, bolsas, bicicletas e até brinquedos que levam a marca do tridente.
Você sabia?
● As cores oficiais da tradicional montadora são o azul e o branco. Essa combinação tradicional foi usada desde o início da marca, também símbolos da cidade, que fazem que o tridente pareça emergir das águas.
● Conduzir automóveis exclusivos sob a orientação e a competência de um piloto profissional. É esta a finalidade do MASTER MASERATI: cursos de condução seguros e esportivos, concebidos para proporcionar aos participantes a oportunidade de testarem a fundo o desempenho de toda a linha de veículos da marca, e em total segurança.
● Em 1978, Sandro Pertini, o resistente italiano dos tempos de guerra que havia se tornado Chefe de Estado Italiano, escolheu o MASERATI QUATTROPORTE ROYALE como carrro oficial. Foi utilizado até 1985. Já o carro oficial do ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi era um MASERATI QUATTROPORTE, sedã de luxo da marca do tridente.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Isto é Dinheiro, Quatro Rodas e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 2/7/2017
3 comentários:
Mesmo não estando presente no Brasil essa é uma das marcas que mais admiro, ainda mais por ter como coordenação a Ferrari que é outra marca admirável.
Tony Iuliano
www.i9m.com.br
Eu amo a Maserati,é uma montadora que atinge a perfeição em tudo que faz
Marca sensacional!!! Automóveis maravilhosos! Um sonho de carro!! Um dia quero fazer o pedido do meu!! Parabéns aos grandes fundadores! E parabéns pela Ferrari ter dado condições de continuidade da MASERATI.
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