A Huawei é uma empresa chinesa que muita gente não conhece, mas que, de forma silenciosa, se transformou em uma das maiores do mundo no segmento das telecomunicações. A Huawei dá aos negócios o poder de aceder a uma variedade de aplicações e de efetuar diferentes tarefas quando e onde estiver e a partir de qualquer equipamento. E graças aos seus dispositivos inteligentes e smartphones, a empresa ajuda a melhorar a experiência digital de milhões pessoas tanto no trabalho como na vida e entretenimento.
A história
Para explicar a origem da Huawei é preciso entender a situação do país na década de 1970. Com a morte de Mao Tse-Tung, em 1976, a República Popular da China, que era controlada pelo Partido Comunista, acabou sob o comando de Deng Xiaoping, responsável pelas reformas econômicas que fariam da China o país com maior crescimento econômico do planeta. Nessa época de transição, a China estava isolada do resto do mundo e, com o novo governo, fez uma abertura econômica, cultural e tecnológica. Esse novo período ainda enfrentava um forte controle do Estado, mas já recebia capital estrangeiro. Isso fez com que várias empresas dos mais diversos setores surgissem tanto para atender o mercado interno quanto o resto do mundo. E foi nesse cenário que Ren Zhengfei (foto abaixo), um engenheiro de tecnologia militar do Exército de Libertação Popular, o braço armado da China comunista, fundou a Huawei no dia 15 de setembro de 1987, na cidade de Shenzhen, no sudeste do país. Os primeiros produtos comercializados pela nova empresa foram os PBX (sigla para Private Branch Exchange), um aparelho de troca automática de ramais telefônicos. Inicialmente começou importando alguns aparelhos de Hong Kong, mas rapidamente passou a fabricar seus próprios modelos e vender para hotéis e pequenas empresas. O divisor de águas foi o modelo C&C08, considerado na época top de linha no setor.
Em 1990, a Huawei decidiu investir pesado em pesquisa e desenvolvimento. Em apenas um ano já eram 600 pessoas contratadas para este departamento. Nessa época, o negócio da empresa era equipamentos para redes de internet, começando no interior e em zonas rurais e aos poucos passando para as maiores cidades chinesas. E foi neste momento que aconteceu a primeira grande polêmica. A Huawei foi acusada de receber alguns empréstimos de bancos estatais para prosperar rapidamente, fato negado até hoje pela empresa. Mas a Huawei mesmo fechou várias parcerias com o governo chinês para ajudar na infraestrutura de telecomunicações. Uma década depois de sua fundação, em 1997, Ren Zhengfei fez uma viagem aos Estados Unidos para conhecer algumas das maiores empresas do ocidente. E percebeu o quanto a China estava atrasada no modelo de empresas de tecnologia. Foi aí que a expansão internacional começou. Em 1998, a empresa fechou um contrato de cinco anos com a IBM para que o gigante da computação servisse de consultora na reestruturação e preparação da Huawei para o mercado mundial. Com isso, no ano seguinte, a empresa inaugurou o primeiro laboratório de pesquisa fora do país, na Índia.
Os anos seguintes foram de crescimento e muito investimento em redes e conectividades que estavam surgindo, como a GSM. Holanda, Suécia, Canadá e Estados Unidos também ganharam escritórios e laboratórios da Huawei. Foi então, no mês de julho de 2003, que a empresa criou a divisão mobile e lançou o primeiro aparelho celular, o C300. Dois anos mais tarde, lançou o primeiro modelo próprio com 3G, o U626. Também começou a ganhar destaque na produção de modems. O E220, introduzido em 2006, foi considerado o mais rápido e compacto da época. Até então, o ingresso no segmento mobile tinha sido muito bem-sucedido. Outro grande e rentável mercado foi o de patentes. Em 2008, a Huawei ficou em primeiro lugar no registro de propriedades intelectuais do Sistema Internacional de Patentes. Em 2010, foi apresentado o primeiro Huawei Ascend, que rodava Android 2.1 e tinha somente 2 GB de memória interna e tela de 3.5 polegadas. Já descontinuada, essa foi uma das linhas mais duradouras da marca e alguns de seus modelos viviam competindo para ser o mais fino do mundo.
Ainda em 2010, a Huawei aumentou seus ganhos em 30%, um número absurdo para uma época de tanta concorrência entre as marcas. Em março de 2011, a empresa vendeu mais de um milhão de smartphones C8500 na China, passados 100 dias do seu lançamento oficial. Com lançamento no mês de agosto desse mesmo ano, o Huawei Vision foi o primeiro smartphone baseado na computação em nuvem. E foi nessa época que a empresa também apresentou ao mercado seu serviço de armazenamento. Em 2013 já começava a ser considerada pela IDC uma das três maiores fabricantes globais de smartphones. Outra linha popular da marca chinesa é a Honor, lançada em 2013. Essa linha oferecia aparelhos mais baratos e com venda de preferência online. Tem ainda a linha Mate, que trazia dispositivos para quem gostava de telas maiores. A Huawei também apostou em dispositivos wearables, mas sem direcionar tantos investimentos. A estreia nesse segmento foi com a pulseira TalkBand B1, em 2014, mas hoje o carro-chefe desse setor é o Huawei Watch, que já está na segunda geração, lançado em 2017. Ainda em 2014, apresentou o 4G LTE Ascend P7, um dos smartphones mais finos do mundo (6,5 mm).
Em parceria com o Google, a empresa fabricou o smartphone Nexus 6P em 2015. O aparelho trazia um design diferenciado, especialmente na parte traseira, mas recebeu várias críticas por problemas técnicos. A empresa também ingressou com menor força no mercado de notebooks. O Huawei MateBook foi o primeiro 2 em 1 da marca. Em 2016, lançou a primeira série de smartphones com câmera dupla co-desenvolvida com a Leica, o Huawei P9, imprimindo um novo padrão na fotografia deste segmento. Além disso, apresentou Hauwei HiLink, uma plataforma doméstica inteligente que oferece soluções de interconexão e inter-operação entre todos os tipos de dispositivos inteligentes. Mais recentemente, em 2017, lançou o Huawei Mate P10 e o Mate P10 Plus, smartphones que apresentam cores vivas e acabamentos atraentes, introduzindo também as câmeras, frontal e traseira, além de abrir as portas a novas aplicações móveis no ramo da Inteligência Artificial ao combinar um hardware inovador. No mês de agosto de 2018, a Huawei desbancou a Apple como número dois mundial dos smartphones, desafiando abertamente o líder planetário Samsung. E também lançou o Huawei P20 Pro, primeiro smartphone com três câmeras traseiras.
E você se lembra da parceria com a IBM que ajudou e muito a marca chinesa? A empresa resolveu seguir essa ideia e, ao longo dos anos, fez outros empreendimentos conjuntos com Motorola, Siemens e Symantec. Além disso, estabeleceu várias alianças com operadoras locais, como Vodafone, T-Mobile e Bell Canada, o que permitiu o lançamento exclusivo de modelos e a assinatura de vários contratos. E as polêmicas não pararam por aí. A mais recente é sobre alguns mercados em que a Huawei começou a participar. Ela expandiu tanto que acabou em países como Cuba, Síria e Irã, a maioria com relações bem complicadas com os Estados Unidos. Em 2013, uma filial da empresa foi acusada de vender tecnologia norte-americana de antenas para o Irã. Também já foi acusada de espionagem quando foi para o mercado americano, mas isso ficou só na acusação mesmo.
A evolução visual
O nome Huawei tem vários significados. O “hua” pode ser China, magnífico ou flor, o que explica o símbolo do logotipo da marca. Já o “hei” é conquista ou ação. Então, o nome é algo como “a China está agindo” ou “conquistando de forma magnífica”. A primeira alteração em seu logotipo ocorreu em 2006, quando o símbolo ganhou um novo design e a empresa adotou apenas o nome Huawei. A versão mais atual de sua identidade visual foi apresentada no mês de março de 2018.
Os slogans
Building A Better Connected World. (2016)
Make it Possible. (2013)
Enrich Life Through Communication. (2003)
Dados corporativos
● Origem: China
● Fundação: 15 de setembro de 1987
● Fundador: Ren Zhengfei
● Sede mundial: Shenzhen, Guangdong, China
● Proprietário da marca: Huawei Technologies Co. Ltd.
● Capital aberto: Não
● Chairman & CEO: Ren Zhengfei
● Faturamento: US$ 92.5 bilhões (2017)
● Lucro: US$ 7.2 bilhões (2017)
● Valor da marca: US$ 7.578 bilhões (2018)
● Presença global: 170 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 180.000
● Segmento: Telecomunicações
● Principais produtos: Smartphones, tablets, notebooks e redes de banda larga
● Slogan: Building A Better Connected World.
● Website: www.huawei.com.br
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca HUAWEI está avaliada em US$ 7.578 bilhões, ocupando a posição de número 68 no ranking das marcas mais valiosas do mundo de 2018.
A marca no mundo
A Huawei é fornecedora líder global de tecnologia de soluções de informação da indústria e das comunicações. É a maior fabricante de equipamentos de telecomunicação do mundo, e já é relevante no mercado corporativo. Um dos três segmentos da empresa, a Huawei Consumer BG, é responsável pela gestão de smartphones, notebooks, tablets, wearables, dispositivos de banda larga móvel, dispositivos familiares e serviços de nuvem em dispositivos, além de ser a terceira maior fabricante de smartphones do mundo (em 2017 foram mais de 153 milhões de unidades vendidas) e a marca mais vendida na China. A Huawei instalou mais de 1.500 redes em conjunto com as operadoras de telecomunicações, permitindo fornecer acesso à internet a mais de um terço da população mundial, em mais de 170 países. A empresa, que emprega mais de 180 mil pessoas e faturou US$ 92.5 bilhões em 2017, tem 36 centros comuns de inovação e 15 modernos centros de pesquisa espalhados pelo mundo, que em 2017 receberam US$ 13.8 bilhões em investimentos.
Você sabia?
● Ter um preço competitivo nesse mercado é difícil, e uma das estratégias da Huawei é fabricar o próprio processador. Para isso, ela é proprietária da HiSilicon, maior fabricante de circuitos integrados da China. Os chips Kirin existem desde 2015 e têm obtido resultados bem impressionantes em benchmarks.
● A Huawei nunca abriu seu capital para acionistas. Mas o modelo de negócios é um pouco diferente. O CEO tem menos de 1.5% da empresa e o resto é dividido entre os próprios funcionários. Outro ponto peculiar é que a empresa é a única entre os gigantes chineses que tem mais renda gerada fora do país do que na terra natal.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Isto é Dinheiro e Exame), sites de tecnologia (tecmundo), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas).
Última atualização em 21/11/2018
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